Folga

Amigos,

estou em falta com o blog. Os últimos meses não têm me dado folga – e quando a tenho, ando a viajar. Para que fique registrado, não abandonei esta página. Vai aqui um breve relatório de minhas atividades.

Música: ouvindo Richard Galliano. O som único do acordeão e a genialidade ímpar de Bach.

Prosa: o último Philip Roth, Nemesis. A partir da epidemia de poliomielite de 1944, em Newark, Roth questiona a crença no trascendental com um raro talento. Não quer catequizar, mas destruir argumentos falaciosos que corroboram a ideia fantasiosa de Deus.

Poesia: Ferreira Gullar, Em alguma parte alguma. O maior poeta brasileiro vivo, Gullar arrebata o leitor com versos contundentes como “se o mundo dura tanto/ e eu tão pouco/ importa pouco/ se ele não for eterno”. O meu predileto: “A vida, apenas se sonha/ que é plena, bela ou o que for./ Por mais que nela se ponha/ é o mesmo que nada por./ Pois é certo que o vivido/ – na alegria ou desespero – como o gás é consumido…/Recomeçamos de zero.” (Toada à toa).                 

Crítica: O poder da arte, de Simon Schama. Depois dessa leitura, ninguém mais verá um Caravaggio com os mesmos olhos.

Entrevista: Histoires particulières: conversation avec Paul-François Paoli. Diálogo entre o grande historiador francês Max Gallo e Paoli. É possível perceber como se engendrou o benéfico caráter reivindicatório do povo francês. É possível lamentar a abissal distância que separa a nossa anêmica sociedade civil da civilização francesa.

Até o próximo post. Ideias para resenhas não me faltarão.     

   

Richard Galliano – Bach – (Version Internationale)

Discussão - 9 comentários

  1. Subitamente Julia disse:

    nasceu circunscrito?

  2. Amigo de Montaigne disse:

    ?

  3. Subitamente Julia disse:

    claro of course mil perdoes.
    frases herméticas quando devidamente virguladas;
    hábitos lunáticos quando sob a mesma língua
    e distrações, well,
    o imponderável, esse nobre senhor (voilá, ele diz)
    aqui, no entando, por enrico, II, terceiro de james e quinto de virgínia, guardada seja. enrico que foi rei. enrico rei caboclo de um sertão.
    e decretou, em égide dual (sob a qual tudo de seu mundo) que se fossem assim então dois ou duas as coisas possíveis para se ser coisas e gentes seriam então: bambu ou caminhão, bundundu ou coca-cola, cirunscritos e eau de chero e gude ou gamão. (não necessariamente nessa ordem) mas alguns teriam-se desenhados pelo entorno e dele alimentariam-se vorazes. calmos, porém. e devotos dela - fosse um risco, um corpo ou mesmo um banjo e um trapo de cor - seriam lentos e depois consequentemente lentos sabedores do tempo; por tanto multiplicar: silêncios; devoções.
    outros saberiam dizer: choveu errado na uva ontem.

  4. Amigo de Montaigne disse:

    Subitamente Julia,
    que os próximos vinhos sejam melhores!

  5. Subitamente Julia disse:

    touché

  6. Sibele disse:

    "(...) estou em falta com o blog".
    Discordo. Na verdade, esse rol de atividades só reverterá para esse espaço:
    "Ideias para resenhas não me faltarão".
    Aguardamos, então. 🙂
    E obrigada pela canja de Galliano!

  7. Amigo de Montaigne disse:

    Sibele, espero que tenha razão.
    Obrigado pela visita e pelas sempre gentis palavras.
    Abs, Amigo de Montaigne.

  8. Chloe disse:

    Enquanto isso...
    A gente pode fazer um tour por 2007, 2008, 2009...
    Tem muita coisa boa por aqui, é só dar uma passeada que a recompensa é certa!
    Abç. ; )
    C.

  9. Sibele disse:

    Bem lembrado! Ótima sugestão, Chloé! 🙂

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