E para os adultos também! Às vezes estamos tão tristes, que uma das maneiras de sonharmos e reencontrarmos – ou criarmos – nossos objetivos é olhando para a criança que existe dentro de nós. Um clichê, uma cafonisse tremenda, mas é verdade. Certa vez, em uma época da minha vida, me sentia tão perdida que me recolhi em mim. Quieta, perguntei para aquela criança de 20 anos atrás: “O que você quer ser quando crescer?”
Hoje, a dica que deixo é de um site foférrimo. Chama-se Children Illustrators. Ele possui uma parte dedicada apenas para ilustrações ligadas à ciência e à natureza. Clique aqui para ver. A imagem ao lado retirei dele. Eles têm também duas animaçõezinhas, confira aqui. O site possui os contatos dos ilustradores e link para os sites deles.
Saiba como ajudar a ciência pelo computador
Genial a idéia. Existe no Brasil um projeto de computação voluntária. Com outras palavras, você doa a capacidade de processamento ociosa do seu computar à ciência. Para que isso aconteça, deve-se instalar um software. Enquanto estiver conectado à internet, ele executa os projetos para os quais está configurado como, por exemplo, descobrir uma vacina para a Aids ou vida extraterrestre.
Fiz uma pequena entrevista com Presciliano dos Santos Neto, fundador do SETIBR, grupo brasileiro de apoio ao projeto, para explicar um pouco mais. Ele disse que esta semana alcançou a capacidade de processamento equivalente a 1 teraflops – como um super computador. Além disso, 50 milhões de créditos foram processados. Veja:
Xis-xis: O que é o SETIBR?
Presciliano dos Santos Neto: O SETIBR é um grupo de apoio aos projetos BOINC. Iniciamos em 1999 com o SETI@home, que deu origem ao nome do grupo e projeto no qual temos a maior participação. Atualmente, participamos de vários outros projetos como o World Community Grid – que pesquisa cura para doenças como câncer e AIDS -, Climate Prediction – que estuda mudanças climáticas e aquecimento global -, entre outros. A computação voluntária permite que qualquer usuário de computador – com qualquer configuração – com acesso à Internet – mesmo discada – doe a capacidade de processamento ociosa de seu computador para a ciência. Qualquer participante dos projetos BOINC pode criar seu próprio grupo ou participar de times já existentes como o SETIBR.
Xis-xis: O que é o BOINC?
Neto: BOINC é a sigla de Berkeley Open Infrastructure for Network Computing. Uma plataforma desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley para projetos de processamento distribuído. Ela permite que cientistas, com um pequeno investimento em infraestrutura, tenham acesso a uma capacidade de processamento equivalente a de um supercomputador. Aliás, a capacidade de processamento somada dos projetos BOINC é superior a capacidade de processamento do maior supercomputador do mundo – o IBM RoadRunner.
Xis-xis: Como funciona o programa?
Neto: O BOINC tem um software voltado ao voluntário, o software cliente, e o software utilizado pelo cientista, o software servidor. É no lado servidor que o cientista vai colocar os dados a serem distribuídos para os voluntários, através do software cliente. Após o processamento, o software cliente retorna os resultados, que são validados e então geram “créditos”, uma unidade com o objetivo de comparar a participação entre os voluntários, times, projetos e países.
Xis-xis: Ao instalar o programa, corre-se o risco de pegar vírus no computador?
Neto: O risco existe ao baixar o software cliente do BOINC de locais não confiáveis. No site do SETIBR, o download para o software redireciona para o site oficial do BOINC, a fim de evitar esse risco. As comunicações entre o software cliente e servidor são criptografadas, aumentando a segurança. Não é possível afirmar que existe software 100% seguro, mas até o momento não tenho conhecimento de nenhum caso de infecção de virus ou de ataques através do BOINC.
Xis-xis: É possível escolher com qual pesquisa quer colaborar?
