Desafiando o consenso científico: Quando os especialistas estão errados?

Fonte: Psychology Today

Autor: Paul Thagard *

Tradução: Rodrigo Véras e André Rabelo

 

Penso que a psicologia, a medicina e até mesmo a filosofia deveriam ser baseadas em evidências, o que exige que nos voltemos aos cientistas especializados para a reavaliação de nossas crenças correntes. Mas faz parte da natureza da ciência que, por vezes, os especialistas estejam errados. Quando é legítimo desafiar o consenso científico?

Decisões sobre psicoterapia, outros tratamentos médicos, e até mesmo sobre dilemas filosóficos não deveriam ser baseadas em intuições sem suporte de dados, mas em evidências experimentais. A melhor forma de descobrir quais evidências estão disponíveis é consultando especialistas que tenham revisado os estudos relevantes e os relatado objetivamente. No entanto, existem muitos casos na história da ciência em que o consenso científico entre os especialistas estava errado. Os exemplos incluem: As visões psicanalíticas freudianas das doenças mentais que foram dominantes nos anos de 1950, a perspectiva médica pré-1990 sobre as úlceras estomacais serem causadas por estresse e excesso de acidez, e a astronomia pré-copernicana que, confiantemente, colocava a Terra no centro do universo. Continue lendo…

O que é a consciência?

Eu e Rodrigo Véras traduzimos um texto que foi publicado hoje no Bule Voador. Deem uma olhada!

Fonte: Psychology Today

Autor: Paul Thagard*

Tradução: Rodrigo VérasAndré Rabelo

 

im100Pessoas experimentam percepções como azul, sensações como dor, emoções como ­felicidade, e pensamentos como acreditar que a primavera finalmente chegou. Será que a psicologia e a neurociência serão um dia capazes de explicar como as pessoas têm esses tipos de consciência?

A psicologia e a neurociência têm feito grandes progressos na explicação de muitos processos mentais, como resolução de problemas, aprendizagem e uso da língua. Mas muitas pessoas ainda têm a intuição de que, não importa o quanto a ciência cognitiva progrida, ela ainda será incapaz de lidar com o mistério da consciência. Nesta visão, todos nós temos uma compreensão básica da experiência consciente através de nossos próprios episódios de percepção, sensação, emoção e reflexão. Mas existe um abismo explanatório intransponível que impede a ciência de trazer a consciência para dentro do seu âmbito.

A ciência seria de fato incapaz de explicar a consciência se as experiências mentais fossem propriedades de almas imateriais, cujas operações permaneceriam totalmente misteriosas a partir da perspectiva dos mecanismos que os físicos, químicos, biólogos e psicólogos utilizam para explicar o que acontece. Mas existem insuficientes evidências que sustentem a visão de que mentes são qualquer coisa além de cérebros, desta maneira a perspectiva não-materialista não parece gerar uma barreira para a explicação da consciência. Continue lendo…