Roma (1)
Cheguei. Quinze dias entre Roma e Paris. Tomei algumas notas em meu Moleskine.
Primeiro dia. Roma. Piazza Navona ao anoitecer. O gênio de Bernini sempre me comove – a fonte dos quatro rios, no centro da praça, é majestosa. Ao longe, algum músico toca a ária da quarta corda, o que muda completamente a cor da cena. Tenho o ímpeto de depositar algumas moedas na caixa do violino, mas desisto.
Segundo dia. Caminhando pela cidade eterna até o Coliseu. No caminho, Fórum Romano e Fóruns Imperiais. Agradeço a quem, sem saber, um dia me recomendou Edward Gibbon. Agradeço a João Ubaldo Ribeiro que, também sem saber, fez com que eu conhecesse Suetônio e a vida dos doze césares. O mundo é romano. Compro, por uns poucos euros, uma garrafa de Brunello de Montalcino. Revolta, que dura poucos goles, pela sobretaxação brasileira.
Terceiro dia. Visita ao Panthéon e tour “Caravaggio” pelas igrejas de Roma. O domínio perfeito da técnica, o jogo de luz impecável que eu só encontro em Caravaggio e Rembrandt. Mais um Brunello.
Quarto dia. Corrida até Orvieto. Dizem que Michelangelo inspirou o teto da Capela Sistina, após visita a Orvieto, no teto da Capela de San Brizio. Não duvidaria. À tarde, a convite de amigos, assisti ao Réquiem de Verdi na companhia do Papa Bento XVI. Eu, o herege. Jantar com amigos. Regaleali, também por pouquíssimos euros.