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A Amazônia é maior do que se pensava!

Hoje, trago boa notícia! Pesquisadores de três universidades brasileiras descobriram que a Amazônia é maior do que a oficial, mapeada pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística! Em alguns locais, a profundidade dela pode ser de até 250 km de diferença! Além disso, o estudo revela que a área de transição da Floresta Amazônica para o Cerrado é mais biodiversa do que em cada bioma separado. Eles desconfiaram de que havia algo estranho quando visitaram algumas áreas tidas oficialmente como Cerrado, mas na verdade viram que eram florestas de transição entre os biomas. Essas florestas são diferentes, têm árvores menores, e são importantes porque formam uma espécie de escudo de proteção por serem mais resistentes às queimadas. Ao mesmo tempo, eles viram áreas de florestas maiores, mais densas, também constando como Cerrado. Ao checarem o mapeamento oficial, os pesquisadores verificaram que as ferramentas utilizadas quando ele foi produzido nos anos de 1970 eram menos precisas que as de hoje. Agora, os cientistas estão refazendo os limites da Amazônia e devem lançar o novo mapa até o fim deste ano. Isto será importante porque a Amazônia é mais protegida por lei do que o Cerrado. Será mais uma maneira para tentar conter o desmatamento, principalmente, criminoso.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Estados brasileiros contra o aquecimento global

Vocês sabiam que 30% do município de Recife, em Pernambuco, está abaixo do nível do mar? Que 90% do estado do Rio Grande do Norte é semiárido? E que o Amapá sofre com o desemprego, embora tenha a maior parte da floresta Amazônica do Estado conservada? Se o clima do planeta continuar esquentando, esses locais vão sofrer com inundações, desertificação ou mais miséria. Para evitar as catástrofes, representantes dos governos de onze estados brasileiros mais o Distrito Federal se reuniram no evento Fórum Clima 2019, que aconteceu no Rio de Janeiro. Na ocasião, eles falaram sobre tentar cumprir o Acordo de Paris assinado pelo Brasil, que prevê a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2015, tendo como base o que o país lançou na atmosfera em 2005. Os representantes dos estados contaram que, para isso, vão buscar melhorar a mobilidade das cidades, gerar novos empregos aliados ao uso de tecnologias renováveis como energia eólica e o Espírito Santo destacou que quer acabar com os aterros de resíduos. Além dos estados, participaram dos debates representantes de empresas, pesquisadores e organizações do terceiro setor. Juntos, eles formaram um conselho informal que tem como objetivo assumir a liderança política para a questão climática no Brasil.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

Rio de Janeiro: é preciso planejamento

O Rio de Janeiro, mais uma vez, foi atingido por uma tragédia: a chuva. Deixando mortos, desabrigados e destruição. Segundo o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a chuva acumulada em 24 horas foi o triplo da média para o mês em duas estações da cidade. Parece um triste filme que já vimos antes. Apenas neste ano, este é o terceiro episódio de chuva extrema no Rio. De acordo com meteorologistas do Climatempo, a água do mar tem estado com a temperatura acima do normal entre o litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro. E quanto mais quente, há mais evaporação e umidade disponível para formar as chuvas. Na capital fluminense, os morros da cidade acabam segurando as nuvens sobre ela. Para piorar essa combinação, a faixa de terra em muitos morros do Rio de Janeiro é pequena. Sob esse solo, há geralmente uma rocha chamada granito, a mesma do famoso Pão-de-Açúcar. Assim, a chuva vai encharcando essa pequena faixa de solo até ele ficar muito pesado e ocorrem os deslizamentos de terra. Do outro lado da cidade, o mar pode ser agitar com os ventos causando ressacas. O Rio de Janeiro fica espremido entre essas forças da natureza. Conclusão: vários pontos da cidade são locais sensíveis a tragédias naturais. Com o aquecimento global, os moradores do Rio podem correr ainda mais riscos, já que eventos extremos ficarão mais frequentes e terão mais força. O Rio de Janeiro precisa de planejamento para evitar tragédias como a de agora e para enfrentá-las mais adequadamente. E também entender e respeitar os limites naturais. Antes tarde do que nunca.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

2019: este pode ser o ano mais quente

Uma falante novidade: sou colunista de sustentabilidade do programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Aqui, publico o que falei por lá.

