A vida antes da morte

Macabro, mas poético. Até dia 18 de maio, ficará exposta em Londres uma mostra com fotos das mesmas pessoas vivas e mortas. Chamada de “Life Before Death”, foi realizada pela jornalista Beate Lakotta e pelo fotógrafo Walter Schels. Os dois acompanharam, com fotos e depoimentos, 24 doentes terminais em seus últimos dias de vida.
No site, observe os olhos com vida e os traços pós-morte. Tem-se sensação de que as pessoas, realmente, perderam a expressão. Como se a vida desvanecesse. Uma inquietação que foi apagada. E, a certeza de que esse é o ciclo da natureza. Veja as fotos aqui. Aliás, a galeria Wellcome Collection apresenta uma série de exposições sobre ciência. Faça uma visita virtual.

O aquecimento global existe?

Saiba que 52% dos brasileiros não acreditam que a mudança climática seja um problema grave. Enquanto, 46% se preocupam com a situação. Esse é o resultado do estudo “Barômetro Ambiental”, realizado pela Market Analysis, instituto de pesquisa e opinião pública. Com relação às conseqüências do aquecimento global, o maior medo é que a água acabe (23%), as espécies sejam extintas (16%) e o clima fique cada vez mais “radical” (14%).

Apesar disso, apenas 40% dos entrevistados se sentem capaz de realizar mudanças pessoais para ajudar o meio ambiente. “Existe uma fraca associação entre perceber o fenômeno ambiental como crítico no plano pessoal e se sentir capaz de mudar a situação”, disse Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis. A margem de erro de é de, aproximadamente, 3,4%. A pesquisa foi feita com 802 adultos, entre 18 e 69 anos, e moradores de oito capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília.

Saiba como mudar o futuro assombroso… A CPFL Energia, empresa privada do setor elétrico, lançou o portal “Canal da Energia”. Ele possui dicas de economia, orienta sobre os dados contidos na conta de energia e explica os direitos dos consumidores. Veja aqui.

Debate sobre transgênicos, e aí?

Enfrentei o frio do escondido Pavilhão Armando de Arruda Pereira, no Ibirapuera, sábado. A causa era interessante. Fui conferir o debate de Walter Colli, presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e Hertor Escobar, jornalista de O Estado de S. Paulo. O tema era “Transgênicos e mídia”, promovido pela revista Pesquisa FAPESP em parceria com os organizadores da exposição Revolução Genômica.
Durante o encontro, foi colocado que muitas matérias ou artigos que ganharam destaque na mídia ou na internet são contra os transgênicos. Também, que há uma falta de conhecimento sobre o tema, principalmente, por parte da população. Natural. É um assunto complexo e nossa educação básica é precária. Muitas vezes, noticiar sobre ciência requer espaço nos veículos de comunicação – para explicar cada detalhe e nomenclatura – o que nem sempre é possível.
Uma pergunta instigante foi feita pela Mariluce Moura, diretora de redação da revista Pesquisa FAPESP: “Por que a discussão sobre a liberação dos transgênicos é tratada de forma tão passional?” Resumindo a discussão, isso seria conseqüência da falta de respeito pelo conhecimento científico e de interesses econômicos. Também, porque os transgênicos estão diretamente ligados a um item básico para nossa sobrevivência, a comida. Segundo o que foi falado, até o momento, as pesquisas científicas indicam que o uso de transgênicos é seguro.
Você sabia que consome transgênicos todo dia? O médico Colli passou uma lista deles: insulina (hormônio que metaboliza o açúcar), interferon alfa (medicação), lipase (enzima responsável pela digestão), enzimas de sabão em pó (!), quimosina (enzima usada na fabricação do queijo), vacinas contra hepatite B e contra gripe aviária.
Mais curiosidades abordadas:

  • Hertor disse que foi feita uma pesquisa na Itália. Questionaram a população. O tomate “normal” tem DNA? E o transgênico? A maioria respondeu que o comum não tinha, mas que o transgênico sim.
  • Conforme foi apresentado por Colli, as plantas transgênicas são mais produtivas. Isso diminuiria o volume de terra usada para as plantações.
  • Nenhuma pesquisa é 100% segura, mas cientistas brasileiros analisam com base científica qual produto transgênico pode ou não ser liberado.

