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Estados brasileiros contra o aquecimento global

Vocês sabiam que 30% do município de Recife, em Pernambuco, está abaixo do nível do mar? Que 90% do estado do Rio Grande do Norte é semiárido? E que o Amapá sofre com o desemprego, embora tenha a maior parte da floresta Amazônica do Estado conservada? Se o clima do planeta continuar esquentando, esses locais vão sofrer com inundações, desertificação ou mais miséria. Para evitar as catástrofes, representantes dos governos de onze estados brasileiros mais o Distrito Federal se reuniram no evento Fórum Clima 2019, que aconteceu no Rio de Janeiro. Na ocasião, eles falaram sobre tentar cumprir o Acordo de Paris assinado pelo Brasil, que prevê a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2015, tendo como base o que o país lançou na atmosfera em 2005. Os representantes dos estados contaram que, para isso, vão buscar melhorar a mobilidade das cidades, gerar novos empregos aliados ao uso de tecnologias renováveis como energia eólica e o Espírito Santo destacou que quer acabar com os aterros de resíduos. Além dos estados, participaram dos debates representantes de empresas, pesquisadores e organizações do terceiro setor. Juntos, eles formaram um conselho informal que tem como objetivo assumir a liderança política para a questão climática no Brasil.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

Rio de Janeiro: é preciso planejamento

O Rio de Janeiro, mais uma vez, foi atingido por uma tragédia: a chuva. Deixando mortos, desabrigados e destruição. Segundo o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a chuva acumulada em 24 horas foi o triplo da média para o mês em duas estações da cidade. Parece um triste filme que já vimos antes. Apenas neste ano, este é o terceiro episódio de chuva extrema no Rio. De acordo com meteorologistas do Climatempo, a água do mar tem estado com a temperatura acima do normal entre o litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro. E quanto mais quente, há mais evaporação e umidade disponível para formar as chuvas. Na capital fluminense, os morros da cidade acabam segurando as nuvens sobre ela. Para piorar essa combinação, a faixa de terra em muitos morros do Rio de Janeiro é pequena. Sob esse solo, há geralmente uma rocha chamada granito, a mesma do famoso Pão-de-Açúcar. Assim, a chuva vai encharcando essa pequena faixa de solo até ele ficar muito pesado e ocorrem os deslizamentos de terra. Do outro lado da cidade, o mar pode ser agitar com os ventos causando ressacas. O Rio de Janeiro fica espremido entre essas forças da natureza. Conclusão: vários pontos da cidade são locais sensíveis a tragédias naturais. Com o aquecimento global, os moradores do Rio podem correr ainda mais riscos, já que eventos extremos ficarão mais frequentes e terão mais força. O Rio de Janeiro precisa de planejamento para evitar tragédias como a de agora e para enfrentá-las mais adequadamente. E também entender e respeitar os limites naturais. Antes tarde do que nunca.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

2019: este pode ser o ano mais quente

Uma falante novidade: sou colunista de sustentabilidade do programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Aqui, publico o que falei por lá.

Está calor aí? Aqui está muito quente! E parece que esse calorão todo vai permanecer. É bom se preparar: pesquisadores têm alertado que 2019 deve ser o ano mais quente já registrado! Isso porque a temperatura do planeta tem aumentado continuamente devido ao aquecimento global. As pesquisas mostram que as ações humanas como uso intensivo de combustíveis fósseis e queimadas de florestas lançam na atmosfera gases que retém o calor dos raios solares, esquentando o planeta mais do que deveriam. Somado a isso, desde dezembro de 2018 o fenômeno El Niño tem elevado a temperatura da superfície do mar do Pacífico. E qualquer mudança na temperatura do oceano afeta diretamente o tempo do planeta todo, em menor ou maior quantidade. O El Niño pode contribuir com uma seca mais intensa no Nordeste, por exemplo. Além disso, as regiões Sudeste, Sul e o estado do Mato Grosso do Sul devem ficar com temperaturas acima da média até junho. Essas informações são do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Aproveite para sintonizar, todo dia entre 5h e 7h da manhã, na rádio para saber as últimas notícias e ainda ouvir música! 🙂 

Foto: Welcomia/ Freepik

Quanto suas ações impactam o meio ambiente?

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Você sabia que suas ações emitem direta e/ou indiretamente gases de Efeito Estufa (GEE) que podem piorar o Aquecimento Global?

O Efeito Estufa é essencial para nossa espécie – e todas as outras. Isso porque graças a ele nosso planeta se mantém quentinho possibilitando a nossa sobrevivência. Ele é um fenômeno natural onde os raios infravermelhos enviados pelo Sol ficam retidos na atmosfera da Terra graças a esses gases.

O problema é que algumas ações nossas, do homo sapiens, estão aumentando a quantidade desses gases. O que eleva o Efeito Estufa. Assim, segundo algumas pesquisas, já estão nos fazendo suar mais. E isso se chama: Aquecimento Global.

Embora o Aquecimento Global pareça algo inalcançável, impalpável, nós vamos sofrer cada vez mais na pele as suas consequências. Sei que podemos nos sentir injustiçados, já que ele é resultado de diversas ações humanas realizadas ao longo de anos (nos quais eu nem era nascida).

Mas… Podemos fazer bastante coisa para evitar, literalmente, catástrofes em sua decorrência – e cuidarmos das gerações futuras (é justo deixar um planeta habitável). Uma delas, ainda por cima, é divertida: calcular a sua Pegada de Carbono. Ou seja, o quanto você emitiu, anualmente, de gases capazes de piorar o Aquecimento Global.

Para isso, a Iniciativa Verde renovou a sua tradicional Calculadora de Carbono: http://www.iniciativaverde.org.br/calculadora/index.php com dados atuais. O mais interessante é que ela, automaticamente, converte o seu impacto em número de árvores nativas de Mata Atlântica que precisam ser plantadas para compensar essas emissões.

Eu, por exemplo, preciso plantar cinco árvores (!) para compensar as minhas emissões de 2015. Parece pouco, mas é significativo! Como informação é poder, sabendo o quanto você emite e onde emite mais, pode repensar as suas atitudes para 2016. Deixando ações objetivas para cuidar do meio ambiente na clássica lista de resoluções para o Ano Novo.

E que venha um 2016 mais verde!

Obs.: Na foto acima, plantando ipês no Parque Villa-Lobos (Sampa) com os amigos em evento promovido pela Iniciativa Verde na Virada Sustentável.

Cadê o aquecimento global com esse frio?

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O aquecimento global pode parecer um bicho-papão que vai te pegar se você não se comportar bem. E é mais ou menos por aí, ao menos, segundo pesquisas científicas. Pesquisas científicas, aquecimento global, quanta coisa difícil! Mas vamos com calma tentar explicar que raios é isso e se ele já está em ação, apesar de ter nevado em Curitiba (PR) – suspiro, tão perto de Sampa… Já se falou tanto em aquecimento global que ele deve fazer parte do inconsciente coletivo.

 

Resumindo a história, o nosso azul planeta Terra já passou por muitos aquecimentos e resfriamentos ao longo dos seus 4,6 bilhões de anos. Como sabemos disso? Devido a algumas evidências contidas, por exemplo, no gelo! De modo geral, quanto mais carbono há na atmosfera, mais isso indica que foram tempos quentes. Uma das maneiras de ver como era o clima da Terra é analisando as bolhinhas de ar contidas nos glaciares – depósitos de gelo. Os cientistas calculam a idade do gelo (muitas vezes, quanto mais profundo, mais antigo) e verificam quanto de carbono tinha naquela época.

 

E o que o carbono tem a ver com o clima do planeta? Ele é um dos gases causadores do efeito estufa (a famosa sigla GEE, gases de efeito estufa). O efeito estufa, de certa maneira, é ótimo. Ele impede que o calor do Sol saia da nossa atmosfera terrestre. Graças a ele, temos um planeta com clima gostosinho para viver. Sem esse fenômeno, talvez, nós nem existiríamos. Tome nota: o problema é que, como era de se imaginar, quanto mais carbono na atmosfera, maior será o resultado do efeito estufa.

