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Dia Mundial dos Oceanos: Qual a sensação de praticar mergulho

Posso fazer aqui uma declaração de amor?

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Imagine um mar que parece gelatina. De cima do barco, dá para ver o fundo dele a mais de quarenta metros abaixo de você. Ainda da embarcação, os cardumes de peixes que brilham como neon nadam lateralmente. Parecem nos olhar. Quando me jogo nessa água quentinha (como não se atirar?) ouço o barulho dos corais. Sim, eles estalam! Vejo um tubarão-lixa bebê, arraias, tartarugas tão lesadas como aquelas do filme “Procurando Nemo”, polvo assustado, moreias maiores que eu e muitos peixes coloridos de diversas formas. Corais de todas as cores, esponjas, uma água transparente e uma areia macia.

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Eu já havia praticado snorkeling no  litoral brasileiro, pelo que me lembre, em São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bonito (MS) – este merece um post à parte. Mas nunca havia visto nada como Fernando de Noronha, da descrição acima. Após me entregar para aquela água, minha vida mudou. Quando mergulhei de cilindro lá, então, entendi a paz que o mar nos traz.

Eu estava com medo de saltar na água com presos pesos à minha cintura e com aquele cilindro que deveria pesar mais que eu. Por sorte, estava com o instrutor mais paciente e carinhoso do grupo. Certamente ele pensou: “Essa vai dar trabalho”. Tremendo, não sei se de frio ou nervoso, começamos a afundar.

Quando cheguei a mais de dez metros de profundidade (sem precisar subir para pegar ar, como teria que fazer com o snorkel) ao mar eu tinha certeza que pertencia. Era relativamente silencioso. Ouvia mais forte apenas minha respiração. Tudo azul. Senti uma paz que só havia atingido meditando.

Brinquei de “fechar” corais. Observei os animais marinhos. Me senti de volta ao útero. Acolhida. Estava muito feliz e plena. Ficamos cerca de meia hora abaixo da água, explorando aquele mundo maravilhoso, mas parecia apenas cinco minutos quando já era para voltarmos.

Eu não quis. Comecei a fugir do instrutor. Como se tivesse a capacidade de deslizar como um tubarão cheia daqueles penduricalhos presos ao meu corpo. O instrutor nadou atrás de mim e falou que não tinha jeito, precisávamos subir. Deu a entender que o ar poderia acabar. Começou a inflar minhas boias.

Relutei em voltar à superfície tentando argumentar de baixo da água por língua de sinais de mergulho. Lamentei muito. Subi contrariada. Eles explicaram que aquilo que eu senti aconteceu devido ao excesso de oxigênio no meu cérebro. Que “dá barato” e a pessoa perde a noção de tempo e de perigo.

Não, meus amigos. Aquilo aconteceu devido ao excesso de mar em volta de mim.

#DiaMundialdosOceanos

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22 dicas sobre o parto e pós-parto que quero contar para minhas amigas

img_7528Vejo minhas amigas grávidas pela primeira vez e lembro-me das minhas dúvidas quando eu era gestante e, principalmente, da inquietação relacionada ao desconhecido parto. A gente acha que parir é parecido ao retratado em um filme roliudiano. Você começa a ter contração, sente muita dor, corre logo para o hospital, dá uns gritos e a criança nasce. Pode ser assim, mas geralmente não é nada disso. Parir é mais visceral, animalesco e muito íntimo. É uma volta ao seu interior.

Durante o parto da minha bebê, eu cheguei ao hospital toda querendo ser phyna. Fazer xixi de porta aberta? Surtei. Como assim? Meu marido ia me ver sentada no vaso sanitário? Expulsei ele do banheiro da sala de parto e até hoje recordo da expressão tranquila, de acolhimento, de aceitação e atenta dele preocupado em cuidar de nós duas. Cheguei ao hospital com cinco centímetros de dilatação e fiquei presa entre esses e os sete por um tempo. Creio que por três horas e pouco.

Quando me entreguei ao desconhecido, ao que eu queria fazer, gemer e, principalmente, quando me interiorizei, o parto evoluiu mais rápido (cheguei ao hospital cerca de 11h30 da noite e antes das 5h da manhã a bebê nascia). A dor diminuiu, soube lidar melhor com ela e me corpo indicava o que era melhor para nós. Sem gritar (guardei a energia para usá-la durante o expulsivo).

Por exemplo, acredite se quiser. Depois da anestesia é comum as contrações diminuírem ou ficarem irregulares. Também há uma preocupação especial com os batimentos cardíacos do bebê, que podem diminuir devido ao remédio. Nestes casos, os médicos podem injetar ocitocina para que as contrações continuem ritmadas e intensas.

Debati com a obstetra porque eu queria a menor interferência médica possível no parto, de jeito algum abrindo mão de algumas facilidades da medicina contemporânea, e ela já sabia disso. Como as contrações estavam muito zuadas (perdão a palavra, mas as ondas viraram gráficos bizarros como os econômicos) e os batimentos da bebê caíram algumas vezes, a médica falou que daria “só um pouco de nada de ocitocina”. Concordei.

Bom, depois da anestesia, sem dor, minha vontade era apenas de meditar. Meditei por mais de 45 minutos. Entrei em uma paz, calma, felicidade indescritíveis. Sei lá para onde minha mente foi levada. O curioso é que, toda vez que uma enfermeira, a obstetra ou o Santos anestesista (ele era uma graça, vale um post a parte, me acalmou após ficarmos hora conversando sobre a história da medicina durante o trabalho de parto) entrava na sala para falar comigo, as contrações desandavam. Quando eu voltava a meditar, elas voltavam a ter ritmo. Nem precisei de mais ocitocina.

