Semana passada, quando estava em Foz do Iguaçu e em Puerto Iguazú (Argentina) – o lado hermano das Cataratas – em todo lugar havia placas espalhadas: “Vote Cataratas do Iguaçu para uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza”. Os dois países se uniram pelo bem maior, o reconhecimento da beleza da natureza. Veja o site criado aqui.
Segundo o sítio, a eleição teve início em 2007, envolvendo 440 atrações de 220 países. Após duas etapas com voto popular e seleção de especialistas, foram definidas 28 finalistas, elas as Cataratas. Nessa terceira e última etapa, a votação acontece pela internet. Vote aqui! O anúncio das vencedoras dever ser feito ainda este ano.
Eu já votei! Já votei! Escolhi as opções brasileiras – Amazonas e Cataratas – e Galápagos, Mar Morto, Maldivas, Vesúvio, Grande Barreira de Corais. Difícil escolha. Agora é torcer!
Mais: “O concurso é promovido pela Fundação New 7 Wonders, da Suíça, nos mesmos moldes da disputa que consagrou o Cristo Redentor uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A entidade tem como compromisso a documentação e a conservação dos grandes monumentos e patrimônios naturais ao redor do mundo”.
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Dica: tudo sobre sustentabilidade
Essa é quentinha! O Itaú Unibanco acabou de lançar um portal exclusivo sobre sustentabilidade – aqui, aqui! Ok, mas o que você tem a ver com isso? Se gosta de meio ambiente, o portal é seu lugar certo! O site reúne uma lista gigante de cursos de todo o mundo relacionados ao assunto – que são possíveis fazer online de qualquer lugar do Brasil – e uma biblioteca virtual completa que abrange todos os temas que se ligam à sustentabilidade e, ainda, inclui matérias jornalísticas em seu acervo e resumo de livros (!).
Para completar, ele também disponibiliza informações sobre a aplicação do conceito no dia a dia. Por exemplo, dá dicas práticas de como poupar água, energia elétrica, como se comportar de maneira mais “verde” no trabalho, de como se portar com relação ao consumo – atitude que gera muitos resíduos – e, claro, até dica de planejamento financeiro. O site reúne todas essas informações sobre o tema e ainda traz novidades. Eu descobri no Itaú Sustentabilidade que um notebook consome menos energia que um PC – aliás, tome nota disso ao escolher uma máquina nova.
Além das dicas de cursos que realmente me conquistaram, já que antes precisava ficar buscando na internet aleatoriamente – e, por causa disso, já perdi alguns por descobrir só após seu início – outro detalhe bacana que chamou a atenção no site é a explicação de conceitos. Ele traduz de maneira simples, como exemplo, o que seriam o tão falado Protocolo de Kyoto e os tais dos Créditos de Carbono – bases fundamentais e históricas sobre sustentabilidade, leia aqui.
Bom, sugiro que dê uma navegada no site e guarde em seus favoritos. Quando tiver uma dúvida, basta ir consultá-lo. E, claro, a cada início do mês checar a agenda que o Itaú Sustentabilidade disponibiliza para ver se tem algum curso ou evento de seu interesse. Divirta-se!
Obs.: Este é um publieditorial.
Você sabe o que é “papel semente”?
“Não” é a resposta que mais ouço. Então, também não sabe o que está perdendo! Certo dia, há um tempo, uma empresa me enviou um cartão impresso em “papel semente”. No verso, as instruções diziam que se eu plantasse aquele cartão, nasceria uma flor. “Ah, mentira”, pensei já deslumbrada.
Claro que, imediatamente, cavei um espaço para o papel em um vasinho. Dias depois… a surpresa: uma plantinha brotou! Inacreditável! Minha mãe e eu comemoramos o achado.
Enfim, mas o que seria o papel semente? Recorri à internet. Pesquisando sobre o assunto, encontrei a empresa Papel Semente – @papelsementes e Facebook. Segundo ela, como o nome indica, trata-se de um papel – que pode ter diversas gramaturas e ser reciclado – com inúmeras sementes dentro dele, literalmente. Ou seja, ainda em fase de produção, uma camada de papel reciclado úmido recebe as sementes. Por cima delas, vai mais uma camada.
