Evite comprar souvenirs de origem animal em viagens

porcupineVocê vê como desconhecimento pode facilitar a extinção de uma espécie… No ano passado, durante minha viagem à África do Sul – vou continuar postando sobre ela aos poucos por aqui, são muitas informações e pouco tempo para escrever sobre tudo -, eu caminhava pelos corredores de um grande mercado de souvenirs de Cape Town localizado no V&A Waterfront. Ele parecia uma gigante feirinha hippie repleta de estandes. Em alguns estandes, vi uma espécie de palito de prender o cabelo preto e branco com cerca de 25 centímetros de comprimento. A textura era como a de um osso. Perguntei para a vendedora o que era: “Pelo de porco-espinho”. Uau.

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Naquele momento, um balão abriu ao lado da minha cabeça: “Como eles recolheram esses pelos?”. “Quando caem os pelos dos animais, as pessoas pegam esse material para vender.” Tá bom. Não comprei, preferi algumas faquinhas para passar patê feitas com osso de vaca e pintadas de preto e branco como se fossem zebrinhas. Mais seguro. Saindo de Cape Town vimos inúmeras criações de vaca holandesa.

thinktwicePassados cerca de dez dias de pé na estrada pela África do Sul, fomos visitar o centro de reabilitação de vida selvagem – especializado em felinos <3 – Tenikwa Wildlife Awareness Centre, no município de Plettenberg Bay. Parêntese: esse centro merece um post à parte, viu? Se você ama “cats”, deve conhecer o lugar (foi onde tirei a foto em que apareço ao lado de duas chitas/ guepardos). Lá, antes de visitarmos os felinos e outros animais, somos obrigados a ver uma palestra e um vídeo sobre preservação (as informações sobre recuperação animal são dadas durante a visita aos bichos). Em seguida, você pode recolher folhetos com informações sobre os animais do país. Foi quando descobrimos que porcos-espinhos (porcupine, em inglês) são mortos para terem seus pelos arrancados.

Segundo a organização International Fund for Animal Welfare (IFAW), muitos porcos-espinhos são perseguidos com cachorros e mortos com um golpe rápido na cabeça. Os pelos deles são limpos com desinfetante. Em áreas em que há grande concentração de porcos-espinhos, a IFAW afirma que é possível colher apenas cerca de 100 pelos naturalmente, pegando do chão os pelos que os animais perderam sem ser devido à ação do homem. Porém, essa quantidade, de acordo com a organização, não faz da colheita um exercício altamente lucrativo como acontece quando os animais são mortos. Veja aqui uma lista, em inglês, do que nunca comprar em suas férias. E boa viagem!

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Crédito da foto do porco-espinho: Bohemianism. As outras são minhas e do maridón.

Feliz 2013!

IMG_9650Foi dada a largada! Hoje, oficialmente, começa meu ano profissional. Depois de um período de recesso mais do que necessário para refletirmos sobre nossas ações, voltei! E a minha primeira promessa de ano novo é tentar escrever mais por aqui. Olhe, é possível que eu consiga colocar em prática… Bom, este ano começa cheio de novidades. A que se destaca neste momento é que saí da revista Pesquisa FAPESP para integrar o recém-formado time de comunicação da OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Iniciativa Verde. Na verdade, já estou lá há pouco mais de um mês, mas gosto de ligar essa mudança ao início deste ano. Durante o ano, espero que muitas outras se concretizem.

E vamos à famosa lista promessas. Este ano será sucinta e objetiva:

– Escrever mais para este blog Xis-xis;
– Plantar mais árvores;
– Praticar atividade física ao menos três vezes por semana (para prevenir diversas doenças e manter os hormônios em forma);
– Ler, ler e ler;
– Sorrir mais;
– Estressar menos;
– Ser workaholic na medida certa;
– Usar mais a bike com meio de transporte;
– Continuar optando por alimentos pouco ou não industrializados;
– Seguir poupando nossos recursos naturais;
– Tentar conhecer novos lugares e novas pessoas;
– Ficar ainda mais perto da minha família e dos meus amigos (eles são tudo para mim);
– Manter a paz interior e a mente límpida.

Agora, me diga quais são as suas promessas para este ano novo. Alguma se encontra com as minhas?

Você gosta de ficção científica?

*Este post é uma participação especial do meu irmão Gabriel Nóbile Diniz, que também é engenheiro químico e nerd – veja o canal dele no YouTube.

Naves espaciais, armas a laser, robôs quase humanos, equipamentos estranhos, Pads…

Eu acho fantástico. Adoro! E é muito interessante ver como os filmes de ficção científica
antigos têm coisas… atuais!

