Xis-xis no Roda Viva, da TV Cultura

Amanhã, twitarei uma gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura. O artista visual franco-marroquino Titouan Lamazou será o entrevistado. O programa é transmitido ao vivo pela internet, a partir das 10 horas da manhã. Acompanhe pelo site do canal e pelo meu Twitter @isisrnd . Não há data para ser transmitido pela televisão.
Quem é  Titouan Lamazou? Em 2003, o artista recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de “Artista da Paz” por seu trabalho em defesa dos direitos das mulheres. Agora, a Oca, em São Paulo, abriga uma exposição do Lamazou. Chamada de “Mulheres do Planeta”, reúne cerca de 2 mil obras como fotografias, pinturas, textos e filmes criadas pelo artista. Entre elas, há fotos de 19 brasileiras incluindo a  Dercy Gonçalves. Veja as obras dele aqui.
Serviço
Oca, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque do Ibirapuera, portão 3, São Paulo – SP
De terça a domingo, das 10h às 20h, até dia 11 de julho
Ingresso: R$ 11 (grátis às terças)

“Não se nasce mulher: torna-se”

Domingo frio desses fui ver o monólogo atuado pela Fernanda Montenegro “Viver sem tempos mortos”, patrocinado pela Mapfre Seguros. Além de ótima companhia comigo, observar a atriz interpretar Simone de Beauvoir a poucos metros de distância é um presente para contar aos netos.
Antes da peça começar, Fernanda Montenegro fixou o olhar na platéia por minuto. Tão brilhante, penetrante. Ela parecia ouvir os inquietos pensamentos. Abaixei a cabeça e abri um sorriso envergonhado. Será que alcançou meus sentimentos mais profundos?
Se não aquele momento, até o final do monólogo, com certeza. A peça, com cerca de uma hora, se passa em um cenário suficiente. Sobre o chão de tábua, uma cadeira de madeira. Em cima, uma luminária preta gera luz quadrada.
A atriz, de cabelos presos, usa pouca maquiagem que reforça os olhos – parênteses: que cútis. Veste uma camisa branca, calça e sapatos pretos. Sentada na cadeira, semelhante a que Simone de Beauvoir pediu para ficar ao lado da sepultura de Jean-Paul Sartre, encarna a filósofa francesa.
Uma mulher escuta de outra – grande – mulher uma história de uma – grande – mulher. Eu já conhecia um pouco sobre a vida e obra de Simone – e de Fernanda -, mas o monólogo fez entender muito melhor essas duas representantes do sexo feminino.
Esses dias, como Freud indagou, me perguntaram no Twitter: “O que as mulheres querem?” A francesa pode não ter respondido diretamente à questão, mas por meio da peça encontrei em mim uma filosofia para a resposta.
A “personagem” Simone (1908-1986) era de uma família com boas condições financeiras. Estudou. No século passado (!), lutou pela liberdade de expressão. Principalmente, defendeu a liberdade das mulheres. Ela optou por não ter filhos, manteve relacionamento “aberto” com o colega e amor Jean-Paul Sartre, se dedicou à escrita e às aulas.
Uma mulher bonita – vide foto ao lado tirada pelo americano Art Shay, em 1952 – e inteligente que discorreu sobre a existência. Procurou viver suas vontades e, ao mesmo tempo, entender a natureza humana. Uma resposta definitiva parece – até para ela – impossível. Mas essa reflexão é essencial para nós próprios nos entendermos.
Após a peça, saí ainda com mais dúvidas sobre a vida, as pessoas e o que desejamos. Paradoxalmente, também me senti mais leve. Encontrei uma Simone e um Fernanda dentro de mim. Uma mulher que sabe o que não quer. Hoje, na dúvida de qual ação tomar, a francesa é uma inspiração. “Viver é envelhecer, nada mais”, disse.
Obs.: Para ler um pouco mais sobre Simone de Beauvoir, indico este site que leva seu nome. Este post também foi publicado no blog “Os Humanos” e no “Comparsas do Blog” dos quais, agora, sou colaboradora.

