Vesúvio pode entrar em erupção a qualquer momento

Quando visitei a Itália queria muito ir até Pompéia. Conhecer a cidade destruída pelo vulcão Vesúvio, em 79 d.C. Não deu tempo. Infelizmente, terá que entrar para minha crescente lista de infinitos lugares para ver antes de morrer.
Bom, o fato é que esses dias conferi um ótimo documentário feito pela Discovery Channel sobre o vulcão. O Vesúvio continua “acordado”, por isso é monitorado 24 horas por dia de diversas maneiras – com câmeras, sismógrafos, etc.
A situação é alarmante. De acordo com o programa, os cientistas acreditam que o Vesúvio tem uma periodicidade. Além de entrar em atividade todo século, o problema é que… a cada cerca de dois mil anos explode com intensidade máxima como na época de Pompéia.
Fazendo as contas… Se os pesquisadores estiverem corretos, esse dia está chegando! Só que, atualmente, mais de três mil pessoas vivem próximas ao gigante. Nápoles é vizinha dele – veja imagem que fiz acima.
 
Como funciona a explosão de um vulcão
De maneira super simplificada, quando as placas tectônicas se movem, podem mandar magma para o vulcão. Dependendo da força da pressão exercida, o vulcão é “destampado”.
Em seguida, uma coluna de cinzas sobe mais que 10 quilômetros acima dele. Ao ficar muito mais pesada que o ar, despenca a uma velocidade maior que 100 km/h. Em segundos, essa cinza quente enterra toda uma cidade e queima tudo por onde passa. Depois, o magma desce a “montanha”.
Para saber mais, selecionei links bacanas:
O site italiano Vesuvioinrete possui webcams ao vivo do Vesúvio. Veja aqui.
A Itália está repleta de vulcões! A maioria localizado na região esquerda da “bota”. Conheça eles aqui.
O site Global Volcanism Program, em inglês, é bem didático e fácil de entender. Tem tudo sobre vulcões.
A página da Universidade Tecnológica de Michigan é completa, mas um pouco bagunçada. Em inglês.
Para que gosta de desgraças, recomendo o site da Estratégia Internacional para Redução de Desastres ou International Strategy for Disaster Reduction, em inglês.

Asfalto ecológico na volta do carnaval

Estava dirigindo feliz, alegre e contente voltando do interior de São Paulo pós carnaval. Quando, de repente, vejo uma placa: “Asfalto ecológico feito com pneu”. Um sorriso abriu um meu rosto. Que bonito!
Existem vários tipos de asfalto. Se eu não me engano, todos possuem petróleo de alguma maneira na sua composição. A diferença é que o asfalto ecológico é feito com 20% de pó de pneu velho, segundo o site Setor Reciclagem.
De acordo com a empresa Greca Asfaltos, em 2006 foram produzidos 54,5 milhões de pneus. Em 1999, estimava-se que existiam mais de 10 milhões de pneus abandonados. Detalhe. A empresa Midas Elastômeros do Brasil, transforma pneu em pó de borracha, afirma que sua tecnologia é nacional.
Veja só. Além da óbvia vantagem de usar algo que iria poluir o meio ambiente, o asfalto ecológico é 40% mais resistente do que o convencional – sendo que alguns pesquisadores afirmam que ele pode durar até 5,5 vezes mais que o comum, fonte aqui.
A pergunta que não quer calar. Se é mais eficiente e ecologicamente correto, por que todos os municípios e concessionárias não optam pelo asfalto feito de pneu?

Quem tirou as cadeiras da Lua?

Esse cometa Lulin me levou de volta ao passado. Falar de acontecimentos astronômicos é lembrar da minha infância. Tenho parentes que moram no interior de São Paulo. Além de músico – outra paixão da minha família -, um era astrônomo amador.

Vários finais de semana dos meus cinco e seis anos passei por lá. Adorava. Nós montávamos a luneta para ver o Sol durante o dia e os astros à noite. Certa vez, estava ansiosa. As constelações eu observava com maestria. Mas me perguntaram: “Está vendo as crateras da Lua?”.

E eu sabia o que era cratera? Não. Naquela cabeça doidinha de criança, traduzi como “cadeiras”. E lá estava eu procurando as cadeiras da lua. Me perguntava: “Quem deixaria cadeiras na Lua? Qual o propósito? Então, cadê a mesa?”

