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Xis-xis premiado como blog de ciência

Voltando de viagem, recebo uma ótima notícia! O Xis-xis foi um dos vencedores na votação sobre os melhores blogs de ciência. Categoria: “Ciência Geral, Política Científica”!
A iniciativa foi ideia dos organizadores do Anel de Blogs Científicos (ABC). O site reúne todos os blogs de ciência escritos em língua portuguesa. Um detalhe: apenas os blogueiros de ciência, cadastrados no ABC, puderam votar.
O Xis-xis dividiu o honrado terceiro lugar com o Semciência, escrito pelo pesquisador e professor Osame Kinouchi. Em primeiro lugar, ficou meu colega 100nexos e, em segundo, outro colega, o 42.
Nas demais categorias – Ambiente e Ciências da Terra; Ciências da Vida; Química, Física e Astronomia, Matemática e Computação; Ciências Sociais e Humanidades , Educação e Blogs Didáticos; Mente e Cérebro, Saúde e Medicina – mais premiados que fazem parte do ScienceBlogs Brasil. Veja o resultado completo aqui.
Meus parabéns para todos os vencedores!!!! E obrigada pelos votos!!!!

Eu acredito em ônibus híbrido

Dia desses, voltando de uma consulta ao médico, observei um ônibus circular mais barulhento que os outros. E também, diferente. “Que fechada a parte de trás do ônibus. Cadê o escapamento?”, pensei. A-há, era um ônibus híbrido. Ele funciona com hidrogênio, um gás que emite água no lugar do gás carbônico, e também com diesel.
Pena que não estava com minha máquina para tirar foto… Ele tem um design bem bacana. Bonito. Contemporâneo. Em uma descida, reparei que o escapamento fica no teto. Estranho, mas ao menos a fumaça não é jogada diretamente em cima dos pedestres e dos carros.
Eu voto nos ônibus elétricos e movidos a hidrogênio. Por mim, todos os “chamadores” de chuva deveriam ser substituídos – percebe quanta fumaça tóxica os ônibus emanam? O único detalhe é o barulho. Daria para melhorar? Ninguém merece uma cidade mais poluída sonoramente do que já é.
No dia seguinte, leio em dois caminhões, um de uma rede de roupas e outra de salgadinhos, “movido a biodiesel”. O biodiesel é um combustível que, no lugar do petróleo, utiliza como matéria-prima vegetais. Exemplo, a soja. Que feliz. Só espero que isso não estimule mais o desmatamento, que é o que está ocorrendo com o Cerrado…

Bronzeamento artificial para fins estéticos é proibido!

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso de câmaras de bronzeamento artificial para fins estéticos. O equipamento foi incluído na lista de fatores que comprovadamente provocam câncer pela International Agency for Research on Cancer – ou Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, em português.
Como existem outras indicações para o uso destes equipamentos, principalmente para o tratamento do vitiligo e psoríase, a Anvisa decidiu publicar uma consulta pública para que profissionais possam opinar sobre o assunto. A resolução ficará aberta para consulta pública por 30 dias. Daqui a pouco, também deve ser realizada uma audiência pública. Para saber mais, clique aqui.
Gatas branquinhas, o jeito é apelar para nosso lindo sol. Aproveitando, inclusive, para poupar a natureza, né? Já que temos essa abundância de luz natural de graça e sem precisar ser ligada na tomada… Sem esquecer o protetor solar, por favor! Eu passo todo dia no rosto, mãos e pescoço. Agora no verão, estou pensando em expandir para colo e braços.

