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As plantas do mundo em uma lista

IMG_0271.JPGPesquisadores dos Jardins Botânicos Reais de Kew, na Grã Bretanha, e do Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos, elaboraram uma base de dados botânicos dita por aí como a mais completa lista criada até hoje. Ela possui mais de 1,25 milhões de nomes de plantas.
Porém, para que tanto trabalho? O intuito é determinar que nome corresponde a qual espécie para, consequentemente, facilitar a identificação e o catálogo delas. Deveras interessante.
Ficou curioso? Pois saiba é possível acessar os dados pela internet, disponíveis no site com o criativo nome “The Plant List“. Prepare-se para uma grande, mas grande, lista de nomes em latim.
Entre as milhões de plantas ticadas, 300 mil são nomes dados a espécies vegetais, 480 mil são sinônimos e o resto não foi identificado. Divirta-se!
Obs.: A foto tirei em São Sebastião, São Paulo.

Decoração: poupando o meio ambiente

Já contei que estou arrumando minha casa, certo? Também que sinto dificuldade em comprar apenas produtos mais ambientalmente corretos. De modo geral, eles são mais caros. E, em alguns casos, não existem tantas opções assim. Sem contar que é uma luta interna não adquirir móveis lindos feitos com materiais menos indicados.
Pensando em pessoas que estão na mesma situação que moi, procurando uma luz no começo das obras, fiz esta matéria publicada no Yahoo! – clique aqui. São dez atitudes para poupar o meio ambiente ao construir ou imobiliar uma residência.
Resumão: prefira madeira como acabamento, compre móveis usados, invista em área realmente externa, cultive plantas, reutilize a água, verifique qual o consumo de energia dos eletro-eletrônicos, opte por revestimentos naturais, encaminhe o entulho para o reaproveitamento, dê preferência para lustres e abajures com lâmpadas fluorescentes ou Leds, escolha utensílios domésticos que agridam menos o meio ambiente como potes de vidro no lugar dos de plástico.
Construa um doce lar – que não de açúcar. E seja feliz!

O que fazer com o entulho da reforma ou construção

É fato. Qualquer reforminha em casa gera entulho – muito ou pouco, dependendo do que for feito. E você sabe que não pode colocar o entulho junto com o lixo comum para ser recolhido, certo? Se o saco for grande, os lixeiros nem levam.
E, aí, a questão. O que fazer com o resto de madeira do piso, o granito da pia, a sobra do MDF? Bom, o granito consegui entregar para uma empresa da área que reutilizará o material. O MDF reaproveitável está em casa, esperando um uso correto. Caso contrário… será levado junto com as demais sobras para um EcoPonto.
De tanto as pessoas descartarem o entulho gerado por construções, demolições e pequenas reformas de maneira ilegal em locais públicos – como ruas e praças(!), a prefeitura de São Paulo criou EcoPontos. Em outras palavras, um lugar para as pessoas depositarem os resíduos da construção.
Após a entrega ao EcoPonto, esse material, que antes seria lixo ou poluição visual na cidade, é reciclado ou reutilizado. Ufa. Como diz o ditado, “há males que vêm para o bem”. Para saber mais ou ver os endereços dos EcoPontos, clique aqui. E boa casa nova.
Obs.: Se você mora em outra cidade, sugiro entrar em contato com a prefeitura antes de desperdiçar o entulho. Ou, faça como eu, procure ver se empresas da área aceitam o material – de graça ou pagando por ele.