A curiosa tentou encontrar as sementes no papel. Tarefa árdua. Como ele era reciclado, não consegui identificá-las. O que deu mais charme à ideia.
A Papel Semente contou que testando, por tentativa e erro, mesmo, descobriu que diversas sementes podem ser aproveitadas para dar origem ao material. São elas: de rúcula, agrião, salsinha, manjericão; de flores, como cravinho da Índia, cósmea, boca-de-leão; e, de chá, como erva doce ou camomila.
Para saber mais, indico o programa da Globo News, “Cidades e Soluções”, transmitido esta semana. Uma matéria, realizada com a empresa, explica o passo a passo da fabricação. Veja no vídeo abaixo. Ah, sugestão, espere ele carregar e vá aos 9 minutos e 20 segundos – início dessa específica reportagem. Divirta-se:
Mais dois detalhes. De acordo com a entrevista da diretora Andréa Carvalho, cedida ao programa, o produto é fabricado e comercializado tendo em vista o cuidado socioambiental. Há uma parceria feita com cooperativas de catadores e a tinta empregada na impressão é a base de água, o que evita poluir o meio ambiente.
Obs.: Ao menos o cartão de papel semente que recebi veio com instrução de como plantar. Primeiro, era necessário picar e molhar o papel. Em seguida, enterrá-lo com uma camada fina de terra sobre ele. Diariamente, essa terra precisou ser regada. Até que, em menos de dez dias, a plantinha germinou! Adorei!
Blog Action Day: Água!
Este post faz parte de uma blogagem coletiva mundial – quando um monte de gente escreve sobre o mesmo tema – chamada Blog Action Day. E o assunto da vez é… água! Mas, para mostrar a importância dela, vou refletir sobre a falta do líquido. Do que acompanhei no Rally dos Sertões – fotos aqui -, em lugares onde água é alucinação.
Falar que o sertão é seco é o como chover no molhado – maõzinha de hã, hã? Bom, partindo dessa afirmação, em um povoado no interior do Piauí, quase divisa com o Ceará, estava conversando com uma moça de cinquenta e poucos anos sobre coisas da vida, enquanto observava, da sacada e da sala de jantar da senhora, os competidores atravessarem a linha imaginária de chegada.
Claro que não pude deixar de perguntar como viver naquela secura toda. E outras mil questões – antes de ser jornalista, sou curiosa. A simpática senhora, oferecendo cafés para os itinerantes, contou que a água é proveniente do armazenado na cisterna – um reservatório de água da chuva. Porém, eles consomem sua agricultura de subsistência, e aí?
Sempre educada, a senhora contou que chove, se não me engano, no segundo trimestre do ano por cerca de dois ou três meses. Um pouco antes dessa época, planta-se o alimento. A água da chuva faz brotar e crescer, principalmente, os grãos. Enquanto isso, a cisterna vai se enchendo do líquido que fornece vida. Depois da colheita, o alimento é armazenado.
O que rendeu dessa única safra deve alimentar a família – avós, filhos, netos e bisnetos – pelo ano inteiro. O mesmo serve para a água da chuva depositada na cisterna. Porém, e quando não chove o suficiente? Nesse momento, os olhos do marido da senhora, cerca de dez anos mais velho que ela, ficaram vermelhos. E lacrimejaram – me segurei para os meus não acompanharem.
“Dá se um jeito”, foi a resposta. Como? Compra-se fiado nas vendinhas, faz-se empréstimos, troca-se. De repente, os filhos que ganham como salário a moeda que intitulamos dinheiro, colaboram. Mesmo assim, apesar da falta de água, eles estavam fortes na casa feita de barro empilhado com as próprias mãos e maior que o meu apartamento na “cidade grande”.
A senhora já esteve em São Paulo. O marido foi operado na cidade e voltariam, ainda este ano, para mais uma cirurgia. Se ela deixaria seu povoado para viver na capital paulista? “Não”, enfático. “Lá há muito trânsito, muitas horas são perdidas”, explicou. “Não deixo minha tranquilidade para viver naquela cidade”. E o consumo exacerbado? E o desperdício de água? E a poluição dos nossos abundantes rios?
Afinal, onde é o sertão? No lugar em que falta água ou entre aqueles que desperdiçam o sinônimo da vida? Deixo a resposta salivar na boca.