É a vez dos adolescentes e das crianças exigirem uma Sampa melhor

Há um tempo, postei aqui no blog que o Movimento Nossa São Paulo colocou um questionário online para nós, pobres cidadãos, analisarmos a qualidade de vida da metrópole – se é que ela existe. Não titubeei. Estou entre as 4.500 pessoas que responderam ao questinário. Agora, eles criaram um novo para crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos. A pesquisa chama-se Índicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem).
O questionário ficará disponível até 30 de setembro. Junto com o formulário online, há uma página com orientação para os educadores, no caso do preenchimento ser feito em sala de aula ou em grupos ligados a projetos sociais. Fale para seu filho, sobrinho, neto, irmão, enfim, responder a pesquisa clicando aqui. Trata-se de uma maneira de exercer a cidadania e de mostrar para a criança que ela deve cobrar por um presente melhor.
Alexandre Schneider, secretário municipal de Educação, assumiu o compromisso de aplicar os questionários do Irbem em todas as escolas da rede pública. Escolas particulares também se dispuseram a abordar o assunto na sala de aula. “As crianças e adolescentes vão herdar a cidade em um futuro próximo e por isso também devem dar sua opinião”, afirma Maurício Broinizi , coordenador da Secretaria Executiva do Movimento Nossa São Paulo.
As escolas e entidades interessadas em adotar o questionário como atividade pedagógica devem entrar em contato pelo e-mail zuleica@isps.org.br ou pelo telefone (11) 3894-2408. Bom sabadão.

Não abandone seu animal de estimação

Um amigo tinha um dálmata invocado. “Na época que o filme ‘1001 Dálmatas’ fazia sucesso, muitos cachorros dessa raça foram abandonados porque, de modo geral, eles não são pacientes com crianças”, contou. No Jardim Botânico de São Paulo, antigamente, o lago central possuía anfíbios e peixes. Há cerca de 10 anos, ele está repleto de tartarugas de água. Elas foram deixadas lá pelos donos.
A Prefeitura de São Paulo lançou uma campanha para mostrar a crueldade que é abandonar bichinhos de estimação. Também para facilitar a adoção de cães e gatos sadios – clique aqui. No ano passado, o município recebeu 14.701 pedidos para recolhimento de animais rejeitados. Este ano, o número já é de 5.705.
Não quero escrever aqui apenas sobre os bichinhos – fofinhos – de estimação. Mas sobre o meio ambiente geral de uma metrópole. Tá, a flora e fauna da cidade foi praticamente toda destruída, rios e ar estão poluídos, existe o incômodo das luzes e do barulho exagerados. No entanto, saiba que um gatinho e um cachorrinho são espécies exótica em Sampa – e na maioria das cidades brasileiras. Exceto gatos e cães selvagens nativos das regiões.
O que isso significa? Que, quem tem bicho de estimação, jamais deve abandoná-los. Ao fazer isso, ele está prejudicando ainda mais o resto que nos resta de Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, seja o bioma que for. Está praticando um “crime” ambiental. Para se ter um exemplo desse problema, um lindo gatinho exterminou uma espécie de passarinho que vivia apenas na Nova Zelândia. Leia mais sobre essa história e os riscos que esses animais apresentam para, em questão, a Mata Atlântica nesse post que fiz para o Blog do Planeta.
Veja o vídeo da campanha do Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos (Probem), prefeitura de Sampa.

“Não se nasce mulher: torna-se”

