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Mata Atlântica está se recuperando aos poucos, aponta estudo

Hoje trago uma boa notícia. Um estudo científico feito por mais de 20 pessoas de dez instituições diferentes mostrou que cerca de 740 mil hectares de Mata Atlântica estavam em recuperação entre os anos de 2011 e de 2015. Isso corresponde a 740 mil campos de futebol que agora estão se tornando floresta! O estudo foi organizado pelo Pacto para a Restauração da Mata Atlântica, um movimento criado em 2009 por empresas, órgãos do governo, ONGs e centros de pesquisa. Na época do seu lançamento, fiz uma matéria sobre o assunto. O Pacto quer recuperar 15 milhões de hectares degradados até 2050, o equivalente a quase 100 cidades de São Paulo. Algo que eles ainda consideram possível. Para isso, o grupo procura fomentar políticas públicas que facilitem o processo de recuperação de áreas e evitem desmatamentos. Além disso, ONGs atuam no plantio de árvores nativas por meio do financiamento de pessoas e de empresas. É um grande trabalho em conjunto que está dando resultado. O Atlas da Mata Atlântica, uma iniciativa da SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica que 12,4% da área original de Mata Atlântica está preservada. E o desmatamento nessa floresta cai a cada ano.

A foto eu tirei no Parque Nacional de São Joaquim.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Dia Mundial da Água: o que você está fazendo com ela?

Hoje é o Dia Mundial da Água. Vale lembrar que o Brasil tem a maior reserva de água doce disponível do mundo, o que corresponde a 12% da água doce líquida do planeta. O país tem os maiores aquíferos, o maior rio, o Amazonas, e um litoral de mais de 8 mil quilômetros. Será que valorizamos e manejamos sustentavelmente toda essa oferta? Um estudo coordenado pelo analista ambiental Rafael Magris, do ICMbio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em parceria com universidades internacionais e patrocinado pelo CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, mostrou que os sedimentos contaminados do desastre da barragem que rompeu em Mariana, em 2015 em Minas Gerais, atingiram o Rio Doce, o Arquipélago de Abrolhos, na Bahia, o Espírito Santo e bancos de algas calcárias da região. A intensidade dos impactos da destruição diminuirá, mas a área total de ecossistemas em risco ou afetados tende a aumentar com o passar do tempo, segundo a pesquisa. São mananciais e litorais contaminados por substâncias químicas nocivas para nossa saúde como metais pesados. O que prejudica ou inviabiliza o uso dessas águas. Temos que colocar em prática no Brasil o hábito de planejar o modo que empregamos os nossos recursos naturais, inclusive analisando e evitando os riscos dessas atividades.  

IMG_20190306_085146175_HDRAgora, após a tragédia de Brumadinho, a Agência Nacional de Mineração publicou uma resolução determinando o fim de todas as barragens do tipo “a montante”, como as duas que romperam em Minas Gerais.

Carnaval: pode usar glitter?

Está chegando, em alguns locais como na Bahia e nas capitais paulista e carioca já chegou, uma das épocas do ano que mais adoro: o Carnaval! E a cada ano aumenta a polêmica em torno de um brilho muito usado pelos foliões: o glitter. A maioria do glitter é feito de pequenos pedaços de plástico que demoram mais de 400 anos para se decompor. E, por serem tão pequenos, passam direto pelos filtros das estações de tratamentos de esgoto das cidades (quando há tratamento). Assim, caem nos rios e córregos que, mais cedo ou mais tarde, desembocarão no mar. Muitos animais aquáticos como ostras, pequenos peixes e até baleias ingerem esse glitter. Ele pode ser confundido com os plânctons, organismos bem pequenos que fazem parte da base da cadeia alimentar aquática. Então, surge a dúvida: o que usar no lugar do glitter comum? Escolha o glitter biodegradável, que não prejudica o meio ambiente. No Brasil, existe até glitter vegano biodegradável. O problema é que esses produtos ainda são caros. Assim, deixo a dica para quem quer sair ecologicamente purpurinado: use glitter comestível para brilhar. No YouTube, dá para encontrar receitas caseiras. Outra opção é comprar glitter comestível com atenção ao rótulo: ele deve ser livre de plástico e de metais. E bom carnaval!

