A briga com a Dengue

Espirrei o repelente nas pernas e nos braços. Eu que não quero voltar “dengosa” para São Paulo. Pena que, mesmo assim, não teve jeito. No meu primeiro dia no Rio de Janeiro, fiquei cheia de picadas de mosquitos. E não pense que fui fazer trilhas ou algo semelhante. Apenas caminhei pelos bairros.
No dia seguinte, fui admirar o pôr-do-sol do Arpoador – um dos meus lugares preferidos na Cidade Maravilhosa. Apesar de todo meu cuidado, juro que um mosquitinho amarelo e preto tentava sugar o sangue do meu braço. Claro que não era uma abelha. Espantei o inconveniente. Será o tal Aedes aegypti?
Em seguida, dentro do ônibus circular, saquei o produto da minha bolsa e mandei ver. Tomei um banho de repelente. Sem economizar ou medo de ser feliz, exagerada, ridicula, turista, etc. Os passageiros em volta nem perceberam…
Conversando com cariocas sobre os trabalhos de Oswaldo Cruz, senti como se estivéssemos regredindo no tempo. No início do século passado, o Rio de Janeiro – e outras cidades interioranas e quentes do país – sofria com epidemias semelhantes. Passados 100 anos de pesquisas e tecnologias, o que melhorou?

História das publicações brasileiras sobre ciência

Do Rio de Janeiro que continua lindo… A Biblioteca Nacional possui o projeto “Rede da Memória Virtual Brasileira“. Seu objetivo é facilitar o acesso da população à história brasileira. O melhor é que, finalmente, alguém lembrou-se da ciência. Há uma parte no site apenas sobre o assunto. Ele aborda o que foi publicado sobre o tema desde o descobrimento do país, oferece um guia de fontes para pesquisa e conta a história do Observatório Nacional.
A Biblioteca Nacional é imponente. Possui o maior acervo latino com mais de nove milhões de peças. Ela recebe uma cópia de todos os livros, letras de músicas, etc do que é registrado no Brasil. Quem não pode visitar pessoalmente seu acervo – e de quebra as belezas cariocas – tem como opção fazer pesquisas pelo site Biblioteca Nacional Digital. Encontrei obras digitalizadas dos anos de 1700 e tralalá. É perfeito para quem realiza trabalhos acadêmicos. Sem contar os achados! São mapas antigos de cidades, manuscritos de escritores consagrados, letras de músicas famosíssimas e por aí vai. Dica: digite um assunto de seu interesse e veja quanta coisa bacana aparece… Muitas obras do tempo do onça – como diriam meus avós.
Obs.: A imagem acima retirei do acervo de ciências da Biblioteca Nacional. São desenhos de tonéis e de veículos para o transporte de dejetos sanitários – écati -, da cidade do Rio de Janeiro em 1854.

Dia da Carona Solidária


Daqui uma semana, dia 28 de maio, será “comemorado” o Dia da Carona Solidária. O nome não necessita de muitas explicações. A idéia é dividir o carro para diminuir a poluição da cidade. Claro, o trânsito também terá uma melhora… O estado de São Paulo até criou uma promoção. Frases sobre “Como melhorar a qualidade do ar?” poderão valer ingressos para o Zôo Safari. Veja aqui o regulamento.
A carona é comum em alguns lugares “desenvolvidos”. Um amigo alemão me contou que, no país dele, existe o “site da carona”. Funciona assim. No site, o dono do carro registra para onde vai – pode ser uma viagem dentro da cidade ou entre municípios -, quando e quantas pessoas cabem no seu veículo. Os interessados pela carona se registram no site. No dia da viagem, eles dividem os gastos com o combustível e os pedágios. Perguntei se não tem perigo, afinal, as pessoas não se conhecem. “Não, que idéia a sua”, ele respondeu. Não é uma maravilha?
Agora, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Curitiba e por aí vai… Primeiro, é necessário investir em metrô e trem para conter a poluição – e o insuportável trânsito. Quando contei para um casal de franceses como era o transporte em São Paulo, eles ficaram chocados. “E o meio ambiente? Por que não colocam bonde, então, que é mais simples?”. Pois é… Tiraram todos de circulação!
Lembrando: Como diz um tio meu que mora no Rio… “Paulista é muito unido. Quando um vai para praia, todos seguem juntos. Na hora de voltar, a mesma coisa”. Hoje é o último feriadão do ano. Paulistas, velas para a Santa Paciência e a Mãe Natureza.

