Pasmei nesse lugar. É meio bizarro, sabe? De um lado você vê o Brasil (direito), do outro o Paraguai (esquerdo) e nos pés o solo argentino – tirei a foto do lado da Argentina. Nas três pontas, nas três terras, um obelisco pintado com as cores da bandeira de seus respectivos países – detalhe, só no lado do Paraguai não havia turistas, ô tristeza, estavam todos fazendo compras.
Mas e os rios? Não se atreva a nadar neles. É meio que território de ninguém – e ao mesmo tempo de todos os três. Afinal, todos usamos e dependemos daquelas águas amarronzadas de certa maneira – seja para a navegação, comércio, abastecimento ou geração de energia. Só Deus sabe o que acontece lá quando os olhos não veem.
O que não se percebe na foto estática, escrito nas entrelinhas, é que o Iguaçu (lado direito) deságua no rio Paraná. Colocando mais água no feijão disputadíssimo. O que torna a aura do lugar ainda mais mágica. Aliás, não caia na pegadinha. Quando as Cataratas do Iguaçu estão mais caudalosas, espertinhos dizem que é porque abriram os vertedouros – ou comportas – da Hidrelétrica de Itaipu. Pura história para boi dormir.
Os funcionários da usina falaram que os vertedouros só abrem 10% do tempo ao ano, quando a represa está para transbordar. Quase ninguém vê nem unzinho aberto. Eu, por exemplo, conferi todos fechados. Isso porque a represa estava cheia. Já meu pai… teve a sorte de ver a água escorrer numa velocidade assustadora.
Obs.: Engraçado. Visitei, no mesmo dia, as Cataratas de manhã e no final da tarde – quando estavam mais cheias. Será que teria chovido na cabeceira do rio? Explicação mais plausível.
Arquivo mensais:novembro 2010
A destruição das florestas de araucária
A imagem mostra a evolução do desmatamento que ocorreu no estado do Paraná. Tirei ela dentro do museu localizado na entrada do Parque das Cataratas do Iguaçu. Logo, são dados oficiais.
O que isso significa, além da óbvia destruição? Bom, para quem não sabe, o meu bioma preferido – a Mata Atlântica – é composto por diversos tipos de florestas ou o que chamamos de ecossistemas. São eles: floresta ombrófila densa, campos de altitude, restinga, manguezais e… floresta ombrófila mista ou mata de araucária – nesse site da ONG Instituto Rã-Bugio há explicações e fotos onde é possível identificar direitinho cada um deles.
Infelizmente, meu ecossistema amado está ameaçado de extinção. De acordo com o site do Rã-Bugio, isso se dá “devido à exploração da madeira e pela substituição de sua área de domínio pela agricultura e reflorestamentos de pinus e eucalipto”. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), restam apenas 5% da área original de floresta, sendo 0,7% “áreas primitivas”.
Dizem as más línguas, e atribuem os dados ao Ministério Público (MP) do Paraná – não consegui confirmar no site do MP se isso é verdadeiro -, que cerca de 0,8% do que existiu de mata de araucária no estado permanece completamente preservado. Observando a foto… O número não parece ser muito distante da realidade. O resto virou pó. É uma pena.
Vote Cataratas como uma das 7 maravilhas do mundo!
Semana passada, quando estava em Foz do Iguaçu e em Puerto Iguazú (Argentina) – o lado hermano das Cataratas – em todo lugar havia placas espalhadas: “Vote Cataratas do Iguaçu para uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza”. Os dois países se uniram pelo bem maior, o reconhecimento da beleza da natureza. Veja o site criado aqui.
Segundo o sítio, a eleição teve início em 2007, envolvendo 440 atrações de 220 países. Após duas etapas com voto popular e seleção de especialistas, foram definidas 28 finalistas, elas as Cataratas. Nessa terceira e última etapa, a votação acontece pela internet. Vote aqui! O anúncio das vencedoras dever ser feito ainda este ano.
Eu já votei! Já votei! Escolhi as opções brasileiras – Amazonas e Cataratas – e Galápagos, Mar Morto, Maldivas, Vesúvio, Grande Barreira de Corais. Difícil escolha. Agora é torcer!
Mais: “O concurso é promovido pela Fundação New 7 Wonders, da Suíça, nos mesmos moldes da disputa que consagrou o Cristo Redentor uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A entidade tem como compromisso a documentação e a conservação dos grandes monumentos e patrimônios naturais ao redor do mundo”.
Cataratas do Iguaçu são “culpa” de falha geológica
Voltei! E trago na bagagem uma dica de ecoturismo: Cataratas do Iguaçu – ou Cataratas del Iguazú, se preferir.
Mas este Xis-Xis está fino, viu. Entre os posts que têm o Rally dos Sertões como fio condutor – é assunto que não acaba mais – falarei sobre o meio ambiente e a ciência relacionados à região de Foz do Iguaçu (PR). Como aqui não é um blog de viagem, e sim de meio ambiente e ciência, vou explicar o porquê existem essas maravilhosas cachoeiras aglomeradas.
Há muitos e muitos anos, entre 145 e 120 milhões de anos atrás, uma falha geológica abriu fraturas na área onde hoje existem as Cataratas. Se você reparar no formato delas, verá que são como escadas. Então, de dentro dessas fraturas saíam lavas que iam secando. Depois, mais lavas que iam secando. Em seguida, mais lavas. E, assim, foi criado o cânion que, mais para frente, deu origem às cachoeiras que tiram o fôlego até do ser humano mais insensível – veja na foto acima que tirei do helicóptero, fina again.
Como descobri isso? Além de ter um pai geólogo, ao visitar a parte brasileira da maravilha, o Parque Nacional do Iguaçu – saiba que apenas 20% das Cataratas ficam do lado brasuca -, tentei segurar minha ansiedade para conhecer o museu inserido na entrada do local. Lá, as principais explicações sobre a área estão disponíveis de forma simples. E rápida.
Adendo. Minha vida está uma loucura, nunca dantes tantas coisas diferentes e pela primeira vez aconteceram ao mesmo tempo. Após momentos tristes, consegui uma folga e fugi para onde haja um tobogã, onde a gente escorregue. Fui realizar meu sonho de infância, ver de perto aquele mundo de água sendo despejado rio abaixo, no meu amado estado natal. Claro que aproveitei para fazer “turismo antropológico” em outros países da encantadora tríplice fronteira, como no Paraguai e na Argentina. Aliás, se quiser recomendações, deixe um comentário abaixo ou me tuite @isisrnd.
Dica: Quer saber como os índios explicavam a formação das Cataratas – e aproveitar para conhecer outras lendas do Paraná? Entre aqui! Os textos são curtinhos. “Com certeza, você já se banhou na queda de uma cachoeira. Sentindo a sensação, da sua alma sendo purificada por inteira”, a mala aqui tentava lembrar a letra na trilha.
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Obs.: O colega Blog do Planeta, da revista Época, está lá também. Veja aqui!