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Carnaval de 2018/ Isis Diniz

Tem um parque perto de você, talvez você nem saiba

Hoje, trago uma boa notícia no estilo: “antes tarde do que nunca”. O Ministério do Meio Ambiente lançou nestas férias o aplicativo para celular chamado Parques do Brasil. Ele ainda está na versão beta. O aplicativo traz fotos das unidades de conservação, as atividades e as atrações de cada uma delas. Também mostra as unidades de conservação que estão mais perto de você. As unidades de conservação são áreas naturais criadas e que deveriam ser protegidas pelo Poder Público. Duas conhecidas são: o maravilhoso Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e o Parque Nacional do Iguaçu, uma das sete maravilhas do mundo. O Brasil tem atualmente mais de 2200 unidades de conservação. E parte delas, aliás, está em risco. Segundo um recente relatório do Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, o desmatamento em unidades de conservação da Amazônia em relação ao total da floresta quase dobrou em dez anos: passou de 7%, em 2008, para 13%, em 2017. Por isso, precisamos estar por perto do que é nosso para preservar e curtir este país bonito por natureza.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Fernando de Noronha/ Isis Diniz

2019: este pode ser o ano mais quente

Uma falante novidade: sou colunista de sustentabilidade do programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Aqui, publico o que falei por lá.

Está calor aí? Aqui está muito quente! E parece que esse calorão todo vai permanecer. É bom se preparar: pesquisadores têm alertado que 2019 deve ser o ano mais quente já registrado! Isso porque a temperatura do planeta tem aumentado continuamente devido ao aquecimento global. As pesquisas mostram que as ações humanas como uso intensivo de combustíveis fósseis e queimadas de florestas lançam na atmosfera gases que retém o calor dos raios solares, esquentando o planeta mais do que deveriam. Somado a isso, desde dezembro de 2018 o fenômeno El Niño tem elevado a temperatura da superfície do mar do Pacífico. E qualquer mudança na temperatura do oceano afeta diretamente o tempo do planeta todo, em menor ou maior quantidade. O El Niño pode contribuir com uma seca mais intensa no Nordeste, por exemplo. Além disso, as regiões Sudeste, Sul e o estado do Mato Grosso do Sul devem ficar com temperaturas acima da média até junho. Essas informações são do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Aproveite para sintonizar, todo dia entre 5h e 7h da manhã, na rádio para saber as últimas notícias e ainda ouvir música! 🙂 

Foto: Welcomia/ Freepik

Cadê a “galinha” brasileira que estava aqui?

Estava na “copa do bebê”, em um hotel fazenda a cerca de uma hora de distância de São Paulo, procurando frutas para minha bebê comer quando uma ave estranha me olhou desconfiada do jardim. Sou daquelas pessoas que vê rosto até onde não existe, um fenômeno psicológico chamado de pareidolia. Imagine um movimento estranho de uma ave com cerca de um metro camuflada entre as árvores. Na hora fui fisgada. E encantada.

https://www.instagram.com/p/BZo2KmXASzI/

Era uma ave que andava elegantemente e delicadamente, com um bico alaranjado neon, o entorno do olho azul turquesa, canto agudo e com um penacho na cabeça como se fosse desfilar no carnaval. Linda! Claro que abrimos a porta para o jardim para chegarmos perto. Claro que a criança correu atrás dela, mas a ave fugiu e ficou nos fitando de longe.

Aos poucos, nos aproximamos. Nunca tinha visto uma ave daquela. Amigos me contaram pelas redes sociais que se tratava de uma siriema. Fiquei até envergonhada. Como assim sou brasileira, trabalho com meio ambiente há mais de dez anos e nunca tinha visto uma siriema ao ponto de nem reconhecer o animal?

Outras aves que encontramos aos bandos por lá foram jacus, patos de diversas espécies e coloridos, minhas amadas curicacas, muitas andorinhas, gaviões, os barulhentos quero-queros e maritacas e diversos pássaros. Ah, uma observação, você sabia que nem toda ave pode ser chamada de passarinho? Todo passarinho é ave, mas os pássaros são da ordem Passeriforme – que fica logo abaixo da classe Aves na taxonomia, uma técnica científica de classificação de seres vivos.

Em seguida, veio a reflexão: “Onde estão essas aves tão brasileiras que mal conhecemos?” Apenas nos livros didáticos? Aves que deveriam ser comuns, que “pastavam” por toda a cidade de São Paulo e outros locais degradados por nós. Algumas conseguiram se adaptar ao nosso horroroso ambiente concretado – conhecidos por animais sinantrópicos – como os gaviões, os urubus e as maritacas.

Os gaviões, por exemplo, são muito observados nas beiras das rodovias. Entre outros, se alimentam de restos de animais atropelados e de pequenos bichos como roedores que circulam pelas monoculturas. Sobre os urubus nem preciso falar muito, também se alimentam de carcaça – se bobear, ainda invadem sua casa e te dão umas bicadas, principalmente se você for um piloto de avião, a vingança. As maritacas comem os frutos das árvores na cidade.