Primeira vez no Science Museum

Hall de entrada do Science Museum, em Londres“Escolha o que quer conhecer. Hoje, posso te acompanhar”, disse minha fofa- e- prestativa- super- amiga que morava em Londres. Era meu último dia na capital. Entre os lugares que ainda faltava conferir, estava o Science Museum.

Aquele monte de gente de credos diferentes indo e vindo pelo túnel sombrio. As paredes de tijolinhos úmidos vermelho-escuro. Algumas partes pichadas. Outras pareciam janelas com grades e vista para terrenos, aparentemente, baldios. Caminhávamos em silêncio. Ao sair do metrô, fui transportada para a Revolução Industrial. Esse clima me assustou.
Passado o passado e os rostos desconhecidos, saímos do túnel – do tempo – em direção à rua. Avistamos o museu em um edifício comum. Quando colocamos o pé direito porta adentro… Paralisamos. De volta para o futuro! Um saguão de três andares se abriu. No centro, uma luz girava de acordo com leis da física dentro de um anel com, aproximadamente, cinco metros. O lugar é incrível.
O Science Museum possui sete andares. Só pelo tamanho já dá para perceber que uma hora é pouco para visitar com calma todo o local. Nós começamos pelo subsolo. E fomos subindo. Eles disponibilizam ao menos quatro elevadores para os visitantes. Esse museu de ciência deixa os nossos tímidos.
O local é totalmente high tech. Foi subdividido por áreas de pesquisa ou do conhecimento como medicina e agricultura. Em cada uma, estão dispostos objetos antigos, novos ou “do futuro”. É possível interagir por meio de computadores com dados e ilustrações sobre os temas. Em alguns ambientes também pode-se tocar em objetos expostos – como uma espécie de cadeira-voadora do futuro.
Ficamos por lá duas horas, confesso que foi corrido. Observamos atenciosamente as áreas que mais nos interessaram: da ciência do século XVIII, do tempo e da energia. De qualquer maneira, conhecemos todo o museu. Fiquei realizada. Dentro de uma realidade quase virtual. “Quase” porque as coisas eram palpáveis.
O mais bacana é que o museu expõe o conhecimento de forma simples, mas não óbvia. Aconselho a visita. Inclusive, o lugar é ideal para quem possui filhos ainda crianças – ou quem quer voltar a ser! Além das exposições, é possível entrar nos simuladores e em outros “brinquedinhos”. Estes ingressos são cobrados à parte. Porém a entrada para o museu é gratuita.
Visite o site do Science Museum. Em “museum map” é possível navegar pelo museu e ver quanto tempo é sugerido para conhecer cada área dele. Dica: é melhor visitar em mais de um dia para não ficar cansativo.
Obs.: Na foto acima é possível ver o hall de entrada. Ao lado, a foto foi tirada de uma exposição temporária que comemora os 100 anos da invenção do plástico.

Couro Ecológico x Couro Natural

Conversei com alguns designers europeus sobre as tendências da decoração. Disseram que, atualmente, para revestir mobílias o mercado de lá prefere o couro “natural” no lugar do sintético. Nesse momento, questionei por que não utilizam o chamado “couro ecológico”. A resposta também veio como pergunta: “Quer couro mais ecológico do que o natural?”
Explico. O couro sintético ou “ecológico” é feito de PVC. Este, composto por cloro (derivado do sal de cozinha) e eteno (do petróleo). Por sua vez, o “couro natural” é a pele das queridas vaquinhas – ou de outros animais – que passa por processos químicos de tratamento.
Quem emprega o PVC alega que ele é mais resistente e que não há desperdício de petróleo na sua fabricação. Os defensores do “natural” afirmam que é mais aconchegante. Agora, fica a escolha do cliente. Prefere o desmatamento causado por algumas criações de animais ou o uso do petróleo? Na vida, tudo requer escolhas.

