Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções

World Congress on Brain, Behavior and Emotions

World Congress on Brain, Behavior and Emotions

Divulgo aqui um congresso muito importante que ocorrerá em São Paulo no mês que vem. É o World Congress on Brain, Behavior and Emotions (Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções)que acontece de 26 a 29 de junho de 2013, em São Paulo, com sua segunda edição prevista para os dias 6 a 9 de abril de 2014, em Montreal no Canadá.

O congresso terá quatro dias de atividades intensas, reunindo os mais importantes nomes das áreas envolvidas nas relações entre mente e cérebro. A programação científica integra a ciência à área clínica, proporcionando uma interface entre as especialidades de neurologia, psiquiatria, neurocirurgia, neuropsicologia, psicologia, geriatria, sono e neurociência básica, promovendo um debate interdisciplinar sobre inovações tecnológicas, estudos e controvérsias, sendo uma boa forma de se atualizar na área.

Nesse ano, o evento conta com participação de mais de 150 conferencistas ilustres de diversas partes do mundo, como os pesquisadores Adrian Raine, Andres Lozano, Antoine Bechara, Eurípedes C. Miguel, Gustavo Turecki, Hanna Damasio, Howard Steiger, Ivan Izquierdo, Jaderson C. da Costa, Jair Mari, Jorge Moll Neto, Ley Sander, Paulo Caramelli, Ricardo Nitrini, Richard E. Tremblay, Roger Mcintyre, Stephen Suomi, Valentim Gentil e como convidado especial o neurocientista Antonio Damasio (sim, o Antonio Damasio mesmo!). Os principais pesquisadores brasileiros da área também estarão presentes no congresso, como o Vitor Haase (que já foi entrevistado aqui no blog). Esse congresso é uma ótima oportunidade, espero poder encontrar alguns de vocês por lá! Para mais informações sobre o congresso, consulte o site aqui e a página do facebook do evento.

Psicologia Brazuca: Mônica, a neuropsicologia e o TDAH

Mônica C. Miranda é pesquisadora pela Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (AFIP), formada em Psicologia pela Universidade São Marcos e possui Mestrado e Doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo. É orientadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde e Pesquisadora do Depto de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo. Coordena o Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar (NANI) do Centro Paulista de Neuropsicologia. Mônica é também uma das autoras do livro Neuropsicologia do Desenvolvimento: conceitos e abordagens, publicado em 2006. Além disso, ela também é uma das organizadoras do livro Neuropsicologia do Desenvolvimento: Transtornos do neurodesenvolvimento, que será publicado em outubro de 2012 pela Editora Rubio. Nesta entrevista, a Mônica ofereceu a sua perspectiva, enquanto uma profissional da área, sobre as recentes polêmicas envolvendo o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), além de comentar sobre os seus projetos de pesquisa. Façam bom proveito!

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Pessoas com tetraplegia conseguem controlar braço robótico pela mente

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Pela primeira vez em 15 anos, Cathy Hutchinson foi capaz de tomar novamente o seu café matinal por conta própria, embora ela ainda não tenha recuperado o movimento pleno das pernas ou dos braços. O que permitiu este feito foi o uso das tecnologias mais avançadas atualmente de interface entre o cérebro e as máquinas. Cathy usou apenas o seu pensamento para controlar um braço robótico capaz de pegar o copo e levá-lo até a sua boca. O vídeo acima mostra Cathy manuseando o braço e o relato dos cientistas envolvidos no projeto.

ResearchBlogging.orgEsta foi a primeira demonstração que indivíduos com tetraplegia de longa data podem ser capazes de manusear um braço robótico a partir dos sinais neurais emitidos por uma região específica do seu cérebro, relacionados à sua atividade mental. Esta grande realização foi relatada em um artigo na revista Nature esta semana. No estudo, duas pessoas com tetraplegia de longa data e sem treinamento prévio foram capazes de realizar com sucesso movimentos tridimensionais com um braço robótico.

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Sacks: O que alucinações revelam sobre a mente

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O olhar da mente

Alucinações são fenômenos psicológicos intrigantes que têm ocupado a atenção e os esforços de psiquiatras e psicólogos por muitos anos. Elas fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, sendo que muitas delas temem reconhecer publicamente suas experiências com medo de serem taxadas de “loucas”. Mas será que este tipo peculiar de fenômeno pode nos ajudar a entender como a mente funciona? Para Oliver Sacks, um médico popularmente conhecido pelo seu trabalho de divulgação científica, as alucinações podem revelar informações importantes sobre o funcionamento cognitivo.

Na palestra do TED acima, Sacks descreve alguns casos impressionantes de pacientes com alucinações visuais, relatados também em seu último livro, publicado em português há pouco tempo atrás, O olhar da mente. Sacks enfatiza que alucinações visuais são um fenômeno comum e descreve que em alguns quadros onde ocorre a perda de visão gradativa, pode haver uma hiperativação de áreas do cérebro relacionadas ao processamento visual que, por fim, pode resultar em alucinações.

Após fazer uma descrição de vários avanços que foram feitos na compreensão de como o cérebro processa informações visuais e de como estruturas neurais altamente específicas estão envolvidas no processamento de determinados aspectos visuais, Sacks reafirma a importância em reconhecer que ninguém sofre necessariamente de um transtorno grave por viver este tipo de experiência e o quanto o nosso conhecimento sobre estes fenômenos tem permitido insights importantes sobre “como o teatro da mente pode ser gerado pela máquinaria do cérebro.” Na palestra exibida no site do TED, é possível optar pela legenda em português. Ao final da palestra, Sacks confessa que também vivencia regularmente alucinações visuais, provavelmente resultantes das suas deficiências visuais.

