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Cadê o horizonte?

Vou iniciar uma série de posts “uma imagem vale mais que mil palavras”. Mas, como gosto de falar, segue a legenda. A foto – clique nela para ampliar – foi tirada no fim de semana passado, na rodovia Rio-Santos, no caminho entre Maresias e Barequeçaba. Se já circulou por essa estrada, com certeza se deslumbrou com a paisagem – mar, praias, ilhas – vista do próprio carro.
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Menos é mais

Escrevi no Twitter que meu apê será minimalista. Meio que tirando um barato de não poder mobiliá-lo todo antes de me mudar. Aí, a @samegui mandou: “nosso apê é minimalista – aprendemos em Tokyo (…) mas vcs naturalmente perceberão – eu só aprendi depois de casada, ao montar o apê onde tem terremotos, que não precisamos de muito.”
Fiquei com esse problema geológico do Japão na cabeça o dia todo. Esse deve ser um dos motivos para os orientais serem tão práticos. E, graças à @samegui e uma conversa com a @jucmartins, percebi que na realidade estou tirando da minha vida tudo o que “sobra”. Aquilo que não terá utilidade. A futilidade. Ao mesmo tempo, só estou adquirindo o que terá um variado – ou muito – uso.
Essas foram as nossas – meu respectivo e yo – posições antes de nos mudarmos. Roupas em bom estado que não visto mais? Estou dando para quem irá usar. Móveis e objetos que quero levar? Reformo e destino um uso. Lembrancinhas? Algumas, claro, fazem parte da minha memória – como meus diários e minhas publicações que irão como “HD externo”. Para outras… o destino é a reciclagem.
Estou sendo bem feliz assim. A cada objeto/sapato/roupa/livros que dou, um peso sai dos meus ombros. A vida – boa ou não – foi vivida. Não adianta carregarmos a carapaça – a não ser aquilo, como disse anteriormente, insubstituível com grande apelo emocional. Mesmo porque o que realmente nos faz feliz – e a ciência comprovou – são os momentos ao lado dos que gostamos e de aprendizado. É disso que quero “lotar” o apê.

O quati não late, mas morde

DSC01025.JPGEstava pasmando no Parque Nacional Iguazú, parte argentina das Cataratas do Iguaçú, do lado de fora de uma lanchonete. Enquanto isso, uma gringa desavisada – não deu atenção às placas – comia seu delicioso lanche. Entre uma mordida e outra colocada no prato, num momento de distração, um quati subiu na mesa. Ele agarrou com a boca o sanduíche e correu para debaixo da mesa.
A moça nem tentou brigar por sua comida. Já gritou com medo do bichinho. O pessoal em volta tentou obter a deliciosa refeição de volta, sem sucesso. Aliás, nem os guardas florestais do parque conseguiram espantar o animal para muito longe. Os bichos se acostumaram.
DSC00633.JPGNa parte brasileira das Cataratas, os guardas usam uma varinha para espantar a espécie. Eles batem com força no chão sempre que um quati se aproxima de nós. Aqui, no Brasil, eles fogem. Porém, essa aproximação acontece porque os animais devem ter se acostumado com pessoas, no passado recente, dando comida para eles. Aí, quem quer se alimentar na floresta se ganha na boca gordura trans?
No Parque Estadual de Vila Velha – também no Paraná -, com a reformulação do lugar, os quatis ficam longe das pessoas. Hoje, eles têm medo de nós. De certa maneira, é bom para ambos. Afinal, eles seguem com uma alimentação e costumes adequados. Apesar deles serem bonitinhos, sua mordida passa raiva – uma doença infecciosa.
Recentemente, recebi em uma newsletter da ONG S.O.S. Mata Atlântica com informações interessantes: “O quati (Nasua nasua) é um mamífero comum na Mata Atlântica brasileira. Possui um nariz comprido, que utiliza para farejar suas presas, a maioria pequenos vertebrados e insetos que busca na terra e nos troncos podres. Também se alimenta de frutas e ovos, e gosta de subir em árvores. Os machos adultos vivem sozinhos. As famílias de quatis são formadas pelas fêmeas e seus filhotes, que permanecem junto da mãe até os dois anos de idade. É conhecido pelo fato de, ao se sentir ameaçado, se fingir de morto, se jogando no chão de patas para cima. Outras espécies, como o Gambá, também usam este artifício”.
Obs.: A foto acima foi tirada na Argentina; e, a ao lado, no Brasil. Boa semana!