Lâmpadas purificam ambientes

Nunca utilizei nenhuma delas… Mas aí vai. Para tentar diminuir os problemas respiratórios, a empresa de iluminação Golden Plus lançou a linha da lâmpadas Purify. O produto possui um gerador de íons negativos que garante purificar o ambiente.
Segundo a empresa, os íons negativos limpam do ar partículas como pó, vírus, germes, fumaça de cigarros e outros agentes nocivos à saúde. Eles também agem no corpo. Aceleram a oxigenação das células e tecidos, mantendo a temperatura corporal mais estável. E, ajudam no humor, no controle da ansiedade, no alívio da dor e na melhora da atenção.
As lâmpadas Purify estão disponíveis nas opções fluorescente compacta e LED – ambas econômicas. Independente da potência da lâmpada, os íons negativos prometem purificar até 8 m³/h.
Obs.: Outras empresas comercializam lâmpadas iônicas, como a Alergohouse e a Polishop. Inclusive, existem lâmpadas de esterilização que emitem radiação ultravioleta com ação germicida. Elas matam ou neutralizam bactérias, vírus e outros organismos. Veja a da Germetec.

“Pra que dividir sem raciocinar, na vida é sempre bom multiplicar”


“Musica est exercitium arithmeticæ occultum nescientis se numerare animi”, disse o filósofo e matemático alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz. Não entendeu? Meu amigo Leon de Almeida, fera em latim, traduziu para nós: “A música é um exercício aritmético oculto da alma que lida com os números sem saber”. Lindo.
Até os compositores Antonio Carlos Jobim e Marino Pinto fizeram uma alusão à matemática na letra “Aula de Matemática” – seus versos deram o título ao post. Aliás, essa música faz parte da Bossa Nova. Ritmo que completa 50 aninhos! Uma simples mortal como eu poderia deixar de homenagear a Bossa Nova? Jamais. Por isso, veja duas descobertas recentes que unem música e matemática.
Em um encontro de neurologistas que aconteceu nos Estados Unidos, os pesquisadores concluíram que as artes são necessárias para o aprendizado. “De todas as formas de arte, no entanto, a música parece ser aquela que mais efeitos tem sobre o cérebro, sobretudo melhorando a capacidade para a matemática, a geometria e a leitura.” Essa frase faz parte de um artigo publicado, ontem, no jornal Destak de Portugal.
Na Science, os professores de música Clifton Callender, Ian Quinn e Dmitri Tymoczko descreveram o método chamado “Teoria Geométrica da Música”. Seqüências de notas, ritmos, acordes e escalas foram agrupadas em “famílias”. Estas “famílias” – ou grupos (!) – podem ser representadas em espaços geométricos. Dessa forma, cada grupo forma uma figura geométrica diferente. Agora, a música poderá ser estudada como uma matemática! Porém ainda prefiro o método que aprendi a tocar violão aos sete anos…
Mais: Chega de saudade! Se quiser testar os conhecimentos sobre Bossa Nova, acesse este especial bacaninha. Na foto ao lado temos Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Desde criança sou apaixonada por ambos e, claro, pela Bossa Nova. Depois, no meu coração estão os sambas e algumas músicas eletrônicas – adoro a batucada. Não sei o porquê. As pessoas com as quais cresci preferem MPB, rock e outros ritmos…

Vou para o espaço, depois de decifrar meu DNA

Uau, parece coisa de ficção científica. A ciência e a tecnologia estão proporcionando experiências incríveis. Tenho me animado. Veja o que logo irei fazer:

  • Turismo espacial. Este é um sonho de criança! Imagine só ver a Terra do alto… Deve ser lindo. “Ela é azul”. Vou contatar as empresas Rocketplane Global e Virgin Galactic. Desenbolsando US$ 200 mil, mais ou menos, acho que dá. Para me hospedar fora do nosso mundinho, vou conversar com a Bigelow Aerospace e ver qual quarto do hotel possui a vista mais interessante. Será que escolho com janelinha para a Lua ou à Terra?
  • Analisar os meus genes. Sou apegada à família e aos antepassados. Também, quero saber a quais doenças sou propensa e entender mais a minha personalidade. Vou ligar agora mesmo para as empresas deCODEme e 32andME. Fiquei sabendo que o serviço custa mil dólares.
  • Usar laser contra os pêlos. Afinal, por que tê-los? Como os dois itens acima estão mais distantes da minha realidade – leia-se dinheiro – falarei com a dermatologista. Para marcar já uma depilação. Dessa maneira, aproveito para comemorar o “Dia da Invenção do Primeiro Laser” – hoje – usando a ciência e a tecnologia a meu favor!

Caso Isabela: reflita pela Semiótica

Super-homem, Pelé, Einstein, Che Guevara, etc. Já reparou que o herói – qualquer que seja – segue sempre o mesmo caminho? Ele vive de forma comum e estável. Até que, de repente… descobre quem tem ou adquire um “super poder”. Neste momento, é “chamado” para participar de um mundo estranho, diferente do que vivia. Aí, ele começa a enfrentar desafios. E os supera. Sempre é assim. Esse é o chamado “Mito do Herói”, descrito por Joseph Campbell, pesquisador da área de mitologia. E muito citado na Semiótica.
Mesmo depois de prenderem Alexandre Nardone e Ana Carolina Jatobá, o “Caso Isabela” – nome que, aliás, não sei se escreve com dois ou um “l”, pois em toda a mídia foi publicado das duas maneiras – continua sendo discutido. Teve até repercussão em veículos estrangeiros como jornais franceses e ingleses. Eles tentaram explicar o porquê de tamanho Ibope, literalmente. A violência familiar, a agressão contra crianças, a condição financeira e a classe média brasileira foram alguns dos temas analisados.
Não excluindo nenhuma das conclusões publicadas – todas possuem uma fatia de verdade para mim -, sugiro a observação pelo “ângulo” semiótico. O casal se encaixa perfeitamente como o “anti-herói” do que coloquei acima. Eles viviam como toda a classe média brasileira. Até que um crime inaceitável foi cometido. E o casal, culpado por ele. Assim, foi obrigado a viver em um mundo totalmente diferente do anterior. Os dois ficaram “famosos”. A rotina mudou. Estão passando por vários desafios como não poder sair de casa, convencer de que são inocentes e superar a prisão. Até que tudo isso vai culminar no fim. No fim do anti-herói – saberemos qual.
Isso tudo para expor a Semiótica. Ela é a ciência que estuda os sintomas (signos) dos fenômenos culturais. Ou, grosseiramente falando, a Semiótica pesquisa as representações das coisas do mundo que estão em nossa mente. Deriva da palavra grega “semeiotiké” – traduzindo, “arte dos sinais” – e tem origem na medicina. Para ler mais sobre o assunto, clique aqui. Este link da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) reúne sites interessantíssimos sobre o tema. Entre eles, o CISC possui biblioteca e artigos bacanas.
Anexo: De maneira simplista, existem as Ciências Biológicas, Exatas e… HUMANAS – onde está a Semiótica! Por que todos esquecem das humanas, minha área!?! Geralmente, porque as pesquisas não são muito divulgadas, nem consideradas de interesse da população e muitos cientistas acham subjetivos os trabalhos realizados nesse campo. O que abre espaço para a discussão do “se é verdade ou não”. Mas, é ciência sim. E vale a leitura!

A ciência e o meio ambiente vistos por um olhar atraente e feminino