Burgess: Como o seu cérebro te diz aonde você está
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Discutindo evidências intrigantes sobre os avanços da neurociência cognitiva na compreensão da memória espacial, Neil Burgess, neurocientista associado ao UCL Institute of Cognitive Neuroscience e o UCL Institute of Neurology traz uma palestra breve e didática sobre os mecanismos neurais subjacentes à nossa capacidade cognitiva de memorizar localizações e orientações espaciais. Na palestra postada originalmente no site do TED, é possível ativar as legendas em português.
A psicologia da UnB precisa de atenção, mas “só se for agora”
As aulas dos alunos de psicologia na Universidade de Brasília (UnB) tiveram o seu início adiado este semestre por uma semana até agora. O motivo é que a situação da psicologia nesta instituição está grave, muito grave.
Os professores do Instituto de Psicologia (IP) tiveram 60 salas alocadas para darem suas aulas provisoriamente, por conta de obras no Instituto Central de Ciências da UnB. Muitas das salas estão com: janelas quebradas, buracos nas janelas e nas grades (por onde pessoas podem entrar pela sala a qualquer momento), vestígios de urina e fezes nas salas, problemas na iluminação e na fiação, falta de cadeiras para o número de alunos das disciplinas, falta de ventilação em salas pequenas no subsolo do prédio… a lista é grande. Neste vídeo é possível ver um pouco desta situação frustrante com a qual estamos convivendo.
A diretoria do IP alertou inicialmente que poderia adiar o início do semestre por conta da falta de condições mínimas para trabalhar – e foi exatamente o que aconteceu, pois poucas das mudanças necessárias foram efetivadas até o momento pela administração da universidade, de acordo com a diretoria do IP. Continue lendo…
Uma homenagem ao mestre César Ades
Autor: Francisco Dyonísio C. Mendes (Dida)*
“Minha linha de pesquisa é a curiosidade”. Assim César Ades explicava, com o bom humor e perspicácia de sempre, porque seu currículo era tão eclético. Em seus 47 anos de carreira como psicólogo especialista em comportamento animal, estudou assuntos e espécies diversos: da memória utilizada por aranhas para recuperar as presas na teia às diferenças de ciúmes entre homens e mulheres; do comportamento parental de cobaias ao simbolismo na comunicação entre humanos e cachorros.
Quase causava estranheza como dominava tantos assuntos com tanta facilidade, mas sua característica mais marcante era a paixão – paixão pelos animais, pela psicologia, pela ciência e pela vida! Poucos minutos a seu lado eram suficientes para perceber isso, e assim César costumava encantar aqueles que o conheciam. Esta paixão, e a alegria constante que a acompanhava, escondia sua experiência com a II Guerra no Egito, aonde nascera, teve a perda prematura de um filho e outras histórias que mencionava muito raramente. César queria viver e produzir conhecimento, e para isso seu sorriso farto e sua energia positiva eram mais importantes que recordações negativas. Continue lendo…
Entendendo o cérebro humano
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Terrence J. Sejnowski é atualmente um dos pesquisadores mais importantes na neurociência computacional, área essa na qual ele foi um dos pioneiros. Na entrevista acima, Sejnowski comenta, entre muitas questões, sobre um editorial na Science [1] que ele publicou no final de 2011 com um colega acerca da grande quantidade de conhecimento sobre o cérebro produzido nas neurociências que ainda não foi acompanhado por um esforço em sintetizar e compreender as relações entre estes conhecimentos. Ele defende que a acumulação de conhecimento é uma etapa importante, mas que já é hora das neurociências repensarem sobre o que esperam encontrar no final deste turbilhão.
Sejnowski também comenta sobre as implicações no campo jurídico, ético e educacional das pesquisas em neurociências, enfatizando adicionalmente as importantes implicações para estes tópicos das pesquisas em outras áreas como na ciência cognitiva e na psicologia. Um ponto importante que Sejnowski aponta é que aspectos sociais e contextuais são fundamentais para compreender a experiência humana e que estas ainda são variáveis muito difíceis de serem estudadas no âmbito das neurociências (embora estejam surgindo oportunidades inovadoras para investigá-las).
Uma questão é crucial hoje nas neurociências, segundo Sejnowski: se cada vez fica mais claro que o cérebro é um sistema tão dinâmico e flexível, como é possível haver simultaneamente estabilidade a longo prazo? Como é possível que, em um cérebro com sinapses sendo modificadas o tempo todo, possamos reter memórias de episódios ocorridos há décadas, com detalhes minuciosos de informações que somos capazes de recuperar? Vale a pena assistir a esta entrevista, na qual este grande cientista explora diversas questões atuais sobre o desenvolvimento e as implicações das pesquisas em neurociências.
Referências:
[1] Brenner, S., & Sejnowski, T. (2011). Understanding the Human Brain. Science, 334 (6056), 567-567 DOI: 10.1126/science.1215674
Sacks: O que alucinações revelam sobre a mente
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Alucinações são fenômenos psicológicos intrigantes que têm ocupado a atenção e os esforços de psiquiatras e psicólogos por muitos anos. Elas fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, sendo que muitas delas temem reconhecer publicamente suas experiências com medo de serem taxadas de “loucas”. Mas será que este tipo peculiar de fenômeno pode nos ajudar a entender como a mente funciona? Para Oliver Sacks, um médico popularmente conhecido pelo seu trabalho de divulgação científica, as alucinações podem revelar informações importantes sobre o funcionamento cognitivo.
Na palestra do TED acima, Sacks descreve alguns casos impressionantes de pacientes com alucinações visuais, relatados também em seu último livro, publicado em português há pouco tempo atrás, O olhar da mente. Sacks enfatiza que alucinações visuais são um fenômeno comum e descreve que em alguns quadros onde ocorre a perda de visão gradativa, pode haver uma hiperativação de áreas do cérebro relacionadas ao processamento visual que, por fim, pode resultar em alucinações.
Após fazer uma descrição de vários avanços que foram feitos na compreensão de como o cérebro processa informações visuais e de como estruturas neurais altamente específicas estão envolvidas no processamento de determinados aspectos visuais, Sacks reafirma a importância em reconhecer que ninguém sofre necessariamente de um transtorno grave por viver este tipo de experiência e o quanto o nosso conhecimento sobre estes fenômenos tem permitido insights importantes sobre “como o teatro da mente pode ser gerado pela máquinaria do cérebro.” Na palestra exibida no site do TED, é possível optar pela legenda em português. Ao final da palestra, Sacks confessa que também vivencia regularmente alucinações visuais, provavelmente resultantes das suas deficiências visuais.
Psicologia Brazuca: Vitor Haase e a neuropsicologia
O professor Vitor Geraldi Haase é coordenador do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND-UFMG) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Configurando-se hoje como um dos maiores pesquisadores na área de neuropsicologia, tanto a nível nacional quanto internacional, o professor Vitor foi recentemente aprovado em primeiro lugar no concurso de professor titular da Psicologia da FAFICH-UFMG. Além de imerso em diversos projetos de pesquisa, ele escreve o blog Neuropsicologia e desenvolvimento humano, mais voltado para a divulgação de conhecimento científico na área, e o blog Reabilitação neuropsicológica, voltado para divulgar informações a pacientes e às suas famílias. Vejam esta ótima e profunda entrevista que o professor Vitor gentilmente nos cedeu, comentando sobre os mais diversos problemas não apenas da neuropsicologia, mas da psicologia de maneira mais ampla, estreando a nossa série Psicologia Brazuca em grande estilo!