Um amigo tinha um dálmata invocado. “Na época que o filme ‘1001 Dálmatas’ fazia sucesso, muitos cachorros dessa raça foram abandonados porque, de modo geral, eles não são pacientes com crianças”, contou. No Jardim Botânico de São Paulo, antigamente, o lago central possuía anfíbios e peixes. Há cerca de 10 anos, ele está repleto de tartarugas de água. Elas foram deixadas lá pelos donos.
A Prefeitura de São Paulo lançou uma campanha para mostrar a crueldade que é abandonar bichinhos de estimação. Também para facilitar a adoção de cães e gatos sadios – clique aqui. No ano passado, o município recebeu 14.701 pedidos para recolhimento de animais rejeitados. Este ano, o número já é de 5.705.
Não quero escrever aqui apenas sobre os bichinhos – fofinhos – de estimação. Mas sobre o meio ambiente geral de uma metrópole. Tá, a flora e fauna da cidade foi praticamente toda destruída, rios e ar estão poluídos, existe o incômodo das luzes e do barulho exagerados. No entanto, saiba que um gatinho e um cachorrinho são espécies exótica em Sampa – e na maioria das cidades brasileiras. Exceto gatos e cães selvagens nativos das regiões.
O que isso significa? Que, quem tem bicho de estimação, jamais deve abandoná-los. Ao fazer isso, ele está prejudicando ainda mais o resto que nos resta de Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, seja o bioma que for. Está praticando um “crime” ambiental. Para se ter um exemplo desse problema, um lindo gatinho exterminou uma espécie de passarinho que vivia apenas na Nova Zelândia. Leia mais sobre essa história e os riscos que esses animais apresentam para, em questão, a Mata Atlântica nesse post que fiz para o Blog do Planeta.
Veja o vídeo da campanha do Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos (Probem), prefeitura de Sampa.
Arquivo da categoria: Rede Ecoblogs
Letra ecológica
Seja qual for o porquê, você tem que imprimir certo texto. Mesmo sentindo dor no coração por poluir o meio ambiente com papel e tinta. Mas não se preocupe. A Isis e o Puto em Maputo dão uma solução. O site Ecofont disponibiliza, de graça, uma letra que economiza tinta. Basta clicar aqui para baixá-la.
A invenção é da agência de comunicação holandesa Spranq. Ela testou o quanto é possível reduzir a tinta das letras desde que elas se mantenham legíveis. Após checar vários tipos, chegou ao resultado que ilustro ao lado. Segundo a empresa, essa fonte economiza até 20% de tinta.
Adorei. Una o papel reciclado à “ecofont” e seja feliz, como profere todo dia o querido jornalista Salomão Schwartzman.
Caneca, squeeze e tapeware
“Uma mulher prevenida vale por duas”, diz o ditado. Então, colegas, preparem-se. Não basta levar apenas uma sacolinha de tecido na bolsa para nossas comprinhas na farmácia ou no supermercado. Recentemente, durante uma palestra Thaís Horta, pedagoga e coordenadora do programa A3P na cidade de São Paulo, disse que se recusa tomar cafezinho ou água em copos plásticos. A solução? Ela sempre leva na bolsa uma caneca e um squeeze.
Se alguém oferece uma bebida em copo ou xícara de plástico, Horta lança mão da sua super caneca de cerâmica. O squeeze, como já é o costume de muitas pessoas, “serve” para beber água. E o que tem a ver o tapeware do título? A-há. Quando vai à padaria comprar frios, ela leva um tapeware! Assim, poupa plástico e papel que virariam lixo.
Meninas, para o banho, outra sugestão da pedagoga. Tirar o condicionador do cabelo exige muita água – ainda mais se as madeixas são compridas, como meu caso. Então… Horta opta pelo produto sem enxagúe. Ela disse que o cabelo fica solto – o fato é que o dela, realmente, brilhava bastante.
