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Quais seriam as dez maiores descobertas da arqueologia?

Estava no trabalho, quando meu editor sugeriu uma matéria para responder essa questão. Nem preciso dizer que amei a missão, certo? Meu cérebro ferveu. Quanto mais pesquisava, mais entrava em dúvida e várias ideias nasciam. Até postei no Twitter que entrevistara um pesquisador super prestativo.
Tratava-se do Pedro Paulo Abreu Funari, “atual professor do Departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro de instituições internacionais do mundo inteiro”. Já havia conversado o professor para uma matéria sobre Atlântida, mas essa teve um “quê” de relembrar o passado – pegou? Renomado mundialmente, o pesquisador foi fundamental para elaborar a lista. Afinal, ele é quem sabe a importância científica de cada detalhezinho escavado/ encontrado. Eu, apenas, admiro o tema.
E as descobertas eleitas foram: Busto de Nefertiti, Jericó, Lucy, Luzia, Palenque, Parque Nacional Serra da Capivara, Pedra Roseta, Pompeia, Roma e Tumba de Tutankamon. Leia aqui a matéria completa. É claro que, como qualquer lista, esta pode ser criticada por muitos. Natural.
Imagine o quanto já foi encontrado e fundamental à ciência… Foi cruel escolher apenas dez. Deixamos de fora outras cidades da mesopotâmia e bíblicas – contam mais sobre o início da nossa história -, Machu Picchu – encontrada praticamente intacta -, os vasos gregos como o famoso François – registros da civilização antiga -, Petra – achavam que não passava de uma lenda -, objetos e vestuários romanos, inúmeras descobertas egípcias e muito mais.
Aliás, o professor contou que escavaram, se não me engano na Inglaterra, várias tabuinhas de madeira com escritos romanos – relativo ao Império Romano. Imagine, detalhes da vida cotidiana que alguém escreveu há mais de 1500 anos! É raro registros feitos nesse material, como vestimentas, durarem até hoje. Ele próprio traduziu o que continha em das tabuinhas. O que foi gravado? Uma senhora convidando outra para ir à festa de aniversário dela. Não é emocionante?
Fiquei contente em saber que conferi, pessoalmente, dois itens da lista: Roma e Pedra Roseta – veja como foi, aqui. Agora, só faltam as outras oito… Bom, e você? Conte quais descobertas fariam parte da sua lista.

Imagens de satélite do ano de 1958

mapas.jpgFantástico! Existe um site, chamado Geoportal, que disponibiliza imagens de satélite – como vemos no Google Maps -, mas do ano de 1958! É deveras curioso. Veja aqui.
As imagens estão em preto e branco, com menos definição do que as que temos hoje, obviamente. Só que não deixa de ser incrível. Dá para localizar áreas desmatadas, checar o crescimento desordenado das cidades e muito mais. Meu prédio, naquela época, nem estava construído. Aliás, as ruas eram de terra!
No entanto, creio que não existem imagens de satélite de todas as cidades brasileiras. Procurei minha queria terrinha natal, Telêmaco Broba (PR), e não encontrei fotos de 1958. O Geoportal foi criado pela empresa Multispectral.
Obs.: Na imagem, está a Av. Paulista. Repare que havia poucos prédios nela e no entorno. Clique na imagem para vê-la maior.

Ouvir Mozart não te deixa mais inteligente

mozart.jpgHá mais de 15 anos os cientistas discutem os efeitos da música clássica para a inteligência. Agora, pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, comprovaram que ouvir esse tipo de música não melhora a habilidade cognitiva específica.
Tudo começou, há um tempo atrás. Quando, em 1993, a revista Nature publicou um artigo da psicóloga Frances H. Rauscher, da Universidade da Califórnia. O texto relatava melhor desempenho de universitários após a exposição à música do gênio aquariano Wolfgang Amadeus Mozart.
Depois disso, nos Estados Unidos, vários governadores estimularam esse tipo de música. Em 1998, o estado da Flórida chegou a aprovar uma lei que obriga as creches a colocarem ao menos uma hora de música popularmente chamada “clássica” por dia para os bebês.
Como uma amante dessas lindas composições, eu agradeceria. Sempre brinquei dizendo que, durante a gravidez, vou ouvir esse tipo de música para o bebê nascer gostando de coisa boa… E samba também, claro.
Os psicólogos Jakob Pietschnig, Martin Voracek and Anton K. Formann analisaram 40 estudos independentes e outros trabalhos acadêmicos inéditos, totalizando mais três mil participantes.
O estudo, publicado na revista científica Intelligence, concluiu, com base nessas evidências acumuladas, que ainda não é possível afirmar que as pessoas melhoram sua capacidade específica espacial apenas ouvindo música “clássica”.
“Eu recomendo a todos ouvir Mozart, mas sem a expectativa de aumentar suas capacidades cognitivas”, diz Jakob Pietschnig, o autor principal do estudo. Para saber mais sobre os estudos, clique aqui – em inglês.

