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Água dos oceanos é proveniente de asteróides

Há um tempo não escrevo sobre minha adorada astronomia… Então, agora vai bomba! Um estudo publicado na Nature, hoje, mostra que a água dos oceanos foi trazida por asteróides cobertos de gelo. A pesquisa foi feita pela equipe do geoquímico francês Francis Albarède, da Escola Normal Superior de Lyon (França). Leia aqui.
Segundo o cientista, asteróides enormes – do tamanho de Marte? – cobertos de gelo se chocaram com o planeta cerca de 100 milhões de anos após a formação da Terra. Com isso, todos concordamos. Porém esses gigantes eram cobertos de gelo. E, assim, deixaram no planeta suas reservas de água.
Quando essa água infiltrou no manto terrestre, permitiu o aparecimento de placas tectônicas. Segundo esse comunicado – em francês, cherie – do Centre National de la Recherche Scientifique (ou Centro Nacional de Investigação Científica) da França, a “vinda” desses asteróides também seria responsável pela formação da atmosfera terrestre.
Vamos mudar os livros escolares?
Gente, meu mundo caiu. O culpado pelo desaparecimento dos dinossauros não é mais o asteróide, mas uma série de erupções vulcânicas. Nosso belíssimo oceano foi trazido por gigantes “bolas” com gelo. Agora, só falta provarem que a vida na Terra é extraterrestre. Ah, tenha santa paciência!
Obs.: Aquele mar maravilhoso da foto é de Japaratinga (AL).

O que você não sabia sobre a arqueologia da Amazônia

Há um tempo recebi da editora Jorge Zahar Editor o livro “Arqueologia da Amazônia”, escrito pelo pesquisador Eduardo Góes Neves. Ontem de madrugada, em uma deitada só, devorei a obra. O livro é interessante. Ele sintetiza e contextualiza a arqueologia e outras informações importantes sobre região amazônica – englobando todos os países da qual ela faz parte.
Segundo o autor, uma das ideias do livro é que as informações sobre o passado podem ajudar a solucionar a ocupação atual da região. Afinal, ao contrário do que muita gente pensa, a Amazônia já foi populosa. Comunidades com culturas completamente diferentes viveram ao mesmo tempo nela. Algumas eram agrárias ou possuíam diversas fontes de alimentos – como plantações e praticavam a caça -, outras formaram redes de cidades com estradas, algumas praticavam o comércio.
E a ocupação é antiga… Um dos sítios arqueológicos mais remotos da Amazônia é de 12.000 a.C – localizado no vale do rio Guaporé, em Mato Grosso. Temos muito o que descobrir e aprender com o passado do nosso país. Além disso, precisamos cuidar para evitar os saques e contrabandos que acontecem, possivelmente, todas as semanas. De acordo com o livro, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) está pressionando para que os arqueólogos e órgãos públicos protejam o patrimônio. Como conhecer ajuda a preservar, selecionei algumas das informações interessantes que li no livro. Preciso compartilhá-las:

  • A ocupação da Amazônia nunca foi uniforme no espaço e no tempo;
  • Cidades contemporâneas como Santarém, Manaus, Manacapuru e Tefé foram construídas em cima de grandes sítios arqueológicos;
  • Nas zonas de estuário e do litoral, foram identificados sítios com algumas das cerâmicas mais antigas da América do Sul;
  • Na bacia amazônica, são faladas línguas de ao menos quatro grandes famílias distintas – tupi-guarani, arawak, carib e gê. A Europa, por exemplo, com exceção das línguas que foram introduzidas da África e da Ásia, possui apenas uma grande família linguística, a indo-européia;
  • Ao longo dos milhares de anos, o clima do planeta mudou e, consequentemente, a floresta amazônica. Entre 10.000 a.C. e 8.000 a.C., as condições climáticas e ecológicas da Amazônia eram semelhantes às atuais;
  • Os índios domesticaram – processo anterior à agricultura – uma série de plantas como o abacaxi, o amendoim, o mamão, a mandioca e a pupunha. É possível que a mandioca e a pupunha foram domesticadas onde hoje está o estado de Rondônia;
  • Na domesticação, algumas plantas desenvolveram uma dependência mútua com relação aos seres humanos. Por exemplo, algumas variedades da mandioca não lançam mais sementes ao solo. Seus galhos precisam ser quebrados e plantados pelos agricultores;
  • O solo amazônico é pobre, mas possuem faixas chamadas de “terras pretas” que são ricas em nutrientes – muito procuradas pelos agricultores atuais. Os arqueólogos acreditam que elas são o resultado do acúmulo de restos orgânicos de aldeias sedentárias de milhares de anos atrás.

Obs.: Quer saber mais sobre a Amazônia? Sugiro a leitura dos posts “A Amazônia não é virgem” e “Cientistas descobrem a idade do rio Amazonas“, este que escrevi para o Blog do Planeta. Também indico a leitura da matéria “Fique em dia com o planeta!“, no portal iG, para contextualizar mais.