Já imaginou uma delicada siriema circulando pelo quase nulo canteiro da paulistana Avenida Bandeirantes, por exemplo? Ia morrer de estresse apenas com a infernal poluição sonora. Agora, se essas grandes aves brasileiras estivessem nos parcos parques paulistas, sendo respeitadas, poderia ser viável, não? Já temos tucanos, garças, patos… Neste caso, mais valeria uma ave retomando o ambiente que é dela do que voando para outros locais.

Já pensou em lagartear sob o Sol?

Toda vez que visito um local paradisíaco natural muito frequentado por humanos em temporadas, mas com pouca ou quase nula fauna silvestre, penso: “Cadê os bichinhos que estavam aqui?” Existiriam animais que ainda frequentam o lugar? Quais seriam? Em qual quantidade? Em quais épocas do ano esses animais vêm para cá? A natureza sempre nos surpreende.

Passei o último fim de semana em São Sebastião (litoral norte de São Paulo) e, já que não tinha compromisso na capital, aproveitei para emendar mais dois dias na praia. Quando tenho a possibilidade de fazer isso é comum me deparar com animais marinhos. Estes devem ficar escondidos – onde? -, enquanto o tumulto toma conta da praia.

Certa vez, quando só avistava no máximo dez pessoas em toda uma praia de cerca de três quilômetros, quase pisei em uma arraia enquanto entrava no mar. Paulistanos sabem o quanto isso é raro aqui no litoral do Sudeste. Em outra ocasião, durante um deslumbrante pôr do sol no qual a maioria dos humanos já havia se evadido da areia, vi duas tartarugas no raso (a água estava abaixo do meu joelho) dançando e se alimentando de restos de vegetais conforme o balanço das ondas.

Muitas outras vezes encontrei siris de diversas cores e estampas, caranguejos rosa-choque, uma quantidade surpreendente de maria-farinha, de mergulhões, de golfinhos, de ermitões, etc. É o que se espera de um ambiente litorâneo, certo? Nem sempre! Desta vez… os lagartos estavam por todas as partes!

Não sei se é época de reprodução, mas na estrada que dá acesso à praia vi um teiú correndo para o meio das árvores. Achei sorte. Até comentamos no carro! Seguimos em frente. Caminhando para a praia, vi mais dois teiús em momentos diferentes e de diferentes tamanhos correndo para o mato. Ok.

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Na segunda-feira, quando voltamos à areia da praia, notei que ela estava repleta de pegada de lagartos! E um teiú com mais de um metro e meio (não é história de pescador) correu para dentro de uma pequena caverna na praia! Ficamos de tocaia esperando ele sair para vê-lo de perto. Conseguimos!

Em seguida, ao virarmos a cabeça para o caminho que acaba na praia, observamos um teiú pequeno, parecia jovem, correndo e saltando mais de dois metros! Um lagarto sal-tan-do. Nunca vi isso. Mas analisando a anatomia do bicho, um rabo grande e patas com dedos longos, dá para entender que o corpinho deles deve ter se adequado para a modalidade salto à distância.

https://www.instagram.com/p/BZecYg3Aq4Z

Era tanto lagarto tomando sol próximo da gente que até a novidade perdeu a graça. De ambos os lados. Nem mais os lagartos corriam de nós como nem as crianças queriam saber de correr atrás dos bichos para vê-los mais de perto.

Olhando para o lado direito, a moça deitada sobre a canga com o braço protegendo os olhos, e para o lado esquerdo, o lagarto parado nos fitando ao longe, deu para entender a expressão. Lagartear ao Sol. Aliás, o sol estava tão forte, a brisa tão fresca e branda e o céu tão azul que ninguém resistia ao lagartear. Nada melhor para dar aquela esquentadinha no sangue e liberar endorfina. Que o Sol brilhe para todos.

Como mudar o mundo por meio das redes sociais e dos aplicativos?

RJ - RIO-DE-JANEIRO - 04/08/2016 - REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 - Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Fernando Soutello

Nós temos vontade de melhorar a nossa qualidade de vida, viver em equilíbrio em comunidade, habitar um mundo mais igualitário e deixar um planeta mais harmonioso para as futuras gerações (nossos filhos, netos, sobrinhos, crianças de toda a Terra). Também, as pesquisas até têm apontado, cada vez mais queremos trabalhar em empresas que respeitem o ser humano e a natureza. Empresas que têm o propósito de cuidar do planeta ou que, ao menos, tenha ações para compensar os seus impactos.