Rio Grande do Sul faz nova pesquisa com células-tronco

Há quase um ano escrevi um post, sobre tratamento com células-tronco na China, que é um dos mais discutidos até hoje. Então, leitor interessado em tratamentos com células-tronco, saiba que a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) do Rio Grande do Sul assinou um convênio com o Centro de Criogênia Brasil (CCB) de São Paulo.
De acordo com o CCB, a proposta é buscar nova fonte alternativa de células para a regeneração de tecidos com patologias associadas ao sistema nervoso central, como doenças neurodegenerativas, ou processos lesionais.
Nesse projeto, coordenado pelo médico e pesquisador Jaderson Acosta, as células-tronco do cordão umbilical serão estimuladas a diferenciarem-se em neurônios. Posteriormente, a ideia é utilizá-las no tratamento de patologias do sistema nervoso.
Por enquanto, parte da colaboração se encontra em andamento em um projeto de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde, em Neurociências. Boa semana!

Farinha do mesmo neandertal

Z9tcfrt.jpgVocês leram a pesquisa sobre o sequenciamento do genoma do homem de neandertal publicada na Science? Leia aqui, na íntegra, em inglês. Conclusão: todos temos um pouco de neandertal dentro de nós. Quer dizer, quase todos. Os cientistas descobriram que cerca de 2% dos nossos genes provêm do homem de neandertal – que apareceu há cerca de 400 mil anos e se extinguiu há 30 mil.
Quando os primeiros e corajosos vovôs Homo sapiens saíram da África, entre 50 mil e 80 mil anos atrás, ops, se encontraram com neandertais no Oriente Médio, na Europa e na Ásia. Aí, papo vai, papo vem… Algo deve ter acontecido. Isso explica porque os africanos não têm os genes dos – a-há – homens das cavernas neandertais.
No gene das três neandertais sequenciadas – que datam de 38 mil a 44 mil anos provenientes da Croácia – não foram encontrados resquícios de Homo sapiens. Parênteses: até as moças neandertais são importantes para a ciência. O que seria do mundo sem o sexo feminino?
Vamos aos números:
O DNA de um chimpanzé é 98,8% idêntico ao nosso;
O DNA de um neandertal é 99,7% idêntico ao nosso.
Medo? Um pouco. Mas isso é evolução, minha gente. Só sei que eu sempre dizia que os humanos e os neandertais trocaram genéticas. Poucos botavam fé em mim. Afinal, quem sou eu, né? Agora, me sinto de DNA lavado.

Cientistas descobrem um sexto paladar: a gordura!

Os pesquisadores Russell Deakin Keast e Jessica Stewart, da Deakin University (Austrália), em parceria com colegas australianos e neozelandeses descobriram que os humanos podem detectar um sexto sabor: o da gordura. Eles também perceberam que as pessoas com alta sensibilidade ao gosto da gordura tendem a comer menos alimentos gordurosos. Logo… elas têm menor probabilidade de serem obesas. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição do dia três do British Journal of Nutrition.
Deve ser por isso que minha mãe é magra… E confesso que não gosto de comidas pegajosas de tanta gordura! O cientista Keast conta: “Nós sabemos que a língua humana pode detectar cinco sabores – salgado, doce, azedo, amargo e umami (gosto “saboroso” identificado em alimentos ricos em proteínas)”. “Com nosso estudo, podemos concluir que os seres humanos sentem um sexto sabor, a gordura”, afirmou.
Como faz?
A equipe fez uma triagem. A ideia era testar a capacidade das pessoas em saborear vários ácidos graxos comumente encontrados nos alimentos – em geral, em gorduras e óleos. Assim, os cientistas checaram que cada pessoa sente mais ou menos o gosto da gordura. Também perceberam que quem é mais sensível ao gosto consome menos alimentos gordurosos e são mais magrinhos.
Agora, eles querem entender o porquê dessa sensibilidade. Desse modo, esperam ajudar as pessoas a comerem menos gordura. Uma luz no fim do túnel: “Como as gorduras são comumente consumidas, com o tempo pode ser que nosso paladar se sensibilize. Fazendo com que algumas pessoas fiquem suscetíveis aos alimentos gordurosos”, explica. Para ler o artigo, em inglês, clique aqui.

