Bola de cristal: veja o futuro da ciência até 2030

O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência e Tecnologia (CGEE/MCT) produziu uma linha do tempo com previsões de avanços na ciência, tecnologia e inovação até 2030. A linha não é das mais atraentes visualmente, mas deveras interessante porque os dados são acompanhados das fontes!
A base de dados prevê, por exemplo, que as baterias de celular durarão dois meses entre uma recarga e outra em 2012. Em 2027, o número de mulheres nas universidades deve superar o dos homens – he he.
Segundo o site, no ano de 2020, o Brasil perderá R$ 7,4 bilhões em safras de grãos por causa do aquecimento global. Ainda assim, em 2030, a demanda por petróleo no mundo continuará alta, em particular no setor de aviação.
O horizonte temporal da sucessão de eventos previstos é de 2009 a 2030. A abrangência espacial é definida pelas dimensões nacionais e internacionais de observação. Xerete aqui.

Por que a Lagoa Dourada é dessa cor?

lagoadourada.jpgPrincipalmente ao entardecer, a Lagoa Dourada – que faz parte do Parque Estadual de Vila Velha (PR) – parece ser… dourada. Isso porque o fundo da lagoa está forrado de pequeninos pedaços do grupo mineral chamado mica. Alguns desses minerais são dourados. Essa é a explicação científica.
lagoadouradaalagada.jpgDesde criança queria conhecer – também – essa famosa paisagem do Paraná. Pena que, quando consegui este ano, ela estava um pouco marrom! Choveu tanto, mas tanto lá por aquelas bandas, que as águas barrentas dos rios da região correram para a lagoa. Além disso, as duas trilhas que dão acesso à ela estavam interditadas pela água! Claro que a xereta colocou o dedo no alagamento. Afinal, querendo ou não, ali tem água do lençol freático.
Sério. A Lagoa Dourada, com 320 metros de diâmetro, é uma furna em processo de extinção. Ela foi assoreada por inúmeros motivos – naturais e de intervenção humana. Sua profundidade geral é de, aproximadamente, 3 metros. Mas há uma parte que, se não me engano, chega até 18 metros.
Ela está ligada às outras furnas por meio do lençol freático. De acordo com o monitor do parque, não é como um rio debaixo da terra. Entre as furnas, metros abaixo do nível do solo, há rocha porosa. A água “corre” entre os poros de um lado para o outro. Lindo, não?
Para saber mais indico o site da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), aqui.

Quer ver o lençol freático?

Desde criança queria conhecer as furnas do Parque Estadual de Vila Velha (PR). Meus primos contavam de um elevador. Ele descia no meio do buraco até alcançar a água. Achava tudo aquilo fantástico. Até que, neste carnaval, realizei o sonho. Mas, hoje, percebendo que o elevador era uma ideia de jerico.
Bom, que raios de buraco é esse? Essa formação geológica se chama Arenito Furnas. A terra das furnas foi “feita” da mesma maneira que os arenitos do post anterior. A diferença é que lá em baixo do “buraco” está a água do lençol freático. Incrível, não? Veja:

furna2.jpgExistem 14 furnas na região dos Campos Gerais do Paraná – onde está localizado o município de Ponta Grossa e minha terrinha, Telêmaco Borba. Seis dessas furnas estão dentro do parque. Para a visitação, três estão abertas – a Furna 1, do vídeo, a Furna 2 (da foto) e a Lagoa Dourada. Essa do vídeo possui mais de 100 metros de profundidade – se minha memória não falha, são 58 metros visíveis e 53 metros abaixo da água.
As furnas possuem diâmetro médio de 80 metros. Suas paredes são verticais. A Furna 3, que não está aberta ao público, é a única que ainda não alcançou o lençol freático. Seria um buraco gigante no meio do campo. A furna chamada Lagoa Dourada – sim, ela é uma furna – foi, naturalmente, aterrada. Em outro post contarei mais sobre a Lagoa e a origem do seu nome.
Como essas crateras foram formadas? Segundo pesquisadores, processos erosivos da ação de águas acidificadas – pela presença de matéria orgânica – foram cavando, naturalmente, os buracos em meio aos arenitos.
furnaselevador.jpgQue elevador é esse? Na década de 1980, foi colocado o elevador para explorar o turismo na região. No entanto, ele trepidava conforme era movimentado. Essa trepidação estava danificando a borda da furna – que é derivada da areia. Com o tempo, o elevador poderia destruir esse monumento natural e até cair com pessoas dentro. Agora, ele está desativado. Mas podemos caminhar por sua plataforma sem problemas e admirar a paisagem.