As redes sociais e os aplicativos se mostraram um espaço para relaxarmos, mas também para nos conectarmos a outros que pensam como nós ou que têm o mesmo propósito ampliando as nossas vozes. E é, por meio deles, que podemos unir a nossa vontade de viver em um mundo mais harmônico com empresas investindo em uma causa que melhora diretamente a qualidade de vida de todos no planeta: o plantio de árvores nativas.

O plantio de árvores nativas em áreas rurais visando recuperar a floresta que havia ali e degradamos no passado, chamada também de recuperação florestal, é tão importante que ganhou até destaque na abertura das Olimpíadas! Primeiro, é irresistível pegar uma mudinha ou imaginar que um clique nosso se reverterá em uma árvore plantada que viverá, talvez, por mais tempo que nós. Segundo, este é um legado que deixamos aqui na Terra.

iniciativa_verde_villa_lobos-360O plantio de uma pequena mudinha de árvore nativa envolve toda uma cadeia do bem. Ela é produzida em um viveiro do interior (que ajudou a gerar renda para uma população que, de repente, antes trabalhava degradando a mata!). Para se ter uma muda, precisamos da semente. Logo, ela é colhida em alguma floresta que necessita ser preservada para esse fim, entre outros. Em seguida, essa mudinha é plantada por, muitas vezes, uma pessoa que às vezes desmatava (ou estava desempregada) e, agora, consegue sustentar sua família cuidando do planeta.

Em seguida, a mudinha crescerá em uma área de proteção ambiental (uma vez plantada uma árvore nativa, ela só pode ser derrubada se for por uma obra de interesse público). Conforme vai crescendo, ela atrai borboletas, pequenos mamíferos, lobos-guarás, macaquinhos. Ela pode fornecer alimento e proteção para diversos animais. As abelhas e os pássaros polinizarão a área onde está a mudinha (e suas outras amigas mudas) trazendo mais vegetação, diversificando e enriquecendo essa floresta que cresce.

Essa mudinha começa a reter a água da chuva no solo com suas raízes (calcula-se que 80% da água da chuva é “absorvida” por árvores da Mata Atlântica). Assim, aquele córrego que passa perto dela fica mais caudaloso. Ou a nascente que secou começa a voltar à vida. A população do campo que não tem recurso financeiro, que precisa diretamente da natureza para sobreviver, consegue voltar a plantar hortaliças e outros alimentos para comer e até vender. O espaço da sua propriedade que cedeu para o plantio (que já estava com o solo degradado de tanto a vaquinha pisar ou de tanto plantar) valoriza o local! Além de deixar a paisagem mais agradável e bonita.

Quem mora na cidade pode ir para o campo e fazer ecoturismo nesses locais. Pode respirar um ar mais puro. Pode ter mais água na torneira e de melhor qualidade. Essa pequena mudinha, conforme vai crescendo, absorve o gás carbônico da atmosfera. Aos poucos, ela vai evitando que o temido e impalpável aquecimento global nos atinja. Afinal, quando a gente muda o uso do solo (desmata, por exemplo), altera as chuvas. Ela evita que sejamos, aqui na cidade, atingidos por aguaceiros que alaguem tudo ou por secas que fazem nossos narizes coçarem insuportavelmente. Nossa saúde agradece.

Como o efeito borboleta (“o bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas”), essa pequena ação pode mudar o nosso futuro para melhor. Durante o evento Social Media Week, vou dar a palestra “Já pensou em plantar árvores por meio da internet?” para mostrar como podemos plantar mudinhas por meio das redes sociais, de aplicativos e da internet em geral. Mostrarei ações de marcas como a Sky ou a Wappa com a Iniciativa Verde que envolvem o plantio de árvores nativas. Lindos casos. Que marca a sua marca quer deixar no mundo?

Fotos de cima para baixo: Rio2016/Fernando Soutello, Marcelo Scandaroli/ Iniciativa Verde, Isis Nóbile Diniz/ Iniciativa Verde

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Baleias: elas voltaram!

IMG_8232Reparou que, no último mês, há mais notícias de baleias jubarte sendo avistadas na costa brasileira? Principalmente, vistas de passagem pelos estados da região Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro? Coincidência? Não (na foto, uma réplica de filhote de jubarte, no Projeto Baleia Jubarte, Bahia).

Nesta época, inverno, essa espécie de baleia (Megaptera novaeangliae) sobe o litoral brasileiro até a região da Bahia, onde parem seus belos e gigantes filhotes que nascem com quatro metros e pesam mais de uma tonelada! Lá, no divino estado brasuca, ficam até cerca de novembro amamentando a cria. Quando o filhotinho está mais rechonchudinho, ela volta para as águas frias do oceano em busca de alimento, o krill (um minúsculo camarão).

