Este ano, passei pelas experiências mais científicas e indescritíveis da minha vida: engravidei, pari (consegui normal, obrigada, Dra. Sandra, pela graça alcançada) e me tornei mãe. Foram nove meses – de janeiro até outubro – cuidando da pessoinha que crescia dentro do meu ventre, da nossa saúde e buscando garantir o sustento da cria. Agora, estou de licença-maternidade (neste exato momento, digito com uma mão e, com a outra, seguro a criança amamentando-a). Ok, tive que parar para trocar fralda, colocar para arrotar…
Li pilhas de livros e de sites sobre gravidez. Durante as leituras, tinha vontade de compartilhar várias informações aqui! Como, por exemplo, que os espermatozoides “de meninas” são mais lentos, demoram mais para chegar ao óvulo. Em compensação, duram mais tempo dentro do corpo da futura mãe. Portanto, se quiser ter uma filha, faça sexo antes de ovular (talvez, esse tenha sido o meu caso).
Pratiquei exercício físico quase todos os dias (no mínimo, caminhava quatro quilômetros diariamente), ioga para grávidas (o que também era praticamente um grupo de autoajuda e força na peruca), meditação e fui militar com a alimentação! Comi comida de verdade. Conclusão: engordei apenas nove quilos durante a gravidez (nem isso) e evitei andar como uma pata-choca. Também preveni o diabetes gestacional (tenso) e o sobrepeso (que gera bebês abaixo do peso). Até exercícios pontuais para facilitar o parto e pós-parto pratiquei. Experiências, no mínimo, cômicas. Segui a intuição, os especialistas e o que indicavam as pesquisas científicas. Foi um momento discovery da minha vida.
O parto foi o momento mais dolorido (é uma dor de parto, de partir, de separação), espetacular e inexplicável da minha vida. Senti muita dor. Tinha vontade de vomitar, perdia a força de me sustentar a cada contração (que durava mais de um minuto e vinha a cada dois), quase desmaiei. Após sete horas no hospital, nós dois éramos três. Inacreditavelmente, tinha um bebê parecido comigo nos meus braços. Aquele bebê com mais de três quilos, que não parava de chorar, saiu de dentro do mim. Oi? Como pode uma célula se tornar uma criança? Eu acredito em milagre. Será que toda a célula guarda a lembrança de ser alguém? Com certeza, sim.
Alguns fatos da “dieta” (puerpério) ninguém me contou antes de engravidar. Na gravidez, seu quadril “amolecerá” para o bebê passar – isso você deve saber. O cóccix, que está nessa região, pode ir para trás na hora do nascimento. O que pode causar muita, muita dor (antes e depois de parir). Sentar? Esquece. Durante o parto e dias depois, você vai sangrar – e muito. Terá contrações que ajudarão o útero a voltar ao tamanho de antes de engravidar (principalmente, enquanto estiver amamentando). Você dará de mamar a cada três horas contando a partir do início da mamada, faça dia ou noite. Ou seja, terá cerca de duas horas para comer, dormir, tomar banho… É normal por até cerca de um mês após o nascimento você ficar deprimida, chorando sem parar e sem causa aparente. Calma, não é a primeira, nem a última. Isso acontece porque os hormônios, antes elevados, despencam. Se a tristeza permanecer, é bom procurar auxílio médico.
Agora, estou vivendo mais ainda ser mamífera na pele. Antes, me sentia uma canguru. Hoje, uma macaca com o filho sempre dependurado. Haja quatro litros de água diariamente, água de coco, três copos de suco de laranja natural e vitaminas para amamentar. Ah, claro, e disposição para ficar quatro horas por dia com a cria mamando. Mas a amamentação é um dos meus momentos preferidos com ela. De maior cumplicidade. E de suor. Gente, como amamentar nos faz suar, afe. Neste bafão de verão, então, estamos um grude só (sacou?).
Apesar de toda essa verdade animalesca, e inclusive por essa sensação terrena e intangível, ter filho é uma viagem incrível. Como disse meu marido: “Todo mundo diz que ter filho é cansativo, mas não é um cansaço estressante. Sabe quando você tem que acordar cinco da manhã em uma viagem para pegar a van e fazer o passeio mais esperado? Quando está vivendo este momento, é o máximo”. “A mão que embala o berço governa o mundo”, disse Abraham Lincoln, um dos presidentes dos Estados Unidos. Espero ser a tutora de uma pessoa que ajude a tornar o mundo o que ele tem a vocação para ser: o paraíso na Terra.
Pronto: já plantei árvores, fiz um filho. Quem sabe, agora, vem um livro de minha autoria?
Obs.: Vou ficar um tempo sem postar novamente porque, nas horas vagas, mãe de bebê faz o quê? Aproveita para dormir! Então, desde já, quero desejar um maravilhoso 2015! Fui dormir!
Visualizei em seu texto, uma maneira nova e gostosa de ensinar um estudante e uma futura mãe sobre gestação.
Parabéns! Feliz 2015!
parabéns pela linda criança e pelo lindo texto!