Sou muito, mas muito grata a todos os envolvidos porque foi um parto mágico. Foi o segundo dia mais importante da minha vida – o primeiro, quando nasci. Minha obstetra me auxiliou perfeitamente, com palavras certas nos momentos corretos. Eu li tanto que ninguém mais aguentava minhas citações. Fiz ioga com uma parteira maravilhosa. E conversei com muitas amigas já mães, mentoras até hoje. Graças a todo esse conhecimento, o desconhecido foi fácil de ser levado. Por isso, após todo meu blábláblá acima, quero compartilhar aqui informações que podem te acalmar. Espero ser útil e que tenha um lindo parto!

O que esperar do parto normal e do pós-parto imediato?

  1. O mais importante: o parto é único. Como cada gravidez, o parto e o pós-parto são diferentes para cada mulher. Portanto, a sequência pode ser a mesma, mas a intensidade, o modo que você irá lidar com cada passo dele, é diferente. Leia, mas não se prenda ao passo-a-passo;
  2. Os pródomos, sinais que indicam que o trabalho de parto está próximo, podem começar dias antes ou horas antes. Leia sobre eles para saber identificar – lembrando que algumas mulheres não têm nada! No meu caso, no dia anterior, estava com muitas contrações irregulares. Foi um dia com contração a toda hora. Ainda sem dor, mas eram tantas que estranhei;
  3. O parto da primeira gravidez pode demorar “muito”, a média é de cerca de 13 horas, e quem manda é a natureza. Desista de lutar contra ela. Se entregue e tenha ciência de que é impossível controlar tudo. Aliás, depois, a maternidade vai jogar na sua cara várias vezes que não podemos ter o domínio de tudo na vida. Tente aproveitar essa beleza;
  4. Você pode começar a ter contração de treinamento com cinco meses e ter dilatação com sete meses. Fique atenta, mas saiba que é normal. Na dúvida, consulte quem fará seu parto. Ah, o que é contração de treinamento? Quando a barriga fica dura por um tempo e, depois, fica relaxada. Curta, é maravilhoso;
  5. O trabalho de parto é dividido em três fases: quando o colo do útero está dilatando, a expulsão e a saída da placenta. A primeira fase é a mais demorada. A de expulsão, quando fazemos força para tirar o bebê, dura de minutos até cerca de uma hora e meia. A última é rapidinha, não se preocupe muito com esta. É comum os obstetras fazerem uma massagem de leve para ajudar a soltar a placenta;
  6. Dói muito? Depende e depende de como você encara essa dor. Generalizando, dói mesmo, para valer, por volta dos sete centímetros. Depois, o trabalho de parto costuma evoluir rápido e em pouco tempo você estará com o bebê no colo. Pode ser que doa muito para você desde os dois centímetros de dilatação, pode ser que você só sinta dor no expulsivo, pode ser que só doa muito por volta dos sete centímetros de dilatação (foi o mais comum relatado pelas minhas amigas e o que aconteceu comigo). Pode ser que não sinta dor;
  7. Como é a dor? É de partir, rs. No meu caso, quando começou a doer a valer, eu sentia uma dor de leve nas costas que “abraçava” a barriga. Esta ficava dura e, aí sim, eu sentia a dor de partir. Parece que vem de cima do tronco para baixo, até a pélvis. Depois, passava e viriam outras a cada dois minutos;
  8. Não pense na dor no intervalo das contrações. Apenas relaxe ou faça o que der vontade. A banheira ajuda a tirar a dor, mas acelera as contrações. O chuveiro também. Abraçar o acompanhante de pé, apoiando o peso nele com o corpo para frente é uma boa;
  9. Você vai sangrar muito durante o trabalho de parto e no pós-parto. Após o parto e por dias, vão sair umas “gosmas” de sangue. Fique tranquila. Agora, se achar que está saindo sangue vivo e por muito tempo e frequência, vá ao médico. Se é sedentária, também pode ficar dolorida devido à força feita para parir. Você pode ter dor no quadril e na região do cóccix antes e depois do parto, estas partes “alargam” e amolecem para a passagem do bebê;
  10. Esqueça aquela história de “barriga está baixa, vai nascer logo”. Não dá para saber se o bebê está encaixado só de um leigo olhar. Por exemplo, todos diziam que minha barriga estava baixa. Eu pari com 40 semanas em ponto, data do ultrassom. A bebê só encaixou durante o trabalho de parto e quando eu estava com oito centímetros de dilatação. Como ela estava “alta”, a equipe médica acreditava que o parto iria demorar. Nada. Após encaixar, ela nasceu em, no máximo, 20 minutos. Foi uma correria boa até a equipe chegar ao quarto. Em seguida, fiz três forças completas e ela saiu. Mal deu tempo do pediatra jovem com kit galã feio (hahaha, ele era gente boa) explicar os procedimentos – que eu já sabia. Eu queria bater nele porque estava atrapalhando meu expulsivo, rs. Minha vontade era de empurrar e ele ficava falando! Fofo, mas falando;
  11. E se a bolsa estourar? Sai um líquido amarelado-claro e bem quentinho. Lembra o xixi. Mas você vai perceber, espero, que é a bolsa estourada. Calma, você pode ter tempo até ir para o local do parto. Ou não – conheço casos de parto em hora! E outros de 24 horas após estouro da bolsa. E se entrar em trabalho de parto antes de estourar? Sem problemas. Durante o parto pode estourar, ser estourada se necessário ou o bebê sair dentro dela. Fofura total.
  12. A placenta parece uma geleia. Peça para ver e coloque a mão. É muito interessante!
  13. Se tomar anestesia, é possível que não te deixem levantar em seguida do parto ou tomar banho. Se você estiver bem, peça para tomar banho acompanhada por uma enfermeira;
  14. Coma bem! Você estará com fome! E antes do parto também! Prefira alimentos saudáveis com carboidratos, fibras e proteínas;
  15. É comum ter hemorroidas durante a gravidez (devido ao peso da barriga ou de prisão de ventre) ou no pós-parto por causa da força feita. Dica natureba: compre própolis sem álcool e passe duas vezes por dia na região. Vai curar;
  16. Outra dica natureba: óleo de calêndula ajuda a cicatrizar a dilaceração ou episiotomia. Passe duas vezes ao dia. Dá uma aflição, a região fica dolorida no pós-parto;
  17. Fazer exercícios para o períneo antes da gravidez, durante e logo após parir ajuda na elasticidade do canal do parto e da região pélvica. Também facilita na volta da musculatura. Procure um fisioterapeuta especializado ou busque por “exercícios de Kegel” na internet;
  18. Amamente o quanto antes, logo após o bebê nascer. Eles já costumam nascer fazendo um biquinho-de-passarinho-coisa-mais-linda-do-mundo procurando o “mamá”. Quanto antes amamentar, mais fácil será a amamentação. Tem gente que recomenda passar lanolina no bico do seio para não machucar. Só indico passar se sentir machucado e não antes. Na sala de parto, peça auxílio para a enfermeira na primeira amamentação. E, nas consultas com o obstetra, deixe claro que quer amamentar logo após o parto;
  19. Amamentar dá contração. Ela libera hormônios que ajudam o útero a voltar ao tamanho de antes da gravidez. Completamente normal, curta a sensação. Ah, e tome quatro litros de água por dia. Você precisa de muita água para ter leite. Em seguida, de se alimentar corretamente e tentar não se cansar ou se estressar muito (também não se cobre ficar relax, ok?);
  20. Dias após o parto, os hormônios despencam. É comum a mulher se sentir deprimida, querer ficar quietinha, não fazer nada. Respeite seu corpo. É até sábio, afinal, o bebê tem pouca imunidade para curtir baladas. Se a tristeza permanecer por mais de 30 dias, consulte seu obstetra ou um médico. Aliás, até o pediatra pode te ajudar caso a tristeza permaneça. Se você trabalha, pode ser que quando acabar a licença maternidade volte a se sentir bem. Coma corretamente, tente fazer exercícios físicos quando o médico liberar e dormir sempre (ouviu, sempre) que o bebê dorme para permanecer descansada. Aliás, você nunca saberá quando ele vai dormir de novo… Aproveite a chance;
  21. E a barriga? Ela volta ao normal se você manter uma alimentação equilibrada e se se exercitar um pouco. Não há dados científicos sobre isso (não encontrei) e profissionais da saúde não recomendaram, mas usei cinta modeladora e deu certo;
  22. E a vagina? Volta ao normal? Se tudo ocorrer de acordo com o esperado (se o obstetra não fizer episiotomia desnecessária e der pontos errados), volta. Claro que o corpo já terá a memória daquele alongamento feito durante o parto – por isso, os próximos partos costumam ser mais rápidos. Continue com os exercícios para a região do períneo (você ficará craque) e não encane. A natureza é sábia.

