A dialética de Bloom
Não desprezo Hegel e a sua dialética, pois seria um auto-atestado de estupidez. Mas sempre achei – e continuo achando – que o filósofo alemão é valorizado além do que deveria. Entre ler Hegel e Wittgenstein, fico com este. Harold Bloom acho que compartilharia da mesma escolha. “Lemos, penso eu, para sanar a solidão, embora, na prática, quanto melhor lemos, mais solitários ficamos. Não posso encarar a leitura como vício, mas tampouco é virtude. Pensar, para Hegel, é uma coisa; para Goethe, é outra, bem diferente. Hegel não é um escritor da sapiência; Goethe, sim. O motivo mais profundo da leitura tem de ser a busca da sabedoria. O saber mundano raramente é sábio, ou mesmo prudencial. Shakespeare, o maior dos artistas do entretenimento, é também o mais sábio dos mestres, se bem que o fardo do seu ensinamento talvez seja o niilisimo, lição inserida em Rei Lear.” (Onde encontrar a sabedoria? Ed. Objetiva, página 121). Não por acaso, adivinhem o que diz a dedicatória desse livro de Bloom? “Para Richard Rorty”…
Discussão - 11 comentários
Folgo em saber que Rorty anda a fazer das suas...Há que diferençar sabedoria de sapiência. Nosso Rubem Alves já o fizera.Comparar Hegel com Goethe é sacanagem. Hegel é como Marx, Kant ou Descartes. Hegel não é para se gostar, é para ser ultrapassado.Já Goethe, bem ... Como ultrapassá-lo? Como ultrapassar Pessoa ou Machado?
E qual é tal diferença?
Não tenho muita simpatia pelo Rorty~; acho ele uma grande enganação em forma de pseudofilosofia beirando a auto-ajuda. Já do Bloom, nunca li nada.
AMIGO DE M.,TUDO BEM?LER É TUDO,ASSIM COMO A MÚSICA,MAS LER É A VIDA PARA MIM.BJUS
Querido Amigo,tem toda aquela idéia do Deleuze de que a Filosofia sempre impulsionou verticalmente às alturas ou às profundezas, mas, e a SUPERFÍCIE? E a PELE??...Abração!
Segundo Rubem Alves, sapiência é sabedoria degustável, algo erótica, que desperta sentimentos em quem a prova.Hegel é sábio. Seu texto, árido e seco. Diferente do texto roliço, fornido e apetitoso de Shakespeare ou Goethe.Textos onde nos acabamos como num Carnaval de sensações e de onde saímos enebriados de prazer, idéias e conceitos... E se filosofar é criar conceitos segundo Deleuze, cá estamos de novo em Rorty...Acho que Harold Bloom concordaria, não?
o R. RORTY NÃO MORREU O ANO PASSADO?OU ESTOU CONFUNDINDO, DE QUALQUER FORMA A SABEDORIA ANDA LIVRE POR AÍ, QUEM QUISER É SÓ PEGAR E PRESTAR ATENÇÃO.BJUS AMIGO DE M.
Helena, o Rorty morreu em junho do último ano. O homem, apenas. Kx, então sapiência é o equivalente, em psicanálise, ao "insight"?Abraço!
A analogia que o Rubem Alves faz é com a cozinha. Veja esse link http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u916.shtml
Caro Kx, não consigo acessar o link. Tenatrei de novo.Abço!
COCNCORDO COM VC, O HOMEM MORRESUAS IDÉIAS FICAM!BOM,NÃO É?AMIGO,BJUS