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Ao longo dos 4,6 bilhões de anos, ações naturais como as grandes erupções vulcânicas fizeram a Terra esfriar porque impediram a entrada dos raios do Sol no planeta. Alguns pesquisadores acreditam que elas foram as responsáveis pela extinção, inclusive, dos dinossauros! Como as coisas parecem ser cíclicas neste planetinha perdido no universo, o clima da Terra voltou a esquentar. E, assim, a Terra seguiu vivendo.

 

Como eu disse acima, parece que o calor na Terra tem relação direta com o nível de carbono na atmosfera. Uso a palavra “parece” porque, em ciência, conforme os pesquisadores vão estudando, mais peças acham para montar o quebra-cabeça da vida. Já faz um tempo (mais de três décadas) que os pesquisadores têm notado, com base em medições, que a temperatura de alguns lugares ficou mais quente. Por quê?

 

Vamos juntar as peças. Principalmente, desde a Segunda Revolução Industrial, quando o petróleo foi “descoberto” como fonte de energia, o planeta tem aquecido mais. Antes dessa exploração, o petróleo estava quietinho lá nas profundezas da Terra (às vezes, nem tão fundo assim, apenas poucos metros da superfície do solo). A gente aprende na escola que o petróleo foi, um dia, os dinossauros. Sabe-se que ele é de origem orgânica e composto por moléculas de carbono (rá) e de hidrogênio.

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Agora, nós, seres humanos, mandamos ver em queimar petróleo. Queimamos para fazer indústrias funcionarem, para carros andarem, para aviões voarem. Essas moléculas de carbono vão para a atmosfera. Para piorar, a gente tem desmatado sem dó as nossas maravilhosas florestas. As árvores retém carbono, principalmente, durante o seu crescimento. Uma árvore da Mata Atlântica absorve 190 quilos de carbono, aproximadamente. Quando a gente desmata e, pior, queima essas árvores, aumenta a concentração de carbono na atmosfera. Lembra-se que, quanto maior a concentração de carbono na atmosfera, mais o planeta era quente? Matada a charada! Com base em estudos, estudos e mais estudos, os pesquisadores do famoso Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) projetam quanto o clima do planeta ficará mais quente.

 

Aí, é aquela bola sem neve. Quanto mais aumentar o clima do planeta, mais os gelos nas regiões frias da Terra vão derreter. Essa água correrá para o mar, que ficará mais alto. Mais alto, ele alagará cidades litorâneas (onde vive a maior parte da população do Brasil, se não me engano) e acabará com ilhas. Milhões de pessoas ficarão sem casa. Os fenômenos como furacões serão mais frequentes e mais fortes. É tipo a anunciação do fim do mundo. Fim do mundo para nós e para outros seres vivos. Porque a Terra, meu bem, esta seguirá seu movimento de translação em volta do Sol normalmente. Talvez, o eixo de rotação seja alterado, como aconteceu quando houve o terremoto que atingiu o Japão em 2011.

 

Bom, agora, voltando à pergunta do título. Sim, São Paulo teve o dia mais frio dos últimos 50 anos. Apesar da friaca nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os últimos invernos têm tido as temperaturas altas mais altas das últimas décadas. Portanto, está frio, mas o aquecimento global bate a porta. E, muita gente me pergunta: as chuvas fortes do verão, os ciclones, os furacões que acontecem agora são culpa do aquecimento global? Minha resposta sempre a deixa desanimada: “Não podemos afirmar”. Científicamente ainda não podemos dizer que os eventos extremos que acontecem neste momento são culpa do aquecimento global. Pode ser que sim, pode ser que não. O fato é que fenômenos naturais são inevitáveis, mas as tragédias que eles causam podem ser evitadas. Pense nisso.