Por que individualizar o gás e a água?

Esses dias, participei da reunião do condomínio que iria discutir, entre outras coisas, a medição individualizada da leitura do gás e da água. Nem preciso dizer que não perderia essa reunião por nada. Aqui, entre nós, posso revelar: dei uma de “advogada do diabo”.
No momento certo, como um animal esperando para dar o bote, lancei a pergunta para um senhor convidado que representava uma empresa de medição: “É, mas quanto essa individualização de água (que é cara) vai gerar de economia para o condomínio”? E, como quando o maestro abaixa a batuta, veio a resposta: “A economia é de 40% para o condomínio, em geral”. Tchanan!
Olhei em volta, discretamente – eu estava meio que escondida por uma coluna. Maioria dos rostos parecia convencida. Mais ainda quando se falou da parte “democrática” da questão. Isto é, quem gasta mais, paga mais – mexeu com o bolso, é causa ganha. O fato é que até eu fiquei espantada com o número. Pô, quase metade da água é poupada! Não duvido, não.
Eles relataram um problema comum. Por exemplo, no caso da água. A conta vem alta. Você, que mora sozinho, fica o dia todo fora e só toma um banho por dia, não se conforma. Resolve gastar mais água para “compensar” a conta cara. Resultado? No outro mês, como muitos pensam assim, a conta é maior ainda. Convenci?
Lá no condomínio, a votação foi a favor. Mas não a separação imediata, só daqui alguns meses se dará início ao processo. Uma pena. Democracia, é isso aí, feliz ou infelizmente.
Dicas! Gentem, para quem busca algo mais técnico combinando construção e meio ambiente, indico esta revista Guia da Construção com matéria sobre destino de resíduos da construção civil – um problemão ainda pouco abordado. E, aqui, outra revista da área (a Téchne), inteirinha, apenas sobre sustentabilidade. Divirta-se e bom finde!

Por que andar de carro no Dia Mundial Sem Carro?

DSC_0036.JPGEste é um manifesto. Um grito desesperado a favor do urbanismo que priorize os pedestres, não os carros. As ciclovias, não as avenidas. O transporte público, não o individualismo.
Meu sonho é ir ao trabalho de “biquicleta” – como dizia meu irmão quando era criança. São cerca dez quilômetros. Demoraria o mesmo tempo que levo dirigindo o carro – quase uma hora. E o mesmo para voltar – mais quase uma. Ainda por cima, não teria que “perder” uma hora e meia na academia. Mas o medo de ser atropelada, onde coloco?
E andar a pé? Já escrevi no blog que foi disso que mais senti falta quando voltei da Europa. Antes de ir, me falaram dessa sensação de liberdade e segurança. Coisa que só entendi chegando em São Paulo na hora do rush pelo aeroporto internacional em Guarulhos. Minha vontade era de voltar voando, literalmente.
E o transporte público bom e barato? Em alguns lugares do Brasil, muitas vezes, a diferença é pouquíssima se comparar ao uso do carro. Sem contar as horas espremidos como sardinha. Gostaria de ciclovias, de calçadas bem conservadas e, no mínimo, respeitando a legislação em sua metragem. Deixo aqui meu recado para este dia 22 de setembro.
A foto tirei em Palmas (TO). Qualidade de vida, não? Veja mais no Flickr do Yahoo! Notícias.
Dica: O Yahoo! lançou o site Social Bike, uma iniciativa para o Dia Mundial Sem Carro. Não é porque trabalho lá, mas está bem bacana e trata apenas sobre… bicicleta!
Quem sabe assim, juntos, conseguimos transformar as nossas cidades em pequenas Amsterdãs?

Dúvidas sobre o que é melhor para o meio ambiente?