Aproveite cada segundo daquele bebezinho que tem uma feição nova a cada dia! Ele apenas será recém-nascido por 28 dias. Curta o parto, o pós-parto, o carinho de amigos e de familiares, o companheiro (a) se você tiver, a natureza da vida. Os dias com um bebê demoram para passar, mas os anos voam. Parir é um milagre. Aliás, o que é a vida se não um fenômeno desconhecido? Aproveite a viagem!

*Na foto acima, estava com minha bebê no primeiro dia de vida dela no mundo aéreo <3.

As pessoas são uma história de geografia

Esta pequena crônica não tem nada a ver com ciência. Ou, pode ter. Tem a ver com geografia, história, geologia, sociologia. Mas, acima de tudo, tem a ver com a gente. Homo sapiens. Segue um pequeno texto feliz. Tenha um lindo dia!

Música traz cada lembrança deliciosa… Estava ouvindo Caetano Veloso e Roberto Carlos cantar Wave, do meu amado Tom Jobim. Na hora, viajei no tempo para 2015 e no espaço para Puerto Natales, no Chile. Estávamos, o Gustavo Mendes e eu, num restaurante. Conversei em espanhol com o garçom magrinho, que trouxe o menu para a gente. Escolhíamos qual prato típico ia nos aquecer naquele cerca de 0 grau que fazia lá fora, em pleno feriado super festivo da Independencia Nacional. O garçom parou para observar um pouco de longe.

O chamamos e fizemos o pedido. E ficamos quentinhos observando as ruas cada vez mais agitadas, felizes, repletas de patriotas. Enquanto esperávamos o prato, o garçom perguntou: “Vocês são brasileiros?” “Sim”, dissemos animados. Ele contou que era colombiano (mal, na época, eu saberia que hoje seria apaixonada pela Colômbia, que estaria pesquisando a história do país), meio acanhado. Percebemos que, de repente, havia um certo preconceito por lá contra colombianos.

Ele disse que morava há tempo no Chile e que a família dele tinha uma “casa nas montanhas”. Um dos passatempos preferidos dele era, enquanto caía a neve, ficar na casa de campo bebendo vinho e ouvindo bossa nova! Detalhe, com a lareira acesa, claro. “Bossa nova é a música perfeita para esta ocasião.” Eu, que sempre remeti à brisa quente do Rio de Janeiro e, especialmente, ao Arpoador com aquele mar verde-água ao tipo de música, fiquei com um pingo de inveja. Deve ser bom, mesmo, e já me imaginei bebendo vinho, ouvindo Tom, com a neve caindo lá fora. No entanto, nosso amigo garçom estava aflito.