Neto: Sim, os participantes podem escolher em quais projetos participar e, entre os projetos, ainda podem definir quais aplicações. Por exemplo, o World Community Grid é um projeto com várias aplicações: o FightAIDS@home, Help Conqueror Cancer, Rice Nutrition for the World, The Clean Energy Project, Human Proteome Folding e Discovering Dengue Drugs. É possível, ainda, restringir quanto da capacidade de processamento do computador será utilizada, definindo o número de núcleos de processador que serão usados e em que percentual, bem como os horários em que o programa deve rodar.
Xis-xis: O computador trabalhará mais devagar?
Neto: O BOINC é desenhado para utilizar a capacidade de processamento ociosa até os limites definidos pelo usuário. Dependendo da configuração, ele pode interferir no desempenho de outros programas, principalmente de jogos e softwares de CAD, mas pode ter as configurações adequadas para minimizar o impacto ou ser facilmente desabilitado quando se deseja rodar uma aplicação mais pesada – basta clicar no ícone na barra de tarefas e em “Pausa”. O software também pode ser configurado para trabalhar apenas como protetor de tela. Nesse caso vai rodar apenas quando o computador estiver ocioso, não interferindo no funcionamento dos demais softwares enquanto o computador estiver em uso.
Xis-xis: Se a pessoa não quiser mais colaborar, como faz para cancelar?
Neto: Basta desinstalar o software cliente do BOINC do computador.
Interessou? Saiba mais e baixe o programa no site do SETIBR – clique aqui.
Vida de cientista não é fácil
Se pensa que todo pesquisador coloca seu jaleco branco e, em seguida, cai na maçante rotina do laboratório trancafiado entre paredes frias… Está enganado. Selecionei duas pesquisas de campo de dar inveja a qualquer alpinista que alcançou o topo do Everest. Aliás, a todo aventureiro de final de semana. Será que não tem uma vaguinha para mim?
Os “sereios”
Fiquei impressionada com o Aquarius. O único laboratório subaquático, ou seja, uma estação de pesquisa estabelecida dentro do mar. Ele está localizado a cerca de 6 km da Flórida, nos Estados Unidos, e a 18 m de profundidade. Os cientistas vivem lá por dez dias. Tempo para explorar o recife de coral. Óbvio, o objetivo do projeto é facilitar as pesquisas realizadas no fundo do oceano. Afinal, basta colocar o cilindro nas costas e dar uma voltinha. Ah, por que não entra água na estação? Ué, tente mergulhar um copo vazio – de ponta cabeça – em uma bacia repleta do líquido para entender. Clique aqui para ler mais, ver outras fotos e vídeos sobre o projeto.
Os caçadores
As “tralhas” carregadas por esses, em geral, meteorologistas parecem sugar os furacões e tornados – veja diferença entre ambos aqui. Mas veja bem. Existem os “caçadores” insanos e os insanos. Os primeiros rodam horas na estrada atrás de um bom exemplar para pesquisa – e colocam suas câmeras e apetrechos de medição a poucos metros do centro da tormenta. Os segundos voam de avião por cima ou entre o fenômeno natural. Nos dois casos, um dos objetivos de tanto risco é estudar o comportamento – ventos, chuvas, etc – desses gigantes. Para xeretar mais sobre o assunto, indico este site da associação americana de caçadores aéreos – Hurricane Hunters – e o site da Universidade do Texas.
Escolha para onde Hubble vai apontar
Quer ser astrônomo por um dia? O site do Hubble dispõe de uma votação diferente para comemorar os 400 anos em que Galileu Galilei apontou seu “telescópio-geringonça” aos céus. O “muderno” Telescópio Espacial Hubble disponibilizou seis fotos cada uma de um objeto diferente – como galáxias, planetas ou onde nasce as estrelas – no site. O internauta escolhe sua preferida.
