Como todo lugar mágico, Bonito – cidadezinha do Mato Grosso do Sul – está repleto de histórias. Mais que isso, algumas são lendas vivas. Cá entre nós e baixinho, os moradores garantem que elas influenciam, ainda hoje, a vida das pessoas. “O enterro” é um exemplo…
Durante a Guerra do Paraguai, iniciada em 1864, soldados paraguaios – que vinham lutar em terras brasileiras – traziam ouro para garantir o sustento, trocas-trocas e afins. Muitas batalhas se deram onde hoje fica o estado do Mato Grosso do Sul.
Durante os confrontos, os paraguaios enterravam o metal para não perdê-lo ou serem roubados. Procuravam uma Figueira típica da região – não a dos famosos figos nem as das praças públicas de São Paulo – e escondiam o ouro sob a sombra ou a uma determinada distância da árvore. Na volta das lutas, desenterravam e seguiam com o metal.
Entretanto, diversos soldados paraguaios morreram antes de alcançar seu tesouro. Assim, a Guerra acabou em 1870. Mas… os espíritos deles continuam vagando por Bonito em busca dos ouros. Pessoas juram – de pés juntos – que encontraram o precioso metal enterrado aos pés das Figueiras. Porém não adianta voar para lá atrás do seu brilho dourado.
Não é qualquer um que consegue descobri-lo. Apenas quem possui bom coração – alma inocente e pura – é levado pelos espíritos ao local do desenterro. Muitas pessoas do bem dormiram nos seus quartos e acordaram acima do tesouro no quintal. Outros foram instruídos por meio de sonhos ou visões. Gananciosos enlouqueceram, ricos empobreceram, ambiciosos amarguraram e entristeceram.
Se a lenda é verdadeira ou não, somente os bonitenses com seu ouro desenterrado de uma Figueira podem responder…
Por que uma Figueira? Ela foi escolhida pela sua durabilidade e “inutilidade”. Pode sobreviver mesmo se for atingida por raios, queimadas ou inundações. Sua raiz também é muito forte. Cortada, demora anos para apodrecer – quando não nasce novamente. Porém, devido à consistência, sua madeira é desprezada.
Obs.: Na foto, eu fazendo flutuação no Rio da Prata. Inseri o texto inspirado no post do blog Uma Malla pelo Mundo. Clique aqui.
Maria das Dores? Nunca mais!
Sabia que este ano – agorinha, 2008 – é o Ano Mundial contra Dores em Mulheres? A International Association for the Study of Pain (IASP) – Associação Internacional para o Estudo da Dor – quer chamar a atenção para a falta de conhecimento sobre questões relativas à dor feminina e as diferenças no tratamento e na pesquisa. A campanha se chama “Real women, real pain” ou “Mulheres de verdade, dores de verdade”. Confira aqui, em inglês.
Ao contrário do que se diz por aí, que homem é fraquinho, fraquinho para dor e mulher suporta até a dor do parto… Estudos experimentais mostram que as mulheres têm menores limiares e tolerância à dor em comparação aos homens. Também, de acordo com a Sociedade Brasileira Para Estudos da Dor (SBED), as mulheres afirmam experimentar uma dor mais recorrente, intensa e duradoura que os machos.
Veja nas imagens – retiradas do site da SBED – as causas mais comuns que deixam as mulheres, totalmente, xaropes e Maria das Dores – não vale ficar analisando as nádegas da moça.
Como prevenir tanta queixa? Deve-se mudar condições emocionais – mente sã, corpo são -, de ambiente físico – mobiliário, iluminação – , de ambiente social – relacionamento familiar, no trabalho -, de postura e estilo de vida – atividades de lazer, prática de esportes, etc.
Como tratar? Primeiro é imporante ter ateção as condições que indiquei em “como prevenir”. Depois, mandar a ver em fisioterapia, medicamentos e por aí vai. O sensacional e inteligível site da SBED – clique aqui para ler – possui explicação sobre todos os tratamentos.
Se eu tivesse descoberto antes a acumpuntura, a massagem e o RPG – nessa ordem – seria, com certeza absoluta, uma pessoa mais feliz – agora sou! Você não imagina, por exemplo, o que uma agulhadinha pode fazer por sua saúde!
Ano passado fui tanto para a acumpuntura, mas tanto, que a Dra. Esmeralda – A médica – chegou a dizer: “Está bom, não? O tratamento já terminou há algumas sessões…” E o RPG? Eu fazia para “garantir”. Vai que eu fique com má postura… Depois conto mais aventuras – ou relaxamentos – nessas três áreas, inclusive me aproveitando das massagens grátis oferecidas durante o SPFW. Ai, ai (suspiro)…
Enfim, somos ou não o sexo frágil? Precisamos de muito carinho, compreensão e amor. Viu? Claro, e de que nos deixem livres para termos direitos iguais. Uma coisa não exclui a outra!
