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Para ser um ecoturista decente

Da série especial de Weruska Goeking, sobre San Pedro do Atacama (Chile):

No Valle de La Luna estão as Três Marias. As pessoas que viviam na região e retiravam sal das minas acreditavam que as esculturas eram guardiãs do lugar. Hoje vemos apenas duas Marias e meia porque há cerca de dez anos um japonês tentou subir na escultura à esquerda para tirar uma foto. Como a formação rochosa é “recente”, aproximadamente mais de um milhão de anos, ela não aguentou e cedeu. Depois do acontecimento, de acordo com a guia local, quem ultrapassar a linha formada por pedras aos pés das Marias pode ser deportado.

Ao lado das Três Marias uma construção que até a década de 1970 serviu de abrigo para uma família que explorava sal nas minas locais. A cobertura feita de uma planta oca, parecida com mini bambus, é capaz de manter uma temperatura amena à sua sombra.

A ida à Duna Major reserva um pouco mais de aventura. O esforço para subir seus cerca de 100 metros é recompensado pela vista incrível ao chegar em seu topo, onde é possível enxergar a Cordilheira do Sal, o Vale da Morte e o Salar.

Ainda no início da subida ao topo da Duna Major, a vista surreal de rochas, areia e diversas montanhas nevadas ao fundo.

À frente, o caminho rochoso por onde é permitido subir a duna. Subir pela areia é vetado, já que as pegadas demoram de duas a três semanas para desaparecerem, variando conforme a incidência de ventos. No dia em que visitei três pessoas inadvertidamente deixaram suas pegadas. Uma pena. Um tipo de recordação que, definitivamente, a natureza não precisa.

Observação: Algumas “cavernas”  ao longo do Vale foram construídas pelo homem, quando ainda era permitida a exploração de sal no local.

Saiba mais sobre a participação no post Nem sempre onde há fumaça, há fogo.

Existem pedras que estalam

Da série especial de Weruska Goeking, sobre San Pedro do Atacama (Chile):

Fizemos uma visita ao Valle de La Luna, formado por muitas rochas avermelhadas e dunas claras. Neste ponto, se todos os visitantes ficarem em total silêncio é possível ouvir as rochas “estalarem”. Parece que tudo irá ruir e vir abaixo! A guia garantiu que não.O fenômeno acontece devido à variação de temperatura do lugar. À noite, as rochas se resfriam e, por isso, ficam mais compactas. Com o aumento das temperaturas ao longo do dia se expandem e “estalam”. Assim, o melhor horário do dia para conferir esse fenômeno incrível da natureza é por volta de 12h/13h.

Sal ou gesso?

Não precisa lamber a rocha para saber a resposta. Se conseguir riscar a pedra com a força da unha, é gesso, se não conseguir, é sal. No caso da foto é gesso. Bonito, né?

Saiba mais sobre a participação da jornalista no post Nem sempre onde há fumaça, há fogo.

Nem sempre onde há fumaça, há fogo

Minha amiga jornalista Weruska Goeking, que também responde pelo perfil do Twitter @Weruska, recentemente esteve em San Pedro de Atacama, no Chile. Suas fotos eram de tirar o fôlego – e sua agitação idem. Assim, a convidei para compartilhar conosco seus conhecimentos ambientais e científicos adquiridos na viagem. Sorte a nossa que ela topou! Segue uma série de posts sobre um dos lugares mais incríveis que pretendo visitar.

Quando deixei o Brasil para a cobertura de um evento no Chile já imaginava que encontraria belas paisagens e faria alguns passeios no intervalo dos compromissos corporativos, mas jamais poderia prever que conheceria lugares tão bonitos. Foram apenas três dias, mas fiz tanta propaganda da beleza do lugar que a Isis, amiga e responsável pelo Xis-xis, me convidou para contar um pouquinho do que vi para seus leitores.

Cordilheira dos Andes

O caminho até  San Pedro de Atacama é longo. Decolei às 9h10 em São Paulo e cheguei em Santiago por volta das 13h. Pouco antes de pousar já era possível ver a Cordilheira dos Andes pela janela do avião.

A vista era tão bonita que até um chileno que viajava ao meu lado ficou maravilhado. Segundo ele, não era sempre que as montanhas se apresentavam cobertas com tanta neve. O motivo eu descobri mais tarde, com um guia turístico: havia chovido mais do que o usual neste ano. Incríveis quatro dias em fevereiro.

Ao longe dava para ver o Aconcágua, ponto mais alto da América do Sul com 6.962 metros acima do mar. Pena não ter conseguido um clique deste momento.

O aeroporto de Santiago serve apenas para uma conexão. De lá segui em um voo de aproximadamente duas horas para a cidade de Calama. Depois do pouso, em que se tem a clara impressão de ter pousado no meio do deserto até descer do avião e ver a estreita pista, segui em uma van até a cidade de San Pedro de Atacama, que no idioma cunza significa “cabeceira do país”. Foram mais duas horas de viagem pelo deserto até chegar ao hotel.

Na estrada encontrei algumas vans com outros turistas, além de cruzes e pequenas casinhas com flores e santos ao longo da via. Elas marcam os locais de mortes e desaparecimentos de pessoas.

Entre os diversos vulcões vistos no caminho, um deles soltava essa “fumacinha” que se confundiria facilmente com uma nuvem, se o céu não estivesse absolutamente limpo.

Uma amiga que já  visitou o Chile contou que, em vulcões ativos, enquanto houver essa fumacinha, não há risco de ele entrar em erupção, já que essa seria sua “válvula de escape”. Ufa!