Parece japonês, mas não é

Shoyu, bonsai e hashi. Nenhum foi inventado no Japão. Duvida? A semana paulistana de moda teve como tema o país oriental. Durante o evento, todos os dias o SPFW JOURNAL trazia novidades dos desfiles, comportamento e por aí vai. A publicação estava linda. Modestamente, um arraso.
Todas as edições, praticamente, receberam uma coluninha fixa chamada “Isso não é japonês!”. Ela continha revelações inacreditáveis. O povo da redação não se conformava… Para quem não teve acesso a esse fantástico veículo, segue um gostinho do que foi publicado. Confira o que NÃO é japonês:
Atari
Acredite se puder. O nostálgico videogame, ícone dos anos 80, foi desenvolvido no país que mais concorre tecnologicamente com o Japão: Estados Unidos.
Pastel
Alguns estudiosos afirmam que a origem da iguaria é portuguesa. Outros juram que é chinesa. Os mais exaltados pretendem entregar a autoria aos brasileiros. A única certeza é que japonês não é, né?
Tempura
Dizem as más línguas – de bom paladar – que o famoso “típico prato japonês” na realidade é… português! Ele foi introduzido no Japão durante a expansão marítima. Perceba o parentesco de “tempura” com as palavras: “tempero”, “temperar”, “temporã” e “têmporas”.
Olimpíadas 2008
A China será a sede das próximas Olimpíadas que ocorrem este ano. Em 2002, a Copa do Mundo foi disputada na Coréia e no Japão. Explicada a confusão?
I-Ching
“Ele me ama?”, perguntam os apaixonados. O oráculo, utilizado há mais de 3.000 anos, já conhece a pergunta de trás para frente. Seus criadores chineses juram que ele sempre acerta a resposta.
Yakissoba
Significa “sobá frito” – ou esse tipo de macarrão. Foi incorporado pelos japoneses na sua culinária, mas… É um prato de origem chinesa ideal para ser acompanhado por um típico saquê – este, sim, japonês.
Pucca
Nem todo desenho animado “cute” de olhos puxados é japonês. A menininha, bem-humorada e apaixonada pelo ninja Garu, é cria da empresa sul-coreana Vooz.
Tai Chi Chuan
Trata-se de uma arte marcial e filosofia de vida chinesa! A tradução para o português seria algo como “princípio supremo dos punhos”. Os praticantes de “Tai Chi” mantêm – ou afirmam – a saúde e a cabeça em ordem.
Taekwondo
Por sua vez, esta arte marcial é coreana! Originou-se antes de Cristo. “Tae” significa pé; “Kwon”, mão; e “Do”, caminho ou filosofia da vida. Logo, Taekwondo seria “caminho dos pés e das mãos por meio da mente”. Ufa.
Tangram
Na China, era uma vez um imperador tentando consertar um espelho que ele mesmo quebrou. Ao encaixar os cacos, percebeu que isso poderia virar um jogo. Assim, diz a lenda, nasceu o quebra-cabeças chinês.
Kung fu
Mais uma arte marcial que é… Made in China! O esporte, também chamado de wushu, foi popularizado pelo ator Bruce Lee.
Memórias de uma gueixa
Para americano, oriental é tudo igual! Zhang Ziyi, a atriz que interpreta a personagem principal do filme é, na realidade, chinesa. Ela é natural de Beijing…
Pó facial
As primeiras a colocarem pó branco no rosto para ficar gatinhas foram as gregas, há mais de 4 mil anos! O problema é que a fórmula original do cosmético era uma ameaça para a saúde, pois continha chumbo. Mulher e vaidade devem ser sinônimos e não se está falando grego…
Shoyu
Embora tenha nome japonês, o tempero usado na culinária oriental é chinês de nascimento. Surgiu de uma pasta feita de grãos de soja fermentados entre os anos 1134 e 246 a.C., na dinastia Zhou.
Rain, do Speed Racer
O piloto “japa”, que só revela se é do bem ou do mal no final do filme, chama-se Taejo Togokahn. Ele é… sul-coreano! Aliás, o gato impressionou tanto os diretores que já foi escalado para fazer Ninja Assassin, uma aventura sobre artes marciais.
Bonsai
A arte de cultivar árvores em miniatura surgiu na China. Mas, verdade seja dita, se popularizou no mundo devido aos japoneses por volta do século VIII. “Bon” significa bandeja ou bacia e “sai” cultivo.
Hashi
Os famosos pauzinhos que funcionam como talheres para boa parte dos orientais têm origem chinesa. Apesar disso, no Japão são utilizados em todos os tipos de refeição, mesmo nas formais.
Miojo
Momofuku Ando inventou o bom-bonito-e-barato macarrão instantâneo e fundou a Nissin Food Products, que produz o tal miojo. Ando trabalhou no Japão, mas é… Made in Taiwan! Ele nasceu, em 1910, no país quando este estava sob ocupação japonesa.
Japonizar
Leia com sotaque japonês o trava-língua: arukōru, biidoro, botan, bouro, kappa, karuta, koppu, oranda, pan, shabon, shurasuko e tabako. Agora, respectivamente, a tradução: álcool, vidro, botão, bolo, capa, copo, Holanda, pão, sabão, churrasco e tabaco. A mera semelhança não é coincidência. Elas são portuguesas que foram japonizadas.
Monte Fuji
Pegadinha! O ícone geológico fica mesmo no Japão.
Fonte: SPFW JOURNAL

