Resoluções ambientais e científicas de Ano Novo

Telemaco Borba Isis DinizNão curto muito fazer listas, mas gosto de ter objetivos. E tentar alcançá-los, claro. Não que seja ambiciosa, a idéia é dar um rumo para a vida. Tentar fazer algo, deixar uma marca boa ou útil ao mundo.
Certa vez, minha madrinha – sábia, vivida e engenheira naval – proferiu para mim: “Apenas faça planos para daqui, no máximo, cinco anos”. O ideal, ela disse, seria até dois anos. A (fada) madrinha contou que seus planos que fez para mais tempo não foram concretizados, mudaram de direção ou qualquer coisa do gênero. Deu errado.
Então, ano que vem é um bom começo. Aliás, uma ótima para quem costuma fazer planos simples de serem realizáveis – como eu.  Prefiro assim do que me frustrar se não alcançá-los. Deixando essa lenga lenga de lado…
Abaixo, seguem três listas de Ano Novo para 2009. Quem sabe, mergulhada no espírito também natalino, não convenço mais pessoas a adotar as mesmas ecológicas e cultas resoluções?
Em 2009 eu prometo…
– Meio ambiente –
Deixar mais o carro em casa;
Sair catando mais lixos recicláveis que os meus parentes insistem em jogar no orgânico;
Participar da vida política do meu bairro – exigindo ciclovia, sinalização adequada, etc;
Trocar ainda mais produtos industrializados por frutas na hora do lanchinho no trabalho;
Tomar banhos mais rápidos e mais frios – puts, esses serão difíceis;
Todo dia que entrar na internet plantar uma árvore pelo site Clickarvore;
Apagar a luz do cômodo onde vejo TV;
Exigir que plantem mais árvores nas áreas “verdes” do meu prédio;
Convencer amigos a apagarem as luzes e eletroeletrônicos de onde não estão;
Convencer meu irmão a diminuir a luz da tela do laptop enquanto faz download;
– Ciência –
Conseguir tempo para ler todas as revistas sobre ciência que chegam em casa;
Ler um livro por mês – intercalando sobre ciência;
Tirar mais fotos das belezas do caminho – como a que ilustra este post – e publicar aqui;
Me envolver mais com os institutos de pesquisa brasileiros – sei lá como;
Conhecer mais museus e parques da cidade de São Paulo;
– Mente sã, corpo são –
Correr ou caminhar uma vez por semana;
Andar de patins com minha amiga Carla – eba – ao menos duas vezes por semana;
Ser mais generosa ao dirigir – principalmente com outros motoristas, pois já respeito os pedestres;
Dormir mais cedo e mais tempo – ao menos sete horas por dia;
Ter mais paciência no trânsito da capital paulista;
Dedicar mais tempo para meus amigos e família.
O blog Faça a sua parte  está com nova ação. Estimula os blogueiros a escrever sobre como realizar um Natal que aproxime da natureza e valorize a confraternização. Minha dica é se inspirar nas crianças.
Geralmente, uma criança não tem dinheiro. Quando vai dar um presente de Natal, improvisa. Algumas fazem desenhos, cartões ou escrevem frases felicitando.
O consumismo – já foi comprovado, clique no link CO2 para ver – é anti-ecológico. Milhares de toneladas de carbono – e outros gases, desmatamento, etc – são emanadas ao confeccionar qualquer produto.
Assim, faça seu caseiro cartão e, na entrega, complemente o presente com um forte e verdadeiro abraço. A forma mais calorosa de dizer: eu realmente desejo um Feliz Natal!

