Cuidado com trabalhos… em grupo! (vídeo)

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Fazer coisas em grupo pode ser difícil, especialmente quando tem aquele mala que só quer se dar bem. Mas dependendo da situação, mesmo quem não é mala pode acabar relaxando e se esforçando menos em uma tarefa. Vamos falar hoje sobre como isso pode acontecer e como isso pode ser evitado. Você pode ver o vídeo de hoje abaixo ou clicando aqui:

[youtube_sc url=”https://youtu.be/spPKQI-lhuY”]

Referências recomendadas

Nossas duas principais referências para o vídeo de hoje são os livros de psicologia social do Aronson et al. (8a edição) e do Myers (10a edição), dois dos principais livros sobre essa área no mundo. Além disso também vale a pena consultar os seguintes materiais que detalham um pouco mais o conteúdo que exploramos no vídeo: link, link, link, link, link, linklink, link.

 

Por que as pessoas fazem coisas ruins – 1 (video)

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 A violência possui diversas causas – econômicas, culturais, históricas e psiquiátricas, por exemplo. Dentre elas, uma das explicações causais mais intuitivas para as pessoas é a de que atos violentos são realizados por pessoas violentas – pessoas com um tipo de essência “má” que as diferem do resto da população. Mas uma das causas da violência, a influência social, provavelmente está por detrás de muitos episódios de violência. Nesse vídeo, veremos que, nem sempre… Continue lendo…

Os perigos da solidão (vídeo)

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Mais um vídeo do canal Minutos Psíquicos está no ar! Essa semana, o vídeo explora os perigos envolvidos na solidão e porque ela pode nos afetar de uma maneira muito mais profunda do que imaginamos. Se gostar, curta e compartilhe o vídeo por ai!

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=iEmR_Ez1dVE”]

Referências:

Cacioppo, J. T., Hawkley, L. C., Norman, G. J., & Berntson, G. G. (2011). Social isolation. Annals of the New York Academy of Sciences, 1231, 17–22. doi:10.1111/j.1749-6632.2011.06028.x

Nesse trabalho, um dos maiores estudiosos da solidão e da neurociência social, o psicólogo social John T. Cacioppo revisa os principais achados sobre a pesquisa da solidão.

Cacioppo, J. T., & Patrick, W. (2011). Solidão: A natureza humana e a necessidade de vínculo social. Rio de Janeiro: Record.

Nesse livro traduzido para o Português, John Cacioppo descreve de maneira descomplicada o que a pesquisa sobre a solidão tem revelado sobre o ser humano e sobre algumas das nossas motivações básicas.

Ser otimista é saudável?

Romance protagonizado por "Pollyanna", uma menina cuja filosofia de vida é sempre encontrar algo para ficar contente

“Pense positivo”, “vai dar tudo certo, você vai ver”, “isso não vai acontecer com a gente, a probablidade é muito pequena”. Estes exemplos são familiares para você? Já ouviu isso de alguém hoje (ou ontem)? É cotidiano observar a capacidade que muitos de nós possuem de ser extremamente otimista, mesmo quando existem evidências claras de que deveriamos estar mais preocupados com o que está por vir.

Seja em relação ao contágio de doenças, ao furto de bens ou à acidentes graves, o ser humano parece tender a ver tais riscos como distantes de si e improváveis. Ser otimista já foi relacionado em alguns estudos com uma série de efeitos psicológicos benéficos, como menor ansiedade e melhor bem-estar. Este excesso de confiança, todavia, pode nos tornar ainda mais vulneráveis do que já somos, exatamente por pensarmos que não corremos certos riscos e não tomarmos ações necessárias de precaução.

O otimismo pode ser entendido tanto como uma superestimação de eventos futuros positivos quanto uma subestimação de eventos negativos futuros [1]. O que alguns estudos recentes tem indicado é que nós somos propensos a apresentar um otimismo exagerado, “irrealista”, em relação à eventos futuros [1,2]. Na psicologia social, uma propensão similar à esta já havia sido identificada nos anos 1970 e batizada de crença em um mundo justo [3]. Obviamente, esta crença (a de que o mundo é inerentmente justo) é bem otimista em relação à realidade cruel que salta aos nossos olhos diariamente, quando lemos ou ouvimos um noticiário. De acordo com esta ideia, as pessoas acreditam que o mundo é fundamentalmente justo e que coisas ruins acontecem com pessoas ruins – todos passam pelo que merecem [4].

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Como Lidar com a Morte?


Eu tive o infortúnio de perder dois familiares recentemente – uma tia não resistiu a um câncer agressivo e uma prima que teve complicações durante uma cirurgia. Minha falta de proximidade e convivência com as mesmas atenuou a terrível sensação de perda que deve atormentar tantas pessoas que tiveram entes queridos tomados de si repentinamente. Entretanto, estes acontecimentos me relembraram que eu também irei morrer um dia. Muitos de nós normalmente se acostumam com esse conhecimento e vivemos nossas vidas como se sempre pudessemos contar com o amanhã, mas mortes de pessoas próximas podem nos lembrar que um dia, certamente, o amanhã não existira mais para nós. A morte ocupa um espaço particular em nossa compreensão do mundo, já que é um dos poucos eventos que podemos prever desde a infância e com grande nível de certeza que ocorrerá conosco, mesmo que outros eventos no nosso futuro ainda sejam obscuros. A pintura que inicia o texto de Gidoret, pintor francês que viveu entre os séculos XVIII e XIX, representa esta sina humana – a de ser obrigado a abandonar as pessoas que aprendeu a amar durante suas vidas nos braços da morte.