Mas, o que é esse tal de transgênico? É toda espécie que possui material genético de outra. Por exemplo, pode-se jogar agrotóxico para matar as larvas que comem o milho. Ou, colocar no milho o gene da bactéria que “mata” a larva.
Desde que as pesquisas não indiquem riscos ao meio ambiente e para a saúde humana, não vejo problema com os transgênicos. Claro que deve-se ter o controle deles para não causar um desequílibrio ecológico. Quanto à saúde, é importante sempre acompanhar seus efeitos. E você, o que pensa sobre o assunto?
E, já anote na agenda:
Semana que vem haverá uma palestra que promete ser bacana. Jan Hoeijmakers falará sobre “Envelhecimento e longevidade: quanto duram seus genes?”. Será dia 18/05, domingo, às 11h no Parque do Ibirapuera. Hoeijmakers é pesquisador de genética molecular e professor da Universidade Erasmus em Roterdã (Holanda). Ele fez estudos sobre os princípios de organização e processos de reparo de DNA em células vivas. Isso permitiu investigar as bases moleculares do envelhecimento e da expansão do tempo de vida. Com isso, espera combater doenças comuns da velhice. Em 2004, criou a empresa Dnage, que desenvolve produtos contra o envelhecimento a partir desses estudos.

Você sabia que…

Adoro curiosidades “inúteis”. Odeio quando falam que “elas não servem para nada”. Falta de imaginação dessas pessoas… Para um domingo paulistano friorento como hoje, separei algumas sobre ciência do manjado site Guia dos Curiosos. É bom relaxar às vezes. Divirta-se:
Adianta proteger o vidro do carro com a mão para que uma pedra não o quebre?
De acordo com o engenheiro John McNeill Ingham, este costume tem bons fundamentos teóricos. Em contato com o vidro, o corpo é capaz de absorver parte da energia da pedra e, além disso, pode evitar uma possível vibração, que propagaria pequenas trincas. “Na prática, porém, os dedos surtem pouco efeito”, garante o profissional. Ele próprio já teve o vidro estilhaçado durante uma viagem em estrada de cascalho, mesmo com um amigo apoiando o pé na superfície do vidro.
É verdade que o cloro da piscina deixa os cabelos loiros com aparência esverdeada?
Não é cloro da piscina que deixa verde o cabelo tingido de loiro. O verdadeiro responsável é o cobre presente na água. Segundo especialistas, o metal reage com substâncias da tintura presentes no cabelo. O cabelo esverdeado é resultado dessa reação química.
O sol queima mais a pele no litoral ou na montanha?
Na montanha, a incidência solar é maior pelo fato de o ar ser mais rarefeito. Além disso, muitas vezes o litoral tem o sol mais suave por conta da umidade alta (quanto mais úmida a região, mais fresca será).
Por que a circunferência tem 360 graus?
Não se sabe ao certo o motivo pelo qual se estabeleceu que a circunferência seria dividida em 360 graus. Existem pelo menos duas possibilidades. Na primeira delas, o número teria sido estabelecido por uma civilização que acreditava ser a terra o centro do universo e cujo calendário teria 360 dias. De acordo com a suposta civilização, o Sol caminharia, então, um grau por dia, totalizando os 360 graus da circunferência. Outra possibilidade é a de que os babilônios usavam 60 como base para seus cálculos. Por esse motivo, os gregos teriam dividido o raio do círculo em 60 partes. Como já seria conhecido que o comprimento da circunferência equivaleria a 2.Pi.r – duas vezes Pi vezes o raio – e que Pi valia aproximadamente 3, então teria se estabelecido que a circunferência teria 360 graus (2 x 3 x 60 = 360).
Por que, na matemática, o símbolo de infinito é um oito deitado?
O símbolo que indica o número infinito foi proposto por John Wallis em 1655 em seu tratado Des Sectionibus Conicis. Nele, o autor declarou: “Isto pois denota o número infinito”. Seu formato, um oito deitado, é inspirado na antiga notação romana do 1000.
Qual é a origem da foto em que Albert Einstein está mostrando a língua?
Muitas são as versões sobre a foto. A mais plausível – e que consta, inclusive, no site com os arquivos do físico, desenvolvido pela Universidade de Jerusalém – é a de que ela foi tirada em 14 de março de 1951, no seu 72º aniversário. Não se sabe quem é o fotógrafo mas ele trabalhava para a agência United Press International (UPI). Ao pedir ao físico que sorrisse, este, em resposta, mostrou a língua.

2º Encontro Nacional de Cidades Históricas

A Universidade Católica de Goiás, por meio do Instituto de Pré-História e Antropologia, realizará o 2º Encontro Nacional de Cidades Históricas. O objetivo é analisar o “Financiamento do Restauro e Conservação do Patrimônio Cultural”. O encontro contará com prefeitos e representantes das principais cidades históricas brasileiras, profissionais dos Ministérios da Cultura e das Cidades, representantes da Unesco e dos  institutos de restauro e conservação de Portugal, entre muitos outros.
Serviço
Período: 10/06 até 13/06
Local: Pirenópolis (GO)
Contato: (62) 3251-0513
Email: cidadeshistoricas2008@gmail.com
Ficha de inscrição aqui.

