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Zebras e girafas são vistas da estrada

Enquanto dirigimos nas rodovias do Brasil vemos vacas pastando e, eventualmente, sentimos o cheiro de criação de porco. Na África do Sul, dependendo da região também observamos vacas (holandesas) e criações de carneiros. Meigo. Agora, já imaginou ver zebras, girafas, antílopes, elefantes e até leões separados da rodovia por uma mera cerca elétrica? Essa é a visão do céu – e sinal de que estamos na África. Á-FRI-CA. Ai, é emocionante!

“Não entre, LEÕES”, dizem algumas placas presas às cercas elétricas na região de Port Elizabeth. A regra é clara: se a cerca tem eletricidade, provavelmente, a reserva possui animais que podem se alimentar da carne humana. Nós dirigíamos com atenção redobrada sempre que passávamos de carro pelas estradas de terra ou rodovias que tinham cercas elétricas dividindo a reserva do asfalto ou da terra. A chance de ver um animal silvestre era gigante!

Em uma breve pesquisa que fiz, parece que a economia da África do Sul está baseada na exploração de minérios e na exportação agrícola. Mas, graças ao turismo (reforçado ainda mais com a Copa do Mundo cediada por eles, os animais endêmicos da região que correm risco de extinção conseguiram certa proteção. As reservas garantem seu habitat, sua alimentação, sua exploração econômica com o turismo e, assim, sua existência. É o caso desta espécie de zebra – existem três, uma outra parente já foi extinta.

Além de garantir a sobrevivência dos animais, criar reservas particulares e governamentais é uma maneira de proteger os habitantes locais das espécies que oferecem riscos à população como leões e elefantes – estes são fofos, mas podem ser violentos. Não seria uma inspiração para o Brasil? Existem reservas semelhantes no Pantanal, mas soube de muitos problemas relacionados a ataques de onças-pintadas – leia, no link, matéria da jornalista Juliana Arini.

Bom, tenho muitas histórias para postar aqui sobre a minha viagem para a Mama África. Esperto ter tempo para escrver os causos e compartilhá-los com você.

África do Sul: como preservar a natureza usando o turismo

Saudades, leitor! Fiquei o mês de agosto fora, de férias na África do Sul. Foi uma viagem de tirar o fôlego! Estou cheia de novidades. Tentei focar a viagem em passar mais tempo próxima à natureza e em conhecer um pouco a história local. Apesar de o país passar por alguns visíveis problemas, podemos aprender com algumas ações que parecem terem dado certo por lá.

Há menos de 20 anos a África do Sul quase entrava em guerra civil… Segundo o que me contaram, boa parte das vegetações originais tinham sido desmatadas até então. Hoje, existem incontáveis reservas públicas e privadas espalhadas pelo país. E, claro, eles usam o turismo para mantê-las de pé. Como?

Quem não quer fazer um safári? Ou ver baleias de perto? Então… Boa parte das reservas resgataram as vegetações endêmicas para receberem os animais – parece que as reservas públicas foram mais cuidadosas em inserir (com alguns rigores científicos) espécies de bichos que originalmente viviam naquele ecossistema.

É possível dormir dentro das reservas – tanto nas públicas quanto nas privadas. Por exemplo, existe um parque marinho chamado Tsitsikamma. Ele preserva a vegetação e animais costeiros e, claro, espécies marinhas. Lá não há leões, girafas ou elefantes, mas você pode fazer trilhas para ver paisagens de tirar o fôlego, remar e até nadar com as focas.

Se preferir, pode dormir no Addo Elephant. Como o nome sinaliza, é um parque que possui um grande número de… elefantes. Nesse lugar, é possível fazer safári com o próprio carro. Lá há mais de 30 espécies de animais – entre eles os temidos leões e leopardos.

Ou, se quiser, pode pousar no maravilhoso De Hoop (sinônimo de dunas, baleias, florestas e mar transparente) perto das zebras e dos antílopes. Como não há animais que atacam os homens, pode fazer trilhas a pé e de bicicleta. Detalhe: sua reserva marinha é famosa pelas baleias. Eu contei 15 juntas – incluindo bebês. <3

Nesses locais há restaurantes, cozinhas, passeios guiados e acomodações para diversos bolsos. São super seguros – tanto com relação ao ataque de bichos como à violência “humana”. Enquanto esse tipo de uso das reservas e dos parques gera dinheiro para a manutenção dos próprios, os visitantes também acabam sendo mais olhos para ajudar na preservação do lugar. Vi raras ações depredatórias.

Portanto, a natureza, lá, não é apenas para ser admirada e intocada. Ela pode ser respirada, sentida, vivida. Não seria um bom exemplo a se seguir?

Obs.: Para conhecer todos os parques e as reservas públicas da África, clique aqui.