É simples. Basta clicar na sortuda e, na página que carregar, colocar seu e-mail. A votação irá até dia primeiro de março. O objeto vencedor, divulgado em abril, será o foco das atenções do Hubble. O gigante se voltará para ele e… tirará 100 imagens. Observação: todos os seis concorrentes são nunca dantes observados. Não é divertido? Para votar, clique aqui. Ah, o site está em inglês. Mas quem não entende, pode relaxar. Uma imagem vale mais que mil palavras.
Eu votei na que está em primeiro lugar – foto acima -: Galáxia em Espiral NGC 5172. É fantástica a imagem, apesar que achei sensacional a idéia de pesquisar mais sobre o nascimento das estrelas – NGC 6634.
Conhece o plástico verde?
A Braskem foi uma das empresas vencedoras do Prêmio Responsabilidade Ambiental da Global Plastics Environmental Conference (GPEC) 2009, promovido pela Society of Plastics Engineers (SPE). A petroquímica brasileira – isso mesmo, pasme – ganhou graças ao projeto “Materiais plásticos feitos de recursos renováveis”.
Trata-se de um polietileno – ou plástico – criado a partir do etanol de cana-de-açúcar. Segundo esta matéria que li no site Terra, o produto é o resultado de uma composição com 90% de eteno e 10% de buteno, gases obtidos a partir do processamento da cana.
Há dois anos, estava pesquisando sobre o produto para publicar uma matéria na revista de decoração em que eu trabalhava. Na época, a assessoria de imprensa afirmou que a partir de 2009 a produção seria em escala industrial.
A empresa está montando uma fábrica em Triunfo, se não engano uma cidade de Pernambuco do Rio Grande do Sul. Pelo que andei lendo, apesar das previsões, apenas ficará pronta para valer em 2010. Eles pretendem produzir até 200 mil toneladas por ano do produto.
Segundo a Braskem, multinacionais de vários ramos – como até a cosmética – estão interessadas. Afinal, o produto contém 100% de matéria-prima renovável. Só tem um problema, quanto será necessário plantar para produzir o tanto?
Masturbação causa câncer de próstata
Hoje iria fazer um post espacial, mas depois de ler esse trabalho não resisti. Homens que são muito ativos sexualmente em seus 20 e 30 anos são mais propensos a desenvolver câncer de próstata, principalmente se se masturbam com frequência. Esse é o resultado de um estudo com mais 800 machos liderado pela inglesa Universidade de Nottingham e publicado no jornal britânico BJU International. Vale ressaltar que o maior problema foi visto na masturbação – e não nas relações sexuais.
Veja você mesmo – retirei do abstract:
Whereas frequent overall sexual activity in younger life (20s) increased the disease risk, it appeared to be protective against the disease when older (50s). Alone, frequent masturbation activity was a marker for increased risk in the 20s and 30s but appeared to be associated with a decreased risk in the 50s, while intercourse activity alone was not associated with the disease.
Homens com câncer de próstata se masturbavam mais do que os homens sem a doença. A maior diferença apareceu nos 20 anos – 34% x 24%, respectivamente – e 30 – 41% x 31%. Elas foram menos acentuadas aos 40 anos, 34% e 28%, e 50 anos, 25% e 26% – ué, inverteu!
“Os hormônios parecem desempenhar um papel fundamental no câncer de próstata. É muito comum usar como tratamento a redução deles”, diz – aqui, em inglês – o autor principal, Polyxeni Dimitropoulou. “O sexo do homem também é regulado pelos seus níveis hormonais, assim esse estudo analisou a teoria de que ter uma intensa atividade sexual afeta o risco do câncer de próstata”, completa.
Mais dados curiosos que surgiram no estudo:
- 59% dos homens disseram que tinham relação sexual ou masturbação 12 vezes por mês ou mais nos seus vinte e poucos anos. Aos 30, a frequencia foi para 48%; aos 40, 28%; e aos 50, 13%;
- 39% dos homens com câncer tiveram seis ou mais parceiras, em comparação com 31% do grupo controle;
- homens com câncer de próstata eram mais propensos a ter doenças sexualmente transmissíveis;
- não houve associação significativa entre a atividade sexual e câncer de próstata em um homem de 40 anos. Uma teoria para isso é que o corpo já consegue se defender devido às toxinas acumuladas com o tempo.