Ele queria saber os nomes dos cantores brasileiros de bossa nova para baixar e ouvir segurando sua bebida preferida. Ele não entende português, não sabia por onde começar. Veio com um guardanapo e uma caneta e pediu, um pouco escondido do chefe dele: “Vocês podem anotar o nome dos cantores para eu baixar as músicas?” No começo, escrevemos nomes mais contemporâneos como o de Roberta Sá. Fizemos uma lista com uns dez nomes. Até que ele nos mostrou o CD que tinha.

Sabe aqueles que vende no aeroporto, coletânea com cantores menos conhecidos cantando os clássicos readaptados? Ficamos compadecidos. Precisávamos começar do começo: Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Baden Powell… E os nomes aumentavam no papel… O guardanapo, com cerca de 25 músicos maravilhosos, ficou bem preenchido. O garçom guardou no bolso e saiu todo feliz. Vimos comentar com o barman. Após o jantar, ganhamos até uma bebida nacional, que é servida no feriado (algum chileno sabe o nome?). Aliás, foram dois copões da bebida deliciosa – que nem era servida no lugar, mas preparam para a gente.

E, até hoje, eu me pego pensando. Será que ele conseguiu baixar as músicas? Será que era o que esperava? Será que está feliz? Ou será que nos xingou e perdeu a chance de pedir exato o que queria? Será que veio para a Copa ou às Olimpíadas – por onde a gente passava, convidada os novos amigos hermanos para passearem aqui, demos até nosso e-mail para vários para ajudá-los a enfrentar a República Tupiniquim. Espalhamos dicas de segurança e de como se passar por brasileiros.

As viagens não são apenas feitas de paisagens indescritíveis como do maciço Paine, um dos locais mais lindos que já vi na vida. Aliás, Torres del Paine está para as montanhas como Fernando de Noronha está para o mar. As viagens são feitas de momentos. Bons momentos passados ao lado das pessoas. Caiu, agora, uma lágrima. Obrigada, amigo colombiano. Hoje, estudando mais sobre seu país, desejo que ele seja tão lindo de se viver quanto é maravilhoso em belezas naturais. E quanto a nossa conversa. Ah, e pena que esquecemos de colocar na sua lista esse CD do Caetano com o Roberto! Duas vozes que parecem feitas para a bossa nova…

Como mudar o mundo por meio das redes sociais e dos aplicativos?

RJ - RIO-DE-JANEIRO - 04/08/2016 - REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 - Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Fernando Soutello

Nós temos vontade de melhorar a nossa qualidade de vida, viver em equilíbrio em comunidade, habitar um mundo mais igualitário e deixar um planeta mais harmonioso para as futuras gerações (nossos filhos, netos, sobrinhos, crianças de toda a Terra). Também, as pesquisas até têm apontado, cada vez mais queremos trabalhar em empresas que respeitem o ser humano e a natureza. Empresas que têm o propósito de cuidar do planeta ou que, ao menos, tenha ações para compensar os seus impactos.

As redes sociais e os aplicativos se mostraram um espaço para relaxarmos, mas também para nos conectarmos a outros que pensam como nós ou que têm o mesmo propósito ampliando as nossas vozes. E é, por meio deles, que podemos unir a nossa vontade de viver em um mundo mais harmônico com empresas investindo em uma causa que melhora diretamente a qualidade de vida de todos no planeta: o plantio de árvores nativas.

O plantio de árvores nativas em áreas rurais visando recuperar a floresta que havia ali e degradamos no passado, chamada também de recuperação florestal, é tão importante que ganhou até destaque na abertura das Olimpíadas! Primeiro, é irresistível pegar uma mudinha ou imaginar que um clique nosso se reverterá em uma árvore plantada que viverá, talvez, por mais tempo que nós. Segundo, este é um legado que deixamos aqui na Terra.

iniciativa_verde_villa_lobos-360O plantio de uma pequena mudinha de árvore nativa envolve toda uma cadeia do bem. Ela é produzida em um viveiro do interior (que ajudou a gerar renda para uma população que, de repente, antes trabalhava degradando a mata!). Para se ter uma muda, precisamos da semente. Logo, ela é colhida em alguma floresta que necessita ser preservada para esse fim, entre outros. Em seguida, essa mudinha é plantada por, muitas vezes, uma pessoa que às vezes desmatava (ou estava desempregada) e, agora, consegue sustentar sua família cuidando do planeta.

Em seguida, a mudinha crescerá em uma área de proteção ambiental (uma vez plantada uma árvore nativa, ela só pode ser derrubada se for por uma obra de interesse público). Conforme vai crescendo, ela atrai borboletas, pequenos mamíferos, lobos-guarás, macaquinhos. Ela pode fornecer alimento e proteção para diversos animais. As abelhas e os pássaros polinizarão a área onde está a mudinha (e suas outras amigas mudas) trazendo mais vegetação, diversificando e enriquecendo essa floresta que cresce.

Essa mudinha começa a reter a água da chuva no solo com suas raízes (calcula-se que 80% da água da chuva é “absorvida” por árvores da Mata Atlântica). Assim, aquele córrego que passa perto dela fica mais caudaloso. Ou a nascente que secou começa a voltar à vida. A população do campo que não tem recurso financeiro, que precisa diretamente da natureza para sobreviver, consegue voltar a plantar hortaliças e outros alimentos para comer e até vender. O espaço da sua propriedade que cedeu para o plantio (que já estava com o solo degradado de tanto a vaquinha pisar ou de tanto plantar) valoriza o local! Além de deixar a paisagem mais agradável e bonita.