Todos estavam tão felizes com a menininha descobrindo o universo, que fiquei com vergonha de dizer que lá não tinha cadeira nenhuma. Droga. Mesmo assim, vi. Vi as crateras na Lua.

Só que as cadeiras continuam uma incógnita!

Saiba como ver o cometa Lulin

Cadê meu binóculo? Temos companhia nesta semana carnavalesca. Um cometa chamado Lulin pode ser visto com um simples binóculo ou uma luneta. Ontem, foi o dia que ele passou mais perto da Terra a uma distância de, aproximadamente, 60 milhões de quilômetros.
Se você estará em Sampa amanhã, mas não tem tais apetrechos, saiba que o Planetário do Ibirapuera abrirá para “pegar carona nessa cauda de cometa”. Haverá uma sessão – com palestra – para observação. Programação e horários aqui.
Para quem prefere a janela de casa, indico a leitura dos posts do fantástico Big Bang Blog. A autora – e astrônoma – Maria Gabriela Pereira fez um passo-a-passo explicando como ver o cometa. Veja aqui e ali. Aliás, o físico Dulcídio Braz do blog Física na Veia! também explica como ver o cometa e… Até conseguiu tirar uma foto dele! Sensacional. Leia aqui.
Historinha
De acordo com a Nasa, o cometa Lulin foi “descoberto” sem querer. Era uma vez, um menino de sete anos chamado Quanzhi Ye que morava na China. Numa bela noite de 1996, apontou sua lunetinha para o céu. Quando, de repente, viu um cometa com sua respectiva cauda flamejante passar pelos seus olhos. Uau.
Inocente, o chinesinho pensou que tivesse descoberto a maravilha. Mas algum estraga prazeres avisou que dois homens chamados Thomas Bopp e Alan Hale de Cloudcroft viram o cometa primeiro. Que, aliás, foi intitulado “Hale-Bopp”. Não satisfeito e com uma determinação oriental, Ye prometeu para si mesmo: “Um dia vou descobrir meu próprio cometa”.
Passado alguns anos, em uma tarde “quente” de verão de julho de 2007, Ye observava uma foto tirada das estrelas para um trabalho de faculdade. Ele era jovem adulto estudante de meteorologia. Notou algo estranho. Uma estrela não era uma estrela… Aham… Era um cometa! E, dessa vez, Ye viu primeiro.
A tal foto foi tirada noites antes no Observatório Lulin, localizado em Taiwan. O “fotógrafo”  astrônomo Chi Sheng Lin fazia uma patrulha do céu. “Espero que minha experiência possa inspirar outros jovens a prosseguir os mesmos sonhos estrelados como eu”, disse Ye. Amém. Leia mais aqui, em inglês.
Obs.: A foto do cometa que ilustra o post foi tirada pela Nasa.

Quer participar de pesquisa? UFSCAR E USP procuram voluntários para biotecnologia