Não vou concluir nada. Só que esse é um blog de meninas – nós, mulheres, somos melhores -, mas nos interessamos por meninos, não? – no meu caso, claro – Bom, vou deixar cada uma matutar consigo mesma sobre o resultado dessa pesquisa.
Em pleno verão, pinguins continuam chegando no Brasil
As simpáticas aves, da espécie pinguim-de-magalhães, são provenientes da Patagônia, nossa querida Argentina. O alerta é dado pela ONG Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha. O primeiro pinguinzinho de 2009 chegou à praia de Puruba, no extremo norte de Ubatuba, com falha nas penas, magro e extremamente debilitado. Por isso foi parar na areia. Desde setembro até janeiro, 47 desses animais foram encontrados no litoral e levados para o Aquário de Ubatuba.
Por que param aqui?
O trajeto de deslocamento dos pinguins, da Patagônia ao Brasil, é realizado por meio da corrente marítima chamada Malvinas. Ela ocorre em nossa costa durante o inverno e é repleta de alimentos. Normalmente, os animais tendem a retornar para o Sul no inicio da primavera, auxiliados pela corrente do Brasil – corrente quente. Entenda mais sobre correntes em uma matéria que fiz aqui.
Porém, na primavera e verão, os pinguins não necessitam descansar em terras brasileiras. Assim, qualquer animal dessa espécie que apareça nas praias – fora da região das suas colônias reprodutivas argentinas – representa uma anormalidade no ciclo daquele indivíduo ao menos.
Nos últimos 12 meses, as equipes do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba registraram um recorde de ocorrências na região compreendida entre Angra dos Reis (RJ) e São Sebastião (SP). Ambas resgataram cerca de 660 animais – a maioria da espécie magalhães. Em setembro de 2008 foi realizada, a primeira soltura de alguns animais ao mar na região Sudeste, que anteriormente ocorria exclusivamente na região Sul do país.
Você viu o filme hollywoodiano, nacionalista e catastrófico – quanto pleonasmo -“O Dia Depois de Amanhã”? Claro, é uma viagem e um exagero. Mas a idéia dos pinguis e do filme é a mesma. No começo da película, o cientista explica que o aquecimento global altera as correntes marítimas afetando a vida em toda a Terra. Precisavam de mais pesquisas científicas para justificar, realmente, essa sendo a causa das nossas visitas dos bichinhos de smoking.
Pinguim viajante
Esse fenômeno sempre ocorreu. Existem registros de pinguins em sambaquis – leia mais sobre essa “arquitetura” aqui, outra matéria que fiz – no Brasil há mais de 5000 anos. A principal causa da mortalidade durante o percurso é uma menor habilidade de sobrevivência genética de alguns indivíduos. Como disse Darwin, os mais fortes sobrevivem. Segundo o Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha:
Entretanto, com o aumento do impacto da atividade humana nos mares, outros fatores surgiram e tem que ser considerados para a conservação do grupo tais como a falta de alimento em função da pesca predatória, derrames de óleo, ingestão de lixo, captura em redes de pesca, alterações climáticas que interferem nas correntes marinhas, etc.
Conheça os protagonistas
Os pinguins-de-magalhães, nome científico Spheniscus magellanicus, são aves marinhas que frequentam a costa brasileira durante os meses de inverno desde o Rio Grande do Sul até Alagoas. A espécie faz ninhos em grandes colônias na costa da Patagônia, Argentina, Chile e Ilhas Malvinas entre outubro e janeiro.
Saiba mais: Leia aqui um post sobre o pinguim que vi no Paraná e ajude os projetos do instituto ali. Foto, link G1.