DSC08181.JPGSou a rainha dos “mas por quê?” desde criança – meus pais que digam. Sempre tive na ponta da língua: “porque sim não é resposta”. Claro que falava de tal maneira engraçadinha para não ser mal educada.
Aliás, já contei por aí que creio que a curiosidade sobre tudo do mundo foi o que me transformou em jornalista – e me faz buscar explicações na ciência. Encontrar uma resposta é como avistar uma ilha deserta, deslumbrante, com rede, água de coco, frutinhas frescas e ensolarada em meio a um mar azul-escuro agitado devido a uma forte tempestade.
Bom, a rede mundial de computadores é útil nesse quesito navegação. Hoje, internet afora, encontrei um projeto da Universidade de Taubaté (Unitau) que disponibiliza em sua página a resposta para diversas questões ambientais! Terra à vista!
O site responde dúvidas como: Papel reciclado é sempre bom para o ambiente? Como saber qual secador é mais econômico? Qual é o jeito ecologicamente correto de fazer a barba, com aparelho elétrico ou manual? O que polui menos, cremar ou enterrar um corpo?
Tire suas dúvidas aqui! Pelo que entendi, o site faz parte do plano para o gerenciamento de resíduos gerados pela comunidade acadêmica da universidade. Maravilha, minha gente. A marinheira agradece.
Foto: Fiz em São Sebastião, praias lindas.

O fantástico mundo do sertão brasileiro

DSC00167.JPGO Rally dos Sertões foi uma das coisas mais fantásticas das quais já participei. E, sem dúvida, também o maior perrengue da minha vida. Bom, a corrida é o fio condutor para algo muito maior: a troca de cultura e as paisagens deslumbrantes (meio ambiente). O interessante, e óbvio, é que todas as pessoas que participam de alguma forma de um evento desses – seja como mecânico, médico, motorista – tem detalhes em comum: o espírito aventureiro, a vontade “explorar” o desconhecido e uma imensa curiosidade. Porque, sem isso, zero dois, é pede para sair.
O perrengue. Fui cobrir os bastidores da competição para o Yahoo! – veja as fotos aqui – da maneira mais roots possível, dormindo na Vila Sax. Trata-se de uma “vila” que, como um circo, é montada de cidade em cidade – a competição começa em Goiás e acaba no Ceará, não há uma cidade “sede”. Isso significa que eu dormi em barracas, tomei banho em um banheiro de lona comunitário com quatro chuveiros de água fria – no chão do box, havia uma caixa de água cortada ao meio para pisarmos, vulgo “jacuzi” para os rallyzeiros -, escovei os dentes em um tanque e fiz xixi no matinho – um vaso sanitário para cerca de 100 pessoas que dividiam a vila era inviável em determinadas horas do dia. Às vezes, faltava água e luz. Outras, a vila era montada no asfalto. E, em todas, os veículos que participavam do Rally eram consertados ao lado das barracas durante toda a noite – imagine barulho de motor acelerando e de maçarico até o amanhecer. Quem conseguia dormir entre tantos roncos – inclusive humanos – deveria acordar cedo, algumas vezes antes do sol raiar, para passar o dia chacoalhando na estrada de terra, areia ou asfato esburacado. Fácil.
A beleza. Fui para lugares que nunca imaginei conhecer como Palmas (TO) e Teresina (PI). Juro, até fiquei emocionada ao chegar nesta capital. Segundo minha referência, São Paulo, Teresina era um lugar muito distante sobre o qual não conhecia sua cultura – que é rica e pesquisei antes de pisar lá. Também foi impressionante observar a Caatinga de perto. Aquilo, sim, é sertão. Lugar seco. Solo empoeirado e com pedregulhos. Mata áspera que parece fantasma – ao contrário dos seus habitantes solícitos que conheci no interiorzão do Piauí. O Cerrado também tirou o fôlego. Porém, a cereja do bolo esperada por todos era o Jalapão. Não tive tempo para ir a suas cachoeiras e me banhar em seus rios, nem ver suas dunas. Mesmo assim, o pouco que presenciei é de chorar de lindo – vide foto. Ainda bem que o lugar é um pouco inacessível, uma forma de o manter protegido do turismo predatório. Em seguida, uma surpresa boa foi atravessar um parque estadual – que não encontrei o nome (!) – localizado entre o Tocantins e o Maranhão. Lugar divino. Lá vi araras azuis e canindés voando aos pares. E passei por trilhas como um devido rally off road. Brevemente, incluo também nesta beleza as pessoas que conheci – “locais” e de passagem como eu. Primeiro, a curiosidade entre os habitantes dos povoados mais distantes do Brasil por nós era a mesma que sentíamos por eles. Em segundo, como em um reality show, fomos obrigados a conviver com pessoas de diversos lugares do mundo que acompanhavam a caravana de cerca de 1700 pessoas do Rally dos Sertões. Convivência, entre desconhecidos, em situações extremas 24 horas por dia. Lá fiz grandes amigos. Sejam de uma semana ou de uma vida. O tempo dirá.
Só sei que me senti em um mundo paralelo. Em um Brasil completamente desconhecido dos “cosmopolitas” das capitais do Sul e do Sudeste – sem preconceito, ok? Parênteses: ao chegar em São Paulo, pela primeira vez do avião achei a cidade bonita – o piloto sobrevoou nossas represas. E me senti como se estivesse voltando de uma viagem ao exterior. Com uma nova e completamente diferente cultura na bagagem – sensação parecida com minha volta do meu “mochilão” na Europa. Não sei o quanto isso irá impactar nas profundezas do meu ser – que bonito isso. Agora, para os que só pensam em comprar, digo uma coisa. Vi com meus próprios olhos que essa terra há de comer que quanto menos consumo, mais a natureza é preservada. Paralelamente, o triste, nisso tudo, é ver compatriotas passando necessidades por não terem luz, água encanada e esgoto – vou tentar encaixar isso em ciência ou meio ambiente para relatar aqui no blog e, quem sabe, desta maneira dar uma força para ajudá-los. Vidas secas.
Estórias para dormir sorrindo
É verdade que o perrengue rende as melhores piadas internas e as mais engraçadas histórias – incluindo as coisas mais nojentas. Como, por exemplo, uma “participação especial” minha. Na última viagem de Sobral para Fortaleza (ambos CE), eu, muito cansada, dormia na banco de trás do carro. O motorista e um colega jornalista conversavam sobre viagens – entenda que eu não participava da conversa, pois estava com Morfeu. O jornalista disse que foi para Fernando de Noronha pela Trip – só ouvi essa parte. Acordei e perguntei: “Você foi de dupla hélice?” Ele disse: “Sim”. Em seguida, emendou: “E você? Como foi pela Gol?” Tarde demais. Eu já dormia como um anjo. Após o silêncio, acordei com as risadas deles. E, aí, entendi o que aconteceu.

