Maragogi e Porto de Galinhas: entre o paraíso e o inferno

Para quem não sabe, as belezas de Maragogi (AL) e Porto de Galinhas (PE) é obra da nossa imensa barreira de coral. Daí, este post. Bom, todo mundo que visitou ambos os lugares, falou para mim que eram maravilhosos. Sendo assim, colocamos as duas praias no roteiro da viagem.
Realmente, Maragogi e Porto de Galinhas são de uma beleza ímpar. Se me arrependo de ter visitado os dois corais? Jamais. Se eu vi peixes? Sim, muitos, mas muitos peixes de todas as cores e tamanhos. Aliás, encontrei moréias, ouriços, minhocas do mar. Além disso, a cor do coral e dos seus habitantes misturada àquele mar azul e verde transparente é uma afronta. Lindo, lindo demais.
Mas… o ditado que afirma que “nem tudo é perfeito” cabe, perfeitamente, a ambas as praias.
Maragogi
O município de Maragogi está localizado em Alagoas, quase na divisa com Pernambuco. O forte do local são os corais, que ficam a seis quilômetros da costa. As praias do município são lindas, algumas com ondas. O único detalhe é que várias são de acesso praticamente impossível, pois estão em propriedades que dificultaram a entrada. E a da cidade está repleta de turistas dirigindo mini bugues em alta velocidade na areia.
Seus corais são os mais bonitos de Alagoas. Quando a maré está baixa, paga-se a bagatela de R$ 50 por pessoa para visitá-los de catamarã. Segundo um pescador de Japaratinga, antigamente, todo tipo de embarcação podia chegar até eles. Mas formou-se uma cooperativa e agora apenas quem possui catamarã registrado. Por sua vez, o Ibama – ou prefeitura? – restringiu o número de 60 pessoas por catamarãs por dia.
Durante a viagem, são dadas instruções de segurança e de cuidado com o meio ambiente. Daí, você pensa, se os caras vivem disso, eles respeitam, correto? Não. Eu vi âncoras cravadas em corais. Não apenas uma! Além disso, um dos marinheiros me disse que é proibido alimentar os peixes, porque eles apareciam mortos – de fome ou de tanto comer? – após a maré alta. O que esse mesmo guia fez? Deu peixe cru aos peixes.
Porto de Galinhas
A praia – como Maracaípe, Cupe e Muro Alto – faz parte do município de Ipojuca, em Pernambuco. Cada praia é bem diferente da outra. Porto de Galinhas, aqui o caso, é uma bagunça! Urbanisticamente falando, você até percebe um projeto. Ela foi meio que dividida em quadras. Entre cada uma delas, há um praça, local para praticar esportes, etc.
Mas, no primeiro dia em Ipojuca, tivemos a brilhante ideia de dormir em Porto de Galinhas. Impossível! São carros e casas com som alto a noite inteira. Sem contar que é impraticável esticar a canga na praia, parece o litoral sul de São Paulo. Muita gente na areia e barracas de praia loteando o local. É uma disparidade. Quando a gente volta os olhos ao mar, vê aquela natureza que descrevi acima. Quando escutamos e observamos a cidade, uma bagunça.
No coral, nem os próprios jangadeiros respeitam um manual de bom ecoturismo que a prefeitura distribui. Por exemplo, é proibido dar ração aos peixes, mas eles afirmavam não saber disso. Aliás, tenho uma teoria: Porto de Galinhas possui tanto peixe por causa dessa louca alimentação. Quando a maré desce, eles devem vibrar: “Oba! Vamos ficar nas piscinas naturais para conseguir comida na boca!”