Obs.: O Conselho Regional de Biologia da 4ª Divisão – que engloba os estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Distrito Federal – agora tem blog! Chama-se Biologia na Rede. Confira!
Saiba como é feito o teste rápido de Aids
Estava pilhada. Sexta fui à São Paulo Fashion Week (SPFW) e aproveitei, ou melhor, tentei fazer o teste de HIV. Eles já haviam encerrado, hunf. Mesmo assim, entrei no lounge para conversar com um amigo que fez o exame. É fantástico.
Ele disse que você senta no banquinho, mostra o dedo, limpa com álcool e com uma picada tira uma gota de sangue. Basta! Depois de meia hora sai o resultado, entregue por uma psicóloga. Se você – como eu – não conseguiu fazer pela SPFW, saiba que existem locais gratuitos espalhados por todo o Brasil. Veja aqui a lista – no canto direto acima.
Ahá! O teste, chamado Bio-Manguinhos, usado durante o SPFW foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Como funciona
Cada “tirinha” só pode ser usada uma vez – sequencia ao lado. Coloca-se um coquetel de antígenos – responsáveis por gerar resposta imune – que detectam se há anticorpos contra HIV no soro, plasma ou sangue de humano. Se aparecer uma linha duas linhas nas cores roxa ou rosa no kit significa que há anticorpo contra o vírus ou que a pessoa tem Aids HIV. Quanto mais forte a cor, maior a quantidade de anticorpos.
Caso positivo, o psicólogo encaminha para fazer um teste mais criterioso.Mas um resultado negativo não exclui totalmente a possibilidade de estar infectado. Então, que vantagem Maria leva? Bom, se der positivo, é quase certeza que se tem a doença. Assim, ele é ideal para ser usado em lugares longínquos do Brasil ou em caso de emergência.
Existe um outro teste que funciona da mesma maneira e também foi desenvolvido por brasileiros: o Rapid Check. Invenção da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É comum o Bio-Manguinhos e o Rapid Check serem usados por uma mesma pessoa para ter mais garantia do resultado.
O antigo
Elisa é o nome do teste mais conhecido. A idéia é a mesma. Ele procura anticorpos, que se desenvolvem para proteger o corpo do HIV, no sangue. A diferença é que seu resultado demora 30 dias para ficar pronto e precisa de uma amostra maior de sangue para ser feito. Além disso, pode dar um falso positivo. Dizer que a pessoa tem Aids o vírus HIV, mas na realidade ela não foi contaminada.
Se isso acontecer, repete-se o teste. Ou… usa um mais sensível intitulado Western Blot. Como é mais caro e complicado, geralmente é usado apenas para acabar com a dúvida. Vale lembrar que existe um período – a “janela imunológica” – em que a pessoa pode estar infectada, mas a taxa de anticorpos é tão baixa que os testes não pegam. Mesmo assim, essa pessoa pode transmitir o vírus. Quer saber mais sobre o teste da Fiocruz? Clique aqui.
Obs.: A foto acima mostra as lixeiras descartáveis do SPFW. Nessa edição, colocaram uma para cada material ao lado da outra. Antes…
Índios participarão da reunião da SBPC
Não é apenas na Campus Party que os índios estão presente – o que, aliás, mostra exatamente a miscigenação que é esse país, leia mais aqui. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizará, de 17 a 20 de março próximo em Tabatinga, no Amazonas, uma reunião regional. O evento terá um público pouco comum em encontros científicos: povos indígenas, comunidades ribeirinhas e populações de fronteira.
O tema central é “Conhecimento na fronteira” – em referência ao fato da cidade estar localizada no extremo oeste amazonense, onde o Brasil faz divisa com o Peru e a Colômbia. A programação conta com cursos, conferências e mesas-redondas. São esperados participantes colombianos e peruanos.