Mercosul fará acordo científico

“Os países que integram o Mercosul e seus associados assinarão na terça-feira um acordo de princípio no campo da Ciência e Tecnologia visando o desenvolvimento produtivo para agregar valor à produção regional.
O Programa Base de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva do Mercosul é um plano de desenvolvimento para o período 2008-2012 e pretende reorientar a agenda científica e tecnológica da região para superar as assimetrias entre os países sócios, segundo o chanceler argentino Jorge Taiana”.
“Gentem”, será que agora vai? Bom, ao menos alguém lembrou da ciência… Depois da educação e saneamento básico, a ciência é um dos itens mais importantes para o desenvolvimento dos países.
Fonte: AFP

Nova revista brasileira científica

A Universidade do Sul de Santa Catarina lançou esta semana a Revista Plural. Ela é uma publicação  virtual e científica do Curso de Comunicação Social – existe desde 1992 com as habilitações de jornalismo e publicidade e propaganda. Os textos são da área de humanas – até que enfim. A idéia é incentivar e possibilitar o “espírito investigativo” dos professores e alunos, criando também oportunidade para trabalhos provenientes de outras instituições.
O acesso é gratuito. Os temas da primeira edição abordam a pesquisa no campo da comunicação social, análise semiótica – adoro! – do Kitsch, a utilização do marketing nas campanhas eleitorais, o cartaz publicitário na “belle époque”, Machado de Assis e por aí vai. Clique aqui para conhecer.

Fantasmas com ouro em Bonito

Como todo lugar mágico, Bonito – cidadezinha do Mato Grosso do Sul – está repleto de histórias. Mais que isso, algumas são lendas vivas. Cá entre nós e baixinho, os moradores garantem que elas influenciam, ainda hoje, a vida das pessoas. “O enterro” é um exemplo…
Durante a Guerra do Paraguai, iniciada em 1864, soldados paraguaios – que vinham lutar em terras brasileiras – traziam ouro para garantir o sustento, trocas-trocas e afins. Muitas batalhas se deram onde hoje fica o estado do Mato Grosso do Sul.
Durante os confrontos, os paraguaios enterravam o metal para não perdê-lo ou serem roubados. Procuravam uma Figueira típica da região – não a dos famosos figos nem as das praças públicas de São Paulo – e escondiam o ouro sob a sombra ou a uma determinada distância da árvore. Na volta das lutas, desenterravam e seguiam com o metal.
Entretanto, diversos soldados paraguaios morreram antes de alcançar seu tesouro. Assim, a Guerra acabou em 1870. Mas… os espíritos deles continuam vagando por Bonito em busca dos ouros. Pessoas juram – de pés juntos – que encontraram o precioso metal enterrado aos pés das Figueiras. Porém não adianta voar para lá atrás do seu brilho dourado.
Não é qualquer um que consegue descobri-lo. Apenas quem possui bom coração – alma inocente e pura – é levado pelos espíritos ao local do desenterro. Muitas pessoas do bem dormiram nos seus quartos e acordaram acima do tesouro no quintal. Outros foram instruídos por meio de sonhos ou visões. Gananciosos enlouqueceram, ricos empobreceram, ambiciosos amarguraram e entristeceram.
Se a lenda é verdadeira ou não, somente os bonitenses com seu ouro desenterrado de uma Figueira podem responder…
Por que uma Figueira? Ela foi escolhida pela sua durabilidade e “inutilidade”. Pode sobreviver mesmo se for atingida por raios, queimadas ou inundações. Sua raiz também é muito forte. Cortada, demora anos para apodrecer – quando não nasce novamente. Porém, devido à consistência, sua madeira é desprezada.
Obs.: Na foto, eu fazendo flutuação no Rio da Prata. Inseri o texto inspirado no post do blog Uma Malla pelo Mundo. Clique aqui.