Poder x amor. Quem vence?

martin-luther-king.jpgEstive na Conferência Internacional (CI) Ethos 2010. A CI é organizada pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, criado em 1998 por um grupo de empresários e executivos. Durante o evento, são realizadas várias palestras e debates sobre sustentabilidade atrelada a questões empresariais. Bastante voltadas para as empresas que estão começando a se interessar pelo tema ou empresários que querem investir em novas tecnologias que poupam mais o meio ambiente.
Apesar das palestras, o que me chamou mesmo a atenção, foi o discurso do autor do livro “Amor e Poder”, o canadense Adam Kahane, especialista em resoluções de conflitos empresariais e sociais.
Era o lançamento do livro dele. Umas das primeiras frases de Kahane foi algo do tipo: “Não vejam minha palestra pensando que sabem tudo sobre o assunto. Tentem ficar abertos para novas ideias”. Hum, pensei, ok. Vamos ver o que ele tem a dizer. Kahane começou contando que, há 20 anos, trabalha em resolução de conflitos. Foi para a África do Sul trabalhar, na época do apartheid. Se apaixonou por uma mulher. E por lá está até hoje.
Na África, matutou: “Por que os desafios sociais emperram?” Na época do apartheid, o povo sul africano brincava que existiam duas maneiras de resolver o problema deles – resumindo, a segregação racial. O jeito miraculoso era dar certo os debates formados por brancos e negros e pelas opiniões opostas. O possível era ajoelhar e ter as preces atendidas. Por incrível que pareça, o milagre aconteceu.
De acordo com Kahane, isso foi possível porque o poder e o amor se equilibraram. Ele usa a definição, em poucas palavras, de que poder é a motivação em realizar de maneira ampla, o desejo de alcançar um objetivo. O amor, o impulso pela unidade, de se unir a outras pessoas. Os dois podem trazer dois tipos de frutos. No caso do poder, ele pode construir tanto como oprimir e destruir. O amor, gerar e dar a vida ou degenerar e reprimir. A falta do amor degenera o poder. A falta de poder torna o amor degenerativo. “O poder do amor pode ser negligente. E o poder sem amor, anêmico”, disse.
Qual a solução? Tentar o equilíbrio. Para ele, o poder não é inimigo do amor. “Grandes empresas que trabalham sem se preocuparem com a unidade podem gerar um resultado catastrófico”, alertou o autor. Ele acredita que, agora, de modo geral, precisamos de mais amor. E, dentro de nós…
Mais uma vez, de equilíbrio. “Cada um se sente mais confortável pendendo com um ou outro”, explicou. Na hora do aperto, cada um pende para um lado. Assim, ele disse que devemos fortalecer nosso lado fraco. Sejamos nós pessoas jurídicas ou pessoas físicas. A dica dele é treinar, é praticar. “Não há um caminho trilhável, cada um faz o seu”. Como disse Martin Luther King Jr.: “Poder sem amor é descuidado e abusivo, amor sem poder é sentimental e anêmico.”
*A inscrição desta no CI do Ethos foi feita pela Natura.