O que é o A3P
A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) é um programa que implanta práticas, em órgãos públicos, para poupar o meio ambiente. As ações vão desde usar papel reciclado até checar a parte hidráulica das construções. Horta contou que o Edifício Martinelli, prédio histórico localizado no centro da cidade de São Paulo, gastava em água o equivalente a 10 piscinas olímpicas por dia. Após reforma, o condomínio economiza 100 mil reais por mês na conta de água. Outro exemplo do trabalho do A3P. O equivalente à 10% do PIB brasileiro é gasto em compras públicas. O programa do governo estimula que invista esse dinheiro comprando produtos “verdes” – menos prejudiciais à natureza. Para saber mais sobre o programa, clique aqui.
Obs.: Acabei de ver, da janela do meu quarto, um bando de aves migratórias voando sentido litoral. Que lindo!
Agora sim, ajude a construir uma São Paulo melhor
Essa é destinada a quem mora na metrópole mais louca do mundo: Sampa. Mas quem não vive nela também pode participar. O Movimento Nossa São Paulo – composto por 550 organizações da sociedade civil – criou um questionário online para descobrir o que é mais importante para ter qualidade de vida. Com o resultado da pesquisa serão criados os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem).
Em seguida, com eles, a prefeitura poderá implantar medidas que atendam direitinho às necessidades de bem-estar da população. É a chance de palpitar sobre a nossa cidade e ter esperança de retorno. Eu já respondi. O questionário é longo, mas não toma muito tempo. Para responder clique aqui.
Aliás, de novo pergunto: você tem qualidade de vida? Pense nisso. E se quiser se divertir um pouco com o assunto, indico esses testes – não são científicos.
E os Molecos vão para…
A-há! Após o suspense, publico o resultado do sorteio dos Molecos super fofos cedidos pela Rede Ecoblogs. E os sortudos são… Dani Doduti do blog “It’s a Wonderful Life” e Leandro do “Belesss”! Parabéns! Para receber o prêmio, peço que ambos me enviem um e-mail com o endereço e telefone.
Recapitulando, o caderno de bolso “moleskine” era usado por artistas como Van Gogh e Picasso. Eles registravam seus pensamentos e pirações nas páginas em branco. Mas o Moleco sorteado possui um diferencial plus. É feito com papel reciclado!
Bom, aos demais, agradeço a participação!
A árvore que refloresta é a mesma que polui
Ironia do destino. Geralmente, quando você compra uma arvorezinha, a raíz dela e a terra que a cerca estão fixadas por um saco plástico preto. As mudas utilizadas em reflorestamento também são “empacotadas” em sacos. Agora, imagine quanto plástico é jogado fora após o plantio – eles não são reutilizados em novas mudas para evitar contaminação.
Pensando nisso… Cientistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Corn Products Brasil e a BASF, criaram um plástico rígido “ecologicamente correto” que pode ser usado na fabricação de tubetes – nome desses sacos plásticos.
O novo material é feito com EcobrasTM – um plástico biodegradável e compostável da BASF que possui polímero vegetal a base de milho – e fibras vegetais como casca de mandioca em pó ou fibras de coco. Sua decomposição que ocorre ao entrar em contato com os microorganismos do solo gera água, CO2 e biomassa.
Segundo Elias Hage Júnior, professor coordenador do projeto, a parceria entre a UFSCar e as multinacionais deveu-se ao fato do EcobrasTM ser flexível e não permitir a fabricação de peças moldadas suficientemente rígidas. Ele afirma que o novo composto pode gerar qualquer peça moldada – a casca de mandioca tem a função da rigidez e a fibra de oferece resistência mecânica, deixando o material menos suscetível a ruptura – com uso descartável como bandejas de embalagens.
A primeira etapa do projeto, responsável por adequar o uso da casca de mandioca e fibra de coco, acabou no início de 2009. A partir de agora será necessário otimizar o processo e melhorar o produto. Depois, gerar em larga escala.
A ideia é boa. Mas há uma discussão. Alguns especialistas afirmam que o plástico biodegradável se decompõe mais rápido por virar pedacinhos bem pequenininhos. Isso poderia poluir rios. Outros afirmam que o fato dele se “despedaçar” facilita ainda mais na decomposição e a não prejudicar o meio ambiente. Ai como, ultimamente, estou crítica.