Medan: Cirurgia com ultrassom – curando sem cortes

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Curando sem cortes

Yoav Medan e sua equipe vem desenvolvendo uma tecnologia que permite o uso de ultrassom para substituir a necessidade de cirurgias e procedimentos invasivos em alguns quadros, como o do Mal de Alzheimer e o câncer. O procedimento é relativamente simples e não causa dor, além de ter um efeito imediato na melhora do paciente, se tudo ocorrer como o esperado.

Dentro de alguns anos, esta tecnologia pode estar disponível para o tratamento de diversos quadros e trazer qualidade de vida para milhares de indivíduos. O vídeo acima mostra casos reais de pacientes que participaram de testes preliminares e os efeitos observados foram entusiasmantes, apesar de ainda haverem muitas limitações para que esta tecnologia seja usada adequadamente. Se você quiser legendas em português para ver o vídeo, basta ir no vídeo no site do TED e selecionar a legenda na parte inferior do vídeo.

Homens gays têm mais interesse sexual em crianças do que homens heterossexuais?

Fonte: Psychology Today

Autora: Alice Dreger*

Tradução: Rodrigo VérasAndré Rabelo

Eu pensei em segurar este post até a próxima vez que alguém no noticiário declarar que os homens gays são os culpados pelo abuso sexual de crianças. Eu provavelmente só teria que esperar umas duas semanas, no máximo.

Mas decidi ir em frente e divulgar esta pesquisa, para que da próxima vez que este assunto vier à tona, as pessoas racionais falando sobre essa questão tenham os dados que necessitam para sustentarem seus palpites.

Então, já no começo, deixe-me responder à minha pergunta no título:

Será que os homens gays têm mais interesse sexual em crianças do que homens heterossexuais? Não. E temos estudos de laboratório para provar isso.

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A Neurologia das Experiências de Quase Morte

Eu e Rodrigo Véras traduzimos o texto a seguir, que foi publicado recentemente no Ceticismo Aberto.

Artigo de Alex Likerman, publicado em Happiness in this World
Traduzido por colaboração de Rodrigo Véras e André Rabelo


Eu nunca tive um paciente que confessasse ter tido uma experiência de quase morte (EQM), mas recentemente me deparei com um livro fascinante chamado O Portal Espiritual no Cérebro (The Spiritual Doorway in the Brain) de Kevin Nelson, que relata que cerca de 18 milhões de americanos podem ter tido uma. Se for verdade, as chances não são apenas que alguns dos meus pacientes estejam entre eles, mas também alguns dos meus amigos. O que me levou a pensar: o que exatamente a ciência tem a nos dizer sobre a sua causa? Continue lendo…

Acupuntura: Eficácia e Riscos

A acupuntura é provavelmente uma das “terapias alternativas” que gozam de maior popularidade no mundo. Seus clientes são persuadidos a pensar que a técnica possui sua eficácia comprovada, e as explicações para isso costumam envolver a estimulação da produção de neurotransmissores como a serotonina, a ação de opióides endógenos no cérebro e no corno dorsal da medula dorsal e o equilíbrio corporal.

É até provável que uma sessão de acupuntura estimule sensações de prazer, mas será que uma sessão de massagem ou até mesmo um bom descanso na cama acompanhado de uma boa música não resulte também na maior liberação de serotonina e nos efeitos supostamente atribuidos às agulhadas?

Seus proponentes definem detalhadamente uma série de pontos no corpo humano que se forem estimulados (não exclusivamente através de agulhas) podem beneficiar um paciente em tratamento de úlceras, gastrites e dores agudas. A Associação Médica Brasileira de Acupuntura chega a afirmar em seu site que UM único estudo foi capaz de provar que a acupuntura funciona. Entretanto, o panorama hoje é que a eficácia da acupuntura ainda carece muito de evidências e os testes empíricos realizados até agora não encontraram efeitos consistentes. Continue lendo…

Terapias Placebo

Seria mais honesto chamar as famosas “terapias alternativas” de “terapias placebo”, pois esse é um dos elementos que todas dependem para, às vezes, funcionar. Como já discutido anteriormente, o efeito placebo é comumente a razão pela qual algumas práticas como a aromaterapia, auraterapia, anjoterapia, terapia magnética, naturoterapia, florais de Bach e um número muito maior de ditas “terapias”, funcionam.

A anjoterapia deveria soar estranha até mesmo para os mais fundamentalistas religiosos. Esta terapia new age postula que se comunicar com os anjos é a chave para a cura de doenças. Susan Stevenson, uma hipnoterapeuta que pratica terapia de regressão à vida passada, diz que vê anjos em qualquer lugar. Continue lendo…

Os Charlatães em Ação

Você ja ouviu falar no “Reincarnation Bank” (Banco da Reencarnação)? Lá você poderá fazer depósitos que teoricamente serão recuperados por você na sua próxima encarnação. A máxima de que “nada se leva dessa vida” perderia sentido. A grande questão é: como você poderá ser identificado em outro corpo?

Independente da questão espiritualista propriamente dita, a prática estabelecida por essa instituição não soa nada bem, pois eles têm suas própias formas de identificar se você foi João Não Sei o Que em outra vida, e podem simplesmente dizer que você não foi, como foi constatado nos testes deles.

Como você vai provar que foi o João Não Sei o Que (supondo que reencarnação realmente exista e que você conseguiria se lembrar disso, até mesmo da senha da sua conta no rencarnation bank)? O golpe que essa instituição tenta aplicar configura mais um dos vários enganos praticados por charlatães que usufruem da ignorância e crendice das pessoas, um mercado que já se provou muito lucrativo. Continue lendo…