Obs.: A foto acima, com água, também foi tirada durante o Rally dos Sertões… Em uma ponte sobre um dos belíssimos rios de água cristalina próximo ao Jalapão, Tocantins.
Pobreza, exploração e beleza do interior do Ceará
Voltando ao Rally dos Sertões – a viagem ainda vai render muitos posts, de certa maneira, atemporais… As cidades mais miseráveis – no sentido literal da palavra – pelas quais passei durante a competição ficavam nos estados do Ceará e do Maranhão.
Não era um interior “pobremente digno” – a pobreza em sua simplicidade. Porém, um interior que parecia uma periferia. Triste de ver. O interior do Ceará – nos momentos em que eu conseguia ficar acordada, já que estava exausta chegando ao final da viagem, choca mesmo quem viu de perto a pobreza em outros estados ou as favelas – o maranhão também é revoltante, diretamente, voltada à política – uma materinha sobre isso publiquei no Yahoo!.
A natureza do interior estava bem seca. Desértica. Só que, ao mesmo tempo, era linda. Algo que nunca tinha visto antes – fotos aqui no Flickr do Yahoo! Notícias. Difícil descrever – parecia Marte com plantas. O solo era seco com pedregulhos, as árvores baixas com verde-escuro e havia algumas esparsas motanhas. Sem contar os rios intermetentes que estava secos. Era até engraçado, não fosse trágico, passar por uma ponte que se dizia sobre um rio que não existia naquele momento.
Adendo. Com exceção, o Parque Nacional de Ubajara – que merece um post a parte. O lugar lembra a Serra do Mar paulista – é úmido e verdinho, a estrada que corta a Serra da Ibiapaba é emocionate nas curvas e na paisagem de tirar o fôlego! O charme está na vegetação predominante, a tal da caatinga. Veja as fotos para ter uma ideia – repare que em uma delas, a curva é tão fechada, que aparece uma rocha na frente do carro.
Bom, o fato é que vi algumas serras sendo exploradas. Tipo, escavadas – como na foto ao lado. Meu filing alertou: estranho. Até que, já em São Paulo, encontro essa matéria: “12 mineradoras de calcário são fechadas”. Resumindo: “Desprovidas de licença ambiental, áreas de extração de calcário sofreram intervenção do Ibama e Polícia Federal”. Tá explicado.
Silenciosamente, o calcário era explorado nos confins do Ceará. A região do Cariri, pela qual passei na estrada, possui mineradoras. Como as demais, são importantes para o desenvolvimento do país e do nosso consumo, porém dá um aperto no coração. A beleza das serras cobertas por caatinga está indo por terra abaixo.
Por que individualizar o gás e a água?
Esses dias, participei da reunião do condomínio que iria discutir, entre outras coisas, a medição individualizada da leitura do gás e da água. Nem preciso dizer que não perderia essa reunião por nada. Aqui, entre nós, posso revelar: dei uma de “advogada do diabo”.
No momento certo, como um animal esperando para dar o bote, lancei a pergunta para um senhor convidado que representava uma empresa de medição: “É, mas quanto essa individualização de água (que é cara) vai gerar de economia para o condomínio”? E, como quando o maestro abaixa a batuta, veio a resposta: “A economia é de 40% para o condomínio, em geral”. Tchanan!
Olhei em volta, discretamente – eu estava meio que escondida por uma coluna. Maioria dos rostos parecia convencida. Mais ainda quando se falou da parte “democrática” da questão. Isto é, quem gasta mais, paga mais – mexeu com o bolso, é causa ganha. O fato é que até eu fiquei espantada com o número. Pô, quase metade da água é poupada! Não duvido, não.
Eles relataram um problema comum. Por exemplo, no caso da água. A conta vem alta. Você, que mora sozinho, fica o dia todo fora e só toma um banho por dia, não se conforma. Resolve gastar mais água para “compensar” a conta cara. Resultado? No outro mês, como muitos pensam assim, a conta é maior ainda. Convenci?
Lá no condomínio, a votação foi a favor. Mas não a separação imediata, só daqui alguns meses se dará início ao processo. Uma pena. Democracia, é isso aí, feliz ou infelizmente.