Quem mora na cidade pode ir para o campo e fazer ecoturismo nesses locais. Pode respirar um ar mais puro. Pode ter mais água na torneira e de melhor qualidade. Essa pequena mudinha, conforme vai crescendo, absorve o gás carbônico da atmosfera. Aos poucos, ela vai evitando que o temido e impalpável aquecimento global nos atinja. Afinal, quando a gente muda o uso do solo (desmata, por exemplo), altera as chuvas. Ela evita que sejamos, aqui na cidade, atingidos por aguaceiros que alaguem tudo ou por secas que fazem nossos narizes coçarem insuportavelmente. Nossa saúde agradece.

Como o efeito borboleta (“o bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas”), essa pequena ação pode mudar o nosso futuro para melhor. Durante o evento Social Media Week, vou dar a palestra “Já pensou em plantar árvores por meio da internet?” para mostrar como podemos plantar mudinhas por meio das redes sociais, de aplicativos e da internet em geral. Mostrarei ações de marcas como a Sky ou a Wappa com a Iniciativa Verde que envolvem o plantio de árvores nativas. Lindos casos. Que marca a sua marca quer deixar no mundo?

Fotos de cima para baixo: Rio2016/Fernando Soutello, Marcelo Scandaroli/ Iniciativa Verde, Isis Nóbile Diniz/ Iniciativa Verde

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Baleias: elas voltaram!

IMG_8232Reparou que, no último mês, há mais notícias de baleias jubarte sendo avistadas na costa brasileira? Principalmente, vistas de passagem pelos estados da região Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro? Coincidência? Não (na foto, uma réplica de filhote de jubarte, no Projeto Baleia Jubarte, Bahia).

Nesta época, inverno, essa espécie de baleia (Megaptera novaeangliae) sobe o litoral brasileiro até a região da Bahia, onde parem seus belos e gigantes filhotes que nascem com quatro metros e pesam mais de uma tonelada! Lá, no divino estado brasuca, ficam até cerca de novembro amamentando a cria. Quando o filhotinho está mais rechonchudinho, ela volta para as águas frias do oceano em busca de alimento, o krill (um minúsculo camarão).

Devido à proteção delas, sua população está aumentando. Se você for para a Praia do Forte (Bahia), entre julho e outubro, poderá fazer um passeio de barco para avistar esses belos animais – eles ficam cerca de três quilômetros longe da costa. Duas dicas: faça o passeio com agências credenciadas pelo Projeto Baleia Jubarte e em qualquer época visite a organização.

O Projeto oferece visita monitorada no local explicando muita curiosidade sobre os cetáceos (animais dos quais ela faz parte) e há algumas réplicas fabulosas para crianças. É uma visita rápida, mas de intenso aprendizado.

Então, se você é daqueles que só gosta de praia no verão, repense. Se tiver sorte, pode ver maravilhosas baleias dando um “oi” com seus saltos (elas saltam para se livrar dos piolhos, eca) ou batendo suas caldas por aí (é por meio da calda que os pesquisadores sabem qual baleia é, o desenho é como uma impressão digital). Este ano, minha cunhada viu jubarte em São Sebastião. Eu bem que fiquei horas e dias fitando o mar, mas não tive a mesma sorte. Mas já observei pinguins no litoral de São Paulo e de Santa Catarina. <3

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Aliás, outra informação rápida. As jubartes não são as únicas baleias que procuram o litoral do Brasil para procriar. A maravilhosa baleia-franca (Eubalaena australis), aquela cheia de cracas brancas, também sobe até Santa Catarina para ter seus filhotinhos nesta época do ano. E você também pode vê-las saltar sentado na areia (!) ou de barco (a foto acima e abaixo tirei de uma franca na África do Sul – se for para lá, tenho muitas dicas de passeio para parques).

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Por fim, última curiosidade: você sabe como as baleias e golfinhos dormem? O porquê deles não fecharem os olhos? Pois descobri lá no Projeto Baleia Jubarte. Os lados direito e esquerdo do cérebro desses animais são separados. Na hora do sono, eles “desligam” um dos lados, enquanto o outro mantém atividades básicas de sobrevivência como não deixar afundar. Incrível, né?

Bom, eu pretendo fazer mais aparições por aqui. Espero conseguir. A maternidade e a experiência do meu trabalho na Iniciativa Verde me trouxeram mais repertório e uma nova maneira de ver a vida. Um beijo desta amante dos cetáceos. Vamos falar baleiês!

Museu de Astronomia do Rio tem evento sobre divulgação de ciência na internet

Pessoal (quem gosta do tema, quer se aprofundar ou tem algum interesse), participe do evento sobre divulgação científica na internet no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) do Rio de Janeiro. Será nesta sexta-feira, dia 3 (sim, logo chegaremos em junho!), com entrada gratuita! Quem não poder ir, pode acompanhar o debate ao vivo online. Um abraço! 😀 E uma estrelada semana!

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Participe de vaquinha para plantar uma floresta

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Muita gente me pergunta: “Como posso ajudar a ONG onde você trabalha”? A-há! De várias maneiras. Agora, mais do que nunca, colaborando com a nossa vaquinha. Nós queremos, com a ajuda dos internautas, plantar 3.334 árvores da Mata Atlântica no Sistema Cantareira. Isso corresponde ao tamanho de três campos de futebol de floresta nativa ou dois hectares. Essa é a primeira vez que fazemos uma vaquinha. E também que o município de Extrema, Minas Gerais, onde serão plantadas as árvores, faz um plantio pago por pessoas. Gente como a gente. Clique aqui e faça sua boa ação do dia. Começando a semana do bem.

O que as árvores têm a ver com a água?

A escassez de água também está atrelada à falta de árvores. Esta relação se dá, principalmente, em locais de florestas tropicais como a Mata Atlântica. Coincidência – na verdade, não – as maiores cidades brasileiras como São Paulo estão localizadas nesse bioma. Assim, elas dependem das florestas para abastecer os seus mananciais e, claro, seus habitantes. Você sabe qual a relação das florestas com a água que sai da torneira?

Segundo um estudo da empresa de geoprocessamento Arcplan em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, 76,5% dos 5.082 km de rios que formam o Sistema Cantareira estão sem cobertura vegetal. Sem mata ciliar não há como proteger os rios. O mínimo esperado para que a água seja preservada é cumprir o Código Florestal.

Se todas as Áreas de Preservação Permanente (APPs) dentro do Sistema Cantareira estivessem conservadas (seja com floresta primária, que ainda está livre da intervenção humana, ou recuperadas por meio do plantio de árvores nativas), a crise hídrica que atingiu o Sudeste teria sido menos crítica. Claro que essa preservação deve estar atrelada a medidas de racionalização do consumo; de educação ambiental; tornar a gestão e distribuição mais eficientes. Apenas culpar São Pedro é pouco.

Mesmo porque a Estação Meteorológica (EM) do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) desde 1932 mede a precipitação (quantidade de água que cai do céu) na Região Metropolitana de São Paulo. O ano de 2014 foi o 13º período chuvoso (outubro a março) mais seco desde 1932 até o ano – o que acabou afetando o crítico ano de 2015. O ano mais seco (no período chuvoso) desde que começaram as medições foi o de 1941. Essa seca é uma variabilidade natural do clima. Assim, a gestão da água deve prever prevenção a esse tipo de condição climática.

Como o solo nessa situação permanece mais seco, a umidade leva mais tempo para voltar às condições médias, mesmo com um aguaceiro caindo sobre a represa. Por isso, o volume de água das represas demora a subir. Ou seja, as florestas contribuem para regular a vazão das águas, pois seguram o excesso de água das chuvas, liberando essa água aos poucos para os rios, represas e nascentes (mantendo-os sempre com água, no caso da Mata Atlântica).

A vegetação também contribui para a manutenção da qualidade das águas filtrando diversos sedimentos (evitando o assoreamento) e poluentes. As árvores nativas também protegem a biodiversidade. Por fim, um efeito global é absorver carbono e colaborar com a regulação do clima do planeta, diminuindo os efeitos negativos da mudança do clima como os eventos extremos (excesso de seca onde antes não havia este problema, por exemplo).

Venha abraçar árvores conosco. Abrace esta causa!

Amamentar é psicológico

Fotos Marina-45Amiga (o)! Estou em falta com este blog. Espero que entenda que este ano resolvi me dedicar à maternidade, ao meu trabalho e à minha família. Estou vivendo um momento de me reencontrar. Afinal, maternidade é isso: psicológico.

Falando nisso, a bebê já completou um ano e eu sigo amamentando. Tive a sorte (e a preparação) de amamentar assim que a bebê nasceu sem nenhum empecilho e de continuar amamentando. A bebê saiu da maternidade mais gordinha do que nasceu, ou seja, ao contrário do que é esperado, ela não perdeu peso nos primeiros dias. Nem na primeira semana de vida. E nem durante todos os meses de amamentação exclusiva.

A amamentação seguiu tranquila até eu avacalhar e ter o peito rachado quando ela estava prestes a completar um ano. Como assim avacalhar? Comecei a amamentar deitada, de qualquer jeito, sem me preocupar com a tão falada “pega correta”. O resultado foram dias para meu peito cicatrizar. Após eu voltar a tomar cuidado, ele melhorou. Assim, muitas futuras mamães e até atuais mães me perguntam como consegui a façanha de amamentar – quase – sem problemas. O segredo? Ah, como diz o livro homônimo é… psicológico.

 

Tudo de bom

Bom, os benefícios da amamentação já foram exaustivamente abordados e estudados. Entre eles, para a mãe estão: menor risco de desenvolver câncer de mama e de ovário, menor risco de ter fraturas de quadril por osteoporose, voltar mais rápido ao peso de antes de engravidar, a barriga volta mais rápido ao que era antes de engravidar, o corpo libera endorfina que dá sensação de prazer, a ocitocina liberada (“droga do amor”) tem diversos papéis como de reforçar a ligação entre mãe e filho, entre outros.

E para o bebê? A cada pesquisa descobrem mais benefícios. Ajuda o bebê a se acalmar, a não ter as chamadas “cólicas” (aquele choro que ninguém consegue identificar a causa), fornece anticorpos, ajuda a elaborar o paladar para diversos alimentos (já que o gosto do leite muda de acordo com o que a mãe ingere), pode reduzir a mortalidade infantil em até quase 25%, ajuda a maturar o intestino, é o alimento mais rico em nutrientes que se pode oferecer ao bebê, previne a hipotermia, protege contra infecções gastrointestinais e respiratórias, previne contra o desenvolvimento de alergias, entre um monte de outras coisas.

 

É obrigatório?

Tem mãe que não quer amamentar. E essa é uma escolha. Ela não é menos mãe ou ama menos seu filho por isso. A decisão deve ser respeitada. Tem mãe que não pode amamentar. Algumas doenças como HIV e hepatites acredita-se que podem ser transmitidas via aleitamento materno. Em outros casos, a mãe precisa tomar alguns medicamentos de uso contínuo que também podem ser passados para o leite, contraindicando a amamentação. Também existem casos de mães que fizeram plásticas no seio que danificaram os dutos lactíferos. Em outros raros casos, as mães querem, mas não conseguem amamentar. Lembrando que mães com bico invertido ou plano conseguem amamentar, podem ter mais dificuldade, mas querer pode ser poder.

