Conheça o Canyon Guartelá. Mas o que é um cânion?

Um cânion é um vale profundo com encostas quase verticais. Muitas pessoas acreditam que eles foram formados por terremotos que abriram a terra. Nada! A maioria deles foram “criados” devido a ação de rios. No caso do Canyon Guartelá, por exemplo, o rio Iapó possivelmente escavou aos poucos o terreno. O que causou a erosão vertical. Claro que o deslocamento de placas tectônicas, ao elevar parte de montanhas, pode ajudar no processo. Veja que belezinha:

O Canyon Guartelá possui, aproximadamente, 32 km de extensão. Ele está localizado entre os municípios de Tibagi e Castro, na região de Campos Gerais do Paraná. O rio Iapó, que citei, nasce no planalto e deságua no famoso rio Tibagi – que dá nome à cidade.
Pesquisei sobre a altura dos despenhadeiros, mas as informações são imprecisas. Alguns pesquisadores dizem ter cerca de 450 metros. Outros, entre 700 e 1.200 metros (?). Olhe, não tenho muita noção de altura. Mas, pelo que vi pessoalmente, 500 metros é completamente viável.
Não caberiam neste post, todas as fotos que tirei do local. Mas digo que a paisagem é bem diversificada. Pesquisadores encontraram espécies da Mata Atlântica, da Caatinga, do Cerrado, da vegetação de banhados. Talvez, por isso, o lugar parece mágico. Como se fosse uma fenda no tempo.
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Origem do nome
Existem várias “estórias” sobre o nome “Guartelá” – divirta-se aqui. Eu prefiro a história de amor entre índios de tribos inimigas. Era uma vez… Há muitos anos, duas tribos rivais que habitavam a região. O cacique Iapó prometeu sua linda filha Potiraré ao Deus Tupã em troca de caça e de pesca.
despenhadeiro.jpgUm dia, ao banhar-se nas águas de uma fonte, Potiraré foi surpreendida pelo jovem guerreiro Itamuru – da tribo rival. Ele, que primeiro tentou assassiná-la, se apaixonou pela moça. Quando o pai dela descobrir o amor, trancou-a em uma gruta e disse: “Guarda-te-lá, que lá ele bem fica”. O jovem Itamuru, inconformado, lutou para ter sua amada.
Para impedir o avanço dos guerreiros, o Deus Tupã lançou um forte raio abrindo a terra ao meio e fazendo com que violentas águas não permitissem a passagem dos índios. Somente o guerreiro Itamuru conseguiu vencer os abismos e as corredeiras, fugindo com sua amada.
A revolta do Deus Tupã foi tão grande que ele lançou outro raio, petrificando Itamuru. Potiraré, ao ver seu amado estendido, chorou por muitas luas. Até que suas lágrimas formaram uma enorme cachoeira que atravessou o corpo petrificado do seu amado. Com remorso por ter impedido esse amor, o cacique Iapó, então, atirou-se às corredeiras do rio que lá passava, desaparecendo para sempre.
Obs.: Olha a doida aí, eu, na pontinha do precipício tomando a maior chuva até ser retirada do cânion pelos guias, junto com os outros andarilhos. Estava começando o maior temporal. Confesso que, depois disso, voltei morrendo de medo dos inúmeros raios. Eu, hein.

O 6º maior Canyon do mundo fica no Paraná!

A cerca de sete horas de viagem de São Paulo, uma surpresa aparece ao fundo da PR-340 cercada pelas infinitas plantações de milho e soja: o Canyon Guartelá! Da estrada, apenas os mais atentos conseguem ver a parte de cima dele. E, tristemente, observar que os agricultores plantam até o limite do despenhadeiro. A floresta nativa de Araucária foi despedaçada… Mas, ao que parece, nem tudo está perdido.
O Canyon Guartelá possui, aproximadamente, 32 km de extensão! Veja um filme da cachoeira Ponte de Pedra de 200 metros de altura, no despenhadeiro do cânion, que fiz no início de um temporal:

Podemos visitar o cânion de pertinho pelo Parque Estadual do Guartelá. E de graça! Ele foi criado no município de Tibagi, em 1992. Possui uma trilha de, aproximadamente, 2,5 km, sinalizada e com monitores espalhados ao longo dela – com recursos para grávidas e cadeirantes.
panelões.jpgNessa trilha, podemos observar o despenhadeiro por dois mirantes, entrar nos “Panelões do Sumidouro” – buracos no percurso da cachoeira que formam hidromassagem natural – e andar entre a floresta de araucária. Há uma outra trilha, possível apenas com guia, que leva às pinturas rupestres de 4 mil anos.
começotrilha.jpgAtualmente, antes de iniciar o percurso, é obrigatório conferir um vídeo no “Centro de Visitantes” sobre a fauna e flora do Paraná e sobre a conservação do meio ambiente. Além dessa atenção com a educação ambiental, outra notícia boa. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que administra o parque, quer aumentar a área de 690 hectares para 2,69 mil. Maravilha! Fico na torcida.
O parque é uma das 64 unidades de conservação do Paraná – 27 abertas à visitação como o de Vila Velha. Para saber mais sobre como chegar ao Parque Estadual do Guartelá, clique aqui.
Obs.: A foto acima mostra os “Panelões do Sumidouro”. Ao lado, o começo da trilha.