Como foi o encontro de blogs científicos

No primeiro dia, quinta-feira passada, não pude ir. Passei o tempo trabalhando e – como pode ver no post anterior – à noite estava na entrega do cheque e do chiclete com o “cometa Halley”. Depois da “premiação”, saí direto para a estrada rumo Ribeirão Preto. Local do encontro.
Bom, sexta de manhã fomos para a USP dar início às palestras. Fazendo um resumão, debateu-se muito sobre como passar as informações da maneira mais correta e como alcançar as pessoas interessadas. Afinal, a maioria dos blogueiros é competentíssima e escreve muito bem. Privilegiados, é verdade.  Assim…
Chegamos, facilmente e rapidinho, à conclusão de que estamos marginalizados na blogosfera. Como fazer o leitor interessado chegar aos nossos blogues? Poxa, ciência é bacana e importante. Principalmente, para criar nossa própria opinião sobre o mundo e consciência do que se passa – fazem – conosco.
Além de  política, futebol, gossip… Também tenho fé de que o internauta se interessa pelos assuntos como os tratados aqui. Afinal, se as pessoas procuram diversão, ciência pode ser um arraso. E muito atraente, sexy, glamurosa. Mas um detalhe me deixou deveras contente.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) foi o patrocinador do nosso humilde evento – isso mesmo! Com todo seu poder e força, apareceu para quebrar a burocracia. Pasme. O MCT quer participar ativamente da internet. Vem novidades por aí. Eles foram solícitos e estão repletos de projetos novos que podem nos englobar. Pobres seres apreciadores da ciência.
Foram dois dias de I Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (I EWCLiPo). No próximo ano, pretende-se fazer em agosto lá no Rio de Janeiro. Provavelmente, em uma cidade litorânea, pequena, baratinha, de sábado e domingo. A idéia é escolher um lugar de fácil acesso, onde exista pacote que englobe tudo – transporte, comer e dormir – e cidade pequena para ninguém ficar disperso. Afinal, é bárbaro ver a “cara” dos blogues!
Quer saber mais? Alguns blogueiros também deram seus pitacos sobre o evento:

Participantes, sou a de discreta franja. Pô, reparou que só tem homem? Cadê o meu gênero?!? Mulheres, uni-vos!
Participantes, sou a de "discreta" franja. Pô, reparou que só tem homem? Cadê o meu gênero?!? Mulheres, uni-vos!

Mesa redonda. Da direita para a esquerda, Atila do Rainha Vermelha, Osame do Semciência e eu do Xis-xis. O mundo é nerd, proferi.
Mesa redonda. Da direita para a esquerda, Átila do Rainha Vermelha, Osame do Semciência e eu do Xis-xis. Repare não que os dois estão com olhos vermelhos e eu com os meus fechados. "O mundo é nerd", proferi.

Entrega do chiclete do leilão à ONG

Enquanto vejo a novela A Favorita – não sou noveleira, mas a Flora passa da cota! – faço um “tl”. Na linguagem jornalística, “tl” significa “texto legenda”. Confesso que quando descobri fiquei maravilhada. Uso muito no meu trabalho… Mas vamos ao que interessa. Às fotos do cometa Halley, do macho alfa, beta e gama. Gamou?

Sai esbaforida da redação, direto para a entrega do cheque à SPVS. Debaixo de chuva, cheguei e logo encontrei o Didi do blog Te Dou um Dado? Hilários - e imperdiveis - seus posts! Leio sempre quando quero espairecer um bocadinho.
Sai esbaforida da redação, direto para a entrega do cheque à SPVS. Debaixo de chuva, cheguei e logo encontrei o Didi do blog Te Dou um Dado? Hilários - e imperdíveis - seus posts! Leio sempre quando quero espairecer um bocadinho.
E ai, o Halley vai ou não ficar com a Lara? Suspense sobre a resposta... E seguimos no papo.
Antes da entrega, pergunto para o Cauã Reymond: "E aí, o Halley vai ou não ficar com a Lara?" Suspense sobre a resposta... E seguimos no papo.

Olhe meu cheque do lado esquerdo... Os blogueiros, os compradores e os representantes das instituições.
Os doadores, compradores e representantes das instituições. Veja meu cheque do lado esquerdo...

Vou Pegar carona nessa cauda de cometa. Ver a Via Láctea, estrada tão bonita. Brincar de esconde-esconde numa nebulosa. Voltar pra casa nesse lindo balão azul...
Abraçando meu peso em chiclete, farei mais essa doação caso não queira deslocar o maxilar. Obs.: Vou "pegar carona nessa cauda de cometa. Ver a Via Láctea, estrada tão bonita. Brincar de esconde-esconde numa nebulosa. Voltar pra casa nesse lindo balão azul"...