Dica: O excelente fotógrafo James Balog, especializado em natureza, reparou que alguns glaciares pareciam encolher. Aí, o cara teve a genial ideia de fotografar cada minuto de geleiras nos Estados Unidos, Groenlândia, entre outros lugares durante três anos. A saga rendeu o documentário “Chasing Ice“. Ele conseguiu captar a maior ruptura de gelo já filmada. Um bloco do tamanho de Manhattan, em Nova Iorque, se desprendeu fazendo um barulho ensurdecedor. O documentário poderia ser melhor, peca por se centrar muito na figura do fotógrafo e não no aquecimento global em si, deixando de explorar dados colocados interessantes e imagens maravilhosas. Mas, se você se interessa pelo tema, vale a pena. VEJA OS INCRÍVEIS VÍDEOS DOS GLACIARES AQUI.

Obs.: As fotos foram tiradas, respectivamente, na África do Sul, no Chile e na divisa de São Paulo com Minas Gerais.

Google Street View debaixo do mar

As imagens são tão incríveis que preciso compartilhar. O Google e a Universidade de Queensland, na Austrália, com o patrocínio do grupo multinacional de seguros Catlin, estão mapeando fotograficamente a Grande Barreira de Corais australiana, a maior do mundo com 2,3 mil km de comprimento. O objetivo do projeto, chamado Catlin Seaview Survey, é verificar os impactos do aquecimento global nesse ambiente marinho.

Nós, peixes fora d’água, podemos fazer um tour virtual pelo maravilhoso mundo do coral sem molhar um dedinho! As instituições disponibilizam as imagens no esquema Google Street View – Seaview (mar + vista) , pegou? – para qualquer ser humano que navegue na internet. Basta você clicar aqui e cair no mar australiano. Por enquanto, apenas sete pontos do coral estão disponíveis, mas 20 já foram fotografados. O grupo diz que irá publicar as imagens já tiradas – e quem sabe outras novas.

 

Se você tem medo de mergulhar ou curiosidade sobre como é a vida marinha, eis a chance. Não é a mesma sensação que pular no mar carregando um cilindro nas costas, mas dá para saciar a vontade. Além da página do projeto, os organizadores criaram um canal no Youtube – que tem, por enquanto, apenas um vídeo. Para saber mais informações sobre o projeto clique nos links: Catlin Seaview Survey, Universidade de Queensland, press release da Catlin Group, matéria na NewScientist e post no Guizmodo.

Como é mergulhar
Lembro do meu primeiro mergulho com cilindro como se fosse ontem: ponto Cagarras, Fernando de Noronha, 2009. Estava ansiosa no Porto Santo Antônio. Enquanto esperava o barco que nos levaria ao ponto de mergulho, com os cotovelos apoiados no encosto do banco de madeira, observava os siris indo e vindo com a maré no fundo do mar e jogava conversa fora com um forasteiro que se autodenominava “pirata”.

 

Ele morava em São Paulo e, a cada seis meses, seguia para a ilha da fantasia admirar seu animal preferido: a ave fragata. Durante o voo, a pirata aérea rouba o alimento de outros pássaros batendo na cabeça deles até regurgitarem o peixe pescado.

 

O céu da manhã continuava azul límpido pontilhado de próximas aves quando a embarcação aportou. Respirei fundo: a hora se aproximava. Sempre quis mergulhar. Era um sonho, mas ao mesmo tempo, um pesadelo. Sentia falta de ar só por pensar em permanecer debaixo da água presa a um cilindro que tem a metade do meu peso – mal eu sabia seria amarrado, na minha cintura, mais pesos. Mas a curiosidade, para variar, era maior que o meu receio.

 

Após navegarmos por menos de meia hora em direção a outras ilhas do arquipélago mais ao norte, o capitão desliga o motor. Chegamos. Paramos em frente a uma ilha rochosa. O mar estava calmo. O céu também. As aves. Vamos ao que chamam de “bastimo” guiado por instrutores. Tivemos uma breve aula em alto mar sobre mergulho e como proceder com os equipamentos. Beleza! Sou sorteada para ser guiada por um dos instrutores mais experientes – e bem humorados.

