Escrevi no Twitter que meu apê será minimalista. Meio que tirando um barato de não poder mobiliá-lo todo antes de me mudar. Aí, a @samegui mandou: “nosso apê é minimalista – aprendemos em Tokyo (…) mas vcs naturalmente perceberão – eu só aprendi depois de casada, ao montar o apê onde tem terremotos, que não precisamos de muito.”
Fiquei com esse problema geológico do Japão na cabeça o dia todo. Esse deve ser um dos motivos para os orientais serem tão práticos. E, graças à @samegui e uma conversa com a @jucmartins, percebi que na realidade estou tirando da minha vida tudo o que “sobra”. Aquilo que não terá utilidade. A futilidade. Ao mesmo tempo, só estou adquirindo o que terá um variado – ou muito – uso.
Essas foram as nossas – meu respectivo e yo – posições antes de nos mudarmos. Roupas em bom estado que não visto mais? Estou dando para quem irá usar. Móveis e objetos que quero levar? Reformo e destino um uso. Lembrancinhas? Algumas, claro, fazem parte da minha memória – como meus diários e minhas publicações que irão como “HD externo”. Para outras… o destino é a reciclagem.
Estou sendo bem feliz assim. A cada objeto/sapato/roupa/livros que dou, um peso sai dos meus ombros. A vida – boa ou não – foi vivida. Não adianta carregarmos a carapaça – a não ser aquilo, como disse anteriormente, insubstituível com grande apelo emocional. Mesmo porque o que realmente nos faz feliz – e a ciência comprovou – são os momentos ao lado dos que gostamos e de aprendizado. É disso que quero “lotar” o apê.
A culpa dos desmoronamentos é da chuva?
Eu ia fazer um post super elaborado, mas resolvi ser sucinta devido ao meu grau de indignação e tristeza. Assim, responda você mesmo. Darei as pistas, apenas.
Está vendo a foto? Foi tirada sexta-feira passada, dia 14, de um morrinho ao lado de uma rua importante para os bairros da região onde moro. Esse desmoronamento aconteceu há um ano – você leu certo, um ano. Desde um ano atrás, foi colocada essa faixa alertando o perigo.
Ah, há poucos meses, saquinhos que pareciam ser de areia foram postos em cima de uns cortes horizontais da terra. Deveria ser, creio eu, para conter possíveis desmoronamentos. Tirei a foto porque iria publicar o post na sexta, mesmo. Porém, não tive tempo.
Aí, segundona dia 17, passando pelo mesmo caminho do santo dia… Tirei essa foto mais escura. Juro. Não dá para ver direito porque usei a câmera do meu celular, de dentro do carro, na chuva, durante a noite. Mas desmoronou. Juro. A terra caiu em parte da rua e de uma área de retorno. Parece brincadeira, mas não é.
Agora, dada as pistas, me diga. A culpa dos desmoronamentos é da chuva?
Obs.: Amanhã, vou tentar tirar uma foto durante o dia para comprovar. E os matinhos que aparecem no morro na primeira foto só mostram que, realmente, faz um ano que ocorreu o desmoronamento. Nada foi feito. Deu tempo até deles crescerem.
O quati não late, mas morde
Estava pasmando no Parque Nacional Iguazú, parte argentina das Cataratas do Iguaçú, do lado de fora de uma lanchonete. Enquanto isso, uma gringa desavisada – não deu atenção às placas – comia seu delicioso lanche. Entre uma mordida e outra colocada no prato, num momento de distração, um quati subiu na mesa. Ele agarrou com a boca o sanduíche e correu para debaixo da mesa.
A moça nem tentou brigar por sua comida. Já gritou com medo do bichinho. O pessoal em volta tentou obter a deliciosa refeição de volta, sem sucesso. Aliás, nem os guardas florestais do parque conseguiram espantar o animal para muito longe. Os bichos se acostumaram.
Na parte brasileira das Cataratas, os guardas usam uma varinha para espantar a espécie. Eles batem com força no chão sempre que um quati se aproxima de nós. Aqui, no Brasil, eles fogem. Porém, essa aproximação acontece porque os animais devem ter se acostumado com pessoas, no passado recente, dando comida para eles. Aí, quem quer se alimentar na floresta se ganha na boca gordura trans?