O encontro do rio Paraná com o Iguaçu

DSC01213.JPGPasmei nesse lugar. É meio bizarro, sabe? De um lado você vê o Brasil (direito), do outro o Paraguai (esquerdo) e nos pés o solo argentino – tirei a foto do lado da Argentina. Nas três pontas, nas três terras, um obelisco pintado com as cores da bandeira de seus respectivos países – detalhe, só no lado do Paraguai não havia turistas, ô tristeza, estavam todos fazendo compras.
Mas e os rios? Não se atreva a nadar neles. É meio que território de ninguém – e ao mesmo tempo de todos os três. Afinal, todos usamos e dependemos daquelas águas amarronzadas de certa maneira – seja para a navegação, comércio, abastecimento ou geração de energia. Só Deus sabe o que acontece lá quando os olhos não veem.
DSC01218.JPGO que não se percebe na foto estática, escrito nas entrelinhas, é que o Iguaçu (lado direito) deságua no rio Paraná. Colocando mais água no feijão disputadíssimo. O que torna a aura do lugar ainda mais mágica. Aliás, não caia na pegadinha. Quando as Cataratas do Iguaçu estão mais caudalosas, espertinhos dizem que é porque abriram os vertedouros – ou comportas – da Hidrelétrica de Itaipu. Pura história para boi dormir.
Os funcionários da usina falaram que os vertedouros só abrem 10% do tempo ao ano, quando a represa está para transbordar. Quase ninguém vê nem unzinho aberto. Eu, por exemplo, conferi todos fechados. Isso porque a represa estava cheia. Já meu pai… teve a sorte de ver a água escorrer numa velocidade assustadora.
Obs.: Engraçado. Visitei, no mesmo dia, as Cataratas de manhã e no final da tarde – quando estavam mais cheias. Será que teria chovido na cabeceira do rio? Explicação mais plausível.

A destruição das florestas de araucária

DSC00642.JPGA imagem mostra a evolução do desmatamento que ocorreu no estado do Paraná. Tirei ela dentro do museu localizado na entrada do Parque das Cataratas do Iguaçu. Logo, são dados oficiais.
O que isso significa, além da óbvia destruição? Bom, para quem não sabe, o meu bioma preferido – a Mata Atlântica – é composto por diversos tipos de florestas ou o que chamamos de ecossistemas. São eles: floresta ombrófila densa, campos de altitude, restinga, manguezais e… floresta ombrófila mista ou mata de araucária – nesse site da ONG Instituto Rã-Bugio há explicações e fotos onde é possível identificar direitinho cada um deles.
Infelizmente, meu ecossistema amado está ameaçado de extinção. De acordo com o site do Rã-Bugio, isso se dá “devido à exploração da madeira e pela substituição de sua área de domínio pela agricultura e reflorestamentos de pinus e eucalipto”. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), restam apenas 5% da área original de floresta, sendo 0,7% “áreas primitivas”.
DSC00563.JPGDizem as más línguas, e atribuem os dados ao Ministério Público (MP) do Paraná – não consegui confirmar no site do MP se isso é verdadeiro -, que cerca de 0,8% do que existiu de mata de araucária no estado permanece completamente preservado. Observando a foto… O número não parece ser muito distante da realidade. O resto virou pó. É uma pena.

Vote Cataratas como uma das 7 maravilhas do mundo!

Thumbnail image for DSC01134.JPGSemana passada, quando estava em Foz do Iguaçu e em Puerto Iguazú (Argentina) – o lado hermano das Cataratas – em todo lugar havia placas espalhadas: “Vote Cataratas do Iguaçu para uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza”. Os dois países se uniram pelo bem maior, o reconhecimento da beleza da natureza. Veja o site criado aqui.
Segundo o sítio, a eleição teve início em 2007, envolvendo 440 atrações de 220 países. Após duas etapas com voto popular e seleção de especialistas, foram definidas 28 finalistas, elas as Cataratas. Nessa terceira e última etapa, a votação acontece pela internet. Vote aqui! O anúncio das vencedoras dever ser feito ainda este ano.
Eu já votei! Já votei! Escolhi as opções brasileiras – Amazonas e Cataratas – e Galápagos, Mar Morto, Maldivas, Vesúvio, Grande Barreira de Corais. Difícil escolha. Agora é torcer!
Mais: “O concurso é promovido pela Fundação New 7 Wonders, da Suíça, nos mesmos moldes da disputa que consagrou o Cristo Redentor uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A entidade tem como compromisso a documentação e a conservação dos grandes monumentos e patrimônios naturais ao redor do mundo”.

