I: Cube Live at Planetarium

A-ca-bei de voltar. Essa foi uma sessão de cinema, artes visuais, arte digital, instalação ao vivo, ou, melhor que tudo isso, arte + ciência para lá de especial. O DJ frânces Nicolas Chaix, conhecido por I:Cube, tocou ao vivo hoje à noite no Planetário Aristóteles Orsini, no Ibira (SP). As imagens foram criadas e projetadas pelo simpático videomaker Toby Cornish da Jutojo, empresa alemã de design gráfico e visual.
No início, uma música mais lenta acompanhava uma “mancha” branca dançarina como um pêndulo. O nada. Em seguida, um objeto redondo no estilo Homem Vitruviano crescia em três dimensões como se fosse nos alcançar. O estranho. Depois, diversas formas familiares se misturavam no céu. O caos. De repente, a música ganhou uma batida mais marcada e uma tímida influência de música brasílica. Números invadiam os céus. Setas. Piscadas. Graus. Marcas de compasso. Rotações. O planetário começou a girar. Girar. Transe. Era como o nascimento do universo. Se viam estrelas. A partir daquele momento, tudo fazia sentido. Manchas brancas apareciam, como cometas. E as restantes cinco estrelas subiram ao ponto mais alto… Para brilhar eternamente.
A sensação é tal… Várias vezes olhei às portas para conferir se o planetário não estava girando de verdade. Foi uma loucura. Ou melhor, é o começo de nova maneira de manifestar artísticamente + cientificamente. Para variar, esse movimento teve início na Europa. Por lá, fizeram sessões em outros planetários. O produtor e cineasta Fábio Almeida, a médica Simone e eu conversamos com os artistas gringos. Eles contaram que a música e as imagens foram pensadas juntas. Os desenhos projetados eram objetos como fitas cassetes filmadas. Depois, as imagens foram trabalhadas no computador. Toby misturou as cores e inseriu outros elementos. O DJ adaptou a música eletrônica para acompanhar a idéia de tocar dentro de um lugar que não é para dançar. Onde ele não está em um palco, em evidência. E sim, para viajar dentro daquele espaço científico. Em uma cúpula crescente.

Cuidado, buraco negro!

Nossa, esta semana estou apocalíptica. Nostradamus ficaria assustado comigo! Bem, vamos ao que interessa. O funcionamento do LHC, que seria em maio, foi adiado para junho por questões técnicas e de segurança. Aliás, tem gente com medo de que os minúsculos buracos negros – que possivelmente serão formados dentro dele – engulam toda a Terra. Acabando com a nossa ínfima vida. Os cientistas Walter Wagner e Luis Sancho entraram com um processo na corte federal do Havaí contra o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), responsável pelo LHC.

O Large Hadron Collider (LHC) ou, em português, Grande Colisor de Hádrons é um monstruoso acelerador de partículas. Com ele, será possível ter uma noção mais palpável de como o universo foi formado, obter informações sobre o Big Bang, unificar – ou não – leis da física que não se encaixavam, entender que raios é a matéria escura e do que ela é feita, criar pequenos buracos negros… Alguns cientistas brasileiros, com os quais conversei, falaram que é impossível sermos devorados por eles. Acredito nos tupiniquins.

Algumas informações assombrosas sobre o LHC:
É a maior obra de engenharia civil;
Tem 27 km e está construído a 100 m abaixo do solo;
A França e a Suíça gastaram 10 bilhões de francos suíços na construção;
Sem contar o investimento feito por outros países;
Os cientistas estão em busca do Higgs, uma partícula jamais vista;
Podem descobrir se existem as 11 dimensões extras da “Teoria de Cordas”;
O tubo é revestido com 96 toneladas de hélio líquido resfriado a -271 ºC;
Que vantagem Maria leva? Em cinco anos, nossa internet ficará mais rápida. Poderão ser empregadas novas terapias contra o câncer, menos invasivas e mais eficientes. Os lasers tenderão a melhorar… Entre outras coisas boas que, no futuro, nos aguarda…
Agradecimento: Prof. Dra. Maria Cristina Batoni Abdalla . Ela é super competente.