A ciência por trás da TV

3219352526_5f2fc6073a.jpgAtualmente, estou trabalhando no fantástico mundo da televisão. É incrível a força e o alcance que a TV tem. Basta lembrar da pesquisa do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Ela constatou que cerca de 98% dos lares brasileiros contam com ao menos uma televisão. Desses, 2% não possuem geladeira.
E “fazer televisão” é indescritível. As imagens completadas pelos textos apenas, às vezes, pedem uma música. A imagem em movimento é forte. Tente lembrar de algo que viu na TV quando era pequeno… Inesquecível, a televisão.
Mas quem fez, literalmente, televisão foram os cientistas. Um inventou um treco, outro um barato e, ao final, nasceu o iconoscópio! Não sabe o que é isso? O fazer televisão resume como funciona a ciência. Uma peça que se encaixa na outra até podemos ver seu brilho. Acompanhe a história – científica – da TV comigo:

  • 1817 – O químico sueco Jakob Berzelius descobre que uma corrente elétrica modifica o elemento químico selênio;
  • 1838 – O pintor, editor e inventor americano Samuel Morse – hã, hã – pesquisava o eletromagneto – a “coisa” se magnetiza por meio da passagem de uma corrente elétrica. Um belo dia, com isso, ele inventou o telégrafo;
  • 1873 – O telegrafista irlandês Joseph May resolve melhorar as transmissões telegráficas prejudicadas pelo enfraquecimento dos sinais. Viu que o selênio transmitia os impulsos elétricos com maior intensidade dependendo da sua exposição à luz. Era o princípio da célula fotoelétrica – conversão de luz em corrente elétrica;
  • 1879 – O americano Thomas Edison lidera um grupo de pesquisadores que testa um filamento de papel carbonizado que brilhava por dias. Daí… inventou a lâmpada! Que mais tarde evoluiu para válvulas de televisão;
  • 1880 – O inventor francês Maurice Leblanc criou um sistema que projetava uma imagem atrás da outra. Assim… elas pareciam se movimentar;
  • 1884 – O estudante alemão Paul Nipkow criou um transmissor mecânico. Tratava-se de um disco de ferro com furos eqüidistantes dispostos em espiral. Ao girar o disco, a imagem de um objeto era quebrada em pequenos pontos. Mas, se a velocidade do giro fosse alta o suficiente, a imagem exposta atrás dos buracos voltaria outra vez à forma original;
  • 1884 – No mesmo ano, o físico alemão Heinrich Hertz – hã – prova a existência de ondas eletromagnéticas. E, ainda, que elas podem ser medidas;
  • 1901 – O italiano Guglielmo Marconi constrói um aparelho que codifica as ondas eletromagnéticas em sinais elétricos. O princípio do rádio. Mas há quem conteste. O gaúcho Padre Roberto Landell de Moura teria, três anos antes, inventado o rádio. Acontece que sofreu muito preconceito – saiba mais aqui;
  • 1901 – O russo Boris Rosing pesquisa tubos de imagem;
  • 1920 – O americano Charles Jenkins cria um disco perfurado que captava e transmitia imagens. Enquanto isso, o inglês John Lodgie Baird conseguiu o mesmo feito;
  • 1923 – O russo naturalizado americano, Vladimir Zworykin, inventa o iconoscópio – um tubo a vácuo com uma tela de células fotoelétricas. Quatro anos depois, transmite imagens a uma distância de 45 quilômetros trabalhando para a Radio Corporation of America (RCA). Na mesma época, John Baird faz uma demonstração de transmissão de imagem na Inglaterra. A British Broadcasting Corporation (BBC) o contrata;
  • 1931 – A RCA tem sua antena e os estúdios da National Broadcasting Corporation (NBC), no ultimo andar do Empire State, em Nova York;
  • 1935 – a França constrói sua antena no alto da Torre Eiffel;
  • 1936 – A BBC transmite a coroação do rei Jorge VI.