Cataratas do Iguaçu são “culpa” de falha geológica

Thumbnail image for DSC00691.JPGVoltei! E trago na bagagem uma dica de ecoturismo: Cataratas do Iguaçu – ou Cataratas del Iguazú, se preferir.
Mas este Xis-Xis está fino, viu. Entre os posts que têm o Rally dos Sertões como fio condutor – é assunto que não acaba mais – falarei sobre o meio ambiente e a ciência relacionados à região de Foz do Iguaçu (PR). Como aqui não é um blog de viagem, e sim de meio ambiente e ciência, vou explicar o porquê existem essas maravilhosas cachoeiras aglomeradas.
DSC00526.JPGHá muitos e muitos anos, entre 145 e 120 milhões de anos atrás, uma falha geológica abriu fraturas na área onde hoje existem as Cataratas. Se você reparar no formato delas, verá que são como escadas. Então, de dentro dessas fraturas saíam lavas que iam secando. Depois, mais lavas que iam secando. Em seguida, mais lavas. E, assim, foi criado o cânion que, mais para frente, deu origem às cachoeiras que tiram o fôlego até do ser humano mais insensível – veja na foto acima que tirei do helicóptero, fina again.
Como descobri isso? Além de ter um pai geólogo, ao visitar a parte brasileira da maravilha, o Parque Nacional do Iguaçu – saiba que apenas 20% das Cataratas ficam do lado brasuca -, tentei segurar minha ansiedade para conhecer o museu inserido na entrada do local. Lá, as principais explicações sobre a área estão disponíveis de forma simples. E rápida.
DSC00644.JPGAdendo. Minha vida está uma loucura, nunca dantes tantas coisas diferentes e pela primeira vez aconteceram ao mesmo tempo. Após momentos tristes, consegui uma folga e fugi para onde haja um tobogã, onde a gente escorregue. Fui realizar meu sonho de infância, ver de perto aquele mundo de água sendo despejado rio abaixo, no meu amado estado natal. Claro que aproveitei para fazer “turismo antropológico” em outros países da encantadora tríplice fronteira, como no Paraguai e na Argentina. Aliás, se quiser recomendações, deixe um comentário abaixo ou me tuite @isisrnd.
Dica: Quer saber como os índios explicavam a formação das Cataratas – e aproveitar para conhecer outras lendas do Paraná? Entre aqui! Os textos são curtinhos. “Com certeza, você já se banhou na queda de uma cachoeira. Sentindo a sensação, da sua alma sendo purificada por inteira”, a mala aqui tentava lembrar a letra na trilha.

Blog Action Day: Água!

DSC_0061.JPGEste post faz parte de uma blogagem coletiva mundial – quando um monte de gente escreve sobre o mesmo tema – chamada Blog Action Day. E o assunto da vez é… água! Mas, para mostrar a importância dela, vou refletir sobre a falta do líquido. Do que acompanhei no Rally dos Sertões – fotos aqui -, em lugares onde água é alucinação.
DSC_0088.JPGFalar que o sertão é seco é o como chover no molhado – maõzinha de hã, hã? Bom, partindo dessa afirmação, em um povoado no interior do Piauí, quase divisa com o Ceará, estava conversando com uma moça de cinquenta e poucos anos sobre coisas da vida, enquanto observava, da sacada e da sala de jantar da senhora, os competidores atravessarem a linha imaginária de chegada.
Claro que não pude deixar de perguntar como viver naquela secura toda. E outras mil questões – antes de ser jornalista, sou curiosa. A simpática senhora, oferecendo cafés para os itinerantes, contou que a água é proveniente do armazenado na cisterna – um reservatório de água da chuva. Porém, eles consomem sua agricultura de subsistência, e aí?
DSC_0084.JPGSempre educada, a senhora contou que chove, se não me engano, no segundo trimestre do ano por cerca de dois ou três meses. Um pouco antes dessa época, planta-se o alimento. A água da chuva faz brotar e crescer, principalmente, os grãos. Enquanto isso, a cisterna vai se enchendo do líquido que fornece vida. Depois da colheita, o alimento é armazenado.
O que rendeu dessa única safra deve alimentar a família – avós, filhos, netos e bisnetos – pelo ano inteiro. O mesmo serve para a água da chuva depositada na cisterna. Porém, e quando não chove o suficiente? Nesse momento, os olhos do marido da senhora, cerca de dez anos mais velho que ela, ficaram vermelhos. E lacrimejaram – me segurei para os meus não acompanharem.
DSC_0095.JPG“Dá se um jeito”, foi a resposta. Como? Compra-se fiado nas vendinhas, faz-se empréstimos, troca-se. De repente, os filhos que ganham como salário a moeda que intitulamos dinheiro, colaboram. Mesmo assim, apesar da falta de água, eles estavam fortes na casa feita de barro empilhado com as próprias mãos e maior que o meu apartamento na “cidade grande”.
A senhora já esteve em São Paulo. O marido foi operado na cidade e voltariam, ainda este ano, para mais uma cirurgia. Se ela deixaria seu povoado para viver na capital paulista? “Não”, enfático. “Lá há muito trânsito, muitas horas são perdidas”, explicou. “Não deixo minha tranquilidade para viver naquela cidade”. E o consumo exacerbado? E o desperdício de água? E a poluição dos nossos abundantes rios?
DSC_0094.JPGAfinal, onde é o sertão? No lugar em que falta água ou entre aqueles que desperdiçam o sinônimo da vida? Deixo a resposta salivar na boca.
Obs.: A foto acima, com água, também foi tirada durante o Rally dos Sertões… Em uma ponte sobre um dos belíssimos rios de água cristalina próximo ao Jalapão, Tocantins.

