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Mergulhando nas águas do vulcão

Ok, título exagerado. A foto acima é do Baños Colina, uma terma de águas que hoje chegam até 60 ºC de temperatura. Ao fundo, como disse nesse post, está o vulcão San José, com suas lavas responsáveis pela água muito quente. Arde a pele mergulhar o pé na piscina mais ao alto – a temperatura diminuía conforme a água corria para as piscinas localizadas mais abaixo. Só vi uma pessoa entrando com o corpo todo na água quentona. Apesar do calor da terma, nosso guia pareceu chateado quando soube qual era a temperatura.

Ele, que há 40 anos nasceu nessa região chilena chamada Cajón del Maipo, acompanha as mudanças do local. São várias, claro. Algumas boas, outras a agregação de valor depende do ponto de vista, sendo sutil a referente às termas. O guia disse que, antes, a temperatura da água chegava até 72 ºC. Existia uma gruta por onde a água brotava e escorria morro abaixo. Quando mais novo, ele contou que gostava de entrar nessa água durante as noites – quase sempre frias.

 

Não sei quando a gruta foi demolida. Construíram essas piscinas sendo cobrada uma entrada – não lembro mais quanto – lá em baixo como pedágio na própria estrada de terra. Devido à distância dos povoados e de outros pontos turísticos mais marcantes, quem mais frequenta as termas são os próprios chilenos. Alguns acampam. Outros fazem churrascos improvisados. Tem até vestiário com chuveiro de água aquecida com o calor da própria piscina mais quente – isso é ecologicamente inteligente (canos dentro da piscina na foto ao lado).

 

Eu queria ter visto como era a gruta. Tive que me contentar em mergulhar naquela água repleta de gesso – o que foi uma experiência única! Você sai branco, “quebrando” e com um cheiro parecido de enxofre. O revestimento das piscinas improvisadas parece um gesso mole, arenoso e denso. Uma indicação de que lá há a matéria-prima para ser explorada. Será que essas termas correm riscos de desaparecer?

Um vulcão para acalentar o dia

Quem acompanha meu perfil no Twitter (@isisrnd) deve ter lido minha emoção ao ver um vulcão pela primeira vez! Estávamos seguindo para o Parque El Morado, no Chile, em dezembro. No caminho, 10 minutos do destino, aparece ao fundo, entre as Cordilheiras, o vulcão San José com seus maravilhosos 5.856 metros acima do mar. Pedi para o guia: “Pare o carro”! Eu precisava descer para apreciar o momento – e tirar foto com meu respectivo e com o frondoso vulcão ao fundo. O que eu não sabia é que nos aproximaríamos mais dele e, aí, sim, veria a boca do vulcão.

Aquela que me encantou primeiro era a falsa cratera. A verdadeira estava mais ao lado esquerdo (clique nas fotos para ampliar). Não é incrível? Depois, relaxei nas termas de águas quentes – de repleta de gesso (!) – graças ao vulcão e com ele ao fundo! Pena que não tive tempo de escalá-lo. E o grandão nem soltou uma fumacinha. “Está ótimo assim”, brincou nosso simpático guia chileno.

Nem sempre onde há fumaça, há fogo

Minha amiga jornalista Weruska Goeking, que também responde pelo perfil do Twitter @Weruska, recentemente esteve em San Pedro de Atacama, no Chile. Suas fotos eram de tirar o fôlego – e sua agitação idem. Assim, a convidei para compartilhar conosco seus conhecimentos ambientais e científicos adquiridos na viagem. Sorte a nossa que ela topou! Segue uma série de posts sobre um dos lugares mais incríveis que pretendo visitar.

Quando deixei o Brasil para a cobertura de um evento no Chile já imaginava que encontraria belas paisagens e faria alguns passeios no intervalo dos compromissos corporativos, mas jamais poderia prever que conheceria lugares tão bonitos. Foram apenas três dias, mas fiz tanta propaganda da beleza do lugar que a Isis, amiga e responsável pelo Xis-xis, me convidou para contar um pouquinho do que vi para seus leitores.

Cordilheira dos Andes

O caminho até  San Pedro de Atacama é longo. Decolei às 9h10 em São Paulo e cheguei em Santiago por volta das 13h. Pouco antes de pousar já era possível ver a Cordilheira dos Andes pela janela do avião.

A vista era tão bonita que até um chileno que viajava ao meu lado ficou maravilhado. Segundo ele, não era sempre que as montanhas se apresentavam cobertas com tanta neve. O motivo eu descobri mais tarde, com um guia turístico: havia chovido mais do que o usual neste ano. Incríveis quatro dias em fevereiro.

Ao longe dava para ver o Aconcágua, ponto mais alto da América do Sul com 6.962 metros acima do mar. Pena não ter conseguido um clique deste momento.

O aeroporto de Santiago serve apenas para uma conexão. De lá segui em um voo de aproximadamente duas horas para a cidade de Calama. Depois do pouso, em que se tem a clara impressão de ter pousado no meio do deserto até descer do avião e ver a estreita pista, segui em uma van até a cidade de San Pedro de Atacama, que no idioma cunza significa “cabeceira do país”. Foram mais duas horas de viagem pelo deserto até chegar ao hotel.

Na estrada encontrei algumas vans com outros turistas, além de cruzes e pequenas casinhas com flores e santos ao longo da via. Elas marcam os locais de mortes e desaparecimentos de pessoas.

Entre os diversos vulcões vistos no caminho, um deles soltava essa “fumacinha” que se confundiria facilmente com uma nuvem, se o céu não estivesse absolutamente limpo.

Uma amiga que já  visitou o Chile contou que, em vulcões ativos, enquanto houver essa fumacinha, não há risco de ele entrar em erupção, já que essa seria sua “válvula de escape”. Ufa!