Primeiro vídeo post do Xis-Xis: Arenitos de Vila Velha

A partir de djá, gravarei vídeos para o blog resumindo histórias bacanas, explicações sobre fenômenos, entrevistas com pessoas interessantes para a ciência e ao meio ambiente! Tudo será feito de maneira bem espontânea. Sem decoreba de texto ou edição – espero não ser fuminada – como, por exemplo, o vídeo deste post! Veja, resumidamente, a formação dos arenitos do Parque Estadual de Vila Velha:

Há milhões de anos atrás, quando eu era adolescente, visitei os arenitos com meus pais. O que foi uma aula – já que meu pai é geólogo e irmão da minha tia que fez uma tese sobre os arenitos furnas que você verá no post a seguir. Na época, a gente estacionava o carro num terreno de terra ao lado do arenito. Havia lanchonetes. Os quatis sabiam disso e viviam atrás dos turistas. Os mamíferos roubavam comida e eram alimentados pelos turistas e pelos funcionários das lanchonetes. Alguns quatis comiam até nas mãos das pessoas – de tão domesticados que estavam. Quanto aos arenitos, quem quisesse poderia até pisar na base deles e se encostar para tirar fotos.
cascavel.jpgNo carnaval, quando visitei o parque, tive uma bela surpresa. A realidade do local mudou. Entre 2000 e 2004, o lugar passou por uma reforma. Agora, todos que querem visitar o parque devem ver um vídeo sobre ele no local. Há monitores por toda a trilha. Há limites de visitantes por dia. O carro fica estacionado – longe dos arenitos – ao lado de uma construção de apoio com monitores, banheiro e lanchonete. Os quatis? Se espalharam pela reserva em busca do seu próprio alimento. Mas a vida selvagem continua no parque. No final da trilha, encontramos uma cascavel em busca de sombra!
Como foram formados os arenitos?
arenitosdetalhe.jpgArenito é o nome de uma rocha “feita” de areia aglutinada naturalmente durante o que é chamado de Período Carbonífero – há, aproximadamente, 340 milhões de anos. Na época, o local estava coberto por gelo e os arenitos ficavam “enterrados”. Houve movimentos do solo, como terremotos, que acabaram os elevando. Hoje, o topo dos arenitos – com cerca de 30 metros de altura – é nivelado devido à presença de minerais que barram a erosão. Aliás, as formas dessas lindas esculturas naturais é culpa, principalmente, da água da chuva. Ela corrói a rocha mudando pouco a pouco a paisagem.
Interessou?
O acesso se dá pela Rodovia BR-376, que liga Curitiba à Ponta Grossa, no km 515. Para saber mais sobre a visitação, clique aqui. Saiba mais sobre o parque, ali.

Borboletas do Paraná: risco de extinção

borboleta.jpgTenho receio de dizer que o Paraná está repleto de borboletas. Medo de incentivar a caça dessas encantadoras criaturas. Então, evitarei muitos detalhes sobre as infindáveis espécies que vi e não direi os locais mais frequentados por elas.
Como minha máquina digital está chegando ao final da sua intensa vida, foi difícil fotografar as belíssimas borboletas. Mas não poderia deixar de registrar a espécie acima. Que bichinho mais maravilhoso. Ela é pink com rococós pretos e brancos! Quando abre as asas, a cor rosa se revela completamente!
Sabe qual o nome popular desse inseto? 88. Dispensa explicações… Cientificamente, ela é chamada de Diaethria clymena (Cr). Essa espécie é pequena, encontrada no Cerrado e na Mata Atlântica. A envergadura das asas possui, em média, seis centímetros. E ela gosta de locais abertos e iluminados. Se alimenta dos frutos caídos das árvores.
Outra borboleta que não conhecia era a Azulão-branco (Morpho Athena). Ela é grande, a envergadura das asas pode atingir até 14, 5 centímetros. Voando ao longe, aparenta ser branca. Porém, ao chegar perto, percebemos que reflete a cor azul clara. A Azulão-branco vive em regiões com altitudes superiores a 1.500 metros e se alimenta de frutos maduros.
Enquanto fazia trilhas, me deparava com borboletas na cor azul metálica. Não consegui distinguir qual a espécie. Elas eram “gigantes” e mais inquietas. De acordo com Museu Nacional do Rio de Janeiro, as borboletas de coloração azul metálica eram usadas como adorno por muitos povos nativos brasileiros, pois representavam a força da natureza.
Agora, segundo o Museu, a maioria dessas lepidópteras – borboletas adultas com quatro asas, largas ou em forma de lança, comumente recobertas com escamas e brilhantemente coloridas – estão em risco de extinção. A culpa é da destruição de seus habitats e das coletas indiscriminadas.
Obs.: Clique nos links para saber mais sobre essas espécies. E dê um Google Imagens!