Cientistas descobrem um sexto paladar: a gordura!

Os pesquisadores Russell Deakin Keast e Jessica Stewart, da Deakin University (Austrália), em parceria com colegas australianos e neozelandeses descobriram que os humanos podem detectar um sexto sabor: o da gordura. Eles também perceberam que as pessoas com alta sensibilidade ao gosto da gordura tendem a comer menos alimentos gordurosos. Logo… elas têm menor probabilidade de serem obesas. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição do dia três do British Journal of Nutrition.
Deve ser por isso que minha mãe é magra… E confesso que não gosto de comidas pegajosas de tanta gordura! O cientista Keast conta: “Nós sabemos que a língua humana pode detectar cinco sabores – salgado, doce, azedo, amargo e umami (gosto “saboroso” identificado em alimentos ricos em proteínas)”. “Com nosso estudo, podemos concluir que os seres humanos sentem um sexto sabor, a gordura”, afirmou.
Como faz?
A equipe fez uma triagem. A ideia era testar a capacidade das pessoas em saborear vários ácidos graxos comumente encontrados nos alimentos – em geral, em gorduras e óleos. Assim, os cientistas checaram que cada pessoa sente mais ou menos o gosto da gordura. Também perceberam que quem é mais sensível ao gosto consome menos alimentos gordurosos e são mais magrinhos.
Agora, eles querem entender o porquê dessa sensibilidade. Desse modo, esperam ajudar as pessoas a comerem menos gordura. Uma luz no fim do túnel: “Como as gorduras são comumente consumidas, com o tempo pode ser que nosso paladar se sensibilize. Fazendo com que algumas pessoas fiquem suscetíveis aos alimentos gordurosos”, explica. Para ler o artigo, em inglês, clique aqui.

Participe: Xis-Xis sorteia a série completa do documentário “Planeta Terra”!

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Extra! Extra! O Xis-Xis vai sortear três caixas da megaprodução “Planeta Terra – O Mundo como Você Nunca Viu”. Cada caixa possui quatro DVDs com imagens incríveis da natureza – incluindo o making of para a gente matar a curiosidade de como são produzidos esses documentários. As caixas são cortesias do pessoal do Discovery Channel! Eles deram os DVDs durante a pré-estréia da nova série “Vida” – dos mesmos produtores do “Planeta Terra”, em questão.
Como participar?
Pela primeira vez, o Xis-Xis sorteará pelo Twitter! Para participar, siga o meu Twitter: http://twitter.com/isisrnd. Em seguida, dê retweet (RT) nessa mensagem que eu postei lá: “Quer ganhar a série “Planeta Terra”? O Xis-Xis está sorteando 3 caixas! Dê RT neste tweet p/ concorrer! http://migre.me/nakc”.
Prontinho! Atenção: os RTs deverão ser feitos até segunda-feira (dia 15) à meia noite. Só serão sorteados aqueles que seguirem o perfil @isisrnd. O sorteio será divulgado na terça-feira no blog Xis-Xis e via Twitter! Boa sorte!
Sobre a série
A série épica “Planeta Terra – O Mundo como Você Nunca Viu” foi gravada em alta definição. Depois da nova série “Vida”, ela é a mais grandiosa produção já feita sobre a natureza e a vida selvagem do planeta. Seu orçamento era de 25 milhões de dólares. Foram cinco anos de produção usando quarenta câmeras em 200 localidades. As tomadas são de tirar o fôlego.
A ideia era explorar todas as magníficas gigantes paisagens da Terra: fundo dos oceanos, planícies do Saara, verde da Amazônia, montanhas do Nepal, brilhantes calotas polares, vulcão em erupção. Uma manada de búfalos foi filmada usando uma tecnologia que permite manter a câmera estável mesmo quando fixada em um helicóptero.
Como eu disse, os documentários estão usando a tecnologia para captar a as belezas naturais da Terra. Maravilha! Saiba mais sobre o documentário aqui e ali.

