“Em todo lugar onde nada houver, lê que te amo”

https://www.blogs.unicamp.br/amigodemontaigne/wp-content/uploads/sites/206/2011/09/7879603_4033492.jpg


Caros Amigos, embarco, em instantes, para Toronto e Nova York. Gastarei uma semana em cada cidade, meio a trabalho, meio a passeio. Deixo, aqui, trecho da “bela e desesperada” carta escrita por Diderot à Sophie Volland. Ela me foi apresentada pelo Cássio, fiel e cativo leitor deste blog. Obrigado!  

10 juin 1759, Denis Diderot à Sophie Volland

J’écris
sans voir. Je suis venu. Je voulais vous baiser la main et m’en
retourner. Je m’en retournerai sans cette récompense. Mais ne serai-je
pas assez récompensé, si je vous ai montré combien je vous aime. Il est
neuf heures. Je vous écris que je vous aime, je veux du moins vous
l’écrire ; mais je ne sais si la plume se prête à mon désir. Ne
viendrez-vous point que je vous le dise et que je m’enfuie ? Adieu ma
Sophie, bonsoir. Votre cœur ne vous dit donc pas que je suis ici. Voilà
la première fois que j’écris dans les ténèbres. Cette situation devrait
m’inspirer bien des choses tendres. Je n’en éprouve qu’une, c’est que
je ne saurais sortir d’ici. L’espoir de vous voir un moment me retient,
et je continue de vous parler, sans savoir si je forme des caractères.
Partout où il n’y aura rien, lisez que je vous aime.

 

10 de junho de 1759, Denis Diderot à Sophie Volland

Escrevo
sem ver. Vim. Queria beijar tua mão e ir-me embora. Voltarei sem essa
recompensa. Mas já não serei bastante recompensado, se tiver te
mostrado o quanto te amo? São nove horas. Escrevo-te que te amo, quero
ao menos escrevê-lo; mas não sei se a pena se presta a meu desejo. Será
que não virás para que eu te diga e depois fuja? Adeus minha Sophie,
boa noite. Teu coração então não está te dizendo que estou aqui. Essa é
a primeira vez que escrevo nas trevas. Essa situação deveria me
inspirar muitas coisas ternas. Sinto apenas uma, é que me é impossível
sair daqui. A esperança de te ver um instante me detém, e continuo te
falando, sem saber se estou formando caracteres. Em todo lugar onde
nada houver, lê que te amo.

(tradução de Alain Mouzat)

 

Discussão - 4 comentários

  1. maria disse:

    fiquei angustiada!
    e curiosa para saber a história.
    linda carta.
    boa viagem!

  2. Sibele disse:

    Que linda carta!

  3. Sibele disse:

    Et bon voyage, mon ami! 🙂

  4. Amigo de Montaigne disse:

    Obrigado. J'a estou em Toronto, com muito sono...

Envie seu comentário

Seu e-mail não será divulgado. (*) Campos obrigatórios.

Categorias

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM