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Para ser mais sustentável

Dias desses participei de um bate-papo na TV Aparecida – isso mesmo, viajei até a cidade do interior do estado de São Paulo – sobre “nova ecologia”. A ideia era mostrar como ser mais ecologicamente correto no nosso cotidiano e contar para o pessoal que acompanha o programa as novidades nessa área. Além dos simpáticos apresentadores, o economista Eduardo Pegurier, que escreve no site O Eco, também acrescentou ao debate! Veja o programa editado pelo próprio canal:

Agradeço ao pessoal da TV Aparecida pelo convite e à indicação da competente Maira Begalli. Sentiu um déjà vu? Foi porque tuitei – veja meu perfil @isisrnd – a entrevista antes e después de ter acontecido. Tenha uma linda semana! Paz e amor, bicho!

Procura-se o temido peixe-leão

IMG_1850.JPGNa porta da pousada finíssima em que ficamos no arquipélago caribenho Los Roques, estava pregada essa informação de “Procura-se”. O alerta até chamou nossa atenção, mas de início não demos a devida importância ainda maravilhados com a beleza local. Queríamos mais é nos deleitar sem preocupação na água azul-piscina-de-tirar-o-fôlego. Até que um passeio com parada na Fundación Científica Los Roques – em breve escreverei sobre o trabalho desses pesquisadores e dessa visita obrigatória -, estabelecida na ilha Dos Mesquises, transmitiu o tamanho da catástrofe.
IMG_1986.JPGO biólogo do local mostrou um exemplar do bicho que atende, popularmente, por peixe-leão. Ele é lindo e perigoso. Possui uma série de espinhos na parte superior do corpo que, quando pressionados, podem perfurar a pele e liberar o veneno. É raro causar a morte em humanos, mas deixa um machucado dolorido.
Apesar de sua aparente periculosidade – e de sua beleza que despertam, ao mesmo tempo, admiração e medo -, o peixe-leão está causando uma problema muito maior do que simplesmente ferir as pessoas. Trata-se de uma espécie invasora no Caribe endêmico, ou proveniente, da Ásia que se deu muito bem com as condições climáticas da América Central.
Mas a história só piora. O peixe-leão não tem predadores no Caribe. Os tubarões ou animais que poderiam se alimentar dele não o reconhecem como uma presa. Enquanto o peixe-leão vive livremente, se alimenta dos peixes menores do local causando um desequilíbrio no ecossistema. Por isso, inclusive, ameaça de extinção outras espécies.
Diz a lenda local, várias pessoas contaram isso para nós incluindo pesquisadores e mergulhadores, que o peixe-leão chegou ao mar do Caribe depois que um furacão destruiu aquários da Flórida. A espécie teria caído no mar e, com o passar dos anos, nadado rumo ao sul. Até, agora, chegar à Venezuela. Realizando uma rápida busca na internet, encontrei uma animação feita pela respeitável Agência de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS, em inglês) mostrando o avanço do peixe-leão pelo Caribe. Veja que triste:
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Para conter o problema, os cientistas pensaram até em inserir predadores do peixe-leão no Caribe. Uma emenda que poderia sair pior que o soneto. Os dois poderiam causar uma destruição ainda maior. Portanto, ainda sem solução, a regra é clara: viu um peixe-leão no Caribe? Capture-o e mate-o. Se tiver meios e coragem, claro.
IMG_2035.JPGEnquanto estávamos em Los Roques, alguns venezuelanos ainda duvidavam – ou tinham esperanças – de que o peixe-leão não tivesse chegado ao lugar. Durante a viagem de barco com destino ao recife de coral mais incrível que já vi por alcançar quase minha altura, no sul do arquipélago, os mergulhadores contaram que viram, em apenas um ponto para a prática do esporte, quatro deles.
Eu não tive a “sorte” de observar um peixe-leão no mar porque estava com o snorkel. A espécie invasora vive a uma profundidade que varia de cerca de 15 até 200 metros. O que dificulta, ainda mais, a sua captura. Lição? Nem tudo que é belo, deve ser bonito de se ver.