A partir de 1940, a TV se firma com sistema totalmente eletrônico. Em 1953, a imagem é enviada “a cores”. Em 1962, o satélite Telstar I permitiu a primeira transmissão, experimental, entre os Estados Unidos e a Europa – “ao vivo”. Para o Brasil, a primeira transmissão ao vivo se deu em 20 de julho de 1969. O que aconteceu nesse dia? O homem pisou na Lua. Quem viu, não esquece.
Obs.: Quer ver uma transmissão com minha matéria? Clique aqui. Lembrando que, sábado às 10: 30 h da manhã, participarei de um painel sobre blogs de ciência na Campus Party. Transmissão ao vivo e a cores, aqui. O texto escrevi com base no livro “O Texto na TV”, da jornalista Vera Íris Paternostro, Editora Campus.

Quanto as mulheres mudam de ideia rapidamente?

Mais uma pimentinha na discussão entre gêneros. A marca de desodorantes Axe, em parceria com o instituto QualiBest – especializado em pesquisa de mercado -, fez um estudo com mulheres. Tchan, tchan, tchan… A pesquisa revelou que elas – nós – mudam cerca de 44 vezes de opinião sobre assuntos polêmicos – como política, sexo e religião -, 52 vezes sobre o estilo de roupa e 21 vezes sobre produtos de uso pessoal ao ano.
A pesquisa foi feita com 882 mulheres de dez locais: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Distrito Federal. As entrevistadas creem que a “mudança” define a mulher brasileira moderna. E, essas mulheres, se veem como agentes de inovação. Maria Arminda do Nascimento Arruda, Professora Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e consultora da pesquisa, explica: “Com tantas quebras de paradigmas, necessidade de mudança e busca pelo novo, para as mulheres, as coisas podem perder o frescor, o caráter de novidade”.
Segundo o instituto, as mulheres relatam que algumas das influências para elas mudarem de opinião rapidamente são: “maior facilidade de se adaptarem às mudanças do ambiente onde vivem” (49%), “observar que a opinião anterior estava errada” (46%), “ser convencida pelos argumentos de outra pessoa” (42%), “ser uma característica da própria pessoa” (38%), “as mudanças repentinas de humor” (36%), entre outros.
Quando questionadas sobre os aspectos visuais que elas mudariam naquele momento, a maioria, 28%, disse que seria o “corte de cabelo”, seguido por “tipo de roupa” (20%), “cor de cabelo” (19%), “algum tipo de acessório” (13%) e “cor do esmalte das unhas” (7%). Apenas 6% não mudariam nada.
Sobre os momentos que mais mudam de ideia: “na escolha de roupas para sair” (49%), “durante a compra de roupas, acessórios e sapatos” (48%) e “durante a compra no supermercado” (39%).
Mulheres x homens
A pesquisa também procurou entender as mulheres em seus relacionamentos. Elas dizem que para cada situação relacional, os homens precisam apresentar determinadas características – ok, coitados de vocês. Por exemplo, para casar, os homens precisam: fazê-las se sentirem únicas e especiais, ser um bom ouvinte, ter um emprego estável, entre outros. Para namorar: serem bem-humorados, perfumados, surpreenderem com pequenos presentes e “ter pegada”. Para simplesmente ficar: precisa ser bonzinho, bonito, fazer o tipo cafajeste, malandro e vestir-se bem, na moda. Anotado?