Quando nós assistimos a um filme de ficção científica antigo, nós vemos que alguma parte da “ficção” se tornou real. Por exemplo, os Pads que apareciam antigamente, se tornaram reais. Robôs com comportamento humano estão sendo criados, com mais e mais inovações. Carros e outros veículos com recurso de camuflagem, invisíveis à primeira vista, estão sendo desenvolvidos a partir de câmeras fotográficas e LED. A evolução da ciência segue seu curso.

Mas e o mais legal? E as naves espaciais com velocidade mais rápida que a luz? A exploração de outros sistemas solares?

Crédito: http://www.flickr.com/photos/andresrueda/
Crédito: http://www.flickr.com/photos/andresrueda/

A estrela mais próxima do planeta Terra, tirando o Sol, é a Proxima Centauri, a mais de 4 anos-luz de distância (ou seja, a luz da Proxima Centauri demora 4 anos para atingir a Terra). Para você ter uma ideia do que isso significa, o Sol está 8 minutos-luz longe da Terra. E já é uma distância difícil de percorrer.

A velocidade da luz é a maior velocidade que um objeto pode atingir. Qualquer objeto. E atingir a velocidade da luz, simplesmente, não é possível. A luz chega a essa velocidade por que não tem massa. Só assim. Qualquer objeto com massa requer uma energia infinita para atingir a velocidade da luz. Então, é impossível.

Outra detalhe sobre a velocidade da luz é que o tempo é distorcido quando algum objeto chega a uma velocidade próxima. Enquanto no planeta Terra o tempo passa sempre na mesma velocidade, um objeto em uma velocidade próxima a luz está quase que parado no tempo. Complicado não? Tudo previsto por Einstein utilizando apenas um quadro negro.

Só que isso não ocorre nos filmes de ficção científica! Eles viajam a velocidades SUPERIORES à da luz usando propulsores especiais. Não são os mesmos propulsores que um foguete. São propulsores que empregam uma técnica especial de viagem espacial. E cada filme diferente tem uma técnica também diferente de viagem no espaço. São três técnicas conhecidas: Hiperespaço, Buraco de Verme e Dobra Dimensional.

Agora, um cientista resolveu provar que é possível utilizar a Dobra Dimensional na vida real. E está tentando colocar uma nave para voar a uma velocidade superior à da luz.

Mas, antes de falar desse cientista extremamente maluco desenvolvendo sua máquina, vou abordar as três teorias de viagem acima da velocidade da luz. Hiperespaço, Buraco de Verme e Dobra Dimensional. E tudo aquilo que é “real” sobre a ficção científica.

Hiperespaço

Crédito: NASA, ESA, and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
Crédito: NASA, ESA, and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

Hiperespaço é a forma de viagem mais comum em filmes. Funciona teletransportando a nave para um espaço alternativo onde as regras da física são diferentes do nosso espaço e, posteriormente, trazendo a nave para o espaço normal. Como é um espaço diferente do que vivemos, é chamado de Hiperespaço.

Nos filmes de ficção científica, a viagem por Hiperespaço requer grandes e precisos cálculos matemáticos para obter rotas. Em Star Wars, por exemplo, é necessário que a nave percorra caminhos já conhecidos pelo espaço para não colidir com nenhum astro ou objeto. Será fatal se ocorrer tal colisão. Quando o espaço não é “mapeado”, é necessário fazer diversos “pequenos saltos” para o Hiperespaço sempre visualizando os eventuais perigos e a viagem demora muito mais tempo que o normal.

Na trilogia de livros de Douglas Adams, “Guia dos Mochileiros da Galáxia”, um salto no Hiperespaço distorce a sensação de espaço ao redor de uma pessoa e depois o constrói novamente. A velocidade é tanta que até achata os objetos. Por isso, a viagem foi substituída pelo “Gerador de Improbabilidade Infinita”. Este faz o cálculo de “Qual a probabilidade de se fazer um Gerador de Improbabilidade Infinita” com a ajuda de chá pelando. É muito mais eficiente. Por alguma razão que ninguém sabe qual é…

Apesar de ser a forma mais comum de viagem mais rápida do que a luz citada por filmes, não existe qualquer referência a experimento ou teoria física que torne possível tal coisa. Não existe qualquer prova de uma dimensão, espaço ou local alternativo. Muito menos que seja possível viajar por ela.

Buraco de Verme (Wormhole ou Ponte Einstein-Rosen)

Crédito: http://www.flickr.com/photos/ge_photo/
Crédito: http://www.flickr.com/photos/ge_photo/

A teoria de Buraco de Verme é possível em conceitos matemáticos, mas nunca foi feito na prática. Einstein falava que entre dois pontos no espaço é possível ter uma ponte, com distância menor do que percorrer o mesmo espaço em si. Em um exemplo visual, é como se você tivesse duas opções para atravessar um rio. Nadando por ele ou com uma ponte acima de você, entre os dois pontos. É mais rápido passar pela ponte desde que você consiga visualizá-la e percorrê-la.

O mesmo ocorre na teoria Buraco de Verme. Existe um caminho extra para ir de um ponto a outro do universo. A nave percorre o caminho a uma velocidade abaixo da luz. Porém, como o caminho percorrido é menor, a nave chega ao destino antes da luz que seguiu pelo caminho normal.

Buracos de Vermes não estão apenas limitados a viagem espacial. Através de Buracos de Vermes, teoricamente, é possível se viajar no tempo já que é considerado uma dimensão a ser calculada, de acordo com Einstein.

É claro que, mesmo em obras de ficção, a teoria se torna difícil de explicar. Podem existir Buracos de Verme naturais, criados aleatoriamente, sem um destino controlado pelas pessoas. Como um fenômeno natural. Só que eles são limitados a conectar os mesmos locais sempre. Também existem Buracos de Verme criados artificialmente, em que há um portal para ser atravessado e seguir de um ponto a outro. As máquinas que fazem isso nem sempre são explicadas.

Os mais famosos Buracos de Verme estão no seriado/filme “Stargate” e “Babylon 5”. “Stargate” tem um portal elegante e bonito e todo um efeito especial para jogar pessoas de um espaço para outro. Outro Buraco de Verme muito interessante está no jogo eletrônico “Portal” (com versões 1 e 2). Uma arma dispara portais faz o jogador percorrer um ponto ao outro, disparando o portal em uma parede lisa.

Como dito anteriormente, a teoria do Buraco de Verme, mesmo sendo a menos utilizada em filmes, é a mais provável. Afinal, o próprio Einstein foi quem começou a falar sobre ela.

Dobra Dimensional

Crédito: http://www.sxc.hu/photo/828752
Crédito: http://www.sxc.hu/photo/828752

A Dobra dimensional é conhecida nos filmes “Star Trek”. O conceito é muito simples. Pegue uma folha de papel. Qual é a distância mais curta que uma formiguinha num ponto pode ir até outro ponto do papel? Uma linha reta. Porém, se você pegar a folha de papel e dobrá-la, os dois pontos podem ficar encostados um ao outro. E a formiguinha não mais precisa andar o caminho. Isso é dobra dimensional. Pegar o espaço, o dobrar totalmente até que os dois pontos, onde está e o destino, estejam extremamente próximos. Difícil imaginar em três dimensões, não é?

Fazendo dessa forma, não é necessário percorrer o espaço na velocidade mais rápida que a luz, pois o espaço é que se dobrou para se percorrer os dois pontos. Isso sem quebrar a continuidade do espaço-tempo. Apenas distorcer o espaço e o tempo ao redor da nave. A nave é empurrada da mesma forma que um barquinho de papel em uma onda do mar. Na onda do mar, a água à frente do barco diminui e atrás do barco aumenta. É o que acontece com a nave espacial. O espaço atrás dela aumenta de tamanho e o espaço à frente diminui de tamanho.

A Dobra Dimensional é um fenômeno muito comum no espaço. Uma forma de dobra dimensional é vista ao redor de buracos negros. Buracos negros são grandes concentrações de massa em um único ponto do espaço. Um buraco negro de tamanho “intermediário” tem mil vezes a massa do Sol e o tamanho do planeta Terra.

Como a massa de um astro define sua gravidade, então esta se torna diferente do normal. A gravidade nestes locais é tão forte que o espaço e o tempo distorcem. E a luz ou qualquer onda eletromagnética que percorre a direção do buraco negro sofre uma alteração de seu caminho, como se no caminho da luz tivesse uma lente de vidro que force a luz percorrer um caminho mais árduo e diferente do que estava previsto. Este efeito chama-se Lente Gravitacional, muito fácil de se observada no espaço.

Muitas pessoas acreditam que a luz é atraída por buracos negros, por atração da gravidade. Isso não é verdade. A luz é um corpo sem massa, então ela não sofre atração pela gravidade. O que ocorre em buracos negros que impedem a luz de saírem dele, ou que faz com que a luz externa, olhando de fora, apresenta um “retardo” para sair do buraco negro é a Lente Gravitacional. O espaço-tempo é distorcido completamente. Não é culpa da atração gravitacional. A luz, no ponto de vista dela, está sempre percorrendo o caminho reto mais curto possível.