O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com o Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), está convocando voluntários dos sexos masculino e feminino para participar de pesquisas que utilizam aplicação de raios laseres,  feitos com LEDs, para melhoria no funcionamento das atividades celulares.
As voluntárias devem estar na fase pós-menopausa e ter idade entre 50 a 59 anos. Os machos, ter idade entre 18 e 25 anos, peso entre 65 e 90 kg e índice de massa corpórea (IMC, calcule aqui http://como-emagrecer.com/calculo-de-imc.html) inferior a 30 kg/m e altura entre 1,60 e 1,90m.  Eles devem ser clinicamente saudáveis e apresentar um padrão de vida sedentário ou fisicamente ativo.
Meninas
Intitulada “Efeito da fototerapia sobre os tecidos musculares, ósseos e adiposos em mulheres na pós-menopausa”, a pesquisa é desenvolvida pela doutoranda Fernanda Paolillo no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia sob a orientação de Vanderlei Bagnato e Cristina Kurachi, professores do IFSC.
O projeto avaliará os efeitos da emissão de laseres associada a exercícios aeróbios em esteira ergométrica. Para o desenvolvimento da pesquisa, as mulheres serão submetidas a atividades físicas coordenadas, fototerapia e exames clínicos. Outro grupo fará os exercícios sem a interferência dos laseres, para comparação dos dados.
Interessadas devem entrar em contato pelos telefones (16) 3371-6071, 9707-7008 e 8162-5758 ou  e-mail ferrp@itelefonica.com.br. Mais informações: (16) 3373-9810, ramal 216.
Meninos
Os recursos fototerapêuticos são usados visando a melhora da performance muscular. Voluntários do sexo masculino participarão de atividades que envolvem treinamento físico dos membros inferiores num aparelho de musculação, associado a um recurso fototerápico que possivelmente melhora a performance muscular.
No programa estão previstas avaliações da porcentagem de massa muscular e adiposa, análise da performance muscular por meio de um aparelho que mede a força gerada pelos músculos e estudos da expressão de genes responsáveis pela recuperação do músculo após atividade física.
Intitulado “Expressão Gênica no Músculo em Treinamento de Força Fotoestimulado por Laser”, o projeto também é desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UFSCar e é coordenado pelo mestrando Cleber Ferraresi, sob orientação dos professores Nivaldo Antônio Parizoto, do Departamento de Fisioterapia, e Euclides Matheucci Júnior, do Departamento de Genética e Evolução da UFSCar.
Os interessados podem entrar em contato pelos telefones (19) 9733-4294 e (16) 3351-8985 ou e-mail cleber.ferraresi@gmail.com.
O que é fototerapia
Segundo Kurachi, a fototerapia utiliza os raios laseres que concentram energia e são absorvidos pelas células. Conforme a intensidade e a cor do raio, o tecido celular pode absorver a energia e potencializar suas funções – como a capacidade de regeneração, a produção de enzimas, a respiração celular, etc.
A aplicação do laser inclui radiações visíveis e infravermelhos – não visíveis a olho humano – que atuam no processo de regeneração celular. Ela pode apresentar resultados no tratamento da dor, redução do processo inflamatório e regeneração celular.
De acordo com os pesquisadores, esse último efeito é bem importante. Ocorre redução da capacidade funcional das células com o processo de envelhecimento. Logo, a fototerapia pode auxiliar no equilíbrio entre morte e geração de novas células. Viva a vida!

Nova tecnologia para uma agricultura sustentável

Existe uma maneira segura – tanto para o trabalhador rural quanto para o consumidor – de fazer as plantas crescerem e produzirem mais: usar silicatos. Trata-se de uma classe mineral considerada um micronutriente pelo Ministério da Agricultura. Uma tecnologia mais limpa, sustentável e natural.
De acordo com artigo de Oscar Fontão de Lima Filho, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, o silício, de modo geral, age no metabolismo da planta como uma espécie de antiestressante. Ele aumenta a resistência da planta a pragas e doenças. Consequentemente, elas podem receber menos agrotóxicos e ser de melhor qualidade.
Os pesquisadores estão realizando – odeio gerúndio – mais estudos para a técnica ser colocada em prática a valer. O texto inteiro – leia aqui – está disponível no site sem fins lucrativos Infobibos. Ele possui artigos sobre temas relativos à agropecuária,  recursos naturais e gestão com qualidade. Taí uma dica em português. Seria uma alternativa para os transgênicos?

Quem mora perto de fast-food tem mais chance de sofrer AVC

O estudo feito nos Estados Unidos, onde muita gente come em fast-food, é interessante. A chance de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) é maior onde existem muitos restaurantes de comida rápida. A descoberta foi realizada por pesquisadores, incluindo Lewis B. Morgenstern, da  Universidade de Michigan.
Os cientistas estudaram a cidade de Nueces County, no Texas, que possui 262 restaurantes de fast-food. Entre janeiro de 2000 e junho de 2003, foram registrados  1.247 casos de AVC. Nas áreas com mais restaurantes do tipo, a chance de sofrer de AVC era 13% maior. Aliás, essa porcentagem era proporcional. Quanto mais fast-food nos lugares, mais pessoas com esse problema de saúde.
Pelo que entendi, os pesquisadores continuaram os estudos em outras cidades para ver se uma coisa tem a ver com a outra. Como o polêmico caso da masturbação causar câncer de próstata – leia aqui – a relação não prova que comer esse tipo de comida aumenta o risco de AVC. Mas… é estranho, não?
It doesn’t matter. Para mim, hoje já é carnaval. Nessa época de perder calorias, um lanchinho desses cai mais que bem. Leia a matéria aqui no site da CNN, em inglês.
Foto: Um kebab de frango que devorei em Amsterdã.