Dicas para plantar árvores em cidades
Fiz um post para o Blog do Planeta sobre as espécies invasoras e exóticas na Mata Atlântica. Conversei com Helena de Godoy Bergallo, pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ela mostrou que algumas ações, que as pessoas fazem achando que irão preservar o meio ambiente, acabam prejudicando-o. Como, por exemplo, alimentar cachorros de rua e deixar os gatos de estimação passear telhados afora.
Esse bate-papo me fez lembrar a questão das árvores na cidade. Desde a colonização do Brasil, é comum as pessoas plantarem em frente às suas casas e nos quintais espécies provenientes de outras partes do país e do mundo. Por exemplo, a cantada mangueira – “quando eu piso em folhas secas, caídas de uma mangueira” – é asiática. No entanto, há anos foi escolhida pela própria prefeitura para ornamentar vias públicas. Veja o risco disso lá no post.
Quais árvores podem ser empregadas na arborização urbana? Ué, as endêmicas (nativas) da área em questão. Vale ressaltar um detalhe. Minha amada Araucária, exemplificando, é nativa da Mata Atlântica. Mas não é vista no litoral de São Paulo. Então, ela não deve ser plantada na praia. Tenha em mente que o bioma também tem suas particularidades.
Pois é… Urbanização e paisagismo são um pouquinho complicados. Na hora de plantar sua sementinha ou muda, entre em contato com a Secretaria de Meio Ambiente da sua cidade. Exija ajuda para escolher a espécie correta. Eles podem – e deveriam – fornecer uma lista de endêmicas. Além disso, se for plantar na calçada, saiba que existem medidas urbanas técnicas que devem ser respeitadas. Em Sampa, a largura mínima que ela deve ter é de 1,20 m. A árvore não pode atrapalhar essa medida. Sei que na prática…
Bom, deixo aqui algumas observações sobre as árvores nas cidades. Divirta-se:
- Devem ter porte adequado para o espaço disponível;
- De preferência que deem frutos pequenos para não causar acidentes;
- A copa deve ser compatível com o espaço, permitindo livre trânsito e evitando danos às fachadas;
- Nas calçadas, prefira espécies de enraizamento profundo para não estragar o passeio público;
- Escolha espécies resistentes a pragas e doenças, é desaconselhável o uso de fungicidas e inseticidas;
- Cuidado com a fiação, canos de água, esgoto e gás e placas de sinalização. Elas não podem interferir ou danificar esses patrimônios;
- Confira se não irá prejudicar a iluminação natural dos imóveis e a iluminação artificial;
- É interessante evitar espécies com espinhos nos troncos ou ramos;
- Quando caem, as folhas podem entupir calhas e bueiros, prefira aquelas com folhas pequenas.
Obs.: A Prefeitura de São Paulo está com o concurso de fotografia “Árvores da Cidade de São Paulo” aberto. Veja aqui. Todos que tiverem uma foto bem linda, poética, conceitual, sei lá, de uma árvore inserida na caótica metrópole pode participar. Eu vou inscrever as minhas – a foto acima tirei da janela de casa. Beijo. Boa sexta.
Xis-xis sorteia dois cadernos de bolso reciclados
Amanhãé o Dia do Meio Ambiente. Para comemorar, o Xis-xis irá sortear Molecos lindinhos cedidos pela Rede Ecoblogs! Serão dois caderninhos de bolso iguais ao da imagem. Para participar, basta deixar um comentário neste post divagando sobre o meio ambiente. As inscrições serão aceitas até o dia 12, sexta-feira que vem. Em seguida, farei um sorteio mesmo, independente das mensagens deixadas. E, claro, divulgarei neste blog os vencedores. É obrigatório colocar seu nome e e-mail nos respectivos campos do comentário.
No século XX, o caderno de bolso “moleskine” era usado por artistas como Van Gogh e Picasso. Eles registravam seus esboços, seus pensamentos, suas pirações nas páginas do caderninho. Mas o que você irá ganhar tem um plus a mais. É feito com papel reciclado! Veja mais detalhes sobre o Moleco neste site. Por que dia cinco de junho é festejado o meio ambiente? Na mesma data, no ano de 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma conferência com 113 países e 250 ONGs para discutir assuntos ambientais.
Feliz dia – friiiio – verde! Ah, eu já tenho o meu Moleco. Uma graça.
Onde reciclar o pneu da bicicleta?