Dicas! Gentem, para quem busca algo mais técnico combinando construção e meio ambiente, indico esta revista Guia da Construção com matéria sobre destino de resíduos da construção civil – um problemão ainda pouco abordado. E, aqui, outra revista da área (a Téchne), inteirinha, apenas sobre sustentabilidade. Divirta-se e bom finde!
Veja o Cerrado ameaçado pelo fogo
Tenho tanta coisa para contar sobre o Rally dos Sertões, mas algumas tarefinhas – bacanas e trabalhosas – me exigiram bastante. Bom, um dia antes de embarcar destino Palmas (TO) – de onde começou minha aventura – lembro-me de ver em um telejornal bombeiros apagando o fogo de espaços públicos dentro da cidade – como praças e canteiros. Aquela imagem ficou gravada na minha memória. Pensei: “Como pode?” Inacreditável.
Um dia depois, sobrevoando Palmas…
Quando observei o entorno e a cidade, já do avião, entendi. Primeiro, fiquei pasma positivamente com a cor da represa/ rio Tocantins. Era um azul-turquesa-esverdeado que lembrava Fernando de Noronha. Impressionantemente, lindo – aliás, os rios do Tocantins podem disputar a beleza com os de Bonito (MS). Agora, nas margens… A cor que prevalecia era o preto-queimada. Aí, fiquei triste.
Tudo estava queimado. As vegetações ao lado do aeroporto ainda emanavam fumaça. Inúmeros focos de fumaça preta. Na cidade, canteiros mais canteiros – fazendo divisa com as casas (!) – destruídos. Não diria que eram cinzas, porém fuligens caídas ao chão. Misturadas com tocos, troncos, folhas chamuscando.
Eu vi o Cerrado, que já é ameaçado por nossas plantações, completamente indefeso. Suas árvores belíssimas pareciam mortas em pé. Com meus botões, surge a questão. Certa vez, ouvi um especialista dizendo que, em alguns casos, as pessoas não podem culpar o meio ambiente pelos desastres “naturais”.
Isso porque existem técnicas e estudos que tentam prever possíveis problemas. Sem contar as construções que não respeitam o ambiente que já prevalecia naquele lugar. Coisas óbvias como, por exemplo, construir casas sem fundação em encostas de morros. Um dia, com as chuvas, elas podem desmoronar.
Todo mundo sabe que temos no Brasil períodos de seca. Não seria possível criar algum mecanismo para conter as chamas? Pesquisei sobre técnicas como, inclusive, escavar uma pequena faixa de clareira no entorno de uma reserva para evitar que o fogo a atinja.
Em todos os quilômetros rodados de Palmas até Fortaleza, vi apenas um carro com autoridades observando as labaredas de fogo na margem da rodovia. Creio que estavam receosos delas atingirem os veículos na estrada.
Enfim, feliz Dia 21 de Setembro. O Dia da Árvore.
Observação: As fotos foram tiradas na saída de Palmas, próximo à Serra do Lajeado. Tudo o que é preto foi queimado. Onde há fumaça, há fogo. Veja mais no Flickr do Yahoo! Notícias. Também confira, em imagens, como o Tocantins resiste e é maravilhoso.
O fantástico mundo do sertão brasileiro
O Rally dos Sertões foi uma das coisas mais fantásticas das quais já participei. E, sem dúvida, também o maior perrengue da minha vida. Bom, a corrida é o fio condutor para algo muito maior: a troca de cultura e as paisagens deslumbrantes (meio ambiente). O interessante, e óbvio, é que todas as pessoas que participam de alguma forma de um evento desses – seja como mecânico, médico, motorista – tem detalhes em comum: o espírito aventureiro, a vontade “explorar” o desconhecido e uma imensa curiosidade. Porque, sem isso, zero dois, é pede para sair.