Caneca, squeeze e tapeware

“Uma mulher prevenida vale por duas”, diz o ditado. Então, colegas, preparem-se. Não basta levar apenas uma sacolinha de tecido na bolsa para nossas comprinhas na farmácia ou no supermercado.  Recentemente, durante uma palestra Thaís Horta, pedagoga e coordenadora do programa A3P na cidade de São Paulo, disse que se recusa tomar cafezinho ou água em copos plásticos. A solução? Ela sempre leva na bolsa uma caneca e um squeeze.
Se alguém oferece uma bebida em copo ou xícara de plástico, Horta lança mão da sua super caneca de cerâmica. O squeeze, como já é o costume de muitas pessoas, “serve” para beber água. E o que tem a ver o tapeware do título? A-há. Quando vai à padaria comprar frios, ela leva um tapeware! Assim, poupa plástico e papel que virariam lixo.
Meninas, para o banho, outra sugestão da pedagoga. Tirar o condicionador do cabelo exige muita água – ainda mais se as madeixas são compridas, como meu caso. Então… Horta opta pelo produto sem enxagúe. Ela disse que o cabelo fica solto – o fato é que o dela, realmente, brilhava bastante.
O que é o A3P
A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) é um programa que implanta práticas, em órgãos públicos, para poupar o meio ambiente. As ações vão desde usar papel reciclado até checar a parte hidráulica das construções. Horta contou que o Edifício Martinelli, prédio histórico localizado no centro da cidade de São Paulo, gastava em água o equivalente a 10 piscinas olímpicas por dia. Após reforma, o condomínio economiza 100 mil reais por mês na conta de água. Outro exemplo do trabalho do A3P. O equivalente à 10% do PIB brasileiro é gasto em compras públicas. O programa do governo estimula que invista esse dinheiro comprando produtos “verdes” – menos prejudiciais à natureza. Para saber mais sobre o programa, clique aqui.
Obs.: Acabei de ver, da janela do meu quarto, um bando de aves migratórias voando sentido litoral. Que lindo!

Espanhóis lançam TV online sobre ciência

¿Hablas Español? Vladimir de Semir, diretor do observatório de comunicação científica da Universidade Pompeu Fabra, e Cecilia Cabello, chefe de gestão da informação científica da Fundação Espanhola para a Ciência e Tecnologia (Fecyt), lançaram o site espanhol Indagando TV. Ele exibe, exclusivamente, vídeos com temática científica! São matérias sobre saúde, meio ambiente, tecnologia…
O site possui uma programação e um arquivinho bacana de documentários – com filmes até da brasileira Fundação Oswaldo Cruz. “Arquivinho”, no diminutivo mesmo, porque o site é novo. O conteúdo segue em construção. Para quem não entende lhufas de espanhol, saiba que a Indagando TV é bilíngüe. Toda a programação possui tradução para o inglês. Conheça a TV clicando aqui. Aliás, alguém aí topa fazer comigo um projeto semelhante no Brasil?

Agora sim, ajude a construir uma São Paulo melhor

Essa é destinada a quem mora na metrópole mais louca do mundo: Sampa. Mas quem não vive nela também pode participar. O Movimento Nossa São Paulo – composto por 550 organizações da sociedade civil – criou um questionário online para descobrir o que é mais importante para ter qualidade de vida. Com o resultado da pesquisa serão criados os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem).
Em seguida, com eles, a prefeitura poderá implantar medidas que atendam direitinho às necessidades de bem-estar da população. É a chance de palpitar sobre a nossa cidade e ter esperança de retorno. Eu já respondi. O questionário é longo, mas não toma muito tempo. Para responder clique aqui.
Aliás, de novo pergunto: você tem qualidade de vida? Pense nisso. E se quiser se divertir um pouco com o assunto, indico esses testes – não são científicos.