Domingo frio desses fui ver o monólogo atuado pela Fernanda Montenegro “Viver sem tempos mortos”, patrocinado pela Mapfre Seguros. Além de ótima companhia comigo, observar a atriz interpretar Simone de Beauvoir a poucos metros de distância é um presente para contar aos netos.
Antes da peça começar, Fernanda Montenegro fixou o olhar na platéia por minuto. Tão brilhante, penetrante. Ela parecia ouvir os inquietos pensamentos. Abaixei a cabeça e abri um sorriso envergonhado. Será que alcançou meus sentimentos mais profundos?
Se não aquele momento, até o final do monólogo, com certeza. A peça, com cerca de uma hora, se passa em um cenário suficiente. Sobre o chão de tábua, uma cadeira de madeira. Em cima, uma luminária preta gera luz quadrada.
A atriz, de cabelos presos, usa pouca maquiagem que reforça os olhos – parênteses: que cútis. Veste uma camisa branca, calça e sapatos pretos. Sentada na cadeira, semelhante a que Simone de Beauvoir pediu para ficar ao lado da sepultura de Jean-Paul Sartre, encarna a filósofa francesa.
Uma mulher escuta de outra – grande – mulher uma história de uma – grande – mulher. Eu já conhecia um pouco sobre a vida e obra de Simone – e de Fernanda -, mas o monólogo fez entender muito melhor essas duas representantes do sexo feminino.
Esses dias, como Freud indagou, me perguntaram no Twitter: “O que as mulheres querem?” A francesa pode não ter respondido diretamente à questão, mas por meio da peça encontrei em mim uma filosofia para a resposta.
A “personagem” Simone (1908-1986) era de uma família com boas condições financeiras. Estudou. No século passado (!), lutou pela liberdade de expressão. Principalmente, defendeu a liberdade das mulheres. Ela optou por não ter filhos, manteve relacionamento “aberto” com o colega e amor Jean-Paul Sartre, se dedicou à escrita e às aulas.
Uma mulher bonita – vide foto ao lado tirada pelo americano Art Shay, em 1952 – e inteligente que discorreu sobre a existência. Procurou viver suas vontades e, ao mesmo tempo, entender a natureza humana. Uma resposta definitiva parece – até para ela – impossível. Mas essa reflexão é essencial para nós próprios nos entendermos.
Após a peça, saí ainda com mais dúvidas sobre a vida, as pessoas e o que desejamos. Paradoxalmente, também me senti mais leve. Encontrei uma Simone e um Fernanda dentro de mim. Uma mulher que sabe o que não quer. Hoje, na dúvida de qual ação tomar, a francesa é uma inspiração. “Viver é envelhecer, nada mais”, disse.
Obs.: Para ler um pouco mais sobre Simone de Beauvoir, indico este site que leva seu nome. Este post também foi publicado no blog “Os Humanos” e no “Comparsas do Blog” dos quais, agora, sou colaboradora.

Agora sim, ajude a construir uma São Paulo melhor

Essa é destinada a quem mora na metrópole mais louca do mundo: Sampa. Mas quem não vive nela também pode participar. O Movimento Nossa São Paulo – composto por 550 organizações da sociedade civil – criou um questionário online para descobrir o que é mais importante para ter qualidade de vida. Com o resultado da pesquisa serão criados os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem).
Em seguida, com eles, a prefeitura poderá implantar medidas que atendam direitinho às necessidades de bem-estar da população. É a chance de palpitar sobre a nossa cidade e ter esperança de retorno. Eu já respondi. O questionário é longo, mas não toma muito tempo. Para responder clique aqui.
Aliás, de novo pergunto: você tem qualidade de vida? Pense nisso. E se quiser se divertir um pouco com o assunto, indico esses testes – não são científicos.

Máscaras de avestruz contra a gripe suína

Apesar de aparecer na televisão e em fotos um monte de gente “se protegendo” contra a gripe suína (vírus H1N1) usando máscaras, elas não servem para nada. É que o vírus é tão, mas tão pequenininho que passa pelo material.
Só que… O Japão – comentários? – desenvolveu máscaras com anticorpos de avestruz. Ou melhor, com anticorpos retirados de ovos de avestruz. De acordo com a empresa que comercializa o produto, a Ostrich Pharma Corp, esses anticorpos envolvem os vírus da gripe que entram em contato com a máscara, inativando a ação deles.
Em 2004, o professor universitário, veterinário e dono da companhia, Yasuhiro Tsukamoto, estudou a gripe aviária no Japão. Durante sua pesquisa, percebeu que o sistema imune dos avestruzes é extremamente resistente a maioria das doenças que afetam os pássaros – como a gripe aviária. Aí… veio o insight comercial.
Veja o site da empresa aqui, em japonês!
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe suína já infectou mais de 26.500 pessoas em 73 países. Dessas, 140 faleceram. Mas o vírus pode mutar novamente e piorar a mortalidade. Como sou otimista, acredito que não acontecerá. Que venha o futuro.
Deixe os comentários neste blog, no Roda de Ciência!

Dicas para plantar árvores em cidades

Fiz um post para o Blog do Planeta sobre as espécies invasoras e exóticas na Mata Atlântica. Conversei com Helena de Godoy Bergallo, pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ela mostrou que algumas ações, que as pessoas fazem achando que irão preservar o meio ambiente, acabam prejudicando-o. Como, por exemplo, alimentar cachorros de rua e deixar os gatos de estimação passear telhados afora.