Mulheres identificam as emoções melhor que os machos

A-há! Pimenta no molho! As mulheres distinguem melhor do que os homens as emoções, especialmente, o medo e o desgosto. A conclusão é de um estudo realizado por Olivier Collignon e outros pesquisadores da Universidade de Montreal – Centre de Recherche en Neuropsychologie et Cognition (CERNEC).
Dessa vez, os cientistas não usaram fotos para analisar a reação dos 23 “cobaias” homens e mulheres, com idade entre 18 e 43 anos. Os pesquisadores contrataram atores e atrizes para simular o medo e o desgosto. Escolheram essas emoções porque acreditam que são mais relevantes à sobrevivência. Os “cobaias” deveriam dizer rapidamente o que sentiam ao ver as expressões e, ao mesmo tempo, ao ouvir os áudios compatíveis e não com as emoções representadas.
Bom, as mulheres responderam mais rapidamente – e correto – às emoções expressadas por outras mulheres. E, comparadas aos homens, processaram as emoções em maior velocidade. Apesar do resultado… a ideia não é mostrar a superioridade de nós, meninas lindas e gostosas e charmosas e inteligentes e modestas, sobre os homens. O intuito é relacionar as emoções com os gêneros e as doenças. Por exemplo: o autista, maioria homens, possui dificuldade no reconhecimento das emoções.
Eu, leiga, acredito que as mulheres percebem as emoções por necessidade, para entender os filhos e se relacionar melhor com o macho provedor. Além disso, porque é competitiva com outras mulheres. Nada melhor do que saber o que o “concorrente” sente para, em seguida, agir. O artigo está aqui, ó.

Cresce a incidência mundial de câncer de pulmão

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) alerta: houve um aumento anual de 2% na incidência mundial de câncer de pulmão. Mais de 85% dos casos estão relacionados ao fumo e poderiam ser evitados com o abandono do tabagismo.
Em 2000, ocorreram cerca de 15 mil mortes devido à doença. Em 2008, o INCA estimava um número superior a 27 mil falecimentos – ou 19 casos novos a cada 100 mil homens e 10 em 100 mil mulheres.
O câncer de pulmão é o mais comum entre todos os tumores malignos. No Brasil, o responsável pelo maior número de vítimas. Isso porque, na maioria das vezes, seu diagnóstico é feito tardiamente. Por isso os médicos indicam a prevenção – não fumar.
“A quantidade de casos originados pelo tabaco é imensamente maior que outras causas isoladas, ou seja, sem história de tabagismo associado. Mas elas existem, tendo sua importância em contextos específicos como a poluição ambiental, exposição ao asbesto – amianto, usado para fabricar telhas – ou radiação”, diz Marcos Paschoal, membro da Comissão de Câncer de Pulmão da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Sintomas e tratamentos
Tosse, falta de ar, escarro com sangue e dor torácica são as principais queixas que levam os pacientes ao consultório médico. Este pedirá uma radiografia do tórax. Se ele notar alguma anormalidade, pedirá mais exames para checar o problema. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Mulheres sofrem mais com problemas de visão do que homens

Tudo a gente! Tudo a gente! O levantamento “Mulheres e Visão: por que elas sofrem mais?” realizado pelo Healhty Sight Institute, iniciativa da fabricante de lentes Transitions, aponta que 60% das mulheres contra 40% dos homens são atingidas pela catarata. Além disso, nós apresentamos mais problemas como olho seco e erros refrativos – miopia, hipermetropia e astigmatismo. O estudo foi realizado com 1007 brasileiros – 598 homens e 409 mulheres.
Mas por que nós? Segundo a empresa, não há um consenso sobre os motivos. O que já se sabe é que uma parte da culpa é dos… hormônios! A menopausa, por exemplo, influencia diretamente na visão. Neste caso, a baixa produção de hormônios como estrogênio e testosterona provoca o olho seco. Por sua vez, isso diminui a produção de lágrimas e leva ao aumento de problemas visuais.
A gravidez também causa alterações que podem levar ao aumento da pressão intraocular. Por conta disso, a córnea diminui a sensibilidade, aumenta espessura e muda a curvatura. A situação provoca intolerância às lentes de contato, muda a refração – o grau dos óculos – e outras alterações reversíveis. Outro detalhe, talvez por vaidade, é que as mulheres têm tendência a utilizar menos as lentes de contato e os óculos. Assim, apresentam maior comprometimento visual.
“As mulheres também se preocupam menos com os cuidados com a visão. Elas precisam entender que frequentar o oftalmologista uma vez por ano é tão importante quanto ir ao ginecologista ou ao dermatologista”, diz Denise Fornazari, coordenadora do Núcleo de Prevenção à Cegueira da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As dificuldades visuais femininas e a falta de informação sobre o problema fizeram com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhesse a prevenção da cegueira entre as mulheres como o tema central da campanha do Dia Mundial da Visão, 8 de outubro. Alerta: dois terços de todos os casos de cegueira no mundo ocorrem em mulheres, informação da OMS.
Obs.: Esta semana continuo com as histórias da viagem. Aguarde!

Mulheres: participem de pesquisa científica sobre genética

Esses dias, leitores escreveram dizendo que queriam participar de uma pesquisa científica. Pronto. Agora, apareceu uma chance! O Laboratório de Ciências do Exercício (Lace), da Universidade Federal Fluminense, chamam mulheres que moram em Niterói ou São Gonçalo para fazer parte de um estudo. Com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o laboratório investiga as influências genéticas no treinamento físico e na dieta.
Para participar, as voluntárias precisam preencher critérios como: estar acima do peso, ter entre 18 e 49 anos, não fumar, não praticar exercícios físicos, não estar na menopausa e não usar remédios regulares. Os pesquisadores irão checar dados das inscritas, como o colesterol, e aplicar uma dieta por três meses. As colaboradoras também deverão fazer atividade física três vezes por semana. Puxado… E claro que é tudo gratuito. Mais informações aqui.