*****

A Dobra Dimensional que está sendo criada é chamada de Propulsão de Alcubierre. Sendo Alcubierre o físico mexicano que descobriu essa técnica a partir da fórmula da relatividade. Ele pegou as fórmulas de Einstein e as manipulou até ver, em números, uma maneira de distorcer o espaço mantendo o tempo parado sendo possível utilizar uma quantidade de energia para pular de um ponto a outro no universo.

Porém, a fórmula é difícil de aplicar. Para ser possível, é necessário usar algo chamado matéria exótica. A matéria exótica, como o próprio nome diz, é um tipo de matéria que não tem as mesmas propriedades físicas da matéria convencional. Por exemplo, a propriedade física mais comum é: matéria atrai matéria. Grandes corpos celestiais atraem objetos para si. Um grande corpo feito de Matéria Exótica repele corpos. Na ponta do lápis, uma matéria exótica desse tipo tem “massa negativa”, já que está fazendo o inverso.

Outra propriedade de qualquer matéria é que matéria pode ser transformada em energia. Muita energia. Trata-se da velha fórmula muito conhecida e pouco explicada E = mc² de Einstein. Ela significa que a Energia contida em uma massa é determinada multiplicando a massa pelo quadrado da velocidade da luz. Isso tem uma proporção catastrófica. Por exemplo, uma grama transformada em pura energia contém 25 milhões de kilowatt-hora. O que permite iluminar uma cidade. Ou, com essa energia, é possível fazer uma bomba de 21,5 kilotons, quase duas vezes mais forte que a bomba de Hiroshima.

Na teoria, a matéria exótica, dona de massa negativa, quando é transformada em energia faz na verdade energia negativa. É esta energia a necessária para fazer a Dobra Dimensional, de acordo com as contas de Alcubierre. Fazer uma viagem curta (daqui para a Proxima Centauri) vai requerer cerca de 700 kg (negativos, claro) de matéria exótica. É muita matéria exótica.

Se os cientistas não descobrirem como fazer matéria exótica de uma forma artificial ou não descobrirem como “minerar” em algum lugar, ficará difícil continuar os experimentos. Vamos ver o que a ciência terá a dizer sobre isso. Aguardaremos ansiosos!

Como são os safáris na África do Sul

Eu tenho tanta informação para escrever por aqui coletada durante os 20 dias da minha viagem pela África do Sul e tanto vídeo para editar e subir que precisaria de um clone para fazer tudo isso por mim. Além das incríveis histórias da população que hoje vive por lá – muitas delas para se discutir em uma mesa de bar -, as paisagens e os animais também são envolventes. De tirar o fôlego. Portanto, faço aqui uma revelação (ao menos para mim): em cinco dias no mato você consegue ver os bichos caçando, comendo sem parar (no caso dos herbívoros), amamentando, copulando, fazendo barulhos, distraídos, lutando, curiosos, sem se importar com a sua presença ou te ameaçando por estar no ambiente deles.

Sério, eu me senti dentro de um dos programas do Discovery Channel. Era como se fosse uma espectadora in loco. Por exemplo, em apenas cinco dias conseguimos perceber os sinais que a maioria dos grandes animais – como elefantes, antílopes, leões, girafas – transmitem de acordo com o que estão sentindo. Fizemos safári em uma reserva pública chamada Addo Elephant e em uma particular. Na pública, nós mesmos podíamos dirigir pelas trilhas com o nosso carro alugado ou contratar os guias locais para fazer safáris como os noturnos.
O Addo Elephant, como diz o nome, é uma reserva repleta de elefantes. Em cerca de dois dias inteiros por lá, observamos bebês elefantes mamando. Elefanta guiando a manada, algumas com mais de 15 indivíduos. Sim, é a fêmea quem manda no grupo, sabe onde está a água para beber, para tomar banho, onde há a melhor comida. Pudemos ver jovens machos acompanhando, de longe, um grupo (foto abaixo). Isso porque ao completar determinada idade, creio que dois anos – me corrija se estiver errada -, a fêmea guiadora expulsa o macho jovem do grupo. Ele tem que se virar sozinho. Traumatizado e sem saber o que fazer, muitos jovens seguem o antigo grupo por um tempo. Em seguida, como também pudemos observar, dois machos às vezes andam juntos para se defenderem de outros animais.

