Borgianas
Tenho viajado muito. Mais do que eu gostaria. Em Buenos Aires, no último mês, comprei “Hombres y engranajes”, livro de pequenos ensaios sobre a “crise da cultura moderna”. De autoria de Ernesto Sabato, foi escrito em 1951. Folheando ao acaso, encontrei uma crítica bastante atual e resolvi “extraditar” o livro. Segue passagem do ensaio “El Paraíso Mecanizado”: Os meios se transformam em fim. O relógio, que surgiu para ajudar o homem, se transformou em instrumento para torturá-lo. Antes, quando se sentia fome, dava-se uma olhadela no relógio para ver que horas marcava; agora, consulta-se o relógio para saber se temos fome. Mais adiante, sob o título “De la realidad a la superrealidad”, diz o argentino: O que está em crise não é a arte, mas o conceito de realidade que dominou o Ocidente desde o Renascimento (…) Pois na vida e na literatura, o que logicamente é absurdo, psicologicamente é rigoroso e real: “creio porque é absurdo”. Borgiano, não?
Discussão - 6 comentários
Meio dostoiésvkiano, mais que borgiano, não???
Amigo, recebi 1 livro q havia pedido q me trouxessem da Argentina - pedi 'La persistencia', mas me trouxeram 'La resistencia' q começa assim:"Hay días en que me levanto con una esperanza demencial, momentos en los que siento que las posibilidades de una vida más humana están al alcance de nuestras manos. Éste es uno de esos días"(Ernesto Sábato, um senhor de bom aspecto que parece ter sido amado por toda a sua vida).
Caro Theo, às vezes, só mesmo uma esperança "demencial"; as simples não resolvem...Abraço!(P.S.:a foto de Sabato que lhe inspirou tal impressão?)
Olá Amigo.Tive a liberdade e de retirar um trechinho do seu post e colocar lá no meu,é claro com link e fonte devidamente registrados.Sabato à vezes tem o que falta em Borges: a precisão cirúrgica.abs
Caro Leo, fique à vontade. Será que o que faz de um Borges um Borges não seja exatamente a falta de precisão cirúrgica?Abraço!
olá Amigo.Touché!ABS