E qual o segredo do sucesso? Paciência, em primeiro lugar. E pega correta, disputando o páreo. Amamentar requer tempo. Disposição. Quando a gente amamenta, a gente cansa. Sua. Emagrece. Parece que corremos a maratona. Principalmente durante a noite, o ato de amamentar libera melatonina (substância responsável por ajudar a regular nosso relógio biológico sobre dia e noite), o que dá um sono incontrolável. In-con-tro-lá-vel. Deve ser por isso que dizem que a amamentação substitui o sexo. Não substitui, mas dá um sono… Por isso que bebês e mães parecem desmaiados após a amamentação.

 

O segredo

Bom, amamentar requer tempo. Demora. O bebê novinho suga devagar. Às vezes, eles querem ficar no peito, independente da idade, em busca de proteção e aconchego. Outras, choram e esperneiam porque o leite desce devagar. Se ele está nervoso, basta amamentar para que se acalme – as batidas de ambos os corações tendem a se regularem iguais. Quando você amamenta, sinaliza para a criança que ela está segura, que aquele é um lugar seguro.

Sem contar que, como disse acima, amamentar requer energia. Eu ingiro muito mais calorias, acho que quase 800 calorias mais por dia (esse número varia entre mães e filhos) do que antes da gravidez. Na gravidez, creio que basta ingerir no máximo mais 400 calorias por dia. Você parece calma sentada por horas, mas cansa! Dá até calor. Como se estivéssemos, mesmo, nos exercitando na academia. Sem contar que temos que ficar alerta para não dormir enquanto amamentamos. Pode ser perigoso sufocar ou derrubar o bebê. Está caindo de sono? Amamente sentada no chão e com pouca almofada. Ou… peça para alguém ficar ao seu lado te acordando, rs (isso quando a pessoa ao lado não dorme e é você quem tem que acordá-la na madrugada!). Você está dormindo? O ajudante responde: “Não, apenas estou descansando os olhos”. Está bom, rs.

E o que é a tal da lendária “pega correta”? É o jeito que o bebê abocanha. Da maneira correta, não deve doer. No começo, assim que ele nasce, pode incomodar. Mas com o tempo você não sentirá nada – apenas o leite descendo podendo até dar pontada nos seios. O bebê deve abocanhar quase toda a parte debaixo da auréola ficando com uma boca parecida com de peixinho na parte de cima. Veja aqui. Com o maxilar, ele bombeia o leite (dentro da auréola há uma espécie de bombinha que ajuda a puxar o leite).

Parece mágica da natureza. Nosso corpo é incrível e mais ainda como o cérebro age. Você sabia que até mães que adotam podem conseguir amamentar? Colocando o bebê no seio e com os hormônios liberados pelo cérebro, ela pode começar a produzir leite. É impressionante.

 

Dicas

Abaixo seguem minhas dicas (uma compilação de instruções fornecidas por minha obstetra, pela pediatra, pela minha fisioterapeuta e proveniente de infinitas leituras). Prepare-se para a amamentação antes do bebê nascer. Deram certo para mim. De repente, podem te ajudar:

  • A partir da 37ª semana de gestação, tente com sua mão formar um bico no bico do seu seio;
  • Antes do bebê nascer, combine com a obstetra que você quer amamentar logo após parir se esse não for o procedimento do local;
  • Tome ao menos quatro litros de água por dia! Sem água, sem leite;
  • Tenha paciência;
  • Insista sempre;
  • Procure não se estressar;
  • Evite oferecer chupeta, ela pode confundir o bebê prejudicando a pega (e pequisas indicam que bebê que usa chupeta larga o seio mais cedo do que os que não usam);
  • Evite oferecer mamadeiras, elas também podem atrapalhar a pega e fazer o bebê largar antes o seio, já que você produzirá menos leite e o leite da mamadeira sai mais fácil. Se precisar, ofereça leite no copo ou na colher (sim, dá um trabalhão, o segredo é não deixar o bebê se esgoelar de fome);
  • Está sentindo que está com pouco leite? Está estressada? Deixe o bebê sugando no seu peito. O ato ajuda a estimular a volta da produção de leite;
  • Confie no bebê;
  • Use sutiãs adequados (inclusive na hora de dormir) ao tamanho do seu seio (isso também ajuda a manter o peito firme);
  • Conchas de proteção podem ajudar a dessensibilizar o bico do peito;
  • No primeiro dia após o parto e durante dois dias, massageie o seio com movimentos circulares de fora para perto do bico para evitar que empedre e a mastite. Também vale chacoalhá-los, rs;
  • O bico pode ser um lugar exposto a bactérias que causam infecções. Tome banho lavando da cabeça aos pés, cuidado em piscinas;
  • Rachou? Passe lanolina no primeiro dia, use concha e deixe o bico do seio exposto ao ar;
  • Sempre que possível, deixe o bico do seio secando ao ar livre;
  • Impeça que o bebê puxe ou empurre o seio;
  • Evite lavar o peito após amamentar. Lave apenas no banho, normalmente. Evite passar sabonete no bico;
  • Use roupas confortáveis;
  • Sente-se com a coluna ereta;
  • Posicione o bebê na altura do peito com o auxílio de travesseiros ou almofadas enquanto amamenta;
  • Procure sentar como “índia” para melhorar a circulação nas pernas;
  • Evite gritar enquanto amamenta. Imagine alguém gritando no seu ouvido enquanto você se alimenta;
  • Aceite e peça ajuda com os outros afazeres;
  • Se alimente bem, coma alimentos saudáveis;
  • O bebê não está ganhando peso? Saiba que nos primeiros minutos o leite que sai tem mais anticorpos e água, o leite mais gordo (com calorias) vem depois. Portanto, deixe ao menos o bebê 15 minutos seguidos em cada seio;
  • Está cansada da livre demanda? Ofereça um peito por pelo menos meia hora e mexa no pezinho do bebê para que ele não durma enquanto mama. Deixe ele com menos roupa para não dormir. Em seguida, troque a fralda do bebê para que ele acorde mais e coloque um pouco mais de roupa adequada ao clima. Ofereça o outro seio por pelo menos mais 15 minutos. Se ele dormir, aproveite para descansar após colocá-lo por 15 minutos “para arrotar”. Geralmente, neste esquema, os bebês acabam mamando entre duas e três horas de intervalo. Se ganhar peso, parabéns, continue assim.
  • Ofereça o último seio primeiro;
  • Curta cada precioso momento. As crianças mamam por pouco tempo. Passa rápido.