É melhor rir da ciência
Já se imaginou sem celular, cartões magnéticos, internet – eu hein! -, exames de DNA, transplantes, equipamentos hospitalares e eletrodomésticos? A comédia musical “A culpa é da ciência?” reflete com bom humor sobre os benefícios, riscos e responsabilidades que essas conquistas impõem.
Contemplada pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – que apóia, até com recursos financeiros, esse tipo de arte -, a peça é apresentada pela companhia Arte Ciência no Palco. A temporada, em São Paulo (SP), começa no próximo sábado. Veja:
Duração: de 28 de junho até 27 de julho
Horário: sextas e sábados às 21h, domingos às 19h
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00
Local: Rua Marquês de Paranaguá, 111, Centro – Auditório da PUC
Informações e reservas: (11) 3081-8865, 9624-2222
Lotação: 180 lugares
Duração: 90 minutos
Censura: acima de 14 anos
Acesso para deficientes físicos
Mais informações sobre a companhia, clique aqui.
Jornal da Tarde é censurado pelo Cremesp
“Liminar concedida ontem pelo juiz-substituto Ricardo Geraldo Rezende Silveira, da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, proibiu a publicação de reportagem sobre supostas irregularidades cometidas pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) – que estão sendo apuradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A liminar foi entregue ontem às 20h na redação do JT por Cláudia Costa, advogada do Cremesp. Sua autenticidade foi confirmada pela Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça. O juiz não foi encontrado para comentar a decisão.”
Quais são as supostas irregularidades? “As irregularidades são investigadas pelo Tribunal de Contas da União e seriam relatadas em reportagem na edição desta quarta-feira do jornal.”
O que o meu meio – jornalístico – acha? “’A decisão é absolutamente inconstitucional, pois a Constituição, no artigo 220, proíbe a censura e, especialmente, a censura prévia’, diz o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo”.
Eu lamento que isso esteja acontecendo, mas não vou falar muito sobre o tema. Preciso ler mais para concluir. Com base em outros fatos, apenas lembro que a “liberdade de imprensa” é como a nossa “democracia”, só existe para quem tem dinheiro. Genten, mas não se preocupe. Continuaremos comemorando os 40 anos do ano de 1968. “O ano que nunca acabou”. Trechos retirados daqui e dali.
Quanto à ciência, continuo compartilhando-a neste blog.
Novo museu online de ciência
Hoje, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra lança o “Museu Digital”. Trata-se da maior base de dados de intrumentos científicos de Portugal. Estão disponíveis mais de 19 mil peças – algumas mostradas ao público pela primeira vez.
Objetos científicos, de história natural e de etnografia – um método de conseguir vestígios antropológicos – foram informatizados e digitalizados. Com o tempo, a instituição pretende oferecer onlinesísticamente – também tenho “Rosa” no sobrenome – a possibilidade de conhecer todos os seus 250 mil exemplares.
Já que não dá para atravessar o Atlântico em 15 minutos e nem a nado, clique aqui para conhecer o site. Ele é simples e bonito. Dá para fazer pesquisa digitando a palavra de interesse ou por temas já dispostos. As fotos das peças são grandes e claras. Cada objeto pesquisado possui ficha técnica com características e afins. Veja fotos do museu, conheça as mostras e o calendário aqui.
Ah, o Museu da Ciência recebeu este ano o prêmio Micheletti de Ciência, Tecnologia e Indústria, atribuído pela organização não governamental inglesa European Museum Forum (EMF). Leia a matéria de onde retirei as informações aqui. Veja os outros museus premiados no No Mundo dos Museus….
Vacina contra a gripe aviária
Um grupo de pesquisadores da Baxter Internacional – empresa da área da saúde que desenvolve produtos de biotecnologia, terapias especializadas e equipamentos médicos – anunciou o desenvolvimento de uma vacina contra gripe aviária segura e eficaz. Os resultados dos estudos clínicos acabam de ser publicados no The New England Journal of Medicine (NEJM). Mostram que a vacina é capaz de proteger contra três variantes do vírus H5N1, causador da doença.
Cerca de 75% dos voluntários envolvidos na pesquisa desenvolveram anticorpos contra o vírus da gripe aviária depois de receber duas doses da vacina, denominada Celvapan. Segundo a empresa, esse é o melhor resultado já obtido com vacinas contra a doença. Nesta etapa do estudo, foram imunizadas 248 pessoas saudáveis, de 18 a 45 anos, na Áustria e em Cingapura.
Esta é a primeira vez que cientistas desenvolvem uma vacina contra gripe utilizando cultura de células em vez de ovos embrionários de galinha – a principal tecnologia utilizada para produção de vacinas nos últimos 50 anos. Com esse novo processo – chamado Vero Cell -, as vacinas podem ser produzidas em cerca de três meses, metade do tempo de fabricação que a tecnologia baseada em ovos requer.
