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Não existe a igualdade entre gêneros

Foto feita pela @PolineLys

Não quero ser igual aos homens. Aliás, nem se quisesse conseguiria. Nasci com os dois cromossomas “sexuais” femininos XX – e não os XY masculinos. Vim ao mundo com os órgãos reprodutores femininos, tensão pré-menstrual, tenho menos força física que a maioria dos homens da minha própria estatura. Poderia amenizar essas características para me tornar mais parecida com um homem? Sim, mas não quero – e nada contra quem tem esse desejo. As pessoas por essência, por nascença, por vontade, são diferentes. Devo ser respeitada pela mulher que sou.

Nossa cultura brasileira está muito, ainda, presa às dicotomias. Ou se é feminista, ou se é machista. Se parece atraente, não deve ser inteligente. Se gosta de se cuidar, é fútil. Se se diverte com futilidades, não tem conhecimentos gerais. Recebo muito, mas muito e-mail de homens reclamando da minha posição neste blog dizendo que sou feminista radicalmente exagerada. Pleonasmo. Eu sou mulher, sinto minha condição feminina na pele e quero alertar contra o preconceito que sofremos diariamente – sim, todo dia – nessa bola de neve calorenta.

Recentemente, uma amiga foi a uma entrevista de emprego feita pela pessoa que seria o chefe dela. Uma semana depois, ele ligou pedindo para que retornasse à empresa para conversar mais uma vez. No local, o tomara-futuro-chefe revelou que, entre os mais de 100 currículos recebidos e sabe-se lá quantas entrevistas feitas pessoalmente, ficou em dúvida entre três mulheres. Após duas semanas de expectativa, recebeu o telefonema: um homem foi contratado. O diretor do tomara-futuro-chefe não aceitou uma mulher preenchendo o pretendido cargo de chefia. Pensava que ela – uma mulher! – não conseguiria liderar os subordinados homens.

Segundo pesquisa do IBGE, o salário médio mensal das mulheres (R$ 983) é cerca de 30% menor que o deles (R$ 1.392). O curioso é que, segundos o mesmo Censo 2010, as mulheres estudam mais que os homens. Essa discriminação é tamanha que a “bancada feminina” quer votar um projeto de lei para multar as empresas que pagarem salário menor para as mulheres que realizam a mesma atividade dos homens. E, isso, acontece em diversas áreas do conhecimento. Já li muita pesquisa sobre mulheres que pensam em abandonar a profissão voltada às pesquisas científicas devido à impossibilidade imposta pelo mercado de ter filhos e continuar trabalhando – veja algumas matérias aqui e ali.
Não sou café-com-leite por ser mulher. Não sou boneca de luxo. Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher. Eu sou de ninguém. Sou contraditória. E, como toda mulher, sou meio Leila Diniz. Mas tenho vontade própria, não faça algo com o outro porque imagina que ele queira e não assume explicitamente. Eu sou minha, só minha e não de quem quiser.

Dois olhares sobre a ciclorrota

Tenho passado frequentemente pela ciclorrota da Zona Oeste de São Paulo usando o carro e a bicicleta. Acho divertido, confesso que fiquei toda emocionada ao pedalar sobre a marca de uma bicicleta feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no asfalto logo na semana em que foi anunciada a nova ciclorrota de ligação entre os parques da Água Branca e do Villa-Lobos. Antigamente (há uns três anos), eram os ciclistas quem pintavam no chão as bicicletinhas como protesto por uma qualidade de vida melhor. Vamos chegar lá.

Enquanto o sonho não se realiza, tenho duas observações a fazer. A primeira é uma visão de quem está na bicicleta. Pedalei pela rua Turiaçu (foto), em Perdizes, pertinho do Parque da Água Branca. Como muitos carros estavam estacionados ao lado direito, o espaço na estreita rua era apertado para os veículos em circulação. Segundo a Lei de Trânsito, os carros devem manter um 1,5 metros de distância das bicicletas durante seu trajeto – incluindo a ultrapassagem.

Mas não foi o que aconteceu. Quando não havia carro vindo na outra mão, alguns motoristas até ultrapassaram por cima das duas faixas amarelas contínuas para dar vez aos ciclistas. Porém, a maioria não estava nem aí, tirava fininha de quem passava de bicicleta. Fique tensa. Ambas as ações estão em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro. Quer dizer, os motoristas infringiram a lei e arriscaram a vida dos ciclistas.
Já, quando dirigia meu carro pela região, algumas placas específicas chamavam a atenção conforme se aproximavam do veículo: “Ciclorrota na transversal”. A palavra transversal, que pode ser óbvia para você, deveria ser trocada. Nem todo mundo entende o seu significado, ou seja, um corte inclinado sobre uma linha reta – dê um Google para ver “imagens matemáticas” sobre a tal transversal. Não seria mais intuitivo colocar algo como: “Ciclorrota no cruzamento”?