Maria das Dores? Nunca mais!

Sabia que este ano – agorinha, 2008 – é o Ano Mundial contra Dores em Mulheres? A International Association for the Study of Pain (IASP) – Associação Internacional para o Estudo da Dor – quer chamar a atenção para a falta de conhecimento sobre questões relativas à dor feminina e as diferenças no tratamento e na pesquisa. A campanha se chama “Real women, real pain” ou “Mulheres de verdade, dores de verdade”. Confira aqui, em inglês.
Ao contrário do que se diz por aí, que homem é fraquinho, fraquinho para dor e mulher suporta até a dor do parto…  Estudos experimentais mostram que as mulheres têm menores limiares e tolerância à dor em comparação aos homens. Também, de acordo com a Sociedade Brasileira Para Estudos da Dor (SBED), as mulheres afirmam experimentar uma dor mais recorrente, intensa e duradoura que os machos.

Veja nas imagens – retiradas do site da SBED – as causas mais comuns que deixam as mulheres, totalmente, xaropes e Maria das Dores – não vale ficar analisando as nádegas da moça.
Como prevenir tanta queixa? Deve-se mudar condições emocionais – mente sã, corpo são -, de ambiente físico – mobiliário, iluminação – , de ambiente social – relacionamento familiar, no trabalho -, de postura e estilo de vida – atividades de lazer, prática de esportes, etc.

Como tratar? Primeiro é imporante ter ateção as condições que indiquei em “como prevenir”. Depois, mandar a ver em fisioterapia, medicamentos e por aí vai. O sensacional e inteligível site da SBED – clique aqui para ler – possui explicação sobre todos os tratamentos.

Se eu tivesse descoberto antes a acumpuntura, a massagem e o RPG – nessa ordem – seria, com certeza absoluta, uma pessoa mais feliz – agora sou! Você não imagina, por exemplo, o que uma agulhadinha pode fazer por sua saúde!
Ano passado fui tanto para a acumpuntura, mas tanto, que a Dra. Esmeralda – A médica – chegou a dizer: “Está bom, não? O tratamento já terminou há algumas sessões…” E o RPG? Eu fazia para “garantir”. Vai que eu fique com má postura… Depois conto mais aventuras – ou relaxamentos – nessas três áreas, inclusive me aproveitando das massagens grátis oferecidas durante o SPFW. Ai, ai (suspiro)…
Enfim, somos ou não o sexo frágil? Precisamos de muito carinho, compreensão e amor. Viu? Claro, e de que nos deixem livres para termos direitos iguais. Uma coisa não exclui a outra!

É melhor rir da ciência

Já se imaginou sem celular, cartões magnéticos, internet – eu hein! -, exames de DNA, transplantes, equipamentos hospitalares e eletrodomésticos? A comédia musical “A culpa é da ciência?” reflete com bom humor sobre os benefícios, riscos e responsabilidades que essas conquistas impõem.
Contemplada pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – que apóia, até com recursos financeiros, esse tipo de arte -,  a peça é apresentada pela companhia Arte Ciência no Palco. A temporada, em São Paulo (SP), começa no próximo sábado. Veja:
Duração: de 28 de junho até 27 de julho
Horário: sextas e sábados às 21h, domingos às 19h
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00
Local: Rua Marquês de Paranaguá, 111, Centro – Auditório da PUC
Informações e reservas: (11) 3081-8865, 9624-2222
Lotação: 180 lugares
Duração: 90 minutos
Censura: acima de 14 anos
Acesso para deficientes físicos
Mais informações sobre a companhia, clique aqui.