Notícias paranaenses

araucaria.jpgEnfrentei as quedas de barreira nas rodovias… Crateras e muita lama no asfalto, atalhos de terra! Aproveitei o feriado de carnaval para curtir uma folia no meio das florestas de araucária, lá pelas bandas da minha terra natal: o Paraná. Na bagagem, trago roda de música caipira, cheiro de café da tarde, família, esperança e pé na estrada!
Chegando em Telêmaco Borba – nasci no município chamado Harmonia, que pertencia à cidade – fui recebida por um mundo de borboletas! Azuis, brancas, amarelas, marrons, pinks! Pela primeira vez, vi borboletas dessas cores – e “modelos”. Eram tantas que precisávamos desviar delas na estrada. Aliás, alguém sabe por que as borboletas adoram sobrevoar o asfalto?
Além do encanto pelas borboletas, trago para o blog lugares exuberantes, explicações geológicas, dicas de ecoturismo e lendas sobre a natureza. Também… o PRIMEIRO VÍDEO POST DO XIS-XIS! Agora, além de escrever sobre ciência e meio ambiente, vou postar explicações faladas e entrevistas gravadas sobre esses temas! O melhor – que pode ser o pior – tudo de prima. Sem texto decorado, sem ler, sem edição. Ai, ai…
É isso aí. Desta quarta-feira de cinzas, espero que o ano de 2010 venha MUITO bem!

Por que está chovendo tanto?

Não é culpa do aquecimento global. Ao menos foi o que três meteorologistas me disseram em pré-entrevistas – para a televisão a gente entrevista a pessoa por telefone antes de falar, pessoalmente, com microfone. Eles disseram que não dá para afirmar que as chuvas de hoje já são consequência do aquecimento global. Mas eles têm certeza de que a “culpa” é do danado “El Niño”.
De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical – na altura da Linha do Equador. Esse aquecimento pode afetar o clima global mudando os padrões de vento. O que, por sua vez, atinge os regimes de chuva das regiões tropicais.
Resumindo de maneira bem simplista, a água do mar aquece lá no Equador. Forma nuvens. O vento empurra elas para cá. E, aqui no Sudeste, elas nos molham. Mas… nem sempre foi assim. O El Niño já deixou o clima do Sudeste equilibrado.
Segundo alguns pesquisadores, talvez por ter chovido muito lá no Norte do Brasil no início do ano passado – lembram-se das inundações? – há mais águas para evaporar. E vir parar aqui no Sudeste. Assim, cada vez que aparece, sua intensidade pode ser diferente.
O El Niño pode ocorrer entre 3 e 7 anos. E, ter duração de um ano. Por isso muitas águas ainda irão rolar. Para entender melhor o fenômeno, apesar da linguagem técnica, encontrei uma animação no site do CPTEC. Veja aqui.
Bom, o fenômeno foi batizado como El Niño pelos pescadores do Peru e do Equador em referência ao Niño Jesus – ou Menino Jesus. Isso porque as águas ficam mais quentes nesses países perto da época de Natal. Agora, sabendo disso, deixemos o aquecimento global para outra conversar de bar. Fui tomar chuva!