No Parque Estadual de Vila Velha – também no Paraná -, com a reformulação do lugar, os quatis ficam longe das pessoas. Hoje, eles têm medo de nós. De certa maneira, é bom para ambos. Afinal, eles seguem com uma alimentação e costumes adequados. Apesar deles serem bonitinhos, sua mordida passa raiva – uma doença infecciosa.
Recentemente, recebi em uma newsletter da ONG S.O.S. Mata Atlântica com informações interessantes: “O quati (Nasua nasua) é um mamífero comum na Mata Atlântica brasileira. Possui um nariz comprido, que utiliza para farejar suas presas, a maioria pequenos vertebrados e insetos que busca na terra e nos troncos podres. Também se alimenta de frutas e ovos, e gosta de subir em árvores. Os machos adultos vivem sozinhos. As famílias de quatis são formadas pelas fêmeas e seus filhotes, que permanecem junto da mãe até os dois anos de idade. É conhecido pelo fato de, ao se sentir ameaçado, se fingir de morto, se jogando no chão de patas para cima. Outras espécies, como o Gambá, também usam este artifício”.
Obs.: A foto acima foi tirada na Argentina; e, a ao lado, no Brasil. Boa semana!
2011: Ano Internacional das Florestas
Parece que “nomear” datas – como Ano Internacional da Astronomia (2009), Ano Internacional de Darwin (2009), Ano Internacional da Biodiversidade (2010) – tem surtido efeito positivo. São inegáveis as inúmeras discussões que rolaram em torno dos temas e as atenções dadas para eles.
Assim, Organização das Nações Unidas (ONU) declara que este ano, 2011, é o Ano Internacional das Florestas.
Pelo que andei xeretando por aí, desta vez, o objetivo da ONU vai além de chamar a atenção para o meio ambiente em si. A ideia é discutir a relação do homem com as florestas, principalmente, a questão da pobreza. Afinal, boa parte das matas mais preservadas do mundo estão localizadas em regiões com populações miseráveis – olha “nóis” aí, gente.
Segundo o site oficial – clique aqui –, o Brasil participará da discussão – com tudo certo, mas nada resolvido. Nossa terra prevê organizar un congresso internacional sobre as cidades e as florestas adivinhe onde? Em Manaus, claro. Só que não foram divulgadas mais informações sobre.
Ah, e por hoje não é só, pessoal, 2011 também foi declarado o Ano Internacional da Química e a ONU estabeleceu a data como o início da Década da Biodiversidade. E viva meu bioma preferido: a Mata Atlântica! Vamos comemorar.
Como seria o litoral sem as construções?
Gosto de fazer um exercício, principalmente, quando desço para o litoral sul de São Paulo pela rodovia Anchieta ou viajo para o Rio de Janeiro, capital. Observar o litoral do alto da Serra do Mar – ou a cidade de um morro do Rio – é deslumbrante. Sempre, não enjoo. Agora, imagine como era a paisagem antes das modernas construções!
Rios, mangues, córregos, cachoeiras, morros livres do concreto ou de grandes desvios artificiais. Panorâmicas das praias sem uma pedra de concreto no caminho. De tirar o fôlego – apesar que os prédios brancos do Rio as casinhas das favelas têm sua poesia; os pescadores em seus barquinhos e os portos que parecem fantasmas também.
Sei lá de onde surgiu essa ideia. Deve ser culpa das aquarelas, gravuras, pinturas a óleo que observei desde criança nos museus cariocas. Não lembro os autores, com exceção do Debret que adoro, quando não eram anônimos. Se você quer estimular sua imaginação com uma visão da Cidade Maravilhosa mais pelada – ou vestida, dependendo do ponto de vista – indico um charmoso lugar em especial, o Museu Chácara do Céu, na Santa Teresa (Rio).
Se não me engano – isso porque acho que já xeretei todos os museus da capital fluminense – lá é o local que reúne um grande número de quadros panorâmicos. Sem contar que a chácara é uma graça. Faz jus ao nome: “A construção atual, projetada em 1954 pelo arquiteto Wladimir Alves de Souza, destaca-se pela modernidade das soluções arquitetônicas e por sua localização, que integra os jardins e permite magnífica vista de 360 graus sobre a cidade e a baía da Guanabara”. Preciso dizer mais?
Ano passado, em São Paulo, fui visitar uma exposição e aproveitei para ver a “Coleção Brasiliana Itaú” – ela estava “no caminho”. Assim, sem compromisso, fui dar uma olhadela. Qual foi a minha surpresa em encontrar essas panorâmicas – inclusive algumas que nunca tinha visto da capital paulista? Ah, fiquei extasiada. Se tiver a oportunidade, não perca.