Site do fim do mundo

Terremoto, tsunami, vulcões ativos… O site da americana The United States Geological Survey (USGS – Geological Survey) possui dados do mundo inteiro, principalmente dos Estados Unidos, sobre os fenômenos naturais. Como desgraça pouca é bobagem, o USGS também mostra informações e fotos sobre gripe avária, mudança climática, espécies invasoras, etc. O mais bacana é que é possível obter dados em tempo real sobre as revoltas da natureza que assolam o mundo. Ele está em inglês e é um pouco confuso. Para navegar de forma mais amena, oriente-se pelo “Science Topics”, do lado direito.


Congressos de cardiologia

EM SÃO PAULO…
O XXIX Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) começa quinta-feira, dia 1º de maio. Durará três dias. No primeiro, Adib Jatene, ex-ministro da saúde, faz palestra sobre a saúde pública no país, no Palácio das Convenções do Anhembi, às 19 horas. Para saber mais, clique aqui.

EM BRASÍLIA…
Médicos e outros interessados em participar do XV Congresso de Cardiologia de Brasília, que acontecerá de 12 a 14 de junho, têm até o próximo dia 30 para aproveitar o valor promocional das inscrições. Promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia do Distrito Federal, o evento contará com programação científica e social. Até a próxima quarta-feira, os preços são de R$ 200 para médicos e R$ 100 para não-médicos. Em maio, o valor será 40% maior. Mais informações aqui. Obs.: As doenças do coração matam 300 mil brasileiros por ano.

VEJA QUE INTERESSANTE OS ASSUNTOS DISCUTIDOS PELA SOCESP:
Bebidas e coração: Pesquisas revelam que risco de doenças cardíacas cai em até 70% para quem consume 22g/dia de álcool, o que corresponde a dois copos de vinho.
Células-tronco: Os resultados dos estudos com células-tronco para o coração podem evitar a morte de 50 mil pessoas por ano que possuem a doença de Chagas.
Cirurgia do estômago: Estudo revela que a cirurgia para a redução do estômago diminui em quase 30% as mortes por problemas cardiovasculares.
Poluição: Pesquisa constata que a poluição, em São Paulo, corresponde ao consumo de dois cigarros por dia.
Ressuscitação: Metade das vítimas por parada cardíaca sobrevive se for atendida nos primeiros 5 minutos.

arte + meio ambiente

Adoro essa combinação! Ontem, foi o último dia para conferir a instalação feita pelo artista visual Eduardo Srur. Ele colocou pets gigantes nas margens do rio Tietê, em São Paulo. Agora, vai fazer mochilas com o material utilizado para doar. Clique aqui para ver um vídeo sobre a instalação. Ele já colocou caiaques que encalharam no rio Pinheiros, bicicletas voando na Av. Paulista… Sou sua fã de carteirinha.
Outro que teve uma sacada genial foi o grafiteiro Alexandre Orion. Um feio dia, Alexandre entrou num túnel em São Paulo. Com a poluição impregnada na parede, fez desenhos de caveiras. Alguém chamou a polícia para avisar que estavam “pichando” o local. Mas, ele não poderia ser preso, pois estava “limpando” as paredes. Veja sua obra aqui. Impressionante!
Essa última dica não é sobre instalação – arte que admiro. Porém, falando sobre sujeira e Sampa… O pintor Edu das Águas já perdeu a conta de quantas vezes caiu no rio Tietê. Faça chuva ou sol, lá está ele pintando a paisagem. Aliás, foi em uma manhã de domingo e de chuvisco que conheci seu legado. Não são obras de vanguarda ou coisa do tipo, mas ficariam lindas na minha sala – vide imagem. Além disso, mostra a beleza ignorada pelos carros que passam voando pela marginal. Imagine se todos tivessem cuidado com o meio ambiente na cidade! Quem tiver interesse, clique aqui porque Edu comercializa os quadros.
Obs.: Post visando quem não pode conferir ao vivo as duas primeiras obras.

Ciência para leigos

Você é um daqueles que gosta de ciência, mas detesta a linguagem didática-tosca que muitos utilizam? Ou, pior, não entende lhufas de “fisiquês”, “quimiquês”, etc? Dica! O site NOVA – claro que não é o da revista feminina – tem muita coisa bacana sobre ciência. É fácil de entender, mas está em inglês. Tem textos, imagens, vídeos… Aliás, eles criam filmes sobre diversos temas. Alguns que não estão no site, podem ser encontrados na Amazon. São baratos e sensacionais.