Está calor aí? Aqui está muito quente! E parece que esse calorão todo vai permanecer. É bom se preparar: pesquisadores têm alertado que 2019 deve ser o ano mais quente já registrado! Isso porque a temperatura do planeta tem aumentado continuamente devido ao aquecimento global. As pesquisas mostram que as ações humanas como uso intensivo de combustíveis fósseis e queimadas de florestas lançam na atmosfera gases que retém o calor dos raios solares, esquentando o planeta mais do que deveriam. Somado a isso, desde dezembro de 2018 o fenômeno El Niño tem elevado a temperatura da superfície do mar do Pacífico. E qualquer mudança na temperatura do oceano afeta diretamente o tempo do planeta todo, em menor ou maior quantidade. O El Niño pode contribuir com uma seca mais intensa no Nordeste, por exemplo. Além disso, as regiões Sudeste, Sul e o estado do Mato Grosso do Sul devem ficar com temperaturas acima da média até junho. Essas informações são do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Aproveite para sintonizar, todo dia entre 5h e 7h da manhã, na rádio para saber as últimas notícias e ainda ouvir música! 🙂 

Foto: Welcomia/ Freepik

Por que escolheu ser jornalista?

“Como vou ligar o rádio hoje de manhã?” Estava preocupada ontem, como milhares de brasileiros. Afinal, após sintonizar na Transamérica cedinho, todo dia seguia ao trabalho ouvindo a BandNews FM. Minha filha ficou doente e, por dar atenção a ela, cheguei mais tarde. Pode ser impressão, mas parecia que os outros motoristas estavam dirigindo mais silenciosamente e passageiros quietos, em luto no trânsito.

Ambientalmente falando, sabia que este ano, de 2019, seria um desafio. Eu me preparei para atravessá-lo com firmeza, generosidade e buscando mais conhecimento como base. Jamais imaginaria que seria tão trágico. Brumadinho, Flamengo, Rio de Janeiro e tantas outras aflições. Até que perdemos um dos melhores e mais necessários jornalistas do momento: Ricardo Boechat.

Infelizmente, não o conheci pessoalmente. Mesmo assim, o tinha como uma pessoa íntima do cotidiano, que ouvia todos os dias por anos. Além disso, sempre admirei o modo como ele escutava as pessoas em geral, dava voz a todos e buscava um local mais justo para se viver. Parecia ser uma pessoa transparente e íntegra.

Além de gostar de me comunicar, escolhi cursar jornalismo por ter aquela inocência de tornar o planeta uma casa mais equitativa. Eu achava que poderia mudar o mundo para melhor. Rapidamente, descobri que sozinha seria impossível. Aliás, acompanhada já é difícil. E até passei por muitos momentos de desilusão. Inclusive, recentemente – o, praticamente, fim do Museu Nacional foi muito desanimador para mim.

Agora, perdemos um grande profissional. Tornou-se quase uma unanimidade por ser tão jornalista, verdadeiro no sentido mais nobre dessas palavras. Uma estrela. Ninguém é substituível – ao contrário do que diz o ditado. E neste momento o chamado aparece novamente. Se faz presente.

Todas (os) nós, principalmente jornalistas, não importando onde estivermos atuando, precisamos colocar em prática ainda mais as características tão esperadas das profissão. Sermos curiosas (os), prevenidas (os), precisas (os) e éticas (os). E, acima de tudo, humildes.

Não que tenhamos deixado essas qualidades de lado. Mas quem sabe, unidas (os) sob essas características, ressaltando simplicidade e verdade com nós mesmas (os), possamos ser uma poeira de estrela montando uma Terra mais igualitária, justa e fraterna. Muito amor para todas (os) nós.