Vimos que até os elefantes conseguem se camuflar – sua bundinha parece um montinho de terra no meio do mato. Que eles se alimentam cerca de oito horas por dia praticamente sem parar. Que geralmente não há leão e nem chita (guepardo) onde estão os elefantes. O leão é quem escolhe o melhor território primeiro – que pode mudar com o tempo. Os elefantes expulsam as chitas de parte do território que sobrou e eleito o deles.

Já éramos água para elefante. Os animais do Addo estão acostumados com tanto carro passando. Mesmo assim, meu marido foi encarado por um jovem macho que veio em direção ao nosso carrinho, desviou praticamente em cima do capô, passou pelo lado do motorista e virou a cabeça para encarar olho no olho. Entortou o pescoço até não conseguir mais e seguiu seu caminho. Ficamos bem quietinhos – e meu marido gélido. Mas foi só isso e algumas olhadelas de mamães amamentando. Até que…

Seguimos para a reserva particular com o carrinho prateado alugado, um Nissan Micra. Passamos por tantos elefantes, tantos passaram por nós, que já estávamos acostumados em ver eles tão perto, cerca de um metro de distância do carro. Entramos na reserva, vimos as primeiras girafas da viagem – lindinhas e calmas. Seguimos pela estrada de terra até encontrarmos dois elefantes no meio da pista. Um deles, o macho, parou e nos olhou. Essa encarada do elefante é um sinal de que o bicho está incomodado. Pensei: “Vou dar uma aceleradinha e andar um pouco para avisar que queremos passar”.

Dei mais uma acelerada – estávamos com receio de nos perdemos dentro da reserva e queríamos chegar logo à sede para fazer os safáris. Afinal, nas reservas particulares os safáris são feitos com os veículos delas, geralmente Land Rover abertas. O elefante se virou para nós e abriu a orelha. Péssimo sinal que interpretamos bem. Sabíamos o que isso significava: ele queria mostrar que era grande, mais firmemente que não estava gostando. Às vezes, os elefantes abrem as orelhas para se refrescarem. Elas têm veias que ajudam a trocar o calor quente pelo mais frio do ar. Não era o caso. Falei para meu marido: “Vou acelerar e correr”. “Não faça isso, ele está na parte de cima do morro, se der um passo para cima de nós acaba com a gente”, sábias palavras. Andei mais um metro com o carro. O elefante começou a balançar a cabeça do lado direito para o esquerdo e vice-versa. Sua tromba, que encostava no chão, chacoalhava no ar. Ferrou. Recuei rapidamente mais de dez metros com o carro! O bicho entendeu, arregamos – não que quiséssemos brigar, apenas estávamos aflitos.

Falei: “Temos todo o tempo do mundo, qualquer coisa alguém da sede busca por nós”. E esperamos uns cinco minutos, ou seja, muito menos do que imaginávamos. Até que o elefante subiu morro acima, parou de nos olhar e passamos devagar – mas espertos – menos de dez metros ao lado dele seguindo pela estrada de terra esburacada.

Nos dias que se seguiram, um leão rugiu para o carro em que estávamos – desta vez, com o guia ao volante – enquanto seguíamos o grupo de felinos em uma caçada. Vimos leões e chitas correrem, literalmente, atrás do almoço. Três machos chitas, um dos animais mais velozes do mundo que pode alcançar cerca de 110 km/h, atacaram um bando de guinus. Uma delas pegou um guinu, mas o bando voltou e começou a tentar dar chifrada na chita, até que ela o soltou. Também tivermos a sorte de observar um leão comendo ao lado de nós (foto acima), antílopes brigando, búfalos lutando, copulando, zebra e elefante tentando copular.

No total, calculamos ter avistado mais de 70 espécies animais, sem contar as inúmeras aves. A nossa revelação e emoção foi vê-los “em ação”, como dizem os guias. Não imaginávamos que era tão fácil, tão comum, tão encantador observar as amamentações, caçadas, lutas. Apesar dessas brigas diárias entre predadores e presas, o ambiente parecia calmo. Os animais sabiam que estavam sendo observados por seus caçadores, mas permaneciam por perto com exceção de quando era visível que o predador iria atacar. Nem os safáris se comparam à vida que levamos nas florestas de concreto. Isto, sim, é vida selvagem.

Brinquedo infantil

Diversas pesquisas científicas apontam que incentivar o pensamento e a coordenação motora da  criança desde pequenininha ajuda no desenvolvimento intelectual e físico dela. Uma das maneiras de fazer isso é bem simples: presenteando com brinquedos!

Se você tem dúvida sobre quais brinquedos – incluindo jogos – comprar dependendo da idade da criança, se é para uma menina ou menino, quais marcas existem, entre outras questões, saiba que existe um blog apenas sobre o assunto chamado Brinquedo Infantil: http://www.brinquedoinfantil.com/.