Brasil tem a segunda maior barreira de coral do mundo

Todos os habitantes do litoral de Alagoas repetem com orgulho: “Tá vendo esse coral? É a segunda maior barreira de coral do mundo. Só perde para a Austrália”. De acordo com um pescador alagoano, que nas horas vagas trabalha como guia para complementar a renda, a barreira vai desde a Bahia até o Maranhão.
Eu percorri todo o litoral de Alagoas, mas passei mais tempo na parte norte do estado. Fiz um caminho que é conhecido como “Rota Ecológica” – de praias pouco exploradas pelo turismo. Nesses lugares, o mar varia entre as cores: verde-água, verde-esmeralda, azul-calcinha e azul-piscina. Parece o Caribe, é um desbunde!
Por todo o litoral, observamos da praia as ondas quebrarem no horizonte do mar – a foto acima é do mar ao lado com a maré baixa. Isso significa que é lá que estão localizados os corais. Quando a maré desce, é possível caminhar sobre as pedras ao lado dos corais e mergulhar com snorkel. É rasinho, com no máximo dois metros de profundidade. A cor “coral” misturada ao mar azul-piscina… é de chorar de lindo.
Em algumas cidades, como em Japaratinga, existem dois corais. Um fica pertinho da praia, na maré baixa é possível ir a pé – observe, na foto ao lado, os barcos encalhados. O outro, a cerca de dois quilômetros de distância. Se não quiser ir a nado, procure os pescadores que na hora vaga levam aos corais. Aliás, a maioria dos passeios de barco que fiz durante a viagem foi nesse esquema. Os próprios pescadores dizem que ganham mais dinheiro com os turistas do que com a pesca.
Na chamada Ilha da Crôa – onde tirei essa foto divina -, um banco de areia com pedras e corais, encontramos um pescador de polvo. O rapaz, com menos de 18 anos, disse que vendia o polvo por R$ 12 o quilo. Ele ia a nado até a Ilha, cerca de dois quilômetros de distância da praia, pegava os polvos e voltava nadando. “Não tem emprego na região, precisamos viver do mar”, disse.
Dois lugares imperdíveis que indico é a região de São Miguel dos Milagres e de Japaratinga. Vale reservar três dias para cada uma dessas cidades.
O futuro de Coruripe
Coruripe é uma cidadezinha simples localizada ao sul de Maceió. Seus habitantes vivem do turismo, da pesca, do comércio. Além daquele mar verde-esmeralda maravilhoso, o bacana da cidade é que a barreira de coral de Coruripe está bem perto da praia. Na maré baixa, o mar forma piscinas naturais. É possível ver os bichos marinhos do rasinho.
Recentemente, após voltar de viagem, li sobre a construção de um estaleiro – que fará navios e plataformas de petróleo – na cidade. Veja a matéria aqui. Não sei detalhes sobre o projeto, por isso não posso palpitar. Apenas acredito que, para nosso desenvolvimento econômico, precisamos de estaleiros e outras indústrias. Mas a região é muito linda…
Leia mais sobre a barreira de coral amanhã.

Água dos oceanos é proveniente de asteróides

Há um tempo não escrevo sobre minha adorada astronomia… Então, agora vai bomba! Um estudo publicado na Nature, hoje, mostra que a água dos oceanos foi trazida por asteróides cobertos de gelo. A pesquisa foi feita pela equipe do geoquímico francês Francis Albarède, da Escola Normal Superior de Lyon (França). Leia aqui.
Segundo o cientista, asteróides enormes – do tamanho de Marte? – cobertos de gelo se chocaram com o planeta cerca de 100 milhões de anos após a formação da Terra. Com isso, todos concordamos. Porém esses gigantes eram cobertos de gelo. E, assim, deixaram no planeta suas reservas de água.
Quando essa água infiltrou no manto terrestre, permitiu o aparecimento de placas tectônicas. Segundo esse comunicado – em francês, cherie – do Centre National de la Recherche Scientifique (ou Centro Nacional de Investigação Científica) da França, a “vinda” desses asteróides também seria responsável pela formação da atmosfera terrestre.
Vamos mudar os livros escolares?
Gente, meu mundo caiu. O culpado pelo desaparecimento dos dinossauros não é mais o asteróide, mas uma série de erupções vulcânicas. Nosso belíssimo oceano foi trazido por gigantes “bolas” com gelo. Agora, só falta provarem que a vida na Terra é extraterrestre. Ah, tenha santa paciência!
Obs.: Aquele mar maravilhoso da foto é de Japaratinga (AL).