E boas férias! Xis-xis também é cultura!
Obs.: Tirei as fotos quando seguia semana passada para o litoral sul de São Paulo.
As plantas do mundo em uma lista
Pesquisadores dos Jardins Botânicos Reais de Kew, na Grã Bretanha, e do Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos, elaboraram uma base de dados botânicos dita por aí como a mais completa lista criada até hoje. Ela possui mais de 1,25 milhões de nomes de plantas.
Porém, para que tanto trabalho? O intuito é determinar que nome corresponde a qual espécie para, consequentemente, facilitar a identificação e o catálogo delas. Deveras interessante.
Ficou curioso? Pois saiba é possível acessar os dados pela internet, disponíveis no site com o criativo nome “The Plant List“. Prepare-se para uma grande, mas grande, lista de nomes em latim.
Entre as milhões de plantas ticadas, 300 mil são nomes dados a espécies vegetais, 480 mil são sinônimos e o resto não foi identificado. Divirta-se!
Obs.: A foto tirei em São Sebastião, São Paulo.
Decoração: poupando o meio ambiente
Já contei que estou arrumando minha casa, certo? Também que sinto dificuldade em comprar apenas produtos mais ambientalmente corretos. De modo geral, eles são mais caros. E, em alguns casos, não existem tantas opções assim. Sem contar que é uma luta interna não adquirir móveis lindos feitos com materiais menos indicados.
Pensando em pessoas que estão na mesma situação que moi, procurando uma luz no começo das obras, fiz esta matéria publicada no Yahoo! – clique aqui. São dez atitudes para poupar o meio ambiente ao construir ou imobiliar uma residência.
Resumão: prefira madeira como acabamento, compre móveis usados, invista em área realmente externa, cultive plantas, reutilize a água, verifique qual o consumo de energia dos eletro-eletrônicos, opte por revestimentos naturais, encaminhe o entulho para o reaproveitamento, dê preferência para lustres e abajures com lâmpadas fluorescentes ou Leds, escolha utensílios domésticos que agridam menos o meio ambiente como potes de vidro no lugar dos de plástico.
Construa um doce lar – que não de açúcar. E seja feliz!
Feliz 2011!
Este ano, de 2010, foi de fortes emoções – ao menos para mim. Vivi momentos intensos felizes, mas como nem tudo é perfeito, outros tristes.
No campo do trabalho, me tornei repórter fixo do portal Yahoo!. Além de poder colocar em prática diversas faculdades, o site deu a chance de cobrir os bastidores de um evento que sempre desejei conhecer de perto, o Rally dos Sertões. Antes disso, foi uma experiência única trabalhar no principal jornal da RedeTV!, o RedeTV! News; cobrir ciência lá no site iG; fazer frilas para a revista Horizonte Geográfico – desde pequena leio a publicação -; e colaborar para o Uol. Pela primeira vez, fiz parte de uma equipe que ganhou um prêmio, Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo – graças à competência do pessoal da revista Época.
Em 2010, fui muito grata por ser convidada para dar algumas palestras e participar de mesas redondas, como pelos organizadores da Campus Party e pelo pessoal do Aprenda.bio. Foi compensador e divertido! E tenho orgulho de fazer parte de duas redes que me possibilitaram conhecer pessoas únicas e extremamente competentes: Science Blogs e Rede Ecoblogs. Se você pudesse ler os e-mails que rolam nas listas, literalmente, de discussões… São de chorar de tanto rir e, na maioria das vezes, mostram o empreendedorismo que essas pessoas possuem. Também tive outras possibilidades que surgiram, mas, infelizmente, não pude colocar em prática devido à falta de tempo – o dia poderia ter 36 horas!
Quando era adolescente, li algo que me marcou. Não lembro o texto ao certo, mas dizia que todo ano deveríamos conhecer um lugar novo. Pode ser uma praça na próprio município em que mora, uma praia no litoral do estado ou uma cidade européia. Não importa o lugar, apenas que seja novo aos nossos olhos. Sem revelar para ninguém, coloco em prática essa filosofia. Em 2010, realizei outro sonho, tomei uma espécie de banho de cachoeira nas Cataratas do Iguaçu. De tabela, ainda passei uns dias na nossa vizinha Argentina e fiz uma viagem antropológica pelo Paraguai. Além disso, voltei para Vila Velha, também no meu estado natal do Paraná, para ver de pertinho as furnas. Isso tudo sem contar os banhos de mar em praias, que não conhecia, do Litoral Norte de São Paulo.