Vista a camisa eco!

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“Gentem”, atención!
O Ecoblogs, agregador de conteúdo sobre sustentabilidade do qual o Xis-xis faz parte, está com um concurso cultural imperdível! Para participar, basta tuitar “Olá @redeecoblogs (uma frase eco de sua autoria)” até sexta-feira, dia 17 de junho. E… o que você ganha com isso? Essas lindas camisetas que estimulam fazer o bem para o meio ambiente!
As dez melhores frases serão votadas pelos próprios leitores no Ecoblogs. Sendo que o autor da frase campeã levará a coleção completa sozinho – as seis camisetas que comemoram os três aninhos do Ecoblogs. Um detalhe: todas são feitas de PET! Boa sorte! Participe!!!

Rios da Amazônia na terra – e no ar

IMG_1724.JPGMinha empolgação para ir ao Caribe era grande, claro. Porém, para chegar lá, temos que sobrevoar uma região brasileira que também sonho em conhecer – onde morei quando era bebê, o que não conta -, a Amazônia! Como a viagem não tinha escalas, decidi observar a vasta floresta – e as imensas nuvens – do avião, mesmo.
Estava ansiosa para ver com meus próprios olhos aquele bando de água evaporada da mata que desce para o Sul e Sudeste trazendo, assim, as nossas conhecidas chuvas. Que hora causam transtorno, outras ajudam a fertilizar a terra.
Sem querer, acordei no momento certo – durmo como pedra em qualquer coisa que se movimente. Quando olho pela janela, um bando de nuvens atrapalha a visão da paisagem. “Estamos perto ou sobre ela”, pensei. De repente, entre as nuvens gigantescas e assustadoras e cinzas, observo um tapete verde. “Olha a Amazônia!”, aporrinhei.
O que eu não imaginava era ver, do alto, os rios amazônicos. Um barco, neles, era tão, mas tão pequeno, que difícil encontrar. Entendi quando minha mãe dizia que os rios da Amazônia parecem mar: “Não conseguimos ver a margem do outro lado”. Sério, o avião estava – sei lá – acho que voando a cerca de 12 mil metros de altitude – em relação ao nível mar. Mesmo assim os rios eram imponentes.
Veja nas fotos a seguir – lembre-se que a janela do avião é minúscula:
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Obs.: Alguém sabe identificar que rio é esse?

Entenda por que a areia do Caribe é “branca”

IMG_1881.JPGContinuando o bate-papo… Los Roques, um arquipélago no Caribe venezuelano, é o resto de um vulcão. Se as rochas vulcânicas são pretas (ou bem escuras) – o que dá para notar na foto dos morros de Gran Roque do post anterior – por que a areia das praias é tão clara? Meu pai geólogo, mais uma vez, é solicitado: “Devido ao calcário dos corais”.
Explico. O “esqueleto” dos corais é feito de calcário – me corrijam se estiver errada. Com milhares e milhares de anos de coral no lugar, sua “decomposição” virou essa areia de cor e textura invejáveis.
IMG_2441.JPGTanto que, em muitas praias de Los Roques, as areias estão cobertas pelo que os moradores de Los Roques chamam de “piedras”. Na realidade, essas “piedras” de vários tamanhos e formatos são restos de corais mortos – observação: amei a cor rosada que aparece foto. A maré leva eles até onde nós, seres humanos, pisamos e cortamos nosso pé. Mesmo assim, é lindo.
Eu ficava admirando as cores, os formatos e os bichinhos como ouriços que restavam nesses pedaços de corais. Mais um desbunde daquela região.