Esse bate-papo me fez lembrar a questão das árvores na cidade. Desde a colonização do Brasil, é comum as pessoas plantarem em frente às suas casas e nos quintais espécies provenientes de outras partes do país e do mundo. Por exemplo, a cantada mangueira – “quando eu piso em folhas secas, caídas de uma mangueira” – é asiática. No entanto, há anos foi escolhida pela própria prefeitura para ornamentar vias públicas. Veja o risco disso lá no post.
Quais árvores podem ser empregadas na arborização urbana? Ué, as endêmicas (nativas) da área em questão. Vale ressaltar um detalhe. Minha amada Araucária, exemplificando, é nativa da Mata Atlântica. Mas não é vista no litoral de São Paulo. Então, ela não deve ser plantada na praia. Tenha em mente que o bioma também tem suas particularidades.
Pois é… Urbanização e paisagismo são um pouquinho complicados. Na hora de plantar sua sementinha ou muda, entre em contato com a Secretaria de Meio Ambiente da sua cidade. Exija ajuda para escolher a espécie correta. Eles podem – e deveriam – fornecer uma lista de endêmicas. Além disso, se for plantar na calçada, saiba que existem medidas urbanas técnicas que devem ser respeitadas. Em Sampa, a largura mínima que ela deve ter é de 1,20 m. A árvore não pode atrapalhar essa medida. Sei que na prática…
Bom, deixo aqui algumas observações sobre as árvores nas cidades. Divirta-se:

  • Devem ter porte adequado para o espaço disponível;
  • De preferência que deem frutos pequenos para não causar acidentes;
  • A copa deve ser compatível com o espaço, permitindo livre trânsito e evitando danos às fachadas;
  • Nas calçadas, prefira espécies de enraizamento profundo para não estragar o passeio público;
  • Escolha espécies resistentes a pragas e doenças, é desaconselhável o uso de fungicidas e inseticidas;
  • Cuidado com a fiação, canos de água, esgoto e gás e placas de sinalização. Elas não podem interferir ou danificar esses patrimônios;
  • Confira se não irá prejudicar a iluminação natural dos imóveis e a iluminação artificial;
  • É interessante evitar espécies com espinhos nos troncos ou ramos;
  • Quando caem, as folhas podem entupir calhas e bueiros, prefira aquelas com folhas pequenas.

Obs.: A Prefeitura de São Paulo está com o concurso de fotografia “Árvores da Cidade de São Paulo” aberto. Veja aqui. Todos que tiverem uma foto bem linda, poética, conceitual, sei lá, de uma árvore inserida na caótica metrópole pode participar. Eu vou inscrever as minhas – a foto acima tirei da janela de casa. Beijo. Boa sexta.

Onde reciclar o pneu da bicicleta?

A Caloi e a organização não governamental Instituto Via Viva lançaram um projeto para reciclar pneus de bicicleta. “Nós sempre buscamos fazer uma bicicleta 100% reciclável”, diz Juliana Grossi, diretora de marketing da Caloi. Os pneus podem ser depositados nos coletores instalados em cinco pontos na cidade de São Paulo e nas fábricas da Caloi – em Atibaia e Manaus.
O consumidor que entregar ganha um selo “verde” para colocar na magrela. Veja os endereços para reciclar os pneus velhos em São Paulo:

  • Ciclo Ravena, Rua Diogo Jacome, 690, Vila Nova Conceição;
  • Blue Bike, Av. Diógenes Ribeiro de Lima, 3.040, Alto da Lapa;
  • Bike North, Rua Conselheiro Moreira de Barros, 596, Santana;
  • Bike North, Av. Lins de Vasconcelos, 2.304, Vila Mariana;
  • Bike North, Rua Maria Cândida, 776, Vila Guilherme.

Após a coleta, as empresas Expresso Itatiba, Itatibense Transportes e Logística, Gean Transportes e Rekarga Transportes encaminham os pneus arrecadados aos “Ecopontos Via Viva”. Lá, pessoas com deficiência mental, física ou “carentes” – que foram capacitadas profissionalmente pela Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape) – fazem a triagem do resíduo. O material é enviado ao centro de reciclagem. Ele é transformado em chips de borracha – pequenos pedacinhos de borracha – utilizados na fabricação de um tipo de concreto.
Obs.: A foto eu tirei em Amsterdã, na Holanda. Ô saudade.