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O que é e para que serve um experimento?

Fonte: Bule Voador

Autor: André Rabelo

Quando ouvimos as conclusões impressionantes que os cientistas são capazes de chegar a partir de suas pesquisas, podemos nos perguntar sobre como eles são capazes de descobrir tantas coisas a partir de tão pouco – como estudos aparentemente tão simples nos permitem chegar à conclusões tão precisas. É com grande frequência que o método experimental será apontado como um dos grandes pilares responsáveis pelo sucesso da ciência em compreender o universo. Apesar de não ser nem um método perfeito nem o único disponível para os cientistas, além de não conseguir nos dar todas as respostas e explicações que gostaríamos, sua utilidade e supremacia são de difícil contestação.

De forma simples, o método experimental consiste na modificação de uma variável (variável independente) e na averiguação do efeito que pode ser atribuido à essa modificação por meio de uma medida (variável dependente). Uma variável independente é qualquer coisa que possa ser variada em um estudo e que o pesquisador julgue ter relação causal sobre outra variável mensurada; uma causa é aquilo que se julga responsável por um efeito observado sobre outra variável; um efeito é a diferença entre o que aconteceu em um experimento e o que teria acontecido hipoteticamente caso a manipulação não tivesse sido feita [1].

SELO: a xícara no anel aromático, também conhecido como "Benzeno o Chá"Em grande parte dos fenômenos que os cientistas estudam, o número de causas envolvidas é muito grande, sendo raros os casos em que podemos falar “da causa” suprema de algo. Nesse sentido, muitas das relações causais discutidas e apresentadas por cientistas se referem à uma causalidade probabilística (tal variável aumenta a probabilidade de se observar tal efeito), e não à uma causalidade determinista (tal variável é necessária e suficiente para explicar tal efeito). É por isso que a previsibilidade é muito difícil em vários campos de pesquisa como a meteorologia, por exemplo.

Uma importante distinção a ser feita é entre descrições causais e explicações causais [1]: uma está relacionada à descrição das consequências que podemos atribuir às manipulações de variáveis, enquanto a outra está associada à explicação dos mecanismos e das condições nas quais uma relação causal se manterá. O método experimental é um dos mais úteis e mais valorizados na ciência pela sua capacidade de permitir a elaboração de descrições causais. Por outro lado, os experimentos em si muitas vezes não nos ajudam tanto na hora de desenvolvermos explicações causais. É ai que as teorias ganham tanta importância no empreendimento científico por permitirem a generalização dos resultados que obtemos em experimentos. Continue lendo…

A vida é um grande experimento de priming…

Fonte: We’re Only Human
Autor: Wray Herbert
Tradução: André Rabelo

Uma das idéias mais robustas advindas da psicologia cognitiva em anos recentes é o priming (para entender o que é o priming, leia “aqui” e “aqui“). Cientistas têm demonstrado inúmeras vezes que conseguem influenciar de forma sútil as mentes inconscientes das pessoas  através de pistas, para pensar e agir de determinadas maneiras. Estas pistas podem ser conceitos – como frio, ou rápido ou  velhice – ou metas, como sucesso profissional; de qualquer forma, estes estímulos moldam nosso comportamento, frequentemente sem que tenhamos qualquer consciência de que estamos sendo influenciados.

Isso é desconcertante, especialmente quando você pensa sobre as implicações disso para as nossas crenças e ações cotidianas. Os experimentos de priming são feitos em laboratórios, usando estímulos escolhidos de forma deliberada, mas na verdade o nosso mundo está cheio de pistas que atuam em nossas mentes o tempo todo, para o bem ou para o mal. De fato, muitas das nossas ações são reações à estímulos aleatórios fora da nossa consciência, significando que as vidas que vivemos são muito mais automatizadas do que gostamos de reconhecer.

Mas quão automatizadas? Estamos realmente impotentes diante dessas pistas onipresentes? Ou temos algum poder para reconhecer e sobrepor estas forças? Existe alguma forma de nos protejer – nossas metas e intenções – da sinalização aleatória do mundo, especialmente destas influências intrusivas que minariam nossas vidas e valores? Continue lendo…

Psicologia

A psicologia é historicamente reconhecida como um campo de estudo formal há apenas cerca de 130 anos, desde que Wundt fundou o primeiro laboratório de psicologia em Leipzig, na Alemanha, em 1879. Esse tempo de existência é muito curto para uma ciência empírica, bastando comparar com a física para vermos como o tempo é uma variável importante no caminhar científico, que aproximadamente desde o século XVI (desconsiderando sua história na filosofia) é um campo de estudo que acumulou uma imensa quantidade de conhecimento. Continue lendo…