Último dia, última ecobag
Hoje a Bienal, às duas da tarde, acordou vazia. O povo começava a chegar com cara de “eba, último dia”. Mas, confesso que mesmo sendo uma jornalista científica – estudo/ei para isso, pô -, levantei nostálgica. A gente fica amigo de infância dos colegas com quem passamos o dia todo juntos. Uma semana parece um ano. Também, já saudades de encontrar pelas rampas os amigos de profissão que não vemos sempre. Enfim…
Passei no lounge da TAM. Lá podíamos fazer uma fotinho “capa de revista” que é um ímã de geladeira. “Gift” para dar para a mãe ou avó espantar os insetos. Os mais caras de pau ganham uma “ecobag” de algodão cru com estampas de florzinha. Último presentinho de uma SPFW meio ambiental. Agora vamos ao “after hour” de despedida. Ah, se tiver acesso, confira meus hai-kais que foram publicados no Journal… Momento poético!
Motainai é a palavra da moda
Esta edição, o São Paulo Fashion Week (SPFW) homenageia a vinda dos japas à ex-Terra Abençoada por Deus. Em todo lugar onde está escrito “SPFW” lê-se, também, a palavra “motainai”. Japonesisticamente falando, motainai significa a atitude de valorizar o que está ao redor, de preservar as pessoas, o material, o tempo e as relações. Japonês sempre foi mais eficiente, né?
Lixeiras cutes e mal dispostas no SPFW
Lixeiras feitas de papelão para separar metal, plástico, papel, orgânico e vidro estão espalhadas por todo o Pavilhão da Bienal. Deve ter sido alguém proveniente de um país da Península Ibérica – me perdoem queridos que me receberam muitíssimo bem do outro lado do Atlântico – que as colocou. No final da escada tem uma para orgânicos, depois de 100 metros, aparece outra para vidros, após mais 200 metros, para papel. Elas não foram dispostas todas juntas! O pior, como são da mesma cor branca – só muda onde está escrito o nome do material que deve ser depositado lá –, de longe não dá para saber qual é qual. Tem que chegar perto e ficar lendo. Procurando mesmo. Assim, o povo mais desesperado para jogar fora o lixo, acaba depositando na primeira que vê. Assim não adianta nada… Quem será que é híbrido resultante do cruzamento da égua com o jumento? Cá entre nós…
Sustentabilidade está na moda
Literalmente. Estava conversando com o João Braga, aquele professor foférrimo de história da moda – leia aqui uma materinha na revista Época. Ele foi lacônico: “Se é moda, tem que ser passageira”. Também, disse que esse pessoal que diz que “essa moda veio para ficar” está, completamente, errado. E agora, a moda do início dos anos 2000 e pouco é ser sustentável.
Chique, bem, é usar roupa de brechó, customizar All Star, comprar peças de algodão orgânico – já viu um que não seja? -, fazer eventos “sustentáveis” e por aí vai. Aliás, durante uma conversa com alguém pra lá de influente nesse Brasil – não vou falar quem, claaaro – indaguei a respectiva fonte: “É possível que o Brasil cresça, economicamente, sem degradar o meio ambiente? Ou melhor, existe esse tal de ‘desenvolvimento sustentável?'” Tchan tchan tchan tchan… “Então…”, começou la fonte. “Mas que perguntinha, não?” Entendeste?
Dá-lhe plantar árvore
Num cantinho não muito escondido, no primeiro piso da Bienal, há um letreiro verde. Nele, uns números aumentam a cada dia. Fui pesquisar para entender o que seria isso. De acordo com a assessoria de imprensa do evento – sem comentários, amigos jornalistas – o SPFW foi o primeiro evento de moda a neutralizar sua emissão de CO2. Todas são compensadas com o plantio de árvores contabilizadas nesse painel durante o evento.
A cenografia busca minimizar o uso de materiais. Por exemplo, a torre de ferro e madeira que existia na edição passada continua a mesma. Apenas colocaram algumas TVs de tela plana transmitindo imagens feitas no Japão e luminosos com dizeres japoneses. No evento passado, foi usado papelão para cobrir as paredes. Desta vez, esses mesmos papelões – 10 toneladas do material ou cerca de 14 mil caixas ou 3 km de estrutura – receberam estampas de motivos orientais.
Ainda, segundo a assessoria, no ano de 2007 foram plantadas 7.970 árvores de espécies nativas da Mata Atlântica nas margens do Ribeirão dos Macacos, no município de Lorena (em São Paulo). Este ano, querem compensar as emissões com o plantio de 6.300 árvores nativas. Todas essas coordenadas geográficas, imagens e relatórios periódicos de desenvolvimento destes e de outros restauros estão disponíveis no site da ONG Iniciativa Verde.
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