O perrengue. Fui cobrir os bastidores da competição para o Yahoo! – veja as fotos aqui – da maneira mais roots possível, dormindo na Vila Sax. Trata-se de uma “vila” que, como um circo, é montada de cidade em cidade – a competição começa em Goiás e acaba no Ceará, não há uma cidade “sede”. Isso significa que eu dormi em barracas, tomei banho em um banheiro de lona comunitário com quatro chuveiros de água fria – no chão do box, havia uma caixa de água cortada ao meio para pisarmos, vulgo “jacuzi” para os rallyzeiros -, escovei os dentes em um tanque e fiz xixi no matinho – um vaso sanitário para cerca de 100 pessoas que dividiam a vila era inviável em determinadas horas do dia. Às vezes, faltava água e luz. Outras, a vila era montada no asfalto. E, em todas, os veículos que participavam do Rally eram consertados ao lado das barracas durante toda a noite – imagine barulho de motor acelerando e de maçarico até o amanhecer. Quem conseguia dormir entre tantos roncos – inclusive humanos – deveria acordar cedo, algumas vezes antes do sol raiar, para passar o dia chacoalhando na estrada de terra, areia ou asfato esburacado. Fácil.
A beleza. Fui para lugares que nunca imaginei conhecer como Palmas (TO) e Teresina (PI). Juro, até fiquei emocionada ao chegar nesta capital. Segundo minha referência, São Paulo, Teresina era um lugar muito distante sobre o qual não conhecia sua cultura – que é rica e pesquisei antes de pisar lá. Também foi impressionante observar a Caatinga de perto. Aquilo, sim, é sertão. Lugar seco. Solo empoeirado e com pedregulhos. Mata áspera que parece fantasma – ao contrário dos seus habitantes solícitos que conheci no interiorzão do Piauí. O Cerrado também tirou o fôlego. Porém, a cereja do bolo esperada por todos era o Jalapão. Não tive tempo para ir a suas cachoeiras e me banhar em seus rios, nem ver suas dunas. Mesmo assim, o pouco que presenciei é de chorar de lindo – vide foto. Ainda bem que o lugar é um pouco inacessível, uma forma de o manter protegido do turismo predatório. Em seguida, uma surpresa boa foi atravessar um parque estadual – que não encontrei o nome (!) – localizado entre o Tocantins e o Maranhão. Lugar divino. Lá vi araras azuis e canindés voando aos pares. E passei por trilhas como um devido rally off road. Brevemente, incluo também nesta beleza as pessoas que conheci – “locais” e de passagem como eu. Primeiro, a curiosidade entre os habitantes dos povoados mais distantes do Brasil por nós era a mesma que sentíamos por eles. Em segundo, como em um reality show, fomos obrigados a conviver com pessoas de diversos lugares do mundo que acompanhavam a caravana de cerca de 1700 pessoas do Rally dos Sertões. Convivência, entre desconhecidos, em situações extremas 24 horas por dia. Lá fiz grandes amigos. Sejam de uma semana ou de uma vida. O tempo dirá.
Só sei que me senti em um mundo paralelo. Em um Brasil completamente desconhecido dos “cosmopolitas” das capitais do Sul e do Sudeste – sem preconceito, ok? Parênteses: ao chegar em São Paulo, pela primeira vez do avião achei a cidade bonita – o piloto sobrevoou nossas represas. E me senti como se estivesse voltando de uma viagem ao exterior. Com uma nova e completamente diferente cultura na bagagem – sensação parecida com minha volta do meu “mochilão” na Europa. Não sei o quanto isso irá impactar nas profundezas do meu ser – que bonito isso. Agora, para os que só pensam em comprar, digo uma coisa. Vi com meus próprios olhos que essa terra há de comer que quanto menos consumo, mais a natureza é preservada. Paralelamente, o triste, nisso tudo, é ver compatriotas passando necessidades por não terem luz, água encanada e esgoto – vou tentar encaixar isso em ciência ou meio ambiente para relatar aqui no blog e, quem sabe, desta maneira dar uma força para ajudá-los. Vidas secas.
Estórias para dormir sorrindo
É verdade que o perrengue rende as melhores piadas internas e as mais engraçadas histórias – incluindo as coisas mais nojentas. Como, por exemplo, uma “participação especial” minha. Na última viagem de Sobral para Fortaleza (ambos CE), eu, muito cansada, dormia na banco de trás do carro. O motorista e um colega jornalista conversavam sobre viagens – entenda que eu não participava da conversa, pois estava com Morfeu. O jornalista disse que foi para Fernando de Noronha pela Trip – só ouvi essa parte. Acordei e perguntei: “Você foi de dupla hélice?” Ele disse: “Sim”. Em seguida, emendou: “E você? Como foi pela Gol?” Tarde demais. Eu já dormia como um anjo. Após o silêncio, acordei com as risadas deles. E, aí, entendi o que aconteceu.