Devido à proteção delas, sua população está aumentando. Se você for para a Praia do Forte (Bahia), entre julho e outubro, poderá fazer um passeio de barco para avistar esses belos animais – eles ficam cerca de três quilômetros longe da costa. Duas dicas: faça o passeio com agências credenciadas pelo Projeto Baleia Jubarte e em qualquer época visite a organização.

O Projeto oferece visita monitorada no local explicando muita curiosidade sobre os cetáceos (animais dos quais ela faz parte) e há algumas réplicas fabulosas para crianças. É uma visita rápida, mas de intenso aprendizado.

Então, se você é daqueles que só gosta de praia no verão, repense. Se tiver sorte, pode ver maravilhosas baleias dando um “oi” com seus saltos (elas saltam para se livrar dos piolhos, eca) ou batendo suas caldas por aí (é por meio da calda que os pesquisadores sabem qual baleia é, o desenho é como uma impressão digital). Este ano, minha cunhada viu jubarte em São Sebastião. Eu bem que fiquei horas e dias fitando o mar, mas não tive a mesma sorte. Mas já observei pinguins no litoral de São Paulo e de Santa Catarina. <3

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Aliás, outra informação rápida. As jubartes não são as únicas baleias que procuram o litoral do Brasil para procriar. A maravilhosa baleia-franca (Eubalaena australis), aquela cheia de cracas brancas, também sobe até Santa Catarina para ter seus filhotinhos nesta época do ano. E você também pode vê-las saltar sentado na areia (!) ou de barco (a foto acima e abaixo tirei de uma franca na África do Sul – se for para lá, tenho muitas dicas de passeio para parques).

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Por fim, última curiosidade: você sabe como as baleias e golfinhos dormem? O porquê deles não fecharem os olhos? Pois descobri lá no Projeto Baleia Jubarte. Os lados direito e esquerdo do cérebro desses animais são separados. Na hora do sono, eles “desligam” um dos lados, enquanto o outro mantém atividades básicas de sobrevivência como não deixar afundar. Incrível, né?

Bom, eu pretendo fazer mais aparições por aqui. Espero conseguir. A maternidade e a experiência do meu trabalho na Iniciativa Verde me trouxeram mais repertório e uma nova maneira de ver a vida. Um beijo desta amante dos cetáceos. Vamos falar baleiês!

Quanto suas ações impactam o meio ambiente?

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Você sabia que suas ações emitem direta e/ou indiretamente gases de Efeito Estufa (GEE) que podem piorar o Aquecimento Global?

O Efeito Estufa é essencial para nossa espécie – e todas as outras. Isso porque graças a ele nosso planeta se mantém quentinho possibilitando a nossa sobrevivência. Ele é um fenômeno natural onde os raios infravermelhos enviados pelo Sol ficam retidos na atmosfera da Terra graças a esses gases.

O problema é que algumas ações nossas, do homo sapiens, estão aumentando a quantidade desses gases. O que eleva o Efeito Estufa. Assim, segundo algumas pesquisas, já estão nos fazendo suar mais. E isso se chama: Aquecimento Global.

Embora o Aquecimento Global pareça algo inalcançável, impalpável, nós vamos sofrer cada vez mais na pele as suas consequências. Sei que podemos nos sentir injustiçados, já que ele é resultado de diversas ações humanas realizadas ao longo de anos (nos quais eu nem era nascida).

Mas… Podemos fazer bastante coisa para evitar, literalmente, catástrofes em sua decorrência – e cuidarmos das gerações futuras (é justo deixar um planeta habitável). Uma delas, ainda por cima, é divertida: calcular a sua Pegada de Carbono. Ou seja, o quanto você emitiu, anualmente, de gases capazes de piorar o Aquecimento Global.

Para isso, a Iniciativa Verde renovou a sua tradicional Calculadora de Carbono: http://www.iniciativaverde.org.br/calculadora/index.php com dados atuais. O mais interessante é que ela, automaticamente, converte o seu impacto em número de árvores nativas de Mata Atlântica que precisam ser plantadas para compensar essas emissões.

Eu, por exemplo, preciso plantar cinco árvores (!) para compensar as minhas emissões de 2015. Parece pouco, mas é significativo! Como informação é poder, sabendo o quanto você emite e onde emite mais, pode repensar as suas atitudes para 2016. Deixando ações objetivas para cuidar do meio ambiente na clássica lista de resoluções para o Ano Novo.

E que venha um 2016 mais verde!

Obs.: Na foto acima, plantando ipês no Parque Villa-Lobos (Sampa) com os amigos em evento promovido pela Iniciativa Verde na Virada Sustentável.