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A ciência por trás da TV

3219352526_5f2fc6073a.jpgAtualmente, estou trabalhando no fantástico mundo da televisão. É incrível a força e o alcance que a TV tem. Basta lembrar da pesquisa do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Ela constatou que cerca de 98% dos lares brasileiros contam com ao menos uma televisão. Desses, 2% não possuem geladeira.
E “fazer televisão” é indescritível. As imagens completadas pelos textos apenas, às vezes, pedem uma música. A imagem em movimento é forte. Tente lembrar de algo que viu na TV quando era pequeno… Inesquecível, a televisão.
Mas quem fez, literalmente, televisão foram os cientistas. Um inventou um treco, outro um barato e, ao final, nasceu o iconoscópio! Não sabe o que é isso? O fazer televisão resume como funciona a ciência. Uma peça que se encaixa na outra até podemos ver seu brilho. Acompanhe a história – científica – da TV comigo:

  • 1817 – O químico sueco Jakob Berzelius descobre que uma corrente elétrica modifica o elemento químico selênio;
  • 1838 – O pintor, editor e inventor americano Samuel Morse – hã, hã – pesquisava o eletromagneto – a “coisa” se magnetiza por meio da passagem de uma corrente elétrica. Um belo dia, com isso, ele inventou o telégrafo;
  • 1873 – O telegrafista irlandês Joseph May resolve melhorar as transmissões telegráficas prejudicadas pelo enfraquecimento dos sinais. Viu que o selênio transmitia os impulsos elétricos com maior intensidade dependendo da sua exposição à luz. Era o princípio da célula fotoelétrica – conversão de luz em corrente elétrica;
  • 1879 – O americano Thomas Edison lidera um grupo de pesquisadores que testa um filamento de papel carbonizado que brilhava por dias. Daí… inventou a lâmpada! Que mais tarde evoluiu para válvulas de televisão;
  • 1880 – O inventor francês Maurice Leblanc criou um sistema que projetava uma imagem atrás da outra. Assim… elas pareciam se movimentar;
  • 1884 – O estudante alemão Paul Nipkow criou um transmissor mecânico. Tratava-se de um disco de ferro com furos eqüidistantes dispostos em espiral. Ao girar o disco, a imagem de um objeto era quebrada em pequenos pontos. Mas, se a velocidade do giro fosse alta o suficiente, a imagem exposta atrás dos buracos voltaria outra vez à forma original;
  • 1884 – No mesmo ano, o físico alemão Heinrich Hertz – hã – prova a existência de ondas eletromagnéticas. E, ainda, que elas podem ser medidas;
  • 1901 – O italiano Guglielmo Marconi constrói um aparelho que codifica as ondas eletromagnéticas em sinais elétricos. O princípio do rádio. Mas há quem conteste. O gaúcho Padre Roberto Landell de Moura teria, três anos antes, inventado o rádio. Acontece que sofreu muito preconceito – saiba mais aqui;
  • 1901 – O russo Boris Rosing pesquisa tubos de imagem;
  • 1920 – O americano Charles Jenkins cria um disco perfurado que captava e transmitia imagens. Enquanto isso, o inglês John Lodgie Baird conseguiu o mesmo feito;
  • 1923 – O russo naturalizado americano, Vladimir Zworykin, inventa o iconoscópio – um tubo a vácuo com uma tela de células fotoelétricas. Quatro anos depois, transmite imagens a uma distância de 45 quilômetros trabalhando para a Radio Corporation of America (RCA). Na mesma época, John Baird faz uma demonstração de transmissão de imagem na Inglaterra. A British Broadcasting Corporation (BBC) o contrata;
  • 1931 – A RCA tem sua antena e os estúdios da National Broadcasting Corporation (NBC), no ultimo andar do Empire State, em Nova York;
  • 1935 – a França constrói sua antena no alto da Torre Eiffel;
  • 1936 – A BBC transmite a coroação do rei Jorge VI.

A partir de 1940, a TV se firma com sistema totalmente eletrônico. Em 1953, a imagem é enviada “a cores”. Em 1962, o satélite Telstar I permitiu a primeira transmissão, experimental, entre os Estados Unidos e a Europa – “ao vivo”. Para o Brasil, a primeira transmissão ao vivo se deu em 20 de julho de 1969. O que aconteceu nesse dia? O homem pisou na Lua. Quem viu, não esquece.
Obs.: Quer ver uma transmissão com minha matéria? Clique aqui. Lembrando que, sábado às 10: 30 h da manhã, participarei de um painel sobre blogs de ciência na Campus Party. Transmissão ao vivo e a cores, aqui. O texto escrevi com base no livro “O Texto na TV”, da jornalista Vera Íris Paternostro, Editora Campus.

Sorteio do livro “Seis Graus”!

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Valendo! Quer ganhar o livro “Seis Graus”, escrito por Mark Lynas e editado pela Jorge Zahar Editor? É simples. Basta escrever nos comentários deste post o que você faz para evitar o aquecimento global. Seja criativo! Os comentários poderão ser postados até o dia 20 de novembro. Em seguida, sortearei todos os inscritos. É o Xis-xis de Natal! Ho ho ho!
Sobre a obra
Meu coleguinha Mark Lynas, jornalista e ambientalista, um belo dia teve um insight. Ele mora a cerca de um quilômetro e meio da Biblioteca Científica Radcliffe, Universidade de Oxford, na Inglaterra. Segundo o autor, a maioria dos estudos sobre aquecimento global eram enviados para o local “onde permaneciam intocados por semanas, ou até anos”. “Dei-me conta de que era quase o mesmo que ter um oráculo de Delfos logo ali no meu jardim dos fundos, ou Nostradamus morando na casa ao lado”, escreveu.
Curioso, o jornalista foi xeretar os trabalhos científicos. E percebeu que, com o material, poderia montar um guia, grau por grau, sobre o futuro calorento do aquecimento global – se ele se concretizar. E essa é a história do “Seis Graus”. Lynas esclarece que parte dos trabalhos científicos foram feitos baseados em projeções, sendo que muitas vezes cada uma utilizava um modelo diferente. Ele foi encaixando os estudos em cada grau. No final do livro, colocou as referências para quem quiser tirar a prova.
O livro foi impresso no Brasil em papel reciclado. Recebi a obra esta semana, estou ainda no primeiro grau. Mas já deu para perceber um pouco sobre a prosa. Ela não é toda catastrófica. Além de bem humorado, de acordo com os temas, aos poucos o autor explica fenômenos da natureza – contextualizados com história e geografia – como as correntes marítimas. Veja duas informações curiosas que grifei:

  • Há 70 mil anos, uma erupção vulcânica na Indonésia lançou muito, mas muito mesmo enxofre e poeira na atmosfera. Tanto que até cortou o calor do sol. Assim, a temperatura do planeta despencou, aproximadamente, seis graus. A população humana foi reduzida para 15 mil a 40 mil indivíduos;
  • Na Idade Média, em meados de 1100 d.C., estima-se que as temperaturas no interior norte-americano foram até dois graus mais quentes do que agora. Índios morreram por falta de recursos naturais e em brigas violentas. Na Europa, os vikings colonizaram a Groenlândia e vinhedos eram cultivados no norte da Inglaterra – hoje eles são plantados no Mediterrâneo.