Garrafas de vidro reutilizadas na calçada da praia

DSC_0118.JPGO Ceará é lindo. Além da beleza do interior – pegou? – as praias são de tirar o fôlego. Principalmente, em Fortaleza, a praia de Porto das Dunas. Preciso dizer que ela possui dunas incríveis de areia fininha branca que acabam no mar, fazem divisa com mangues e rios e, droga, com casas e hotéis?
Bom, caminhando em direção ao mar, nessa praia, o piso me chamou a atenção. O complexo Beach Park Suites Resort usou garrafas de vidro para criar a calçada em determinada área que faz divisa com a areia da praia e com o chão acho que de concreto – não sei que material era aquele.
DSC_0116.JPGBacana, não? A areia da praia que a gente, sem querer – mesmo -, leva presa ao nosso corpo, vestuário e acessórios acaba ficando nesse mosaico. E, assim, preenchendo os vãos entre as garrafinhas. Acredito que, devido à calçada, a areia acaba até voltando para a praia. Veja as fotos da tal praia aqui no Flickr do Yahoo! Notícias. Tenha um ótimo feriadão.

Pobreza, exploração e beleza do interior do Ceará

DSC_0033.JPGVoltando ao Rally dos Sertões – a viagem ainda vai render muitos posts, de certa maneira, atemporais… As cidades mais miseráveis – no sentido literal da palavra – pelas quais passei durante a competição ficavam nos estados do Ceará e do Maranhão.
Não era um interior “pobremente digno” – a pobreza em sua simplicidade. Porém, um interior que parecia uma periferia. Triste de ver. O interior do Ceará – nos momentos em que eu conseguia ficar acordada, já que estava exausta chegando ao final da viagem, choca mesmo quem viu de perto a pobreza em outros estados ou as favelas – o maranhão também é revoltante, diretamente, voltada à política – uma materinha sobre isso publiquei no Yahoo!.
interior ceara.JPGA natureza do interior estava bem seca. Desértica. Só que, ao mesmo tempo, era linda. Algo que nunca tinha visto antes – fotos aqui no Flickr do Yahoo! Notícias. Difícil descrever – parecia Marte com plantas. O solo era seco com pedregulhos, as árvores baixas com verde-escuro e havia algumas esparsas motanhas. Sem contar os rios intermetentes que estava secos. Era até engraçado, não fosse trágico, passar por uma ponte que se dizia sobre um rio que não existia naquele momento.
Adendo. Com exceção, o Parque Nacional de Ubajara – que merece um post a parte. O lugar lembra a Serra do Mar paulista – é úmido e verdinho, a estrada que corta a Serra da Ibiapaba é emocionate nas curvas e na paisagem de tirar o fôlego! O charme está na vegetação predominante, a tal da caatinga. Veja as fotos para ter uma ideia – repare que em uma delas, a curva é tão fechada, que aparece uma rocha na frente do carro.
DSC_0029.JPGBom, o fato é que vi algumas serras sendo exploradas. Tipo, escavadas – como na foto ao lado. Meu filing alertou: estranho. Até que, já em São Paulo, encontro essa matéria: “12 mineradoras de calcário são fechadas”. Resumindo: “Desprovidas de licença ambiental, áreas de extração de calcário sofreram intervenção do Ibama e Polícia Federal”. Tá explicado.
Silenciosamente, o calcário era explorado nos confins do Ceará. A região do Cariri, pela qual passei na estrada, possui mineradoras. Como as demais, são importantes para o desenvolvimento do país e do nosso consumo, porém dá um aperto no coração. A beleza das serras cobertas por caatinga está indo por terra abaixo.