Ciber-desmatamento é a novidade de madeireiras e hackers

Esta notícia recebi via Greenpeace. O Ministério Público do Pará divulgou hoje detalhes de como hackers contratados por 107 madeireiras e carvoarias invadiram o sistema de controle de transporte de madeira que se chamava Documento de Origem Florestal (DOF). Eles são acusados de falsificarem os registros on-line para aumentar a quantidade permitida para comercialização. Atenção: o estado do Pará abriga quadrilhas de hackers, especializadas em fraudar o sistema bancário.
Cerca de 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira ilegal – suficiente para encher 680 piscinas olímpicas – foram hackeadas. As multas aplicadas pelo Ministério Público superam os R$ 2 bilhões. “Ao invadir o sistema, essas empresas transformam seus carregamentos ilegais em madeira legal, como se viesse de planos de manejo florestal”, explica André Muggiati, do Greenpeace. “Os sistemas adotados pelos estados e pelo governo federal não são seguros. Além disso, a quantidade de auditores não é suficiente para monitorar e evitar fraudes”, completa.
Para piorar… “Aproximadamente metade das empresas envolvidas no escândalo têm outras acusações pendentes por crimes ambientais ou uso de trabalho escravo“, diz o promotor Daniel Avelino. A polícia começou a investigar hackers suspeitos em abril de 2007. No total, 202 pessoas são acusadas. Eles serão obrigados a reflorestar as áreas desmatadas, calculadas em 364 quilômetros quadrados – quero só ver.
Aliás, sempre se fala madeireiras, madeireiras, mas ninguém dá o nome aos bois. Pois aí vai. A madeireira Eidai – multinacional japonesa – foi denunciada várias vezes pelo Greenpeace por compra e comercialização de madeira ilegal. Ela tem uma das maiores multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por ações ilegais. No site, diz que é contra o aquecimento global e que se preocupa com o meio ambiente. Quer ver? Clique aqui – o site está em japonês, mas dá para ter uma idéia.
Triste. Mas a tecnologia – e a ciência – pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal. Essa é a dicotomia da vida.

Astrolábio mais preciso do mundo é no Brasil

astrolábio mais preciso
Calma, não se reprima! Segundo a Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo, o astrolábio  era um instrumento usado na Idade Média para fins astrológicos e astronômicos. Media a altura dos planetas, sol, lua e estrelas – enfim, dos astros – acima do horizonte. Também resolvia problemas geométricos – como calcular a altura de um edifício ou a profundidade de um poço. Hoje está obsoleto, arcaico. Mas não importa. O mais preciso dele é do Brasil, il, il.
Quem disse isso foi a empresa que o construiu. A multinacional alemã Festo – que faz equipamentos para automação industrial – afirma que o astrolábio mais preciso do planeta está na sede brasileira da corporação em São Paulo – imagem acima. Ele é 500 vezes mais exato que o da Catedral de Notre Dame, em Paris.
Os alemães, realmente, parecem gostar dos céus. A matriz brasuca ainda possui o Horologium Mundi – imagem abaixo. Trata-se de um calendário que marca os segundos, minutos, horas, dia da semana, dia do mês, mês e ano até o infinito! Quer dizer, levaram em consideração todos os acontecimentos especiais do calendário gregoriano – o nosso – até o ano de 4.900 d.C. Sabia que existe um ano bissexto adicional a cada 400 anos? Pois é, tá lá no Horologium Mundi – parece nome de feitiço do Harry Potter. Só não sei se podemos visitar as invenções. Acredito que para fins educacionais a empresa abre as portas.
Curiosidade marinha

tempo
O astrolábio náutico era uma versão simplificada que ajudava na localização em alto mar. Muitos exemplares espalhados pelo mundo foram fabricados em Portugal. Eles têm o nome ou marca do fabricante como Agostinho de Gois Raposo, Francisco Gois e João Dias. Poucos desses instrumentos “sobreviveram”, mas com o desenvolvimento da arqueologia subaquática foi possível recuperar alguns exemplares. Atualmente, há cerca de 80 astrolábios antigos pelo mundo e todos são registrados no Museu Marítimo de Greenwich. Além disso, passaram a ser conhecidos por um nome relacionado ao navio ou local onde foram encontrados. Fonte, Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo.

Obs.: Esta semana colocarei aqui as fotos e as notas do primeiro Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (EWCLiPo). O Ministério da Ciência e Tecnologia foi o patrocinador, percebe? Também publicarei as fotos da entrega do chiclete Trident leiloado e do cometa Halley – vulgo Cauã Reymond. Aguarde e verás. Boa semana! Lembre-se: tempus fugit.