 

Vesti o macacão de borracha, os pés de pato, a máscara. O instrutor me ajudou a colocar um colete inflável, pesos na cintura e, por fim, o cilindro. A maioria dos marinheiros de primeira viagem saltaram em direção a água. “Quem garante que o colete suporta na superfície do mar o meu peso e mais o de todos esses equipamentos comigo?”, pensei. Não quis pular. Já na água, o instrutor me deu a mão e eu saltei sentada. Agora, vamos lá!

 

Estava tão tensa que nem reparei no azul profundo em minha volta. Segundos seguidos, fiquei eufórica. U-A-U. Aquele mundo, que só tinha visto em documentário ou da superfície com meu equipamento de snorkeling, se abria. Rapidinho, senti uma paz tomando conta do meu corpo e da minha mente.

 

O guia percebeu que eu não apertava mais a sua mão. Viu minha risada estampada. E me guiou por um mundo de corais que se fecham ao se aproximarem dos dedos, polvo vermelho arredio à nossa presença muito próxima dele, moreias verdes e coloridas ameaçadoras a menos de 30 cm de distância, tartarugas com comportamento parecido ao do filme “Procurando Nemo”.

 

Além da sensação de paz e segurança, o que mais me chamou a atenção foi passar despercebida pelos peixes e tartarugas. Eles não se assustavam com a nossa presença. Pareciam até chegar mais perto por curiosidade. Éramos peixes. Um novo mundo calmo e colorido se abria. Encantador.

 

Atingimos cerca de 15 metros de profundidade. Eu olhava para cima, via o paredão de pedra sobre mim e na superfície o sol refletido. Enquanto viajava naquela nova imensidão, o guia cobrava a subida. A meia hora passou como se fosse um minuto. Eu fazia que não com o dedo e a cabeça. Queria mergulhar mais… De nada adiantou teimar. Colete inflado pelo guia, superfície à vista. Bem que os instrutores alertaram: “Quando estiver lá embaixo, não vai querer subir”. E, assim, eu me apaixonei.

Está chegando a Hora do Planeta!

Anote na agenda. Dia 27 de março, às 20h30, é a hora de apagar todas as luzes por 60 minutos e se juntar à Hora do Planeta. Trata-se de um protesto mundial contra o aquecimento global, organizado pela ONG WWF.
De acordo com a instituição, em 2009, 113 cidades brasileiras participaram do movimento. Ícones como o Cristo Redentor, a Ponte Estaiada, o Congresso Nacional e o Teatro Amazonas ficaram no escuro. Já coloquei meu nome entre os participantes. Faça o mesmo neste link. E, para saber mais, clique aqui também.

Por que está chovendo tanto?

Não é culpa do aquecimento global. Ao menos foi o que três meteorologistas me disseram em pré-entrevistas – para a televisão a gente entrevista a pessoa por telefone antes de falar, pessoalmente, com microfone. Eles disseram que não dá para afirmar que as chuvas de hoje já são consequência do aquecimento global. Mas eles têm certeza de que a “culpa” é do danado “El Niño”.
De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical – na altura da Linha do Equador. Esse aquecimento pode afetar o clima global mudando os padrões de vento. O que, por sua vez, atinge os regimes de chuva das regiões tropicais.
Resumindo de maneira bem simplista, a água do mar aquece lá no Equador. Forma nuvens. O vento empurra elas para cá. E, aqui no Sudeste, elas nos molham. Mas… nem sempre foi assim. O El Niño já deixou o clima do Sudeste equilibrado.
Segundo alguns pesquisadores, talvez por ter chovido muito lá no Norte do Brasil no início do ano passado – lembram-se das inundações? – há mais águas para evaporar. E vir parar aqui no Sudeste. Assim, cada vez que aparece, sua intensidade pode ser diferente.
O El Niño pode ocorrer entre 3 e 7 anos. E, ter duração de um ano. Por isso muitas águas ainda irão rolar. Para entender melhor o fenômeno, apesar da linguagem técnica, encontrei uma animação no site do CPTEC. Veja aqui.
Bom, o fenômeno foi batizado como El Niño pelos pescadores do Peru e do Equador em referência ao Niño Jesus – ou Menino Jesus. Isso porque as águas ficam mais quentes nesses países perto da época de Natal. Agora, sabendo disso, deixemos o aquecimento global para outra conversar de bar. Fui tomar chuva!