Extraordinárias fotografias da natureza

fotografo cópia.jpgEste post é para começar a semana inspirada! Alguns momentos revelam a extraordinariedade do meio ambiente ao serem capturados. Encanta. Tenho a impressão que nos faz voltar a uma espécie de princípio perdido.
Para alegrar nossa visão, separei sites de dois fotógrafos brasileiros: Adriano Gambarini e Araquém Alcântara. Entre seus trabalhos, estão os momentos – claro, únicos – “retirados” da natureza. Quer relaxar um pouco? Visite o site de ambos clicando nos nomes.
Beijo, boa semana quase carnavalesca.
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Alô. É do árvore delivery?

disque arvore.jpgQuando estive em Recife, nem fiquei assustada com a visível violência. Já tinham me avisado. Aliás, achei a cidade uma mini São Paulo, mas com um belíssimo mar povoado de tubarões. O único detalhe que não esperava – bobinha – era o calor. Ô cidadezinha quente! Parecia que iria derreter junto com aquela onda de calor que sobe do asfalto e turva a nossa visão.
Só que, dia desses, descobri que “Récife” tem um serviço bárbaro: o “Disque Árvore”. Quem quiser plantar uma árvore, sem gastar um tostão, basta ligar para o 156 e… pronto! Uma belíssima espécie nativa zerinha em folha estará mais perto de você. Não é divertido?
Quem faz o serviço pesado é a prefeitura. Ela possui uma sementeira com mais de 4,5 mil mudas de 55 espécies prontas para serem plantadas. Segundo matéria que li no site “Observatório do Recife” – um movimento da sociedade -, a sementeira recebe cerca de 350 solicitações de plantio de árvores por mês. Pouco, não, para uma cidade com mais de 3,5 milhões de habitantes?
Bom, como deve ser, a prefeitura planta e faz a manutenção das árvores. O que resta da poda é usado como adubo. E, assim, aquela cidade quente, mas quente, se torna mais agradável. Mais fresca e silenciosa – as árvores ajudam a conter o ensurdecedor ruído da cidade. “As árveres somos nozes”.
Obs.: Li em algum lugar que, entre essas árvores, estão algumas exóticas. Pô, não vale plantar árvore de outro lugar na cidade, né? Todos sabem que isso não é bacana – o Rio de Janeiro, por exemplo, está substituindo as árvores exóticas pelas naturais da região. E, pelo que entendi, a imagem acima foi elaborada pelo blog Plante Árvores.

São Paulo tem, agora, o Dia do Design Sustentável

camada de ozonio.jpgA designer Patrícia Penna organiza o evento Design na Brasa para discutir o design sustentável. Desde 2009, ela tenta incluir no calendário da cidade de São Paulo o… Dia do Design Sustentável. Este ano, conseguiu! Será todo 16 de setembro – mesma data destinada ao Dia Mundial da Proteção à Camada de Ozônio. Afe, quanto dia! O projeto de lei é do vereador Penna (PV). “O dia 16 de setembro foi escolhido, exatamente, para estimular a reflexão sobre a influência da forma de produção do modelo capitalista no meio ambiente”, disse ele.
Mas o que é design sustentável?
De acordo com a Patrícia, são produtos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos. Pode se enquadrar no quesito, por exemplo, produtos que utilizam menos matéria-prima e energia na sua fabricação. “É da responsabilidade de quem projeta e de quem produz fabricar bens de consumo e incentivar práticas que levem em conta a proteção ao meio ambiente, a preservação dos recursos renováveis, alternativas sustentáveis aos recursos não-renováveis e a preocupação com as gerações futuras”, está escrito na justificativa da respectiva Lei 494/2009.
Por que dia 16 de setembro é o da Camada de Ozônio?
Nesse dia e mês de 1987, foi ratificado o Protocolo de Montreal. Ele reduziu a produção e o uso de gases clorofluorcarbonetos (CFCs) que destroem a camada de ozônio. Quando esses gases foram descobertos antes da Segunda Guerra Mundial, fizeram sucesso. Os cientistas achavam que eles refrigeravam sem interagir com nada. Até que, passadas décadas, descobriu-se que os CFCs interagiam com moléculas de ozônio da alta atmosfera. Assim, destruindo a camada que protege a Terra dos raios solares nocivos.
Obs.: A imagem acima mostra o tamanho do buraco na camada de ozônio, em 2007. A Nasa publica imagens do buraco, dia a dia, desde 1979. Veja aqui.