Quanto aos acontecimentos tristes, prefiro não escrever para evitar deixar registrado. Ficarão na memória sendo que, pouco a pouco, restarão apenas boas lembranças.
Para ilustrar este post, uma foto das Cataratas do Iguaçu. Um lugar com uma energia indescritível. Sei que parece um papo zen, mas é emocionante. O barulho das águas, o “spray” que sobe das quedas e as loucas andorinhas atravessando as paredes das cachoeiras são marcantes. Isso é força.
Bom, chega de blá blá blá. Agradeço a todos que fazem parte da minha vida. A todos que acompanham o blog. Desejo um maravilhoso 2011! Que seja um ano de colheita de toda essa energia despendida. De toda essa força. Um ano de festas, alegrias, risadas, saúde! Aproveite o Ano Novo! Um beijo, nos vemos em 2011!
O que fazer com o entulho da reforma ou construção
É fato. Qualquer reforminha em casa gera entulho – muito ou pouco, dependendo do que for feito. E você sabe que não pode colocar o entulho junto com o lixo comum para ser recolhido, certo? Se o saco for grande, os lixeiros nem levam.
E, aí, a questão. O que fazer com o resto de madeira do piso, o granito da pia, a sobra do MDF? Bom, o granito consegui entregar para uma empresa da área que reutilizará o material. O MDF reaproveitável está em casa, esperando um uso correto. Caso contrário… será levado junto com as demais sobras para um EcoPonto.
De tanto as pessoas descartarem o entulho gerado por construções, demolições e pequenas reformas de maneira ilegal em locais públicos – como ruas e praças(!), a prefeitura de São Paulo criou EcoPontos. Em outras palavras, um lugar para as pessoas depositarem os resíduos da construção.
Após a entrega ao EcoPonto, esse material, que antes seria lixo ou poluição visual na cidade, é reciclado ou reutilizado. Ufa. Como diz o ditado, “há males que vêm para o bem”. Para saber mais ou ver os endereços dos EcoPontos, clique aqui. E boa casa nova.
Obs.: Se você mora em outra cidade, sugiro entrar em contato com a prefeitura antes de desperdiçar o entulho. Ou, faça como eu, procure ver se empresas da área aceitam o material – de graça ou pagando por ele.
O encontro do rio Paraná com o Iguaçu
Pasmei nesse lugar. É meio bizarro, sabe? De um lado você vê o Brasil (direito), do outro o Paraguai (esquerdo) e nos pés o solo argentino – tirei a foto do lado da Argentina. Nas três pontas, nas três terras, um obelisco pintado com as cores da bandeira de seus respectivos países – detalhe, só no lado do Paraguai não havia turistas, ô tristeza, estavam todos fazendo compras.
Mas e os rios? Não se atreva a nadar neles. É meio que território de ninguém – e ao mesmo tempo de todos os três. Afinal, todos usamos e dependemos daquelas águas amarronzadas de certa maneira – seja para a navegação, comércio, abastecimento ou geração de energia. Só Deus sabe o que acontece lá quando os olhos não veem.
O que não se percebe na foto estática, escrito nas entrelinhas, é que o Iguaçu (lado direito) deságua no rio Paraná. Colocando mais água no feijão disputadíssimo. O que torna a aura do lugar ainda mais mágica. Aliás, não caia na pegadinha. Quando as Cataratas do Iguaçu estão mais caudalosas, espertinhos dizem que é porque abriram os vertedouros – ou comportas – da Hidrelétrica de Itaipu. Pura história para boi dormir.
Os funcionários da usina falaram que os vertedouros só abrem 10% do tempo ao ano, quando a represa está para transbordar. Quase ninguém vê nem unzinho aberto. Eu, por exemplo, conferi todos fechados. Isso porque a represa estava cheia. Já meu pai… teve a sorte de ver a água escorrer numa velocidade assustadora.
Obs.: Engraçado. Visitei, no mesmo dia, as Cataratas de manhã e no final da tarde – quando estavam mais cheias. Será que teria chovido na cabeceira do rio? Explicação mais plausível.