Bom, se quer saber o que significa ciclorrota e a diferença que existe entre ela, a ciclovia e a ciclofaixa clique aqui. Aliás, saiba também que quase 10% dos brasileiros usam a bicicleta como meio de transporte. E boa pedalada!

Diminuindo o sal da comida

Vergonha alheia é bobagem. Como já disse por aqui, estou fazendo um curso diário chamado “Locução – Apresentação de Televisão”. A atividade de hoje era falar sobre saúde de improviso e entrevistar algumas pessoas dentro do Mercado da Lapa. Como neste blog também gosto de abordar o tema saúde, compartilho o vídeo com você. Só peço que não repare na pequena gafe: eu disse que coloco sal na salada, mas não! Queria contar que tempero a salada com limão. Porém, como o sal estava na minha cabeça… Bom, veja o mais recente vídeo post do Xis-xis:

 

 

Obs.: Claro que aproveitei o “passeio” para comprar sal marinho, que não encontro em qualquer lugar, e quitutes para beliscar como amêndoa defumada (não conhecia, é uma delícia).

Cientistas descobrem como são “feitas” as memórias duradouras

Após uma semana sumida devido ao mergulho no trabalho… Estou de volta com uma novidade que pode trazer soluções para a falta de memória – e doenças relacionadas. Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram o mecanismo que controla a capacidade do cérebro de criar memórias duradouras.
Explicando de maneira simplificada… Os cientistas usaram ratos geneticamente modificados – com um gene extra – para as experiências. Eles conseguiram “ligar” e “desligar”, por meio do gene receptor com a adição de um aditivo na água dos ratinhos, a capacidade dos animais formarem essas memórias.
Quando o gene extra foi “desligado”, os ratos mantiveram a capacidade normal de formar memórias de longo prazo. Assim, os pesquisadores desconfiam que a inativação do gene é importante para a criação desse tipo de memória.
“Sabemos que o abalo pode fazer com que alguém esqueça os eventos que ocorreram na semana antes da lesão – o que chamamos de amnésia retrógrada -, embora possa lembrar de eventos que aconteceram antes de uma semana. Acreditamos que isso coincide com nossos resultados”, disse Alexandra Karlén, uma das cientistas envolvidas no estudo.
A capacidade de converter novas impressões sensoriais em memórias duradouras é a base para toda a aprendizagem do ser humano. Mas, segundo a instituição, pouco se sabe sobre os primeiros passos desse processo – aqueles que conduzem algumas horas a memórias duradouras. E menos se sabe sobre como as mudanças químicas nas sinapses – ligações entre as fibras nervosas – são convertidas em memórias duradouras armazenadas no córtex cerebral – a camada mais externa do cérebro.
Os pesquisadores esperam que os resultados sejam úteis no desenvolvimento de novos tratamentos para perda de memória – como derrames e os relacionados com a doença de Alzheimer. Os estudos foram conduzidos em colaboração com investigadores americanos do Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA, em inglês).
A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of National Academy of Science (PNAS). Para saber mais, leia aqui – em inglês.

Um em quatro machos sofre com ejaculação precoce

Não se reprima. Um em cada quatro homens brasileiros vivencia a ejaculação precoce. Quadro no qual o indivíduo ejacula rapidamente, sem que seja possível estabelecer um controle voluntário. A EP, como é conhecida entre os médicos, é responsável por 40% das queixas feitas nos consultórios de terapia sexual.
A maioria dos pacientes é formada por homens casados ou com parceira fixa. “Usualmente, eles levam cerca de quatro anos após os primeiros sintomas para procurar um especialista”, afirma Evandro Cunha, médico do Hospital Urológico de Brasília.
Sem possibilidade de prevenção, a alteração – que afeta de maneira drástica a vida sexual e, consequentemente, a auto-estima do homem – divide-se em duas categorias: de origem primária, que se inicia quando acontece a primeira relação sexual na adolescência; e de origem secundária, que surge repentinamente na maturidade, em homens que anteriormente não apresentavam a disfunção.
Cunha explica que quadros de ansiedade e de depressão estão ligados à EP de origem primária e secundária. “Caso o quadro se torne crônico, é essencial acompanhamento médico”, diz.
Em geral, o tratamento consiste na associação de medicamentos e psicoterapia podendo, de acordo com a resposta do paciente, ser um ou outro isoladamente. “Não existem tratamentos alternativos”, afirma o médico. Assim, é benéfico gerenciar o estresse e a ansiedade para não causar ou piorar o problema.

Mulheres contra o câncer de mama

Esse é um assunto que me deixa chateada. Na realidade, evito falar disso, pois perdi uma pessoa muito amada graças a essa doença. Mas, para que outras pessoas não passem pela mesma tristeza, neste post ajudarei a divulgar o “Outubro Rosa”.
Segundo a assessoria de imprensa da Scania – marca de caminhão -, o Movimento “Outubro Rosa” nasceu em 1997, na Califórnia (EUA). Na época, monumentos norte-americanos foram iluminados de rosa, pela primeira vez, para chamar a atenção à detecção precoce do câncer de mama.
Daí, fui convidada para participar do evento “Ela tem que saber” organizado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), na terça-feira. Como antes passei no lançamento do engraçadíssimo livro do Marcelo Vitorino, blogueiro do Pergunte ao Urso – publicação de mesmo nome -, cheguei mais tarde. Mesmo assim, deu tempo de encontrar muita blogueira bacana. E ficar por dentro da campanha – veja o vídeo aqui.
E o que nós devemos saber?
Que, em 29 de abril, foi assinada no Brasil a Lei Federal 11.664/2008. Ela trata de questões relativas à prevenção, detecção, tratamento e controle dos cânceres do colo uterino e de mama. A nova lei garante a realização do exame de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as mulheres a partir de 40 anos – e não mais de 50 anos de idade, como previsto anteriormente.
Cai entre nós, garotas. É um absurdo esse tipo de direito, que já está embutido em outras leis, ter que ser descrito dessa forma para ser cumprido. Sem contar que marcar exame no SUS é complicado.

Bom, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 50 mil mulheres sofrerão com a doença apenas no Brasil e este ano. No país, 10 mil mulheres morrem anualmente porque, em 60% dos casos, o câncer de mama é detectado em estágio avançado. Fiquemos atentas!

Estudo para prevenir algas na Guarapiranga

“Descobri” um oásis em São Paulo. Nem parece a cidade. Tem água, muita água, um pouco ainda de fauna e flora preservada e esportes – claro – aquáticos. Fiquei encantada com a Represa Guarapiranga – em tupi-guarani significa “garça vermelha”.
A primeira vez que fui lá, este ano, fiquei com nojo daquela água azul meio marrom. Mesmo assim, pisei no lodo do fundo da represa para entrar em um veleiro. E rezei para não pegar uma pereba. Até agora nada apareceu…
A água é meio sujinha, sim, e existem invasões ilegais de terra. Mas para as pessoas lutarem contra ambos, creio que precisam conhecer o problema – e a beleza – de perto. Esses dias voltei lá. Para piorar a situação, notei que a água está repleta de algas!
Para cuidar desse mais um problema, a Sabesp disse que fechou uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). O contrato, de R$ 1, 15 milhão, tem validade de um ano. No acordo, caberá à Sabesp fornecer relatórios da qualidade da água da Guarapiranga. A Ufscar, que já possui estudos relacionados ao tema, deverá desenvolver o modelo de previsão de crescimento compatível com a realidade da represa.
Trata-se de um método matemático que leva em conta uma série de variáveis, como insolação, temperatura, aspectos físicos e biológicos do manancial. Com o cruzamento dessas informações, será possível apontar quais partes da represa tendem a contar com o florescimento das algas. A partir daí, a Sabesp deverá combater esses organismos nos pontos de maior intensidade.
O que são algas?
São cianobactérias – microorganismos que tem estrutura celular como de uma bactéria e fazem fotossíntese. Ao entrar em contato com materiais orgânicos – como esgoto -, podem liberar compostos como a geosmina e o metilisoborneol. O primeiro, também encontrado em alguns vegetais como a beterraba, está associado ao odor de mofo. O segundo, ao cheiro e gosto de terra. Apesar de não causar risco à saúde, o tratamento da água não consegue remover essas sensações. Confesso que não sou muito fã de algas…
Pobreza, menos saúde e menos preservação ambiental
Por sofrer com as ocupações irregulares, que despejam o esgoto in natura no manancial, o problema é recorrente na Guarapiranga. Como disse acima, esses organismos se alimentam dos nutrientes presentes nos dejetos. O sol forte e a ausência de chuvas contribuem para o surgimento das algas.
Obs.: A foto tirei em uma marina da represa. Charmosos os veleiros, não?