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Fique a ver baleias!

Se você está no Facebook ou em algum grupo de WhatsApp, é capaz que tenha recebido recentemente videos de baleias pulando em águas do litoral brasileiro. Um momento mágico! O Brasil é um berçário para algumas baleias que vivem na Antártida. Quando chega o inverno, em julho, elas migram para cá para parir seus filhotes e amamentá-los até o mês de novembro. Duas espécies têm esse comportamento: a jubarte e a baleia franca. Mas elas costumam se deslocar para locais diferentes do Brasil. A jubarte segue pelo litoral brasileiro até chegar à Bahia, onde fica Abrolhos, o maior berço reprodutivo dessa espécie por aqui. Já a baleia franca pode ser encontrada desde o Rio Grande do Sul até a Bahia também, mas ela costuma se concentrar no Sul do Brasil. Ano passado, o Projeto de Monitoramento de Cetáceos estimou haver 842 jubartes entre Florianópolis e Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Aliás, vale lembrar que as baleias são protegidas por lei no Brasil desde 1987. Segundo Gabriela Godinho, pesquisadora do Instituto Baleia Franca, o fim da caça e as áreas de conservação garantiram maior proteção das espécies, aumentando o número de baleias em mares brasileiros. A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) aponta um aumento da população de jubartes no mundo. Sobre o risco que corre a baleia franca, a organização não tem dados suficientes. Se você quiser fazer um passeio de barco para avisá-los, procure agências credenciadas por órgãos públicos ou indicadas por ONGs. Deve-se manter cerca de 100 metros de distância do animal e permanecer com o motor desligado e sem música alta. 

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Uma mancha vermelha no mar

Nesse fim de semana, os lindos céu e mar azuis pincelado por golfinhos em São Sebastião foi coberto por densas nuvens cinzas. O vento que trouxe essas nuvens agitou o oceano e carregou mais surpresas para perto da areia: uma mancha vermelha na água. Minutos antes, uma tartaruga morta foi encontrada ainda sangrando na praia. “Não é possível que toda essa mancha seja o sangue da tartaruga”, pensei. “São algas”, concluiu o grupo com o qual conversava.

 

Claro que, curiosa, entrei na água até acima do joelho para ver de perto (sem mergulhar). Nem sei se faz mal para a saúde, mas não resisti. Incontáveis algas avermelhadas de vários tamanhos boiavam lado a lado forrando o mar perto da praia com sua cor vermelho-coral alarmante (clique nas imagens para ampliar). Até deixei de sentir frio causado pelo vendaval que varria a parte da pele molhada exposta para fora da água. Fiquei ali admirando “a união faz a força” daqueles pequenos seres por alguns minutos. Saí fedida – geralmente, alga exala um cheiro forte.Algum biólogo saberia dizer se esse é o fenômeno conhecido por maré vermelha (proliferação excessiva de algumas espécies de algas tóxicas que pode ser causada, entre outros, pela poluição do mar)?

Boa colorida semana!