E o livro “Seis Graus” vai para…

o Marcelo! Parabéns, sortudo! Ho, ho, ho!
Para quem caiu de paraquedas… O Xis-xis sorteou o livro “Seis Graus”, escrito por Mark Lynas e editado pela Jorge Zahar Editor. Um mimo de Natal – que está chegando! Para se inscrever, bastava dizer o que fazia para conter o aquecimento global. Mas não escolhi a “melhor” ideia – o que seria deveras subjetivo. Fiz um sorteio, mesmo.
E pedi para as pessoas serem criativas. Entre serinhos e piadistas, surgiram comentários interessantes. O Marcelo, o grande vencedor, escreveu:
“Bom, diversas atitudes para combater o aquecimento. desde o controle do banho até o projeto da casa onde vou morar que conta com 100% de reaproveitamento da água usada + água da chuva. Garantia de regulagem do motor do carro para o mínimo de emissões, não deixar eletrodomésticos desnecessariamente conectados à rede elétrica, uso somente de produtos “verdes” e assim por diante. Parabéns pelo blog.”
Confira com seus próprios olhos o resultado do sorteio – se seu nome não aparece, é porque é um dos últimos, que um dia serão os primeiros:
sorteio seis graus.jpg
Um beijo da Isis Noel!

Sabia que os corais fazem barulho?

Escute no vídeo gravado pelo @gustamn:

Primeira manhã em Fernando de Noronha, naveguei para pasmar nas praias voltadas ao continente… e me encantei pela água do mar. Ela parecia gelatina – sabe quando dá para observar o fundo, mas distorcido? Não via a hora de pular naquela água cristalina.
Depois percorrer a ilha de ponta a ponta – do Porto até a Ponta da Sapata – paramos na Baía do Sancho. Naquela famosa praia considerada a mais linda do Brasil. Na minha opinião, é mesmo e minha praia preferida – bobinha. Porque, além de bela por fora, é encantadora por debaixo d’água. No rasinho, vi arraias, tartarugas, peixinhos coloridos a nadar no mar.
Mais que tudo, fantástico foi pular nessa baía pela primeira vez. O barco atracou próximo a um coral que muitos chamam de “laje”. Creio eu por ser uma laje de pedra onde o coral cresceu em cima. Quanto mais próximo se chega ao coral – é proibido tocar – um barulho estranho aumenta. O coral parece que estala!
Saí do mar curiosa. Para variar, perguntei ao barqueiro: “Que barulho é esse?” Ele disse: “É do coral”. Maravilhoso! Pronto, me apaixonei.
Mas por que o coral faz barulho?
Meu colega Igor Santos, do 42, passou um link da BBC News – aqui, em inglês. De acordo com a matéria, invertebrados – como camarões – emitem um som de alta freqüência e os peixes produzem um som mais agudo. Logo… o barulho dos corais é causado pelos sons dos invertebrados e dos peixes se alimentando. Bárbaro?
Sim, se essa dádiva não estivesse em perigo. De acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC, ou Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), o aumento da temperatura do mar poderá prejudicar os corais. Além disso, a poluição deixou os oceanos mais ácidos – como era há 65 milhões de anos. Nessa época, atividades vulcânicas que liberaram gases do efeito estufa causaram a extinção de espécies que viviam em águas profundas.
Segundo os pesquisadores, se nada for feito, os oceanos poderão se tornar inóspitos ou com pouca biodiversidade. E teremos que dizer adeus ao fantástico barulho dos corais. Também, adeus, Noronha.
Este post faz parte do Blog Action Day. Uma iniciativa internacional em busca da união de todos os blogs por uma causa. Este ano, contra as mudanças climáticas. Veja as fotos do passeio de barco aqui.