Por exemplo, você sabia que é possível alugar brinquedos? Existem empresas que disponibilizam o serviço! Se você quer fazer a festa do seu filho, afilhado, irmão, veja no blog Brinquedo Infantil onde encontrá-las. Essa pode ser uma solução amiga do meio ambiente – afinal, você estará reutilizando – e econômica para disponibilizar um brinquedo diferente.

Agora, se o assunto é presente, eu gosto de dar como mimo aos filhos de amigos e parentes brinquedos pedagógicos. Eu tinha vários quando era criança e os adorava. A função principal deles é a de ajudar no desenvolvimento da criança, claro. Além disso, o que também me atrai é que, geralmente, esses tipos de brinquedos infantis são lúdicos, coloridos e feitos com materiais que agridem menos o meio ambiente.

Mas o blog não para por aí. Além de dar diversas dicas sobre o assunto, o Brinquedo Infantil mostra onde encontrar o objeto em promoção em sites da internet. Gostou? Então, clique aqui para entrar no blog e divirta-se!

Obs.: Este é um publieditorial.

Sua comida pode estar em extinção

Devido à pesca predatória, inúmeras espécies de peixes usadas como alimentos por nós, humanos, estão em extinção na África do Sul – o mesmo ocorre aqui no Brasil. Para alertar os moradores e os turistas sobre esse problema, organizações públicas, não governamentais e privadas se uniram na divulgação colando cartazes de alerta em diversos pontos públicos como no Two Oceans Aquarium, em Cape Town (Cidade do Cabo).

Os cartazes são simples. Neles, espécies peixes com nomes e ilustrações foram separadas em três categorias dentro das respectivas cores: green (verde), orange (laranja) e red (vermelho). Os peixes da categoria verde, como é o caso da anchova e do dourado, podem ser consumidos. O cartaz alerta para o consumo moderado das espécies colocadas na categoria laranja, como o bagre. Essas espécies correm risco de extinção, mas menos do que as inseridas na categoria vermelha como, por exemplo, o incomum peixe-serra. Veja aqui, no site da WWF, a lista completa.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 85% dos estoques de peixes do mundo são superexplorados ou já foram explorados ao máximo. Para piorar a situação, estima-se que um quarto dos animais marinhos pescados são muitas vezes mortos ou desperdiçados por terem sido capturados acidentalmente.

Parece que os restaurantes de modo geral da África do Sul, graças a esse extenso alerta, têm evitado comercializar as espécies em risco de extinção – me corrija se eu estiver enganada. Mesmo assim, os peixes e alguns frutos do mar estão entre os principais alimentos consumidos por lá. Eu, por exemplo, vivi a base de lula e peixe – mais saborosos do que os daqui!

A África do Sul tem uma extensa área costeira (3.798 quilômetros). Lá, peixe e frutos do mar custa cerca de três vezes menos do que os consumidos no Sudeste do Brasil, sendo que a costa brasileira é de cerca de 8 mil quilômetros – mais que o dobro maior do que a sul-africana. Alguns estudos apontam maior quantidade de animais marinhos em águas frias como as da África do Sul. Essa explicação seria suficiente para justificar os preços mais altos dos frutos do mar por aqui, já que o litoral do Brasil é relativamente quente? Ou os peixes do Brasil correm mais risco por diversos motivos?

Enfim, os recursos marinhos são finitos. O que está sendo feito no Brasil para cuidar dessas espécies e desse ambiente tão especial?

Chifre de rinoceronte é afrodisíaco?

Não importa. Se quiser ter mais disposição para o sexo consulte um psicólogo, um médico, faça exercícios físicos, se alimente bem… Mas não ingira pó de chifre de rinoceronte. Segundo o site HowStuffWorks, o chifre tem grandes quantidades de cálcio e de fósforo que podem gerar fraqueza e fadiga quando estão em falta em nosso organismo. Se esse é o problema, procure um nutricionista. Sabe por quê?

Enquanto dirigíamos entre as reservas de animais próximas à cidade de Port Elizabeth, na África do Sul, vimos alguns helicópteros sobrevoar a área durante o dia. Perguntei a um funcionário de uma reserva o que eles faziam sobre a região: “São caçadores em busca de rinocerontes”.

O rapaz explicou que traficantes sobrevoam as reservas, principalmente, particulares – porque a polícia tem conseguido combater o crime nos parques governamentais. No helicóptero, os traficantes estão com armas de longo alcance. Lá de cima atiram nos animais. Durante a noite ou fim de tarde, passam pelas cercas elétricas e cortam os chifres dos rinocerontes machucados ou mortos. Sem o chifre, o animal que ainda estava vivo pode morrer de hemorragia ou perde um membro de defesa.