“Desmatamento evitado” dá certo, diz ONG

Mastigação. O resultado do leilão do meu chiclete (!) saiu. Será doado R$ 1.100,25 para a instituição Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). Conheci melhor o trabalho dessa organização no início do ano, enquanto apurava uma matéria. Na época, conversei com o diretor da entidade Clóvis Borges.
Confesso que fico meio cabrera quando o assunto é ONG. Tenho lá minhas desconfianças, críticas e restrições, mas o trabalho deles pareceu interessante. Principalmente, porque a SPVS possui ações para preservar a Mata Atlântica paranaense, ou melhor, as florestas de araucárias.
Óbvio que puxei sardinha para meu lado. Sou paranaense e apaixonada por esse tipo de mata. Adoro o clima da região, o cheiro do pinheiro molhado e toda a fauna sustentada por ele. Fiz matérias sobre suas lendas – leia aqui as histórias.
No começo do ano a SPVS se empenhava em um projeto chamado “Seguro Verde”. A idéia dos caras era realizar o que eles chamam de “desmatamento evitado”. Em vez de sair plantando árvores em tudo quanto é vão livre, eles queriam conservar áreas primárias – em bom estado – de matas com araucária. Afinal, se ninguém protegesse, elas inevitavelmente seriam derrubadas.
Funciona assim. A cada contratação ou renovação de apólice feita no banco HSBC, o cliente “ganha” um bônus para preservar uma área nativa de 88 m² – no caso de seguro veicular – ou de 44 m² – seguro residencial. Segundo estimativas realizadas pela SPVS, cada carro – de médio porte e que rode cerca de 50 km/dia com gasolina – produz anualmente cerca de 4 toneladas de CO2. No caso das residências, o cálculo médio – uso de gás, eletricidade, geração de lixo, etc. – é de 2 toneladas de CO2.
Em seguida, o recurso é repassado aos proprietários de terras – eles recebem uma quantia mensal para que as áreas sejam conservadas. “O Brasil passa a combater o aquecimento global com ações focadas em evitar o desmatamento”, diz Borges. O país é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa devido às queimadas e ao desmatamento.
Resultado. Segundo a instituição, o Programa Desmatamento Evitado garantiu a adoção e preservação de 14 propriedades do Paraná. O total protegido chega a 1.763 hectares – o que equivale a 2,67% dos remanescentes de floresta com araucária.
Devastador. Há pouco tempo atrás, as florestas com araucária tinham 167 mil km² das terras sulinas. Dessa quantia, 80 mil km² estavam no Paraná – um terço da área total do estado. Em 2001, só restavam 0,8% desse lindo bioma.
Telêmaco Borba. Cada ano que viajo para minha terrinha natal, vejo menos pinheirinhos de pé. Uma pena… Mas, mesmo assim, há um trecho muito interessante na estrada. Quando falta exatamente uma hora para chegar na cidade, há o início de um corredor polonês composto por pinheiros nos dois lados da beira da estrada. O caminho é uma reta só. Cheia de subidas e descidas. Durante o dia, os braços dos pinos não deixam a luz chegar ao solo. À noite, uma neblina devastadora toma conta do local. Guarde os temores no porta-malas. É o início da Terra do Nunca.

USP terá primeiro prédio ambientalmente sustentável

Essa é em primeiríssima mão! Sexta-feira será o lançamento oficial da primeira edificação ambientalmente sustentável da Universidade de São Paulo (USP): o Centro de Estudos de Clima e Ambientes Sustentáveis (Cecas). Ele ficará na Cidade Universitária.
O projeto do novo prédio nasceu da parceria entre o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Foi planejado para ter consumo zero de energia e reduzido impacto ambiental e integrará pesquisas multidisciplinares de várias unidades: a Rede Temática sobre Mudanças Globais, o Centro de Ciências da Terra e do Ambiente e o Laboratório de Modelos para a Sustentabilidade das Construções.
Infelizmente, não tenho fotos ou detalhes sobre as tecnologias empregadas. Mas acredito que realmente possui um conceito sustentável, diferente de muitos projetos divulgados por aí. Tenha um lindo dia!
Ah, nesta quinta-feira começa o primeiro – afe, quantos números “um” – encontro de blogs científicos. Ainda dá tempo de se inscrever e é de graça! Veja aqui.