Bahia reinaugura Museu de Ciência e Tecnologia

Não sei se é otimismo meu, mas estou achando que o país está dando um upgrade na divulgação científica. O governo estadual e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) investiram R$3,5 milhões na reforma e ampliação do Museu de Ciência e Tecnologia. Ele tem 30 anos e estava em condições precárias, segundo  Lourisvaldo Valentim, reitor da universidade.
De acordo com o que li, eles reformaram a estrutura física e ampliaram o acervo. Agora, conta com  demonstrador de vulcão – seria em ação? – e simuladores de terremoto e de peso humano em outros planetas. Entre 2006 e 2008, mais de 15 mil estudantes de 150 escolas da rede pública de ensino passaram pelo local. Espero que esse número aumente com a reforma. Leia mais aqui.

Doenças européias acabaram com população da Ilha de Páscoa

A Ilha de Páscoa, também conhecida como Rapa Nui, é tida como um exemplo de más práticas ambientais. Segundo pesquisadores, em 300 anos os antigos habitantes detonaram seis milhões de árvores. Mas… o arqueólogo Chris Stevenson e sua equipe mudaram o rumo do passado. Eles acreditam que a população local deu seu último suspiro após a chegada dos europeus em 1800 d.C.
Para o pesquisador, foram as doenças européias que mataram os habitantes da ilha. Até agora, os cientistas afirmavam que – como ocorreu com  outras civilizações antigas, exemplo, os maias – a população da Ilha de Páscoa morreu devido à fome, guerras, etc. Consequência da destruição o meio ambiente.
Stevenson conta que, apesar do desmatamento, eles já haviam encontrado formas sustentáveis de continuar vivendo no lugar: como adubação para restabelecer a saúde do solo e jardins para proteger as plantas. Aprenderam que deveriam todos consumir da mesma maneira para poder viver em equilíbrio. É possível que até as relações políticas mudaram. Afinal, ninguém poderia se dar ao luxo.
A notícia vi no bárbaro site do Science Daily –  clique aqui para ler, em inglês.
Obs.: Eu SEMPRE quis ir para a Ilha de Páscoa ver os moais pessoalmente – aquelas estátuas que chegam a dez metros de altura e pesam toneladas. Qual não foi a surpresa quando, no Museu Britânico de Londres, me deparei com esse grandão aí da foto? Aliás, leia aqui meu encontro com a Pedra Roseta. Melhor rir, para não chorar.

Arte x Ciência


Quando trabalhava em uma revista de engenharia/arquitetura, tivemos a idéia de fazer uma matéria explicando onde começa a arte e acaba a ciência. Ou vice-versa. Sempre adorei essas pautas, de certa maneira, filosóficas. Quem ficou encarregada da missão impossível? Eu.
Teria, relativamente, pouco tempo para me dedicar ao assunto que daria um livro. Menos de uma semana. Naquela noite, após a reunião cheguei em casa quieta. Estava pensando por onde poderia começar ou atrás de um fio condutor. Até que me lembrei de um gênio que representa, com perfeição, tanto a arte quanto a ciência: Leonardo da Vinci. E, assim, o texto fluiu de uma maneira cientificamente artística. Sem dúvida, foi a matéria que mais amei fazer – infelizmente não achei o exemplar on-line.
Leonardo da Vinci
O pintor, matemático, engenheiro, astrônomo, filósofo, projetista, anatomista… Nasceu em 1452, na Toscana, Itália, e morreu na França em 1519. Inventou máquinas voadoras, elaborou estudos trigonométricos e incrementou a anatomia humana.
Apesar de ficar emocionada ao ver a Monalisa, o quadro que mais gosto do pitor chama-se “A Anunciação”. Em Florença, caminhava calmamente pelo museu Uffizi. Livre daquela ansiedade e tumulto. Quando entrei na sala com a obra do Leonardo, pude admirar a um metro de distância. Como se estivesse encarando o artista/ cientista.
No quadro, existia um mundo ao fundo que inexistia. Um anjo que lembrava as pinturas sem profundidade anteriores. O rosto feminino, detalhes de Monalisa. Os tecidos eram os mais invejáveis. Sim, me sentia completa. Uma obra possível a um gênio.
O limite
Certa vez, um cirurgião me disse: “O que aprendemos durante faculdade é a ciência. A ténica. Mas o que fazemos nos momentos limítrofes em uma cirurgia é a arte”. Em alguns momentos, elas se confundem. Em outros, se separam. Ou uma depende da outra. Como duas melhores amigas, que às vezes se desentendem, mas fazem seu caminho de mãos dadas. Para mim, ciência é uma arte.
 Foto: Vista da cidade de Florença de dentro do museu Uffizi.