Documentários usam tecnologia para divulgar a natureza

vidamacaco cópia.jpgFui à pré-estréia, ontem, da série “Vida” que será transmitida a partir do dia 18 de março no canal Discovery Channel. Na sessão, conferi o primeiro dos dez capítulos que fazem parte do programa. Os capítulos serão transmitidos às 22 horas, todas as quintas.
Os documentários tratam da… natureza! Bingo. Eles focam várias estratégias impressionantes – muitas que exigem a inteligência dos animais – e os comportamentos extremos que os seres desenvolveram para garantir sua sobrevivência. Muitas histórias contadas na série não são novidades – como o macaco-prego ao lado que usa ferramenta para obter seu alimento preferido. Mas algumas eu não conhecia ou não com tantos detalhes. E não vou contar, para não perder a graça.
Na realidade, acho que o diferencial da “Vida” está na tecnologia utilizada. O que resultou em imagens de tirar o fôlego. Os insetos foram focados tão de perto que dá para ver os órgãos internos deles. As câmeras lentas, só que mais definidas do que estamos acostumados, mostram a ponta da língua do camaleão “abraçando” sua vítima. Debaixo da água a mesma definição.
Como isso tudo foi possível? Perguntamos. De acordo com o pessoal da Discovery, eles usaram em todas as gravações equipamentos de alta definição que dão um zoom absurdo. De forma que o comportamento íntimo dos animais foram captados muito de perto. Parece que o câmera ficou, literalmente, colado nos animais.
A equipe, a mesma que desenvolveu a série de documentários “Planeta Terra”, demorou mais de quatro anos para produzir a “Vida” com mais de 3.000 dias de filmagem. Segundo o release, o sistema de captação “yogi cam” – que acompanha com suavidade os movimentos de veados e elefantes – foi desenvolvido para a série. Os morcegos bulldog foram filmados a dois mil frames por segundo – a vida em tempo real, como vemos normalmente na TV, usa cerca 30 frames por segundo. É a tecnologia usada a favor da divulgação científica. Lindo. Saiba mais aqui.

Veja o debate sobre blogs de ciência da Campus Party

É o seguinte. Tive uns “pobreminhas” aí – como diz meu pai, quem tem um “pobrema” tem dois “pobremas” – que me afastaram do meu hobby e minha paixão preferidos: escrever no Xis-Xis! Mais forte do que nunca, “vortei” marcando meu território.
Bem, lembra daquele post em que disse que participaria de uma discussão sobre blogs de ciência na Campus Party? Entonces, o debate foi ótimo e bem humorado!
Sinto que demos um passo à frente. Saímos dos debates sobre, por exemplo, a qualidade de blogs de área que ocorreram no I Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (EWCLiPo, em 2008). Para… Se quiser saber, sugiro que confira o vídeo abaixo! Ele é grande, mas se tiver um tempo para dar uma forcinha, fico agradecida:

Nosso Raio-X, blog que revela os bastidores do ScienceBlogs Brasil, também postou o vídeo. É isso aí minha gente. Vamos em frente.

Plante árvores pelo Twitter

Quer ajudar a reflorestar o Brasil sem sair do computador? Responda, no Twitter, a pergunta “O que você faria com muitos torpedos?” usando a tag #oquevcfaria . A empresa Vivo, em parceria com o Instituto Ipê, para cada resposta vai reflorestar um 1m² de mata nativa. Veja o vídeo da ação:

Importante: as respostas devem ser escritas até o dia 10 de março. Mas não serão contadas mensagens retuitadas. Então, temos pouco tempo! Eu já mandei umas respostas com a tag #oquevcfaria para ver nosso país mais verde. No site da campanha, confira todas as tuitadas e mais informações sobre o projeto.
*Este é um post publieditorial.

Fotografia: Micro x Macro

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Nunca mais esqueci uma série imagens – seria uma exposição? – da nossa natureza microscópica comparadas com o universo macroscópico lá do céu. As formas se repetiam. Como é possível? Não dava para distinguir o que era micro do que era macro.
Pena que não lembro onde vi essas fotos. Mas tenho lindíssimas sugestões para comparar os “dois mundos”. Tem um tempinho para viajar nas psicodélicas fotos microscópicas e macroscópicas que não são captadas a olho nu?
Neste link da Universidade do Estado da Flórida, Estados Unidos, podemos ver – de pertinho – fotos do DNA, de moléculas, de materiais. É genial. Veja aqui, por exemplo, imagens em zoom de cervejas! Neste outro link, você pode até comprar um calendário de 2010 da empresa Nikon que celebra os 35 anos de excelência na fotografia feita pelo microscópio.
E fotos do macro? O telescópio Hubble vai se aposentar – está velhinho para a tecnologia -, mas guarda esta galeria fantástica. Devo a ele horas pasmando em torno das estrelas. A Nasa também possui inúmeras galerias. Há uma que é atualizada a todo momento com as imagens mais interessantes do universo no dia. Clique aqui, para conferir.
Suspiro. Como diz o ditado, é verdade. Muitas vezes, uma imagem vale mais que mil palavras.
Pegadinha da Isis: O que é micro e o que é macro nas fotos do post? Confira, aqui e ali, as respostas.