O material retirado é traficado para a China e para outros países asiáticos onde é vendido como afrodisíaco – segundo matéria publicada no site Terra, o quilo custa US$ 66 mil dólares (o que explica o gasto com o helicóptero e com as armas)! Desse modo, o crime passa a ser perigoso até para turistas desavisados tentando ver o animal – vivo – de perto. Afinal, você pode encontrar um traficante tentando arrancar o chifre do bicho.

Conclusão? Três das quatro espécies de rinocerontes correm sério risco de extinção, de acordo com a International Union for Conservation of Nature (IUCN). Claro que o tráfico não é a única causa. O desmatamento do habitat natural também prejudicou as espécies. Atualmente, a maioria dos rinocerontes da África do Sul se encontram em reservas (de acordo com informações de alguns livros que li por lá) e, mesmo assim, têm risco de serem caçados ilegalmente. Triste.

Abaixo, eu feliz perto do bicho vivinho.

 

Zebras e girafas são vistas da estrada

Enquanto dirigimos nas rodovias do Brasil vemos vacas pastando e, eventualmente, sentimos o cheiro de criação de porco. Na África do Sul, dependendo da região também observamos vacas (holandesas) e criações de carneiros. Meigo. Agora, já imaginou ver zebras, girafas, antílopes, elefantes e até leões separados da rodovia por uma mera cerca elétrica? Essa é a visão do céu – e sinal de que estamos na África. Á-FRI-CA. Ai, é emocionante!

“Não entre, LEÕES”, dizem algumas placas presas às cercas elétricas na região de Port Elizabeth. A regra é clara: se a cerca tem eletricidade, provavelmente, a reserva possui animais que podem se alimentar da carne humana. Nós dirigíamos com atenção redobrada sempre que passávamos de carro pelas estradas de terra ou rodovias que tinham cercas elétricas dividindo a reserva do asfalto ou da terra. A chance de ver um animal silvestre era gigante!

Em uma breve pesquisa que fiz, parece que a economia da África do Sul está baseada na exploração de minérios e na exportação agrícola. Mas, graças ao turismo (reforçado ainda mais com a Copa do Mundo cediada por eles, os animais endêmicos da região que correm risco de extinção conseguiram certa proteção. As reservas garantem seu habitat, sua alimentação, sua exploração econômica com o turismo e, assim, sua existência. É o caso desta espécie de zebra – existem três, uma outra parente já foi extinta.

Além de garantir a sobrevivência dos animais, criar reservas particulares e governamentais é uma maneira de proteger os habitantes locais das espécies que oferecem riscos à população como leões e elefantes – estes são fofos, mas podem ser violentos. Não seria uma inspiração para o Brasil? Existem reservas semelhantes no Pantanal, mas soube de muitos problemas relacionados a ataques de onças-pintadas – leia, no link, matéria da jornalista Juliana Arini.

Bom, tenho muitas histórias para postar aqui sobre a minha viagem para a Mama África. Esperto ter tempo para escrver os causos e compartilhá-los com você.

África do Sul: como preservar a natureza usando o turismo

Saudades, leitor! Fiquei o mês de agosto fora, de férias na África do Sul. Foi uma viagem de tirar o fôlego! Estou cheia de novidades. Tentei focar a viagem em passar mais tempo próxima à natureza e em conhecer um pouco a história local. Apesar de o país passar por alguns visíveis problemas, podemos aprender com algumas ações que parecem terem dado certo por lá.

Há menos de 20 anos a África do Sul quase entrava em guerra civil… Segundo o que me contaram, boa parte das vegetações originais tinham sido desmatadas até então. Hoje, existem incontáveis reservas públicas e privadas espalhadas pelo país. E, claro, eles usam o turismo para mantê-las de pé. Como?

Quem não quer fazer um safári? Ou ver baleias de perto? Então… Boa parte das reservas resgataram as vegetações endêmicas para receberem os animais – parece que as reservas públicas foram mais cuidadosas em inserir (com alguns rigores científicos) espécies de bichos que originalmente viviam naquele ecossistema.

É possível dormir dentro das reservas – tanto nas públicas quanto nas privadas. Por exemplo, existe um parque marinho chamado Tsitsikamma. Ele preserva a vegetação e animais costeiros e, claro, espécies marinhas. Lá não há leões, girafas ou elefantes, mas você pode fazer trilhas para ver paisagens de tirar o fôlego, remar e até nadar com as focas.

