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É possível abastecer todos os brasileiros com agricultura livre de veneno

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O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo! Desde o início do ano, o Governo Federal liberou 290 substâncias, segundo levantamento do Greenpeace. Se para aplicar o veneno os agricultores devem usar máscara e material para se proteger, imagine o que acontece com a nossa saúde ao ingerirmos frutas, verduras e legumes com agrotóxicos! Uma opção seria consumir alimentos orgânicos, mas em supermercados eles costumam custar mais e fora nem sempre são fáceis de encontrar. Assim, pesquisadores nos Estados Unidos testaram uma solução para tentar tirar o veneno da maçã. Eles deixaram a fruta em uma solução de bicarbonato de sódio diluído em água e conseguiram remover quase todo o resíduo da superfície. Acontece que o experimento foi realizado apenas com duas substâncias e parte do agrotóxico absorvido no interior da fruta permanece lá. Carin Primavesi (vídeo), filha da Ana Maria Primavesi, agrônoma renomada mundialmente, foi clara durante uma entrevista para o CNPq que fiz com ela o ano passado: é possível abastecer todos os brasileiros com agricultura livre de veneno. Carin ainda ressaltou que o agrotóxico mata microrganismos importantes ao solo, deixando-o mais pobre e desprotegido da desertificação. Será que vale aceitar essa maçã?

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Mata Atlântica está se recuperando aos poucos, aponta estudo

Hoje trago uma boa notícia. Um estudo científico feito por mais de 20 pessoas de dez instituições diferentes mostrou que cerca de 740 mil hectares de Mata Atlântica estavam em recuperação entre os anos de 2011 e de 2015. Isso corresponde a 740 mil campos de futebol que agora estão se tornando floresta! O estudo foi organizado pelo Pacto para a Restauração da Mata Atlântica, um movimento criado em 2009 por empresas, órgãos do governo, ONGs e centros de pesquisa. Na época do seu lançamento, fiz uma matéria sobre o assunto. O Pacto quer recuperar 15 milhões de hectares degradados até 2050, o equivalente a quase 100 cidades de São Paulo. Algo que eles ainda consideram possível. Para isso, o grupo procura fomentar políticas públicas que facilitem o processo de recuperação de áreas e evitem desmatamentos. Além disso, ONGs atuam no plantio de árvores nativas por meio do financiamento de pessoas e de empresas. É um grande trabalho em conjunto que está dando resultado. O Atlas da Mata Atlântica, uma iniciativa da SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica que 12,4% da área original de Mata Atlântica está preservada. E o desmatamento nessa floresta cai a cada ano.

A foto eu tirei no Parque Nacional de São Joaquim.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Luz para quem está sem energia elétrica

Muitas pessoas no Brasil ainda sofrem com carências básicas como, por exemplo, a falta de energia elétrica. Estima-se que até dois milhões de pessoas ainda estão no escuro, sem energia elétrica em casa. E a maior parte delas vive na Amazônia. Região que, ironicamente, é responsável por quase um quarto da capacidade de geração de energia instalada no país. O IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, fez estudos para analisar o projeto Xingu Solar do ISA, Instituto Socioambiental. Por meio do projeto, o ISA instalou 70 sistemas fotovoltaicos em 65 aldeias do Território Indígena do Xingu. Um projeto piloto para estudar alternativas mais sustentáveis de levar energia a essas pessoas desatendidas. No Xingu, a população já tinha gerador a diesel para fornecer energia elétrica em locais comunitários como escolas e postos de saúde. Mas o gerador a diesel é poluidor, barulhento, quebra mais facilmente e precisa ser abastecido por combustível constantemente. O levantamento do IEMA mostrou que a população do local prefere a energia solar porque se sente mais segura, já que ela é mais constante quando há sol. Por exemplo, 43% das aldeias com energia solar tiveram escolas que disponibilizam ensino noturno contra 25% das demais. O estudo foi divulgado no Feira-Simpósio Energia e Comunidades, em Manaus, evento organizado por ONGs e associações. Agora, essas organizações soltaram uma carta aberta ressaltando a necessidade de um Plano Nacional para identificar as populações sem acesso à energia elétrica, visando a resolução do problema. E devem pressionar e colaborar para que isso seja solucionado.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Munir Younes Soares/ IEMA

O que tem no ar que você respira? Sabe?

Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. E, este ano, a ONU, Organização das Nações Unidas, escolheu o tema “poluição do ar” para alertar as pessoas sobre o problema praticamente invisível aos olhos, mas que o coração sente. Segundo a ONU, 92% por cento das pessoas em todo o mundo respiram um ar sujo. Apesar do Brasil ser um país bonito por natureza, também temos pouco a comemorar. Teoricamente, o ar que respiramos deveria ser monitorado para sabermos o que respiramos. Principalmente, em áreas urbanas onde mora muita gente e onde os problemas de qualidade do ar estão associados às emissões de poluentes de veículos como carros, motos e ônibus. No Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a concentração de ozônio chegou a atingir mais que o dobro do que o nível recomendado pela Organização Mundial da Saúde entre os anos de 2013 e 2016. De acordo com o novo levantamento do IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, apenas onze estados mais o Distrito Federal monitoram a qualidade do ar. Além disso, entre os poluentes medidos no Brasil, os únicos que não apresentam uma tendência clara de queda são o material particulado fino, um dos maiores responsáveis por doenças respiratórias e cardiovasculares, e o ozônio, que é fator de risco para o desenvolvimento de asma.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

A Amazônia é maior do que se pensava!