Se você quer muito amamentar e não está conseguindo, procure ajuda. Se você não quer, tudo bem. O importante é ser feliz!

Foto: Poline Lys.

Dê licença para a mãe

mao1Este ano, passei pelas experiências mais científicas e indescritíveis da minha vida: engravidei, pari (consegui normal, obrigada, Dra. Sandra, pela graça alcançada) e me tornei mãe. Foram nove meses – de janeiro até outubro – cuidando da pessoinha que crescia dentro do meu ventre, da nossa saúde e buscando garantir o sustento da cria. Agora, estou de licença-maternidade (neste exato momento, digito com uma mão e, com a outra, seguro a criança amamentando-a). Ok, tive que parar para trocar fralda, colocar para arrotar…

Li pilhas de livros e de sites sobre gravidez. Durante as leituras, tinha vontade de compartilhar várias informações aqui! Como, por exemplo, que os espermatozoides “de meninas” são mais lentos, demoram mais para chegar ao óvulo. Em compensação, duram mais tempo dentro do corpo da futura mãe. Portanto, se quiser ter uma filha, faça sexo antes de ovular (talvez, esse tenha sido o meu caso).

Pratiquei exercício físico quase todos os dias (no mínimo, caminhava quatro quilômetros diariamente), ioga para grávidas (o que também era praticamente um grupo de autoajuda e força na peruca), meditação e fui militar com a alimentação! Comi comida de verdade. Conclusão: engordei apenas nove quilos durante a gravidez (nem isso) e evitei andar como uma pata-choca. Também preveni o diabetes gestacional (tenso) e o sobrepeso (que gera bebês abaixo do peso). Até exercícios pontuais para facilitar o parto e pós-parto pratiquei. Experiências, no mínimo, cômicas. Segui a intuição, os especialistas e o que indicavam as pesquisas científicas. Foi um momento discovery da minha vida.

O parto foi o momento mais dolorido (é uma dor de parto, de partir, de separação), espetacular e inexplicável da minha vida. Senti muita dor. Tinha vontade de vomitar, perdia a força de me sustentar a cada contração (que durava mais de um minuto e vinha a cada dois), quase desmaiei. Após sete horas no hospital, nós dois éramos três. Inacreditavelmente, tinha um bebê parecido comigo nos meus braços. Aquele bebê com mais de três quilos, que não parava de chorar, saiu de dentro do mim. Oi? Como pode uma célula se tornar uma criança? Eu acredito em milagre. Será que toda a célula guarda a lembrança de ser alguém? Com certeza, sim.

Alguns fatos da “dieta” (puerpério) ninguém me contou antes de engravidar. Na gravidez, seu quadril “amolecerá” para o bebê passar – isso você deve saber. O cóccix, que está nessa região, pode ir para trás na hora do nascimento. O que pode causar muita, muita dor (antes e depois de parir). Sentar? Esquece. Durante o parto e dias depois, você vai sangrar – e muito. Terá contrações que ajudarão o útero a voltar ao tamanho de antes de engravidar (principalmente, enquanto estiver amamentando). Você dará de mamar a cada três horas contando a partir do início da mamada, faça dia ou noite. Ou seja, terá cerca de duas horas para comer, dormir, tomar banho… É normal por até cerca de um mês após o nascimento você ficar deprimida, chorando sem parar e sem causa aparente. Calma, não é a primeira, nem a última. Isso acontece porque os hormônios, antes elevados, despencam. Se a tristeza permanecer, é bom procurar auxílio médico.

Agora, estou vivendo mais ainda ser mamífera na pele. Antes, me sentia uma canguru. Hoje, uma macaca com o filho sempre dependurado. Haja quatro litros de água diariamente, água de coco, três copos de suco de laranja natural e vitaminas para amamentar. Ah, claro, e disposição para ficar quatro horas por dia com a cria mamando. Mas a amamentação é um dos meus momentos preferidos com ela. De maior cumplicidade. E de suor. Gente, como amamentar nos faz suar, afe. Neste bafão de verão, então, estamos um grude só (sacou?).

Apesar de toda essa verdade animalesca, e inclusive por essa sensação terrena e intangível, ter filho é uma viagem incrível. Como disse meu marido: “Todo mundo diz que ter filho é cansativo, mas não é um cansaço estressante. Sabe quando você tem que acordar cinco da manhã em uma viagem para pegar a van e fazer o passeio mais esperado? Quando está vivendo este momento, é o máximo”. “A mão que embala o berço governa o mundo”, disse Abraham Lincoln, um dos presidentes dos Estados Unidos. Espero ser a tutora de uma pessoa que ajude a tornar o mundo o que ele tem a vocação para ser: o paraíso na Terra.

Pronto: já plantei árvores, fiz um filho. Quem sabe, agora, vem um livro de minha autoria?

Obs.: Vou ficar um tempo sem postar novamente porque, nas horas vagas, mãe de bebê faz o quê? Aproveita para dormir! Então, desde já, quero desejar um maravilhoso 2015! Fui dormir!