Arquivo da tag: gripe suína

Álcool em gel resseca as mãos

É verdade.
Um belo dia, antes da gripe suína fazer parte do nosso repertório, fui à dermatologista. Para mim, tinha feito uma belíssima compra. Toda vez que ia a shows ou locais com aquele banheiro químico instalado, reparava na solução para limpar as mãos. Era álcool em gel. Achava prática a ideia. Adorava.
Até que comprei um potinho do álcool na farmácia. E mostrei toda orgulhosa da boa limpeza para a dermatologista. Ela respondeu: “Se você reclama de mãos ressecadas, usar o álcool vai piorar a situação”. Meu objetivo era ter o mínimo de higiene quando os banheiros não disponibilizavam sabonetes líquidos ou antes de comer nos restaurantes.
Continuei usando o álcool, sem a paranóia atual. Mas a solução é sempre, toda vez que passar o álcool, esperar secar. Depois, claro, passar um creme para as mãos. Simples assim. Melhor prevenir duas vezes, do que remediar.

Um verdadeiro relato sobre a gripe suína

Numa dessas manhãs de sábado ensolarado, tomei coragem. Encarei a multidão na rua 25 de Março – uma via onde as lojas vendem de tudo, mesmo, e mais barato que no resto de Sampa. A visão da Ladeira Porto Geral, que desemboca na rua, era desoladora. Muita, muita, muita gente se espremia entre lojas, vendedores ambulantes, carros e motos. Respirei fundo, coloquei a bolsa colada em mim e me joguei em um dos ciclos do inferno de Dante.
Eram três horas para comprar tudo o que mentalizava, antes dos estabelecimentos fecharem. Não tinha tempo para delongas. Mas, entre uma loja e outra, reparei que algumas pessoas andavam pela rua com máscaras. Sem dúvida, na esperança de naquele mar de gente não pegar a gripe suína. Como se isso adiantasse para alguma coisa.
Após duas horas no tumulto, paramos para comer – outra destemida estava comigo. Aquelas pessoas que caminhavam de máscara, por ironia, pararam para comer na mesa em frente à nossa. Isso, na praça de alimentação de um shopping da região. Praça de alimentação lotada, diga-se.
Os mascarados abaixavam a máscara para fazer o pedido. E tiravam na hora de comer, claro. Deixavam em cima da mesa. Nesse momento, me perguntei: “O que as pessoas têm na cabeça, além das máscaras?” Sem dúvida, nenhum conhecimento sobre o assunto. Se tivessem com a gripe ou com medo de pegá-la, jamais deveriam ir àquela concentração de vírus, bactérias e outras perebas tudo ao mesmo tempo.
Com um ponto de interrogação encima das minhas madeixas, voltei para as compras. E depois peguei meu carro – tinha deixado no estacionamento próximo à famosa Ladeira Porto Geral. São Paulo tem de tudo. Até mascarados na 25 de Março.