O conde e a insônia
O conde Hermann Karl von Keyserling sofria de insônia. Assim, por volta de 1741, procura o grande Johann Sebastian BACH e pede a ele que componha algo que o faça dormir. Bach escreve uma ária seguida por trinta variações, que são executadas de maneira irretocável pelo jovem e talentoso cravista do conde von Keyserling, Johann Gottlieb Goldberg. A ária e suas variações, em homenagem ao estupendo cravista, passam a ser conhecidas como “as variações Goldberg”. Em toda a história da música, desde então, ninguém foi capaz de superar o brilhantismo do pianista canadense Glenn Gould ao tocar as variações Goldberg. Ao escutá-las, nos últimos dias, tive de concordar com Schopenhauer: ” A música é como um banho para o espírito; purifica de toda a mancha, de tudo que é mesquinho e mau; eleva e nos põe em relevo com os maiores pensamentos, fazendo-nos compreender o que valemos, isto é, O QUANTO PODERÍAMOS VALER”. E viva a insônia do conde!
Discussão - 2 comentários
Já que um dos temas é neurociência, acho relevante perguntar sobre a eficácia das varições no combate à insônia do conde...
Não, parece que as variações não surtiram o efeito desejado e que, cada vez mais, o conde permanecia acordado, deleitando-se com a ária e as suas variações. Também, que mandou pedir para Bach?