A Caloi e a organização não governamental Instituto Via Viva lançaram um projeto para reciclar pneus de bicicleta. “Nós sempre buscamos fazer uma bicicleta 100% reciclável”, diz Juliana Grossi, diretora de marketing da Caloi. Os pneus podem ser depositados nos coletores instalados em cinco pontos na cidade de São Paulo e nas fábricas da Caloi – em Atibaia e Manaus.
O consumidor que entregar ganha um selo “verde” para colocar na magrela. Veja os endereços para reciclar os pneus velhos em São Paulo:
- Ciclo Ravena, Rua Diogo Jacome, 690, Vila Nova Conceição;
- Blue Bike, Av. Diógenes Ribeiro de Lima, 3.040, Alto da Lapa;
- Bike North, Rua Conselheiro Moreira de Barros, 596, Santana;
- Bike North, Av. Lins de Vasconcelos, 2.304, Vila Mariana;
- Bike North, Rua Maria Cândida, 776, Vila Guilherme.
Após a coleta, as empresas Expresso Itatiba, Itatibense Transportes e Logística, Gean Transportes e Rekarga Transportes encaminham os pneus arrecadados aos “Ecopontos Via Viva”. Lá, pessoas com deficiência mental, física ou “carentes” – que foram capacitadas profissionalmente pela Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape) – fazem a triagem do resíduo. O material é enviado ao centro de reciclagem. Ele é transformado em chips de borracha – pequenos pedacinhos de borracha – utilizados na fabricação de um tipo de concreto.
Obs.: A foto eu tirei em Amsterdã, na Holanda. Ô saudade.
Vulcões extinguiram os “pré” dinossauros
Esqueça o que aprendeu na escola. Há um mês eu já havia dado a dica – leia aqui – de que não foi um meteoro o culpado pelo fim dos dinossauros. Cientistas têm evidências de que espécies de répteis e animais marinhos que viveram antes dos dinossauros também “sumiram” devido a gigantescas erupções vulcânicas.
Na sexta-feira (dia 29), pesquisadores da Universidade de Leeds, Reino Unido, em colaboração com a universidade chinesa de geociências Wuhan, publicaram um artigo na revista Science afirmando que sabem o momento exato da erupção – ocorreu há 260 milhões de anos.
O vulcão estava localizado na província de Emeishan, no sudoeste da China. Ele cuspiu cerca de meio milhão de quilômetros cúbicos de lava – o que corresponde a cinco vezes o tamanho do País de Gales.
De maneira extremamente simplificada, vou explicar como os pesquisadores descobriram. Quando a gente olha uma montanha cortada no meio, observamos várias faixas de terras de diferentes cores. Na China, os cientistas observaram uma faixa de rocha magmática – de lava solidificada. Ela fica entre rochas sedimentares – material depositado pela água, vento ou geleiras. Essas sedimentares têm fóssil de vida marinha.
A camada de rochas fossilizadas, imediatamente após a erupção, mostra por meio de fósseis e a ausência deles a extinção em massa de diferentes formas de vida. Segundo os pesquisadores, ela liga claramente o início da erupção com uma grande catástrofe ambiental.
Mas como a tragédia teve um efeito global? No início da erupção, quando a lava encontrou o mar raso, houve uma violenta explosão. Ela espalhou dióxido de enxofre na estratosfera – camada da atmosfera que atinge 50 km de altura. Uma nuvem massiva se espalhou por todo o planeta. Resfriando e, talvez, causando até chuva ácida.
Para saber mais, em inglês, veja o site da Universidade de Leeds e o artigo na revista Science. Aliás, indico também a leitura desta matéria escrita pelo meu colega Peter Moon, na revista Época, sobre a extinção dos dinossauros.
Obs. 1: Hoje, publiquei um post no blog Papo de Homem sobre orgasmo. Mulheres com QE alto são privilegiadas.
Obs. 2: A queda do avião Airbus, da Air France, pode ter sido causada por raios. Leia aqui como se proteger deles. Agora, vamos refletir. Será que o aquecimento global tem piorado as tempestades? Recentemente, um piloto disse que as nuvens “pesadas” estão a cada dia mais altas, causando mais turbulências.