Muitas pessoas no Brasil ainda sofrem com carências básicas como, por exemplo, a falta de energia elétrica. Estima-se que até dois milhões de pessoas ainda estão no escuro, sem energia elétrica em casa. E a maior parte delas vive na Amazônia. Região que, ironicamente, é responsável por quase um quarto da capacidade de geração de energia instalada no país. O IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, fez estudos para analisar o projeto Xingu Solar do ISA, Instituto Socioambiental. Por meio do projeto, o ISA instalou 70 sistemas fotovoltaicos em 65 aldeias do Território Indígena do Xingu. Um projeto piloto para estudar alternativas mais sustentáveis de levar energia a essas pessoas desatendidas. No Xingu, a população já tinha gerador a diesel para fornecer energia elétrica em locais comunitários como escolas e postos de saúde. Mas o gerador a diesel é poluidor, barulhento, quebra mais facilmente e precisa ser abastecido por combustível constantemente. O levantamento do IEMA mostrou que a população do local prefere a energia solar porque se sente mais segura, já que ela é mais constante quando há sol. Por exemplo, 43% das aldeias com energia solar tiveram escolas que disponibilizam ensino noturno contra 25% das demais. O estudo foi divulgado no Feira-Simpósio Energia e Comunidades, em Manaus, evento organizado por ONGs e associações. Agora, essas organizações soltaram uma carta aberta ressaltando a necessidade de um Plano Nacional para identificar as populações sem acesso à energia elétrica, visando a resolução do problema. E devem pressionar e colaborar para que isso seja solucionado.
*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!
Foto: Munir Younes Soares/ IEMA