Jornal da Tarde é censurado pelo Cremesp

“Liminar concedida ontem pelo juiz-substituto Ricardo Geraldo Rezende Silveira, da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, proibiu a publicação de reportagem sobre supostas irregularidades cometidas pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) – que estão sendo apuradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A liminar foi entregue ontem às 20h na redação do JT por Cláudia Costa, advogada do Cremesp. Sua autenticidade foi confirmada pela Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça. O juiz não foi encontrado para comentar a decisão.”
Quais são as supostas irregularidades? “As irregularidades são investigadas pelo Tribunal de Contas da União e seriam relatadas em reportagem na edição desta quarta-feira do jornal.”
O que o meu meio – jornalístico – acha? “’A decisão é absolutamente inconstitucional, pois a Constituição, no artigo 220, proíbe a censura e, especialmente, a censura prévia’, diz o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo”.
Eu lamento que isso esteja acontecendo, mas não vou falar muito sobre o tema. Preciso ler mais para concluir. Com base em outros fatos, apenas lembro que a “liberdade de imprensa” é como a nossa “democracia”, só existe para quem tem dinheiro. Genten, mas não se preocupe. Continuaremos comemorando os 40 anos do ano de 1968. “O ano que nunca acabou”. Trechos retirados daqui e dali.
Quanto à ciência, continuo compartilhando-a neste blog.

Novo museu online de ciência

museu de ciênciaHoje, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra lança o “Museu Digital”. Trata-se da maior base de dados de intrumentos científicos de Portugal. Estão disponíveis mais de 19 mil peças – algumas mostradas ao público pela primeira vez.
Objetos científicos, de história natural e de etnografia – um método de conseguir vestígios antropológicos – foram informatizados e digitalizados. Com o tempo, a instituição pretende oferecer onlinesísticamente – também tenho “Rosa” no sobrenome – a possibilidade de conhecer todos os seus 250 mil exemplares.
Já que não dá para atravessar o Atlântico em 15 minutos e nem a nado, clique aqui para conhecer o site. Ele é simples e bonito. Dá para fazer pesquisa digitando a palavra de interesse ou por temas já dispostos. As fotos das peças são grandes e claras. Cada objeto pesquisado possui ficha técnica com características e afins. Veja fotos do museu, conheça as mostras e o calendário aqui.
Ah, o Museu da Ciência recebeu este ano o prêmio Micheletti de Ciência, Tecnologia e Indústria, atribuído pela organização não governamental inglesa European Museum Forum (EMF). Leia a matéria de onde retirei as informações aqui. Veja os outros museus premiados no No Mundo dos Museus….

Vacina contra a gripe aviária

Um grupo de pesquisadores da Baxter Internacional – empresa da área da saúde que desenvolve produtos de biotecnologia, terapias especializadas e equipamentos médicos – anunciou o desenvolvimento de uma vacina contra gripe aviária segura e eficaz. Os resultados dos estudos clínicos acabam de ser publicados no The New England Journal of Medicine (NEJM). Mostram que a vacina é capaz de proteger contra três variantes do vírus H5N1, causador da doença.
 
Cerca de 75% dos voluntários envolvidos na pesquisa desenvolveram anticorpos contra o vírus da gripe aviária depois de receber duas doses da vacina, denominada Celvapan. Segundo a empresa, esse é o melhor resultado já obtido com vacinas contra a doença. Nesta etapa do estudo, foram imunizadas 248 pessoas saudáveis, de 18 a 45 anos, na Áustria e em Cingapura.
 
Esta é a primeira vez que cientistas desenvolvem uma vacina contra gripe utilizando cultura de células em vez de ovos embrionários de galinha – a principal tecnologia utilizada para produção de vacinas nos últimos 50 anos. Com esse novo processo – chamado Vero Cell -, as vacinas podem ser produzidas em cerca de três meses, metade do tempo de fabricação que a tecnologia baseada em ovos requer.

Último dia, última ecobag

Hoje a Bienal, às duas da tarde, acordou vazia. O povo começava a chegar com cara de “eba, último dia”. Mas, confesso que mesmo sendo uma jornalista científica – estudo/ei para isso, pô -, levantei nostálgica. A gente fica amigo de infância dos colegas com quem passamos o dia todo juntos. Uma semana parece um ano. Também, já saudades de encontrar pelas rampas os amigos de profissão que não vemos sempre. Enfim…
Passei no lounge da TAM. Lá podíamos fazer uma fotinho “capa de revista” que é um ímã de geladeira. “Gift” para dar para a mãe ou avó espantar os insetos. Os mais caras de pau ganham uma “ecobag” de algodão cru com estampas de florzinha.  Último presentinho de uma SPFW meio ambiental. Agora vamos ao “after hour” de despedida. Ah, se tiver acesso, confira meus hai-kais que foram publicados no Journal… Momento poético!