Não desista, amigo

Domingo. Encontrei um amigo mais jovem, bom papo, sempre disposto a discorrer sobre o último livro que leu ou espetáculo a que assistiu. E, pela segunda vez, reclamou da sua incapacidade de prosseguir além das páginas iniciais do “Ulisses”, de James Joyce. Disse a ele que não desanimasse, pois eu mesmo havia desistido três vezes e, após um esforço razoável e mais de quatro meses, consegui terminar a leitura. E só posso dizer que o esforço foi recompensado. Perguntei, então, se ele conhecia “Donna Lee”, um clássico do bebop, com Charlie Parker. Respondeu-me que sim e que, durante as primeiras audições, sabia que o bebop havia causado uma espécie de estranhamento nos ouvintes habituais do jazz, do “swing” então vigente de Glenn Miller e Benny Goodman. Nesse momento, citei uma crônica escrita pelo crítico Whitney Balliett (“Chicago, Chicago”) em que ele descreveu o bebop da seguinte maneira: “the Joyce of jazz”. Pois é, amigo. Não desista. As peripécias de Leopold Bloom aguardam por você. Novamente.

Discussão - 4 comentários

  1. Anonymous disse:

    Ouvi Donna Lee no you tube. Não conhecia. Genial!

  2. luiz damasceno disse:

    O que ele quis dizer com o "Joyce do jazz"? Que o bebop era estranho, difícil?

  3. Anonymous disse:

    Que era refinado demais, Luiz...

  4. r.o. disse:

    Amigo, jazz é um estado de espírito, é música dos deuses (e do diabo). Ulisses, de Joyce, é um porre com uísque barato.

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