Hoje, trago boa notícia! Pesquisadores de três universidades brasileiras descobriram que a Amazônia é maior do que a oficial, mapeada pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística! Em alguns locais, a profundidade dela pode ser de até 250 km de diferença! Além disso, o estudo revela que a área de transição da Floresta Amazônica para o Cerrado é mais biodiversa do que em cada bioma separado. Eles desconfiaram de que havia algo estranho quando visitaram algumas áreas tidas oficialmente como Cerrado, mas na verdade viram que eram florestas de transição entre os biomas. Essas florestas são diferentes, têm árvores menores, e são importantes porque formam uma espécie de escudo de proteção por serem mais resistentes às queimadas. Ao mesmo tempo, eles viram áreas de florestas maiores, mais densas, também constando como Cerrado. Ao checarem o mapeamento oficial, os pesquisadores verificaram que as ferramentas utilizadas quando ele foi produzido nos anos de 1970 eram menos precisas que as de hoje. Agora, os cientistas estão refazendo os limites da Amazônia e devem lançar o novo mapa até o fim deste ano. Isto será importante porque a Amazônia é mais protegida por lei do que o Cerrado. Será mais uma maneira para tentar conter o desmatamento, principalmente, criminoso.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Estados brasileiros contra o aquecimento global

Vocês sabiam que 30% do município de Recife, em Pernambuco, está abaixo do nível do mar? Que 90% do estado do Rio Grande do Norte é semiárido? E que o Amapá sofre com o desemprego, embora tenha a maior parte da floresta Amazônica do Estado conservada? Se o clima do planeta continuar esquentando, esses locais vão sofrer com inundações, desertificação ou mais miséria. Para evitar as catástrofes, representantes dos governos de onze estados brasileiros mais o Distrito Federal se reuniram no evento Fórum Clima 2019, que aconteceu no Rio de Janeiro. Na ocasião, eles falaram sobre tentar cumprir o Acordo de Paris assinado pelo Brasil, que prevê a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2015, tendo como base o que o país lançou na atmosfera em 2005. Os representantes dos estados contaram que, para isso, vão buscar melhorar a mobilidade das cidades, gerar novos empregos aliados ao uso de tecnologias renováveis como energia eólica e o Espírito Santo destacou que quer acabar com os aterros de resíduos. Além dos estados, participaram dos debates representantes de empresas, pesquisadores e organizações do terceiro setor. Juntos, eles formaram um conselho informal que tem como objetivo assumir a liderança política para a questão climática no Brasil.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

A poluição do ar está acima dos padrões da OMS

Olá! Bom dia! Pare e respire fundo… Você sabe o que tem nesse ar que respira? O IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, lançou a plataforma da qualidade do ar que reúne dados do monitoramento feito em todo o Brasil e também indica as ultrapassagens das recomendações feitas pela ONU. Dos 27 estados brasileiros, apenas nove realizam o monitoramento da qualidade do ar. São eles: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Distrito Federal. Nesses locais, os poluentes material particulado fino e o ozônio seguem em alta. O material particulado fino é um dos maiores responsáveis por doenças respiratórias e cardiovasculares no mundo. Ele é emitido pela queima de combustíveis e formado lá na atmosfera a partir de reações químicas. Já o ozônio pode ser causador de doenças pulmonares e a asma. Ele aparece nos dias ensolarados a partir da reação química de outros poluentes. A concentração dele no Parque do Ibirapuera, por exemplo, chegou a ser o dobro do que a OMS recomenda. Mas uma notícia boa: a maioria dos poluentes apresenta uma tendência clara de queda. Isso graças a programas como o de controle veicular (Proconve) que regulamenta a tecnologia dos motores e a qualidade dos combustíveis. O negócio é olharmos para aquilo que a gente não vê.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Lugar de mulher é na ciência!

Olá! Bom dia! Lugar de mulher é onde? É na ciência! O CNPq lançou a sétima edição do Pioneiras da Ciência, uma iniciativa que homenageia pesquisadoras brasileiras com trabalhos importantes para o avanço do conhecimento científico e tecnológico no país e no mundo! As homenageadas desta última edição são: a entomóloga, especialista que estuda os insetos, Alda Lima Falcão; a física Beatriz Alvarenga; a historiadora e ativista Maria Beatriz Nascimento; a física Ewa Wanda Cybulska; a linguista Leda Bisol; a física Linda Viola Ehlin Caldas; a geógrafa Maria Adélia Aparecida de Souza; a cientista política e escritora Paula Beiguelman; a física Ruth de Souza Schneider; e a bióloga Yocie Yoneshigue Valentin. A homenagem é importante porque mostra para as meninas e mulheres em geral que nós podemos exercer um papel relevante na sociedade. Segundo um estudo feito por pesquisadoras do CNPq, da UNICAMP, Universidade Estadual de Campinas, e da Universidade de Brasília, o total de bolsas de estudo concedidas pelo CNPq a homens e mulheres é igual. Mas a participação das mulheres diminui à medida que o nível das bolsas é maior. Ou seja, há a sub-representação feminina em postos mais avançados da carreira e em posições de prestígio. Isso reflete o preconceito contra as mulheres. E também mostra o fato de ter menos tempo para produzir pesquisas e, assim, subir de posto. Mas juntas e juntos podemos mudar isso. E será melhor para todas e todos. Um beijo!

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Ouça aqui!

Imagem: CNPq