Síndrome de Ronaldinho

Garoto do Haiti, Word Press, Aloisio Milani
Após o desempenho pífio da delegação brasileira na Olimpíada, fui aos jornais do dia. Encontrei os dizeres do cineasta João Moreira Salles registrados no Estadão de hoje: “Somos tropicais com veleidades de seres temperados. Disso pode resultar pessoas pouco à vontade na própria pele, como alguém que falasse um idioma que aprendeu tarde e não é sua língua nativa”. Diria que somos colonizados com ambição de colonizador, o brasileiro que se queria inglês ou alemão. É dessa falta de identificação consigo mesmo que o Brasil é vítima e carrasco ao mesmo tempo. Sofremos da síndrome de Ronaldinho. Nós, mestiços, pardos, negros, preferimos nos declarar brancos e, como se isso não bastasse, lastimar por aqueles que têm um pouco mais de melanina. Nossos vizinhos argentinos não ficam muito atrás. Beatriz Sarlo declara o argentino como protagonista do trágico tango de Gardel, alguém fadado a sofrer porque imagina alcançar a redenção pelo sofrimento. E, como não atinge o seu objetivo, prefere se declarar “o europeu da América” a assumir a sua condição tropical. Tristes trópicos…O Big Ben é aqui. O Big Ben não é aqui.

Discussão - 2 comentários

  1. Anonymous disse:

    Amigo, não entendi o Big Ben...

  2. Paulo Lima disse:

    Resumido e perfeito...aplausos. abraços, paulo

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