Butantan produzirá vacinas contra leishmaniose

Fui numa coletiva de imprensa – reunião apenas para jornalistas que as instituições fazem para divulgar algo – na Fundação Butantan, na última linda sexta-feira ensolarada. No próximo ano, pesquisadores brasileiros começarão a fazer testes em cachorros de uma vacina contra leishmaniose visceral ou doença de calazar.
Pelo jeito, os ensaios apenas confirmarão o que os cientistas já sabem. Testes realizados em ratinhos e em humanos, nos Estados Unidos, mostraram que a vacina é 70% eficiente e não apresenta problemas. Os pesquisadores estão muito animados. Quando saímos da coletiva, ao meio dia, eles continuaram a reunião para discutir sobre investimento e onde serão realizados os ensaios.
Uma parte dos 23 milhões de reais para a construção da fábrica já foi captado. Se tudo ocorrer bem, no primeiro semestre de 2009 ela estará praticamente pronta. Aliás, sabia que o Butantan tem uma fábrica para cada vacina? E que algumas são microbianas? Ai que fantástico. As bactérias é que são colocadas para trabalhar. Devem produzir inúmeras proteínas que se tornarão vacinas.
Você, leitor do “rico” Sul e Sudeste, deve estar se perguntando. Mas que jossa é essa doença? A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera-a uma das seis maiores endemias – doença que se restringe a um determinado local – do mundo. No Brasil, em 2006, 1.810 pessoas tiveram leishmaniose visceral. Se não trata, tem 90% de chance de falecer. E como o lugar mais afetado é o Nordeste…
Aliás, por que os Estados Unidos, que não possuem muitas doenças tropicais, estão fazendo pesquisas? Neste específico caso a parceria foi realizada com o Brasil – as vacinas serão produzidas aqui. O que gera economia financeira, oportunidade para pesquisadores brasucas e desenvolvimento científico e tecnológico para nosso país abençoado por Deus.
Mas, pelo que vi por aí, o país norte-americano possui uma série de interesses em outras pesquisas sobre doenças tropicais: se preparar para o aquecimento global, vender remédios para os inúmeros doentes subdesenvolvidos, cuidar dos soldados que combatem “em trópicos” ou para ajudar os mais pobrinhos.
Bom, sei que a coletiva foi bárbara. Informal, os pesquisadores estavam em uma mesa de reunião enquanto conversávamos com eles. Sentados no entorno. Aliás, ir ao Butantan é sempre ótimo. Quando era criança, todo domingo pedia para os meus pais me levarem para “ver as cobras”. Ficava fascinada com aquele poço cheio de répteis – medo de cair lá -, com as vacinas e com o trenzinho que circulava pelo lugar – claro.
Um dia desses, levei primos crianças para conhecer o que eles chamavam de “Bitantã”. Adoraram! Alguns complexos novos não existiam no meu tempo – estou ficando velha: o Museu de Microbiologia e o berçário. Imagine que “munitinhos” os bichinhos bebês…
Na volta da coletiva, insisti para o taxista levar a filhinha dele ao “Bitantã”. Afinal, quer passeio mais mil e uma utilidades? Arborizado, torna os filhos mais inteligentes e não pesa no bolso. O site do museu é este. Leia a matéria sobre a vacina – com todas as explicações – aqui. Bom domingão quente e de céu azul para ti! Agora vou correr no parque!

Mapa interativo sobre ciência

A revista americana Seed criou o mapa interativo “A place for science” – “Um lugar para a ciência”, em portuga. A idéia é poética. Jornalistas perguntaram para os pesquisadores algo como “Onde você quer chegar?”. Colocaram as respostas no mapa, no lugar onde estão localizados ou realizam pesquisas. O site também mostra onde ficam laboratórios, conta breves histórias relevantes para a ciência e – o melhor – possui fotos maravilhosas de institutos e pesquisas. Crítica: o mapa é incompletíssimo. Não possui nada do Brasil e super fatura os laboratórios dos Estados Unidos. O que vale é a brincadeira. Clique aqui para “viajar”. Aliás, se tiver um tempinho de sobra, veja o portifólio de fotos da revista aqui – são bacanas.
Obs.: O leilão do chiclete Trident chegou ao fim. O meu ficou em segundo lugar, atrás do gatinho “Halley”. Obrigada a todos que colaboraram – amigos, colegas e futuros conhecidos. Os macaquinhos também agradecem. Avisarei quando souber onde será a cerimônia de entrega.

Vídeos de ciência em um minuto

Esse projeto é supimpa. Trata-se de um site – parece um blog – que publica vídeos com duração de um minuto sobre temas científicos. Agora, está no ar um curta-metragem explicando como se adquire energia proveniente das ondas do mar. O Cienciaenunminuto.com é em espanhol, mas fácil de entender. Outra dica. A empresa que desenvolve os vídeos possui um blog sensacional chamado Sopa de Ciências. Também na “lengua latina”, vale muito a leitura – veja aqui.

A ciência e o meio ambiente vistos por um olhar atraente e feminino