Se preferir, pode dormir no Addo Elephant. Como o nome sinaliza, é um parque que possui um grande número de… elefantes. Nesse lugar, é possível fazer safári com o próprio carro. Lá há mais de 30 espécies de animais – entre eles os temidos leões e leopardos.

Ou, se quiser, pode pousar no maravilhoso De Hoop (sinônimo de dunas, baleias, florestas e mar transparente) perto das zebras e dos antílopes. Como não há animais que atacam os homens, pode fazer trilhas a pé e de bicicleta. Detalhe: sua reserva marinha é famosa pelas baleias. Eu contei 15 juntas – incluindo bebês. <3

Nesses locais há restaurantes, cozinhas, passeios guiados e acomodações para diversos bolsos. São super seguros – tanto com relação ao ataque de bichos como à violência “humana”. Enquanto esse tipo de uso das reservas e dos parques gera dinheiro para a manutenção dos próprios, os visitantes também acabam sendo mais olhos para ajudar na preservação do lugar. Vi raras ações depredatórias.

Portanto, a natureza, lá, não é apenas para ser admirada e intocada. Ela pode ser respirada, sentida, vivida. Não seria um bom exemplo a se seguir?

Obs.: Para conhecer todos os parques e as reservas públicas da África, clique aqui.

Fundo Itaú destinará R$ 2,4 mi para ONGs de educação

O Fundo Itaú Excelência Social (Fies) investirá, ainda em 2012, R$ 2,4 milhões em
até 14 organizações não governamentais que atuam na área da educação. Serão escolhidos projetos de três categorias: educação infantil, educação ambiental e educação para o trabalho. As ONGs interessadas no apoio devem inscrever-se até o dia 31 de agosto (sexta-feira) no site do Fies – clique aqui – para participar da seleção. O edital está disponível no mesmo link. Cada instituição selecionada receberá até R$ 120 mil e contará com suporte técnico, monitoramento e formação de gestores. Além disso, também serão destinados R$ 240 mil ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Brasil.

Os projetos de educação infantil devem envolver ações executadas por organizações registradas nos Conselhos Municipais de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) que foquem no desenvolvimento de crianças com até cinco anos. Os projetos de educação ambiental precisam ser dirigidos à formação de crianças e adolescentes de 6 até 17 anos de idade com o objetivo de promover conhecimentos para a preservação e melhoria da qualidade ambiental, realizados por organizações também registradas nos CMDCAs. Por fim, os projetos de educação para o trabalho devem preparar adolescentes e jovens com entre 14 e 24 anos para o mercado de trabalho.

Para participar da seleção, as ONGs devem: ter o orçamento anual igual ou superior a R$ 120 mil; ser sem fins lucrativos; ser constituídas no Brasil, de acordo com a legislação brasileira, e com sede no território nacional; estar adimplentes com suas obrigações fiscais; ser responsáveis diretas por um programa social relacionado ao tema educação, cuja implantação tenha sido iniciada há pelo menos dois anos e ainda esteja em execução; formalizar corretamente, até 31 de agosto, a sua inscrição.

O processo de seleção é dividido em quatro etapas. Primeiro, serão classificados os inscritos que atendem às exigências do edital. Em seguida, as organizações e seus programas serão avaliados pelo Comitê de Análise. Os aspectos observados são: a capacidade de gestão para sustentabilidade política, financeira e técnica; a composição, formação e experiência profissional das equipes das organizações; a relevância do programa perante o contexto local e o potencial
de transformação; o caráter inovador do programa. Após a avaliação, o Comitê selecionará até 25 semifinalistas para a etapa de visitas técnicas feitas por dois profissionais responsáveis pela ratificação da indicação e coleta de dados adicionais.

Os programas das organizações finalistas são avaliados pelo Conselho Consultivo do Fundo Itaú Excelência Social formado por representantes da Fundação Itaú Social, do ltaú Unibanco S.A., do Itaucard, da Fundação Orsa, Fundação lochpe, Instituto Ethos, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Instituto ltaú Cultural, Fundação Dom Cabral, Instituto Ayrton Senna, Universidade de São Paulo e Fundação Educar DPaschoal e por investidores institucionais do Fundo.

Sobre o Fundo
O Fundo Itaú Excelência Social investe em ações de empresas com práticas sociais, ambientais e de governança corporativa diferenciadas. Desde 2004 até o final deste ano, o FIES terá destinado mais de R$ 20 milhões a programas educacionais de 116 ONGs, beneficiando mais de 22 mil crianças e dois mil educadores.

Obs.: Este é um publieditorial.

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