E os Molecos vão para…

A-há! Após o suspense, publico o resultado do sorteio dos Molecos super fofos cedidos pela Rede Ecoblogs. E os sortudos são… Dani Doduti do blog “It’s a Wonderful Life” e Leandro do “Belesss”! Parabéns! Para receber o prêmio, peço que ambos me enviem um e-mail com o endereço e telefone.
Recapitulando, o caderno de bolso “moleskine” era usado por artistas como Van Gogh e Picasso. Eles registravam seus pensamentos e pirações nas páginas em branco. Mas o Moleco sorteado possui um diferencial plus. É feito com papel reciclado!
Bom, aos demais, agradeço a participação!

Festival Mundial da Ciência

Enquanto aqui no Brasil era feriado, Nova York sediava a segunda edição do Festival Mundial da Ciência. O objetivo do evento era manter as pessoas informadas sobre a ciência e discutir as implicações para o futuro.
Infelizmente, não pude comparecer ao festival. Se você também está na mesma condição que eu, saiba que no site do evento há vídeos inteiros com as discussões. Einstein, origem do universo, fé e ciência e o que significa ser humano são alguns dos temas. O único detalhe é que o site é todo em inglês.
Vale uma fuçada, inclusive, no arquivo da edição anterior. Clique aqui para entrar no site. E boa navegação!

Por que o amor é cego?

Esses dias twitei – para quem não sabe o que é Twitter, clique aqui – uma matéria interessante sobre o amor. “A ciência pode ajudar as pessoas a encontrar a alma gêmea”, veja ali. Eu não acredito em “alma gêmea”. Seja lá como isso for interpretado. Mas o amor existe. Inegavelmente!
Agora, será que há uma explicação científica para aquele antigo ditado, “o amor é cego”? Segundo o neurologista André Palmini, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),  palestrante do V Congresso Brasileiro Cérebro, Comportamento e Emoções que aconteceu em Gramado (RS), sim. Pesquisas recentes mostram que, quando uma pessoa está apaixonada por alguém, seu cérebro desativa estruturas responsáveis pelo julgamento crítico e por manter alerta contra ameaças do ambiente.
Por isso o “falling in love” dificilmente consegue ver defeitos e desconfiar do amado. “Estudos com imagens mostram que os mecanismos cerebrais que nos fazem ter uma visão crítica sobre as atitudes dos outros são desativados quanto estamos com a pessoa amada”, diz. Com o passar do tempo, a situação vai mudando. “Com a consolidação do sentimento, o cérebro começa a reagir ao ver a pessoa amada de forma parecida como age com outras pessoas”, afirma o médico.
Como é sabido, Palmini afirma que o amor é um dos responsáveis pela evolução e preservação da espécie. “Temos no nosso cérebro um sistema de recompensa que é o que nos faz buscar alimentos, água e outros itens de sobrevivência”, conta. Pesquisas demonstraram que o amor também ativa de forma intensa esse sistema, nos proporcionando prazer e bem-estar. “Na busca de bem-estar, amamos, reproduzimos e evoluímos”, explica Palmini.
O que a neurociência ainda não consegue entender é o porque das pessoas continuarem juntas, mesmo vendo os defeitos do outro. A Isis explica: isso sim é o amor, pessoal! Ah, e a continuidade da espécie. Vamos mudar o ditado: “A paixão é cega, mas o vizinho não!” Love is in the air…
Obs.: Esse final de semana fui a uma festa junina – adoro. Na frente de uma barraquinha, um cartaz gigante dizia, “nosso algodão doce é feito com açúcar orgânico”. É, São João e Santo Antônio, os tempos são outros… Mas, na época dos senhores todos eram orgânicos, não é mesmo?

Veja as aspirações de homens x mulheres com vinte e poucos anos

Adoro pesquisas de comportamento. Mesmo que, geralmente, afirmem o que já sabemos. Mas ok. Uma recente do Ibope Mídia, com dados da ferramenta Target Group Index, aponta o comportamento, os hábitos de consumo e as expectativas da população brasileira com mais de 20 anos em relação ao futuro – ou seja, faço parte dessas estatísticas.
O estudo destaca que as tradicionais diferenças entre os públicos feminino e masculino evidenciam-se, por exemplo, em questões ligadas à aparência pessoal. Pasme: 40% das mulheres estão dispostas a fazer cirurgias para melhorar o visual, enquanto apenas 29% dos homens concordariam.
“Os dados do estudo permitem uma radiografia do brasileiro atual, dos seus desejos e aspirações, principalmente, no que diz respeito às diferenças conceituais entre homens e mulheres”, explica Juliana Sawaia, gerente de marketing do Ibope Mídia. A afirmação “Eu prefiro passar uma noite calma em casa do que sair” mostra uma pequena – e óbvia – diferença, 73% dos machos concordam e 70% das mulheres também.
Questionados sobre os antigos preconceitos entre os sexos, o público masculino confirma-se mais convencional: 16% deles ainda acreditam que “O lugar da mulher é dentro de casa” contra 9% delas. Quando a afirmação é “Os homens não choram”, a mesma situação se repete, 18% do público masculino identifica-se com a proposição. Entre elas, apenas 12% concordam.
Já na questão “Os homens e as mulheres deveriam compartilhar igualmente as responsabilidades da casa”, os dois possuem alto nível de concordância, mas as mulheres ainda são maioria: 87% delas são a favor contra 80% deles. Quero ver na prática!
Com relação ao consumo – he he -, 66% do público feminino realizou compras pessoais – exceto bebidas e alimentos – nos últimos 30 dias. Ao contrário do que se imagina, os homens mantém margem semelhante de 60%.
A pesquisa perguntou se os sexos concordam totalmente ou parcialmente com mais essas frases: “Como eu gasto o meu tempo é mais importante que o dinheiro que ganho” (55% de ambos responderam que sim), “Aproveito o presente sem preocupar-me com o futuro” (os homens se preocupam mais com 36% e as mulheres com 32%), “Me parece importante manter uma relação duradoura com somente um(a) companheiro(a)” (83% machos x 85% fêmeas, claro), “É importante estar atraente para o sexo oposto” (homens 76% x mulheres 72%!). Deixando qualquer diferença de lado, feliz Dia dos Namorados para todos os casais!

A árvore que refloresta é a mesma que polui

Ironia do destino. Geralmente, quando você compra uma arvorezinha, a raíz dela e a terra que a cerca estão fixadas por um saco plástico preto. As mudas utilizadas em reflorestamento também são “empacotadas” em sacos. Agora, imagine quanto plástico é jogado fora após o plantio – eles não são reutilizados em novas mudas para evitar contaminação.
Pensando nisso… Cientistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Corn Products Brasil e a BASF, criaram um plástico rígido “ecologicamente correto” que pode ser usado na fabricação de tubetes – nome desses sacos plásticos.
O novo material é feito com EcobrasTM – um plástico biodegradável e compostável da BASF que possui polímero vegetal a base de milho – e fibras vegetais como casca de mandioca em pó ou fibras de coco. Sua decomposição que ocorre ao entrar em contato com os microorganismos do solo gera água, CO2 e biomassa.
Segundo Elias Hage Júnior, professor coordenador do projeto, a parceria entre a UFSCar e as multinacionais deveu-se ao fato do EcobrasTM ser flexível e não permitir a fabricação de peças moldadas suficientemente rígidas. Ele afirma que o novo composto pode gerar qualquer peça moldada – a casca de mandioca tem a função da rigidez e a fibra de oferece resistência mecânica, deixando o material menos suscetível a ruptura – com uso descartável como bandejas de embalagens.
A primeira etapa do projeto, responsável por adequar o uso da casca de mandioca e fibra de coco, acabou no início de 2009. A partir de agora será necessário otimizar o processo e melhorar o produto. Depois, gerar em larga escala.
A ideia é boa. Mas há uma discussão. Alguns especialistas afirmam que o plástico biodegradável se decompõe mais rápido por virar pedacinhos bem pequenininhos. Isso poderia poluir rios. Outros afirmam que o fato dele se “despedaçar” facilita ainda mais na decomposição e a não prejudicar o meio ambiente. Ai como, ultimamente, estou crítica.