Quais seriam as dez maiores descobertas da arqueologia?
Estava no trabalho, quando meu editor sugeriu uma matéria para responder essa questão. Nem preciso dizer que amei a missão, certo? Meu cérebro ferveu. Quanto mais pesquisava, mais entrava em dúvida e várias ideias nasciam. Até postei no Twitter que entrevistara um pesquisador super prestativo.
Tratava-se do Pedro Paulo Abreu Funari, “atual professor do Departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro de instituições internacionais do mundo inteiro”. Já havia conversado o professor para uma matéria sobre Atlântida, mas essa teve um “quê” de relembrar o passado – pegou? Renomado mundialmente, o pesquisador foi fundamental para elaborar a lista. Afinal, ele é quem sabe a importância científica de cada detalhezinho escavado/ encontrado. Eu, apenas, admiro o tema.
E as descobertas eleitas foram: Busto de Nefertiti, Jericó, Lucy, Luzia, Palenque, Parque Nacional Serra da Capivara, Pedra Roseta, Pompeia, Roma e Tumba de Tutankamon. Leia aqui a matéria completa. É claro que, como qualquer lista, esta pode ser criticada por muitos. Natural.
Imagine o quanto já foi encontrado e fundamental à ciência… Foi cruel escolher apenas dez. Deixamos de fora outras cidades da mesopotâmia e bíblicas – contam mais sobre o início da nossa história -, Machu Picchu – encontrada praticamente intacta -, os vasos gregos como o famoso François – registros da civilização antiga -, Petra – achavam que não passava de uma lenda -, objetos e vestuários romanos, inúmeras descobertas egípcias e muito mais.
Aliás, o professor contou que escavaram, se não me engano na Inglaterra, várias tabuinhas de madeira com escritos romanos – relativo ao Império Romano. Imagine, detalhes da vida cotidiana que alguém escreveu há mais de 1500 anos! É raro registros feitos nesse material, como vestimentas, durarem até hoje. Ele próprio traduziu o que continha em das tabuinhas. O que foi gravado? Uma senhora convidando outra para ir à festa de aniversário dela. Não é emocionante?
Fiquei contente em saber que conferi, pessoalmente, dois itens da lista: Roma e Pedra Roseta – veja como foi, aqui. Agora, só faltam as outras oito… Bom, e você? Conte quais descobertas fariam parte da sua lista.
Já pensou em navegar de barco pelo sujo rio Tietê?
Amigo, deixo aqui minhas desculpas pelo sumiço do blog. Muitas coisas acontecem em nossa vida! Além disso, morar em São Paulo é bacana, mas o tamanho da cidade e o trânsito dificultam o que temos a fazer. Bom, deixando as chorumelas de lado, vamos ao que interessa: um passeio de barco pelo sujo rio Tietê. Acredite se puder, eu fiz!
A Rede Ecoblogs, da qual este Xis-Xis faz parte, organizou o “programa de índio” – algumas pessoas falaram que navegar no sujo Tietê é roubada. Eu, como uma perfeita curiosa, sempre quis fazer esse passeio. Assim, é claro que não desperdiçaria a oportunidade. Se quer saber, é uma passeio fedido, mas mágico.
Imagine que bizarro embarcar em plena marginal Tietê, debaixo daquele nó de viadutos que é o Cebolão. Depois, em uma manhã ensolarada, observar a cidade de dentro daquele gigante esgoto a céu aberto. Juro, a gente vê cocôs bioando enrolados em cabelos, troncos e tudo o mais.
Ao mesmo tempo, passa um filme na cabeça que eu nunca vivi. Pessoas mergulhando no rio, competição de remo, gente pescando, velejando até as represas, barzinhos na margem. Como seria o rio Tietê – e o Pinheiros, e o córrego que corta seu bairro – limpo? Um parque de diversões aquático natural. Mais qualidade de vida para toda a cidade.
Escrevi uma matéria para o Yahoo! Brasil sobre o passeio. Leia aqui. Veja aqui, também, as fotos que tirei para o veículo. Um beijo.