E Murilo esqueceu-se de Velasquez…
No Museu do Prado, enquanto permanecia atônito e inebriado de admiração diante de Las Meninas, lembrei-me de nosso Murilo Mendes. Desejei que ele houvesse escrito as suas impressões da obra, assim como fez com as obras de Vermeer.
Vermeer de delft
É a manhã no copo:
Tempo de decifrar o mapa
Com seus amarelos e azuis,
De abrir as cortinas – o sol frio nasce
Nos ladrilhos silenciosos -,
De ler uma carta perturbadora
Que veio pela galera da China:
Até que a lição do cravo
Através dos seus cristais
Restitui a inocência.
(Murilo Mendes, 1947).
Bom feriado a todos!
Discussão - 2 comentários
Impossível não ficar atônito diante dessa obra tão emocionante no Prado. Me lembro como se você hoje a primeira vez que tive este prazer...
Pois é, ninguém fica indiferente. Já visitou o Belvedere, em Viena, e viu "O Beijo", de Klimt?