Cientistas descobrem como são “feitas” as memórias duradouras

Após uma semana sumida devido ao mergulho no trabalho… Estou de volta com uma novidade que pode trazer soluções para a falta de memória – e doenças relacionadas. Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram o mecanismo que controla a capacidade do cérebro de criar memórias duradouras.
Explicando de maneira simplificada… Os cientistas usaram ratos geneticamente modificados – com um gene extra – para as experiências. Eles conseguiram “ligar” e “desligar”, por meio do gene receptor com a adição de um aditivo na água dos ratinhos, a capacidade dos animais formarem essas memórias.
Quando o gene extra foi “desligado”, os ratos mantiveram a capacidade normal de formar memórias de longo prazo. Assim, os pesquisadores desconfiam que a inativação do gene é importante para a criação desse tipo de memória.
“Sabemos que o abalo pode fazer com que alguém esqueça os eventos que ocorreram na semana antes da lesão – o que chamamos de amnésia retrógrada -, embora possa lembrar de eventos que aconteceram antes de uma semana. Acreditamos que isso coincide com nossos resultados”, disse Alexandra Karlén, uma das cientistas envolvidas no estudo.
A capacidade de converter novas impressões sensoriais em memórias duradouras é a base para toda a aprendizagem do ser humano. Mas, segundo a instituição, pouco se sabe sobre os primeiros passos desse processo – aqueles que conduzem algumas horas a memórias duradouras. E menos se sabe sobre como as mudanças químicas nas sinapses – ligações entre as fibras nervosas – são convertidas em memórias duradouras armazenadas no córtex cerebral – a camada mais externa do cérebro.
Os pesquisadores esperam que os resultados sejam úteis no desenvolvimento de novos tratamentos para perda de memória – como derrames e os relacionados com a doença de Alzheimer. Os estudos foram conduzidos em colaboração com investigadores americanos do Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA, em inglês).
A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of National Academy of Science (PNAS). Para saber mais, leia aqui – em inglês.

Sorteio do livro “Seis Graus”!

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Valendo! Quer ganhar o livro “Seis Graus”, escrito por Mark Lynas e editado pela Jorge Zahar Editor? É simples. Basta escrever nos comentários deste post o que você faz para evitar o aquecimento global. Seja criativo! Os comentários poderão ser postados até o dia 20 de novembro. Em seguida, sortearei todos os inscritos. É o Xis-xis de Natal! Ho ho ho!
Sobre a obra
Meu coleguinha Mark Lynas, jornalista e ambientalista, um belo dia teve um insight. Ele mora a cerca de um quilômetro e meio da Biblioteca Científica Radcliffe, Universidade de Oxford, na Inglaterra. Segundo o autor, a maioria dos estudos sobre aquecimento global eram enviados para o local “onde permaneciam intocados por semanas, ou até anos”. “Dei-me conta de que era quase o mesmo que ter um oráculo de Delfos logo ali no meu jardim dos fundos, ou Nostradamus morando na casa ao lado”, escreveu.
Curioso, o jornalista foi xeretar os trabalhos científicos. E percebeu que, com o material, poderia montar um guia, grau por grau, sobre o futuro calorento do aquecimento global – se ele se concretizar. E essa é a história do “Seis Graus”. Lynas esclarece que parte dos trabalhos científicos foram feitos baseados em projeções, sendo que muitas vezes cada uma utilizava um modelo diferente. Ele foi encaixando os estudos em cada grau. No final do livro, colocou as referências para quem quiser tirar a prova.
O livro foi impresso no Brasil em papel reciclado. Recebi a obra esta semana, estou ainda no primeiro grau. Mas já deu para perceber um pouco sobre a prosa. Ela não é toda catastrófica. Além de bem humorado, de acordo com os temas, aos poucos o autor explica fenômenos da natureza – contextualizados com história e geografia – como as correntes marítimas. Veja duas informações curiosas que grifei:

  • Há 70 mil anos, uma erupção vulcânica na Indonésia lançou muito, mas muito mesmo enxofre e poeira na atmosfera. Tanto que até cortou o calor do sol. Assim, a temperatura do planeta despencou, aproximadamente, seis graus. A população humana foi reduzida para 15 mil a 40 mil indivíduos;
  • Na Idade Média, em meados de 1100 d.C., estima-se que as temperaturas no interior norte-americano foram até dois graus mais quentes do que agora. Índios morreram por falta de recursos naturais e em brigas violentas. Na Europa, os vikings colonizaram a Groenlândia e vinhedos eram cultivados no norte da Inglaterra – hoje eles são plantados no Mediterrâneo.