Um vulcão no Caribe

IMG_1816.JPGUm mergulhador que mora em Los Roques, parque nacional localizado no Caribe venezuelano, disse que o arquipélago é o “resto” de um antiquíssimo vulcão extinto. Pela formação circular do arquipélago, bem que parecia. Porém, o que me intrigava, é que todas as ilhas têm o relevo baixo. São quase planas. Apenas Gran Roque possui morrinhos que chamam a atenção. A desconfiada aqui perguntou para o pai geólogo.
Ele – Hélio Nóbile Diniz – confirmou: lá havia um vulcão há muitos milhares de anos (observe as rochas escuras na foto). A maioria das ilhas está dentro do que seria a boca dele – onde hoje a profundidade da água não passa dos 20 metros. É tão raso que, do barco, enquanto nos deslocamos de uma ilha para outra, vemos arraias e estrelas do mar no fundo do oceano.
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Amanhã, leia mais cenas do próximo capítulo explicando porque a areia é tão clara em Los Roques.

Los Roques, que que é isso?

IMG_2092.JPGA resposta correta para “Que praia é essa?” é… Gran Roque! Um lugar paradisíaco no Caribe em que estive na minha “luna de miel” – sim, casei. Nunca ouviu falar sobre?
IMG_1788.JPGBom, Gran Roque é o nome da maior ilha – onde estão a maioria das pousadas e a “infraestrutura” – do arquipélago Los Roques. Por sua vez, Los Roques está no mar do Caribe, há cerca de uma hora de teco-teco da cidade de Maiquetía, ao lado de Caracas (Venezuela).
O lugar é ma-ra-vi-lho-so. Do avião, antes de aterrissar, é possível ter uma ideia do arquipélago – já que Gran Roque é a maior ilha voando ao norte. Do alto, é possível observar diversas ilhinhas e bancos de areia com e sem vegetação. Também, acredite, dá para ver a sombra do coral no fundo do mar.
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Coral, vida marinha, mar azul-piscina transparente, ilhas de areias cremezinhas e uma vegetação baixa. Pronto. Isso é Los Roques.
Holandeses x espanhóis
IMG_2055.JPGOs moradores disseram que os primeiros europeus a chegarem em Los Roques foram os holandeses. Tanto que construíram um farol em Gran Roque, lá por 1700 e bolinhas. Dá para subir o morro e admirar a paisagem e a construção. O fato também explica os nomes impronunciáveis – acentuados pelo sotaque dos venezuelanos – de algumas ilhas: Franciskí, Madrisquí, Crasquí e por aí vai.
Em 1792, Los Roques foi intitulado Parque Nacional. Hoje, é a maior área – 2.251 km2 – de proteção natural da Venezuela. Para entrar, você paga uma taxa – como ocorre em Fernando de Noronha. Mas a ilha principal, Gran Roque, é completamente menor que Noronha. É uma vila, sem ruas asfaltadas, onde os ermitões corajosos – aqueles bichos em conchas – passeiam em frente às casas.
Em outro post contarei sobre a infraestrutura – ou não – do local como o que fazem com o lixo, como captam água doce, etc. Afinal, é uma área de preservação ambiental.

Resultado: A foto foi tirada em qual país?

IsisDinizIMG_1738.JPGAcertou quem votou na… b) Venezuela. A imagem captei da janela do hotel em que estive na cidade de Maiquetía, na Venezuela. Ela fica próxima à Caracas, como se fosse Guarulhos – São Paulo. Em Maiquetía, está o aeroporto internacional “de Caracas”.
Quando cheguei de avião à Venezuela, já no processo de pouso, bem que achei algo estranho. Entre as luzes das cidades, havia um breu – era noite. Pensei: será que são montanhas? Montanhas, claro – sempre antes de viajar, dou uma estudada no local destino. Durante o dia, me espantei com o tamanho delas.
Antes de desembarcar, estranhava porque Caracas está a uma altitude de aproximadamente 900 metros acima do nível do mar. E, há poucos quilômetros dessa capital, há mar! Quando observei o tamanho das montanhas, que lembravam a Serra do Mar, entendi.
IMG_1753.JPGFiquei encantada com aquela paisagem de tirar o fôlego. Comentei meu deslumbramento com um morador local que disse ser possível ver picos de mais de 2 mil metros de altura na região. Uau.
Pelo pouco que li, lá eles também sofrem com deslizamentos de terra causados por chuvas. A pensar sobre o hermano.