Ouvir Mozart não te deixa mais inteligente

mozart.jpgHá mais de 15 anos os cientistas discutem os efeitos da música clássica para a inteligência. Agora, pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, comprovaram que ouvir esse tipo de música não melhora a habilidade cognitiva específica.
Tudo começou, há um tempo atrás. Quando, em 1993, a revista Nature publicou um artigo da psicóloga Frances H. Rauscher, da Universidade da Califórnia. O texto relatava melhor desempenho de universitários após a exposição à música do gênio aquariano Wolfgang Amadeus Mozart.
Depois disso, nos Estados Unidos, vários governadores estimularam esse tipo de música. Em 1998, o estado da Flórida chegou a aprovar uma lei que obriga as creches a colocarem ao menos uma hora de música popularmente chamada “clássica” por dia para os bebês.
Como uma amante dessas lindas composições, eu agradeceria. Sempre brinquei dizendo que, durante a gravidez, vou ouvir esse tipo de música para o bebê nascer gostando de coisa boa… E samba também, claro.
Os psicólogos Jakob Pietschnig, Martin Voracek and Anton K. Formann analisaram 40 estudos independentes e outros trabalhos acadêmicos inéditos, totalizando mais três mil participantes.
O estudo, publicado na revista científica Intelligence, concluiu, com base nessas evidências acumuladas, que ainda não é possível afirmar que as pessoas melhoram sua capacidade específica espacial apenas ouvindo música “clássica”.
“Eu recomendo a todos ouvir Mozart, mas sem a expectativa de aumentar suas capacidades cognitivas”, diz Jakob Pietschnig, o autor principal do estudo. Para saber mais sobre os estudos, clique aqui – em inglês.

Inspeção veicular: a sua hora vai chegar

Confesso que resmunguei um bocado para fazer a Inspeção Ambiental Veicular. Vulgo levar o carro para a Controlar. Primeiro, porque temos que pagar mais uma taxa, de R$ 56,44, que não veremos de volta. Segundo, por levar o carro até eles.
O único horário “bom” para mim e para meu trabalho era 7h36 da manhã – sorte que existe uma Controlar perto de casa. Delícia, hein? Fui com aquele bom humor, mesmo sendo extremamente bem humorada pelas manhãs.
Duvidei do horário britânico que os caras disponibilizaram. Mas não é que cheguei e fui atendida rapidamente? É tipo uma produção em série. Um drive-thru.
Ao entrar no lugar, pela placa do carro a recepcionista diz seu horário. Em seguida, fala para você seguir para um dos locais de análises – no caso, eram oito. Lá, você sai do carro e senta em uma cadeira em frente a ele.
Como aquelas propagandas que, supostamente, se passam em fábrica de carros alemães, os funcionários de jaleco e máscara colocam uma espécie de mangueira no veículo. Aceleram de diversas maneiras, enquanto a mangueira passa as informações para um computador. Cola um adesivo no para-brisa. Depois, fala baixo que seu carro passou no teste – meu caso. Entrega um papelzinho com a medição dos gases.
Tudo isso levou menos de 10 minutos. Dei o braço a torcer. Se ajudar a reduzir, principalmente, os caminhões, ônibus e motos que chamam chuva*, será um alívio para o meu nariz. De acordo com o Instituto Akatu, “uma pessoa que vai para o trabalho de carro contribui para o aquecimento global, em dois dias, o mesmo que se tivesse feito essa trajetória de metrô durante um mês inteiro”.
*Sei que explicar a piada perde a graça. Mas… “chamam chuva” porque emitem sinais de fumaça. Pegou?