Vacina contra a Aids no Butantan

Como nem todos sabem… O Instituto Butantan é o primeiro do país autorizado a testar e produzir vacinas contra doenças sem cura. A instituição poderá estudar e fabricar, por exemplo, fórmula contra aids, pneumonia atípica – doença respiratória viral grave – e gripe do frango. Ele recebeu autorização do Ministério da Ciência e Tecnologia para manipular, testar e produzir vacinas contra microorganismos de alta contaminação. Com a capacidade de produção do Butantan, depois da possível descoberta da fórmula, é possível fabricar vacinas em até 40 dias. Figuinha para eles.

Própolis cura dengue

A epidemia de dengue no estado do Rio de Janeiro é a pior da história. Até agora, foram confirmadas 92 mortes devido à doença. É uma situação muito triste, principalmente, porque ela é cansavelmente conhecida, possui tratamento na maioria dos casos e pode ser evitada.
Bom, na internet e em pesquisas a gente acha de tudo. Na Radiobrás, “empresa” de notícias do governo, encontrei uma onde o biólogo Gilvan Barbosa Gama, de Florianópolis, afirma ter constatado que o própolis pode curar a dengue e a malária. “O própolis faz a pessoa eliminar pelo suor uma substância que afasta os mosquitos e ainda cura aqueles que já desenvolveram a doença.” Deve-se tomar 7,5 ml em dose única e durante a crise de duas em duas horas. Para crianças, reduz-se a dose pela metade. Mas, não é qualquer própolis que pode curar as enfermidades. “É preciso que ele esteja na concentração correta, 1kg de própolis para 900ml de álcool de cereais”, disse. Para ler mais, clique aqui.

Incursão: Pedra Roseta

Ísis, Osíris, Hórus… Creio que meu nome influenciou. Desde criança sou fascinada pela história antiga do Egito. Lia e via tudo sobre o tema. Tinha decorado e salteado a vida de cada deus. Por isso, a primeira vez que soube da existência da Pedra Roseta, minha respiração parou por um instante. “Então, foi assim que os pesquisadores descobriram o que significa todos aqueles hieróglifos!?!” Eu estava com menos de 10 anos e conferir de perto a descoberta passou a ser uma aspiração. Depois de muitos turistas e algumas cotoveladas…
No ano passado fui para Londres, conhecer a famosa capital. Claro, era lá, no British Museum, que o pedaço de granodiorito – ou granito negro – estava à mostra. Em um calmo domingo caminhei, pela rua paralela à do museu, observando as casas. Virei a esquina e passei tranqüila entre os leões – que ficam na frente do museu. Sabe quando se está comendo o chocolate preferido pelas beradas, para não acabar logo e saborear com masoquismo? Então. Ao chegar, visitei to-do o British Museum. Peças da Turquia, Grécia, Itália… Até que, enfim, surgiram as do Egito.
Após passar esculturas de faraós, múmias e sarcófagos, observei um falatório e uma multidão em torno de uma peça perdida no meio. Era ela! Andei rápido, hipnotizada, em sua direção, mas o sonho logo se esvaiu. Uma comitiva de turistas japoneses, cada um com uma máquina digital e uma filmadora, captavam cada ângulo (!) da pedra. Para piorar, o guia parou na frente dela com explicações sobre o tema. O que amontoou ainda mais curiosos.
Era impossível passar entre eles, fizeram um cinturão humano. Parecia uma barricada. Se eu me atrevia chegar mais perto… Todos – sério! – todos olhavam feio. Como cara feia, para mim, é fome, aquilo começou a me irritar. O pior era que infinitos grupos de turistas estavam se aproximando. Se com educação não dava… Como no metrô da Sé, às seis e meia da tarde, coloquei a bolsa para frente, segurei a máquina na mão e parti no empurrão e na cotovelada. O resultado… está na foto ao lado!
Obs.: Depois de mim, outros solitários admiradores tomaram a mesma atitude e conseguiram ver o achado. Em seguida, comi uma saladinha no restaurante do lugar.