O que você não sabia sobre a arqueologia da Amazônia

Há um tempo recebi da editora Jorge Zahar Editor o livro “Arqueologia da Amazônia”, escrito pelo pesquisador Eduardo Góes Neves. Ontem de madrugada, em uma deitada só, devorei a obra. O livro é interessante. Ele sintetiza e contextualiza a arqueologia e outras informações importantes sobre região amazônica – englobando todos os países da qual ela faz parte.
Segundo o autor, uma das ideias do livro é que as informações sobre o passado podem ajudar a solucionar a ocupação atual da região. Afinal, ao contrário do que muita gente pensa, a Amazônia já foi populosa. Comunidades com culturas completamente diferentes viveram ao mesmo tempo nela. Algumas eram agrárias ou possuíam diversas fontes de alimentos – como plantações e praticavam a caça -, outras formaram redes de cidades com estradas, algumas praticavam o comércio.
E a ocupação é antiga… Um dos sítios arqueológicos mais remotos da Amazônia é de 12.000 a.C – localizado no vale do rio Guaporé, em Mato Grosso. Temos muito o que descobrir e aprender com o passado do nosso país. Além disso, precisamos cuidar para evitar os saques e contrabandos que acontecem, possivelmente, todas as semanas. De acordo com o livro, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) está pressionando para que os arqueólogos e órgãos públicos protejam o patrimônio. Como conhecer ajuda a preservar, selecionei algumas das informações interessantes que li no livro. Preciso compartilhá-las:

  • A ocupação da Amazônia nunca foi uniforme no espaço e no tempo;
  • Cidades contemporâneas como Santarém, Manaus, Manacapuru e Tefé foram construídas em cima de grandes sítios arqueológicos;
  • Nas zonas de estuário e do litoral, foram identificados sítios com algumas das cerâmicas mais antigas da América do Sul;
  • Na bacia amazônica, são faladas línguas de ao menos quatro grandes famílias distintas – tupi-guarani, arawak, carib e gê. A Europa, por exemplo, com exceção das línguas que foram introduzidas da África e da Ásia, possui apenas uma grande família linguística, a indo-européia;
  • Ao longo dos milhares de anos, o clima do planeta mudou e, consequentemente, a floresta amazônica. Entre 10.000 a.C. e 8.000 a.C., as condições climáticas e ecológicas da Amazônia eram semelhantes às atuais;
  • Os índios domesticaram – processo anterior à agricultura – uma série de plantas como o abacaxi, o amendoim, o mamão, a mandioca e a pupunha. É possível que a mandioca e a pupunha foram domesticadas onde hoje está o estado de Rondônia;
  • Na domesticação, algumas plantas desenvolveram uma dependência mútua com relação aos seres humanos. Por exemplo, algumas variedades da mandioca não lançam mais sementes ao solo. Seus galhos precisam ser quebrados e plantados pelos agricultores;
  • O solo amazônico é pobre, mas possuem faixas chamadas de “terras pretas” que são ricas em nutrientes – muito procuradas pelos agricultores atuais. Os arqueólogos acreditam que elas são o resultado do acúmulo de restos orgânicos de aldeias sedentárias de milhares de anos atrás.

Obs.: Quer saber mais sobre a Amazônia? Sugiro a leitura dos posts “A Amazônia não é virgem” e “Cientistas descobrem a idade do rio Amazonas“, este que escrevi para o Blog do Planeta. Também indico a leitura da matéria “Fique em dia com o planeta!“, no portal iG, para contextualizar mais.

Qual a origem da expressão “sem eira, nem beira”?

Este não é um post sobre ciência como a maioria das pessoas imaginam, mas enquadro na categoria humanidades. Bom, descobri o significado da expressão “sem eira, nem beira” passeando pelas ladeiras de Olinda, em Pernambuco.
Durante o Brasil colonial, os ricos construíam suas casas com três acabamentos no telhado. De baixo para cima, as partes eram chamadas de eira, beira e tribeira. As casas dos pobres eram feitas apenas com tribeira. Assim, quando um filho (a) de rico queria se casar com um pobre, os pais não se conformavam: “Ora, pois! Mas a casa dele (a) não tem eira, nem beira!”
Mais duas curiosidades rápidas

Anos após o “descobrimento”, apenas os ricos tinham o direito de ver o rosto de Jesus. Então, na linda Igreja de São Bento, construída em 1599, o Cristo crucificado foi inserido no andar superior. Na parte térrea, os pobres participavam da missa. Os negros – escravos – só tinham permissão para acompanhar as ladainhas dos padres do lado de fora da igreja.