Quer ser mais criativo?

O jornal americano The New York Times publicou no domingo – dia 04/05 – a matéria  “Can you become a creature of new habits?” sobre hábitos. Segundo o texto, quando desenvolvemos novos hábitos conscientemente, nos tornamos mais criativos na vida profissional e pessoal! O mesmo é válido quando saímos da “zona de conforto” – do que estamos acostumados.
Isso porque o cérebro cria novas redes sinápticas – de maneira beeem simples: novas ligações para pensamentos – e até células cerebrais (!). Porém, não precisa lutar contra velhos hábitos. Basta criar novos para ligações paralelas surgirem e até substituírem as antigas.
Vale a leitura. Mas, a matéria também é óbvia. De modo geral, ao nos depararmos com novas experiências, tendemos a “abrir a mente” – não é assim que se diz por aí? Talvez, a ciência tenha mais condições de provar essa sabedoria popular agora.
Bom, só sei que meu cérebro deve ser um emaranhado caminho de rato!

Sarau Astronômico na faixa

Quem estiver em Sampa sexta que vem – dia 16/5 – pode conferir o Sarau Astronômico no Jardim Suspenso – uau – no Centro Cultural São Paulo (CCSP). Para comemorar os 26 anos do Centro, a Ação Cultural e Educativa do CCSP e os Planetários de São Paulo desenvolveram uma série de atividades. Às 20h, os interessados poderão observar o céu com telescópios e orientação de técnicos em astronomia. Haverá apresentações de música, dança, leitura de poemas e performances. O Grupo Umoja mostrará diversas linguagens artísticas referentes à cultura afro-brasileira. Confira programação completa do CCSP aqui.

Faça uma busca e plante uma árvore

Mais uma do Google… Em parceria com a organização Aquaverde, fundada na Suíça em 2002, criou o site Ecoogler para ajudar no reflorestamento da Amazônia. A cada busca o internauta – simbolicamente – ajuda com uma folha no reflorestamento. A cada 10 mil folhas, uma árvore é plantada na floresta.
Na página inicial do site há um contador. Ele mostra o número de folhas e árvores que serão plantadas. Também, a quantidade de mudas que já foram. De folhinha em folhinha… Como diz uma amiga, “ainda vou comprar um Beagle e chamá-lo de Google”.
E, o site Clickarvore continua ativo – meu reflorestamento está ficando grande… Cada click corresponde ao plantio de uma árvore na Mata Atlântica custeado por empresas patrocinadoras. Ou, pelos internautas que quiserem plantar mais de uma por dia. Vamos lá pessoal, não é preciso nem colocar a mão na massa, ou melhor, na terra. Essa “tirada”…

And the Webby goes to…

Este mês, foram divulgados os sites vencedores do The Webby Awards – incluindo os melhores na categoria ciência. Esta é a 12ª edição da premiação realizada pela International Academy of Digital Arts and Sciences. Quase 500 mil internautas do mundo todo e 550 jurados – como o criador dos “Simpson’s” Matt Groening – votaram. Dia 10 de junho, em New York, será a entrega do troféu aí ao lado.
E agora, com vocês… tchan tchan tchan… os melhores sites de ciência:
Vencedor master – Nature
O voz do povão – NASA’s Earth Observatory
Indicados –
Microscope Imaging Station
NASA’s Jet Propulsion Laboratory
Water: H2O = Life
Obs.: Todos são bacanas, mas experimente o Microscope Imaging Station. Também, vale a pena entrar na página da premiação e fuçar os vencedores das outras categorias. Outros sites seguem essa linha de divulgação científica. Bom surf!

Não às sacolinhas

Essa é quentinha. Estava na fármacia agora mesmo. Após pagar, o caixa começou a colocar os produtos na sacolinha. Como sempre, disse que não precisava. Já que minha bolsa era grande e estava de carro, não seria necessário. “Você deve achar estranho eu levar na mão”, disse. Aí, a surpresa. Ele falou que isso é comum. Que, ultimamente, as pessoas não pegam sacolinhas. “Aliás, esses dias um senhor tirou uma sacola do bolso!” Há, sim, uma conscientização. Ao menos nessa farmácia de Sampa. Quem não deve gostar é o fabricante de sacolinhas…