Para Marilene Corrêa, reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a reunião possibilitará um olhar da ciência para as necessidades e dificuldades da região. Incluindo problemas de diferentes como: meio ambiente, desenvolvimento tecnológico, articulação entre três países e institucionalização do estado como nação.
Curiosidade. O Instituto de Natureza e Cultura, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), oferece cursos na cidade de Benjamin Constant onde é preciso pegar uma lancha de Tabatinga e navegar por 30 minutos.
Óbvio que o encontro é preparatório para a Reunião Anual da SBPC, que será realizada em Manaus, de 12 a 17 de julho próximo, com o tema “Amazônia: Ciência e Cultura”. Será a 61ª Reunião Anual da SBPC, a primeira na capital do Amazonas.
Tenho um amigo que possui parentes no Pará. Ele conta que a realidade do Norte é completamente diferente da nossa. Como citei acima, a comunicação com várias cidades é feita pelo rio. Eles vivem no meio – literalmente – da floresta amazônica.
Sexta, participei de uma mesa-redonda na Campus Party Verde – veja fotos aqui no Flick da Maria Carol – com outros blogueiros de meio ambiente e ciência. Rafael, do RNA mensageiro, perguntou: “Você gosta de viver na Suíça ou no Brasil?” Seria o sudeste o Brasil?
Fonte: Foto do site Índios On-line.
Campus Party está na maior reserva de Mata Atlântica
Essa é a entrada do Centro de Exposições Imigrantes. Notou algo diferente? A placa gigantesca avisa aos visitantes: Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. Basta abaixar a tela do laptop, respirar fundo e observar em volta. O local que abriga a Campus Party está inserido – faz parte – da maior reserva de Mata Atlântica da capital de concreto de São Paulo.
Por isso que os campuseiros estão reclamando do frio. A cidade de São Paulo possui diversos microclimas – como diz a palavra, climas que variam de acordo com a região. Obviamente, o lugar mais quente na capital é o centro antigo devido, entre outras coisas, à: verticalização dos edifícios, vedação do solo e falta de arborização. O lugar mais frio da cidade é área da Represa de Guarapiranga. A diferença de temperatura entre as duas regiões, ao mesmo tempo, pode chegar a 10ºC.
O segundo lugar mais frio de São Paulo é… Adivinhe… O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – clique no mapa que fiz ao lado. A temperatura pode ser até 8ºC mais congelante do que a da Sé. O ar é mais úmido. O cheiro de terra molhada é constante. O barulho dos pássaros, comum.
Aliás, tem mais. Exatamente ao lado do Centro de Exposição está inserida a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A instituição é responsável por cuidar – realizar pesquisas, trabalhos científicos, sugestões ambientais – do meio ambiente do estado mais rico do Brasil. Principalmente os cientistas responsáveis pelo solo e água possuem suas mesas de trabalho instaladas no local.
Não custa nada escolher uma hora durante o dia. Colocar um tênis. Fechar o computador. Deixar a Campus Party, o estacionamento carésimo – 20 reais para carros!, aliás isso é monopólio – o Centro de Exposições Imigrantes e caminhar sentido à saída. O conhecimento e o meio ambiente se concentram no bairro. A USP, o Botânico, o Zoológico literalmente estão a poucos passos – veja este post que fiz com todas as atrações do lugar.
Observações: Agora é oficial. Sou participante da Rede Ecoblogs. Trata-se de um blog que reúne posts sobre meio ambiente de blogueiros diferentes. Vale a pena conferir. Hoje, participei de dois debates na nova televisão de internet chamada IPTV Cultura, pelo SESC SP. Uma discussão ao vivo sobre blogs de ciência e outra sobre como fazer com que os aparelhos tecnológicos – celulares, computadores, pilhas… – não poluam o meio ambiente. Uma sacada. Quero agradecer o Átila Lamarino do Lablogatórios que estava lá ao lado do Rafael Soares, Claudia Chow e Maira Begalli – organizadora da Campus Party Verde. Os vídeos estarão no ar aqui e veja fotos ali.