Algumas pedras usadas para construir as ruas de Olinda foram retiradas do mar, daquele magnífico paredão de pedra onde “moram” os corais. Por isso, se você caminhar olhando para baixo, encontrará um monte de conchas encrustadas nas ruas. Como na foto.
Boa semana! Beijinho, beijinho, tchau, tchau.

Pais conversam mais sobre drogas do que ciências nos EUA

Pais afirmaram que matérias como matemática e ciências são mais difíceis de discutir com os filhos do que falar sobre o uso de drogas, de acordo com pesquisa da Intel Corporation – aquela fabricante de chips – realizada nos Estados Unidos. Creio que aqui, no país tropical, não seja diferente.
Apesar de mais de 50% dos pais classificarem matemática e ciências como fundamentais para o futuro sucesso dos filhos, eles alegam desconforto para papear com os filhotes sobre essas matérias. Cerca de um quarto dos entrevistados dizem que a principal barreira é a própria falta de conhecimento dos próprios pais nessas disciplinas.
Na semana passada, a Avaliação Nacional do Progresso Educacional (NAEP, em inglês), revelou que menos de 40% dos alunos entre o quarto e o oitavo ano nos Estados Unidos são proficientes em matemática. Tô pasma, benhê. “A ligação entre as disciplinas de matemática e ciências e a inovação e competitividade americana está mais aparente do que nunca”, disse Shelly Esque, vice-presidente do Grupo de Assuntos Corporativos da Intel.
A pesquisa foi online, realizada entre os dias 23 e 28 de setembro de 2009, pela Penn Schoen and Berland Associates a pedido da Intel. Foram entrevistados 561 adultos com filhos entre 5 e 18 anos. A margem de erro é de cerca de 4.14%. Para saber mais, clique aqui, in english.

Mulheres identificam as emoções melhor que os machos

A-há! Pimenta no molho! As mulheres distinguem melhor do que os homens as emoções, especialmente, o medo e o desgosto. A conclusão é de um estudo realizado por Olivier Collignon e outros pesquisadores da Universidade de Montreal – Centre de Recherche en Neuropsychologie et Cognition (CERNEC).
Dessa vez, os cientistas não usaram fotos para analisar a reação dos 23 “cobaias” homens e mulheres, com idade entre 18 e 43 anos. Os pesquisadores contrataram atores e atrizes para simular o medo e o desgosto. Escolheram essas emoções porque acreditam que são mais relevantes à sobrevivência. Os “cobaias” deveriam dizer rapidamente o que sentiam ao ver as expressões e, ao mesmo tempo, ao ouvir os áudios compatíveis e não com as emoções representadas.
Bom, as mulheres responderam mais rapidamente – e correto – às emoções expressadas por outras mulheres. E, comparadas aos homens, processaram as emoções em maior velocidade. Apesar do resultado… a ideia não é mostrar a superioridade de nós, meninas lindas e gostosas e charmosas e inteligentes e modestas, sobre os homens. O intuito é relacionar as emoções com os gêneros e as doenças. Por exemplo: o autista, maioria homens, possui dificuldade no reconhecimento das emoções.
Eu, leiga, acredito que as mulheres percebem as emoções por necessidade, para entender os filhos e se relacionar melhor com o macho provedor. Além disso, porque é competitiva com outras mulheres. Nada melhor do que saber o que o “concorrente” sente para, em seguida, agir. O artigo está aqui, ó.

Estamos na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia!

Todos os anos, desde 2004, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) lança a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). No ano passado, foram realizadas cerca de 11.000 atividades, em 450 municipios. Este ano, a participação deve ser maior.
Como funciona? Entre no site oficial, aqui, e veja o que as instituições prepararam para sua cidade. São palestras, lançamentos de livros, apresentação de vídeos, novidades em planetários e por aí vai. Se achar algo muito interessante, me conte!

Pescadores alimentam tubarões em Fernando de Noronha

Fernando de Noronha é a ilha da fantasia. Um sonho, mas não perfeita. E a “culpa” é nossa. Recentemente, pescadores estão arriscando a vida dos turistas e da própria população.
Há pouco tempo os pescadores resolveram limpar os peixes no porto – foto – e jogar os restos no mar. A graça é ver os tubarões se alimentando desse resto. A região está repleta deles. De snorkel, eu vi três tubarões, creio que da espécie tubarão-limão.
Em setembro e outubro, as águas da área estão calmas. Por isso é possível com snorkel, a partir da praia mesmo, mergulhar no naufrágio do navio grego “Eleani Stathatos”. Veja o vídeo que gravamos dele:

No verão, as águas do porto ficam repletas de ondas. Quando o mar está muito agitado, o porto “se muda” para a Baía do Sueste – uma praia “no mar de fora”, voltado para o oceano. E os surfistas pegam onda na Praia do Porto.
O fundo do mar da Praia do Porto é de pedras – aliás, de todas as praias, mas a maioria é forrada de areia dourada. Por isso os surfistas correm o risco de bater nas pedras e se machucar. Ou mesmo qualquer pessoa pode tomar um caldo e se ralar.
Como os pescadores alimentam os tubarões, ambientalistas temem que os bichos ataquem quem sangrar. Principalmente, na época em que não forem alimentados.
Assim, segundo agentes de turismo de Fernando de Noronha, os ambientalistas estão estudando uma maneira de acabar com essa prática. Lá na ilha, quase todas as praias possuem placas explicando as proibições ecológicas. Como, por exemplo, que é proibido sair da praia da Baía do Sancho para nadar com os golfinhos. Não respeitou? Toma multa do fiscal do Ibama.
Na palestra que conferi no Projeto Tamar, disseram que em Fernando de Noronha nunca houve um caso registrado de ataque de tubarão em humanos. Tá, apenas um. Um turista puxou o rabo de um tubarão-lixa. O animal arrancou um pedaço da carne do braço do infeliz.
Outras observações para serem consideradas sobre Noronha:
Na maior parte da BR 363, principal via da ilha, não existe calçada. As pessoas caminham na rodovia ao lado de carros e bugues em alta velocidade – muitas vezes conduzidos por pessoas que nunca dirigiram um bugue na vida. Os guias até avisam sobre o perigo, já que o hospital da ilha é um pronto-socorro equipado para acidentes simples. Aliás, nas ruas asfaltadas da Vila dos Remédios – centro – também não existe calçada;
Fernando de Noronha está tomada por ratos e gatos! Tudo bem que os gatos atacam os roedores, mas eles também caçam os pássaros da região que não estão acostumados com felinos;
Há problema com o depósito do lixo. Além disso, a energia da ilha é obtida por termoelétrica – que usa combustível fóssil. Eles estavam testando energia eólica – menos poluente -, mas um raio prejudicou o projeto;
Não vi ciclovias! Como acontece no resto do Brasil, a prioridade é para os carros. Carros e bugues que queimam muito óleo. Poxa, em uma ilha tão pequena, com uma bicicleta qualquer um poderia visitar os principais pontos. Mas andar de magrela na BR 363 é uma ação suicida;
Os turistas, na Praia do Atalaia, não respeitam o meio ambiente. Todos os guias repetem cinquenta mil vezes que é proibido pisar e encostar nos corais. Um fiscal do Ibama também fica de prontidão para retirar os infratores da água. Porém, quem está de snorkel, vê a falta de educação de alguns turistas.

Historinha sobre um péssimo ecoturismo

O ponto mais alto de Fernando de Noronha é chamado de Morro do Pico. Antes, os turistas podiam subir para observar a ilha inteira dele. Até que alguns infelizes tiveram uma ideia de jerico.
No alto do morro existe um farol sob responsabilidade da aeronáutica (?) com lente gigante. Um dia, a aeronáutica reparou que o farol não iluminava o quanto deveria. E mandou uma pessoa checar o que estava acontecendo.
Ao chegar lá, o oficial reparou que a lente estava pichada! Os turistas deixavam recados na lente do farol como: “Estive aqui em (data)”. Ou: “João ama Maria”. Ou: “Mamãe, olha eu aqui”.
Conclusão? Os turistas colocaram a vida de pessoas em embarcações em risco. E… a partir desse dia, a aeronáutica proibiu a subida de pessoas não autorizadas ao Morro do Pico.
Para saber mais sobre Fernando de Noronha, indico o site mantido pelo Governo de Pernambuco e o Ilha de Noronha.